II
Experiências e orientações
Juventude: as vocações
Durante as férias de verão (de 1909 até 1918), fazia os Exercícios Espirituais nalgum instituto religioso. Nas horas livres procurava os Superiores a fim de saber quais os caminhos seguidos no recrutamento e formação das pes- soas. Chamou-lhe bastante a atenção a necessidade de preferir jovens a adultos já formados noutros lugares e para outros ministérios.
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É uma verdadeira riqueza o que se estabelece nas Constituições (Art. 21, 178):1 o costume de receber, ordinariamente, aspirantes jovens. A vida vivida por vários anos, antes da profissão, prepara o jovem a tomar a decisão em plena consciência.
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A vida paulina tem na realidade poucas mortificações externas, mas exige sacrifícios constantes: os apostolados, na realidade, são uma grande fadiga. Exige-se o hábito ao sacrifício e generosa doação.
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Predileção divina: os irmãos Discípulos
Naquele período2 travou conhecimento mais íntimo com S. Basílio, S. Bento, S. Francisco de Assis, S. João Batista de La Salle.3 Tinham muitíssimas vocações masculinas de leigos; portanto, Deus espalhou no mundo muitas almas generosas, que chama a si, à perfeição, ao lado do sacerdócio. Quem terá para com elas a caridade de abrir-lhes a porta e encaminhá-las à santidade particular? Será possível fazer desses jovens, filhos da predileção divina, jardins de lírios, de rosas e violetas?4
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E, além disso, por que não se podem também associar a um apostolado? Como outrora surgiram Institutos em que o sacerdote religioso encontrava o caminho aberto para as obras de zelo e o cuidado das almas, hoje é preciso que o Irmão leigo participe do zelo do sacerdote, demos-lhe como que um sacerdócio!
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Sacerdote que escreve, trabalho técnico que torna o Irmão multiplicador e difusor. Isto é bom: Vós, porém, sois um sacerdócio régio… um povo santo!5 Intimamente unidos na vida religiosa, Sacerdote e Irmão, unidos no mesmo apostolado, preparando a coroa celeste!
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Eis os Discípulos!6 A pregação do Sacerdote com os meios modernos liberta-se de uma escravidão a operários comuns e se multiplica indefinidamente; a ação do Discípulo que eleva, alegra, multiplica a atividade dele; Deus é glorificado, o Evangelho anunciado, as almas iluminadas.
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A atitude de Deus
A Providência agiu conforme o seu usual método divino: forte e suavemente:7 preparar e fazer convergir os caminhos para o seu fim, iluminar e envolver com os auxílios necessários, fazer esperar a sua hora na paz; começar sempre do presépio; agir tão naturalmente que não se possa facilmente dintinguir a graça da natureza, mas, com certeza, [usando] ambas.
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Por outro lado, não se pode forçar a mão de Deus; basta vigiar, deixar-se guiar, nas várias tarefas, procurar aplicar a mente, a vontade, o coração, as forças físicas…
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O homem tem sempre tantas imperfeições, defeitos, erros, insuficiências e dúvidas no seu agir que deve pôr tudo nas mãos da Divina Misericórdia e deixar-se guiar. Nunca forçar a mão da Providência.
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Desde 1908 começou a rezar pelas Irmãs Pastorinhas, mas esta Congregação começou 30 anos mais tarde.8
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* Na verdade ele não teve o costume de tomar apontamentos, não sabe o que dizer sobre muitas coisas; sentindo ao mesmo tempo repugnância em fazê-lo e humilhação por todas as partes, deixaria tudo com a maior boa vontade nas mãos de Deus, sabendo que ele manifestará tudo no juízo universal, para sua glória.
8
Muitas vezes acontecia que houvesse uma maturação serena, calma: o Senhor dispunha que ficasse acamado por breve período: depois de permanecer fechado no quarto, saía revigorado, com as idéias claras, apresentava os projetos ao Diretor Espiritual (corrigia, acrescentava, conforme o caso); e se fosse preciso também à Autoridade Eclesiástica, e punha mãos às iniciativas. Nem sempre o momento era maduro; mas o Senhor dava a conhecer as coisas, deixando o trabalho a seu servo, até os erros… a seguir intervinha para corrigir os erros e as falhas…9
47
A perturbação grave e a romanidade
A instituição nascia em 191410 entre perturbações profundas. Foi pelos fins de julho, quando mal se tinha empenhado na aquisição da tipografia, que se deram as primeiras declarações de guerra; às quais seguiu-se uma conflagração mundial.11 Francisco José12 não acolhera o apelo e a oração de Pio X13 em favor da paz.
48
Duas correntes do clero permaneceram até 1900:14 uma fiel às diretrizes da Santa Sé, a outra embebida pelo liberalismo de Mazzini, Cavour e Minghetti…15
Uma parte ainda parada nos antigos métodos de vida e pastoral, e alheia às novas necessidades; a outra parte preocupada com o avanço do socialismo e convencida da necessidade de sacudir o jugo da dominante maçonaria reinante, com sistemas, organizações, iniciativas atualizadas. E, como facilmente acontece, alguns, supervalorizando a atividade, desprezavam a oração, com a conseqüente condenação do americanismo.16
49
Por sua vez, a pastoral tomou orientação conforme ao exemplo e à ação de Pio X, seguindo caminhos construtivos. Pio X aparecia e se apresentava numa luz fascinante: o novo Jesus Cristo visível entre as multidões.
Por certo período não havia nada de bom na cultura se não viesse da França; em seguida, todos se voltaram para os estudiosos alemães.17
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Grave perturbação e desorientação sobrevieram por causa do precipitoso alastrar-se do modernismo:18 na literatura, na arte, na disciplina eclesiástica, no jornalismo, na teologia, filosofia, história, Escritura etc. Muitos, particularmente dentre o clero jovem, desviaram-se. A ação vigilante e resoluta de Pio X iluminara e admoestara os homens de boa vontade.
51
As novas descobertas haviam revolucionado muitas coisas.
No campo social, grandes males turbavam todo o sistema de produção, distribuição e consumo da riqueza. Os princípios liberais, herdados da revolução francesa, os agravavam;19 como reação, o socialismo penetrava amplamente trazendo consigo o materialismo e a luta de classe; Leão XIII indicara os remédios, em várias encíclicas;20 indicava espe-cialmente a verdadeira democracia cristã.21 Também por causa disso novas divisões se deram entre o clero:22 uma corrida de muitos para a ação econômica sem a suficiente sagacidade; e resistência acentuada à orientação da Santa Sé.23
52
No campo político vivia-se então o caso de consciência,24 entre o non expedit25 e a convicção de muitos que sentiam (como mais tarde se expressou Pio X) a necessidade de tutelar os bens supremos das almas e da pátria. Também aqui decisões, discussões, tomadas de posição muito divergentes.
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E já surgiam novos meios de difusão do pensamento: a imprensa, potenciada por organizações sempre mais poderosas; o cinema, visto antes com desconfiança, tomava posições e proporções sempre mais amplas; a escola tornava-se o campo no qual incrédulos e católicos disputavam entre si as almas; e dentro em breve o rádio e a televisão nasceriam já adultos.
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Daí a sucessão de atos da Santa Sé que convidavam os católicos a estar à altura das novas tarefas; enquanto se notavam muitos indolentes e espíritos irrefletidos, havia também católicos e clero conscientes e, sabiamente ativos, conforme as diretrizes papais.26
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Essas coisas e experiências meditadas diante do SS. Sacramento amadureceram a persuasão: sempre, só e em tudo a romanidade. Tudo foi escola e orientação.
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Não há salvação fora dela; não são necessárias outras provas para demonstrar que o Papa é o grande farol que Cristo acendeu para a humanidade, para cada século. Os primeiros membros emitiam quarto voto, obediência ao Papa quanto ao apostolado, posto a serviço do Vigário de Jesus Cristo.27
57
Espírito social
A Providência dispôs28 para isso uma longa preparação. O trabalho realizado em favor da Universidade Católica de Milão (1905-1906) a fim de angariar fundos para a Comissão promotora da sua fundação.29
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Cursos de conferências sociais, estudos sociais nos anos de Teologia e sucessivos, os congressos de caráter social a que teve de tomar parte por disposição dos Superiores, a cooperação para com organizações e obras sociais,30 as relações com homens da ação católica, entre os quais: o cardeal Maffi,31 o professor Toniolo, o conde Paganuzzi, o contador Rezzara.
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O período posterior à dissolução da Obra dos Congressos32 foi mais empenhativo. Pio X substituiu-a com a União Popular entre os Católicos,33 à imitação da Alemanha; os motivos eram graves; ela não foi bem acolhida, em geral; exigiu um trabalho junto aos bons desencorajados e junto a muitos adversários ferrenhos.
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Muito se escreveu na Gazzetta d'Alba;34 durante os anos de 1911-1914 foi preciso percorrer boa parte das paróquias da Diocese para introduzi-la, para conferências, para resolver dificuldades. Éramos quase sós: duas pessoas guiadas pelo bispo.35
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Quando Pio X, ótimo conhecedor dos tempos e guiado por Deus, abrandou o non expedit,36 trabalhou durante vários anos e com bons resultados especialmente para as eleições dos candidatos apoiados pelos católicos. Os resultados culminaram nas eleições em que o Partido Popular37 teve magnífica afirmação e constituiu na Câmara um centro que foi muralha forte contra a maçonaria38 e o socialismo; até que se chegou ao fascismo.39
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Ação e oração orientaram um trabalho social cristão que tende ao saneamento de Governos, de escolas, de leis, da família, as relações entre as classes, e internacionais. Para que o Cristo, Caminho, Verdade e Vida reine no mundo. A Família Paulina tem grande tarefa e responsabilidade.
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Universalidade
São Paulo: o santo da universalidade. A admiração e a devoção começaram especialmente com o estudo e a meditação da Carta aos Romanos. Desde então a personalidade, a santidade, o coração, a intimidade com Jesus, a sua obra na dogmática e na moral, a marca deixada na organização da Igreja, seu zelo por todos os povos, foram argumentos de meditação. Pareceu-lhe verdadeiramente o Apóstolo: por conseguinte todo apóstolo e todo apostolado poderiam haurir dele.
A são Paulo foi consagrada a Família Paulina.40 A são Paulo deve também ser atribuída a cura do P.M.41
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A Família Paulina tem grande abertura para todo o mundo em todo apostolado: estudos, apostolado, piedade, ação, edições. As edições para todas as categorias de pes-soas; todas as questões e os fatos julgados à luz do Evangelho; as aspirações: as do Coração de Jesus na Missa; no único apostolado: fazer conhecer Jesus Cristo, iluminar e sustentar todo apostolado e toda obra de bem; trazer no coração todos os povos; fazer sentir a presença da Igreja em todos os problemas; espírito de compreensão e adaptação a todas as necessidades públicas e particulares; todo o culto, o direito, a união da justiça com a caridade.
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Durante cinco anos, duas vezes por dia leu um trecho da história universal da Igreja de Rohrbacher;42 por outros cinco anos, aquela de Hergenröther;43 por oito anos, nos tempos livres, leitura da história universal de Cantù,44 passando depois à história da literatura, da arte, da guerra, da navegação, da música em particular, do direito, das religiões, da filosofia.
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Também lhe foi muito útil o encargo de bibliotecário no seminário. A biblioteca estava bem abastecida de velhas edições, pouquíssimo de recentes; mas conseguiu disponibilidade de dinheiro e chegou-se a abastecê-la de muitas, assim como se chegou a providenciar todas as melhores revistas e enciclopédias e dicionários de ciências católicas. A leitura contínua da Civiltà Cattolica45 desde 1906, e depois do Osservatore Romano, Atas da Santa Sé, encíclicas, desde Leão XIII, foram alimento constante.
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Aprendera do Côn. Chiesa a transformar tudo em objeto de meditação e de oração ao Mestre Divino: para adorar, agradecer, propiciar, pedir.
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Por certa ordem: primeiro, serviço ao clero, às crianças, aos jovens, às massas e aos que exercem maior influência sobre elas, como os professores; e depois às missões, às questões sociais, intelectuais.
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Edições no espírito paulino, expresso nas palavras de são Paulo que, depois de ter indicado o que é essencial: Viver em Cristo, acrescenta aos Filipenses: Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, seja tudo isso objeto dos vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes de mim e me vistes fazer, praticai-o, e o Deus da paz estará convosco.46
70
O espírito litúrgico
Grande proveito [lhe ofereceu] a leitura dos livros de G. Durando, Gavanti, Barin, Destefani, Guéranger, Caronti, Schuster, Veneroni, Eisenhofer, Lefèbvre;47 assim também lhe valeram os periódicos Ephemerides liturgicae,48 e a Rivista Liturgica (Finalpia).49
Ficara particularmente impressionado com a atividade de Pio X em favor do canto sacro,50 do breviário, do ensino da liturgia.
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Teve que dar aula de liturgia por alguns anos. Depois designado mestre de cerimônias, sacristão no seminário, cerimoniário do bispo, com o encargo de preparar o livro de cerimônias, saboreou sempre melhor a oração da Igreja e com a Igreja.
72
Tais incumbências levaram-no ao desejo de ter igrejas adequadas às belas funções litúrgicas. Certo dia o Bispo lhe confidenciou: Uma vez eu pregava de preferência o dogma; depois de preferência a moral; hoje sinto mais útil expor as orações litúrgicas, com os ensinamentos dogmáticos que lhes são ligados. Foi uma orientação para ele.
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Conseqüências:
Na Família Paulina se teve em grande conta o canto gregoriano e a música sacra; bem cedo pôs mãos ao missalzinho51 que era preparado em aula; depois o boletim litúrgico,52 a A vida em Cristo e na Igreja, as Pias Discípulas53 com finalidade litúrgica; tudo isso considerando a liturgia no seu sentido pleno e realístico.
O Divino Mestre sacramentado mora em 150 capelas da Família Paulina.54
74
Três igrejas principais
[Foram erigidas] ao Divino Mestre,55 à Rainha dos Apóstolos,56 a são Paulo,57 de acordo com as três principais devoções.58
75
Foram-lhe confiadas as aulas de Arte Sacra. Por isso [seguiu-se] a leitura de textos, as visitas a obras, os debates em revistas e em privado sobre o princípio: a arte para a vida, para a verdade, para o bem.59
Bem cedo se inscrevera como membro da sociedade Amigos da arte cristã.60
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As três Igrejas foram construídas de acordo com os princípios publicados muitos anos antes, nos Apontamentos de teologia pastoral.61
Entregou ao arquiteto o esboço para a elaboração do desenho de cada uma, como programa geral de trabalho; para que a Igreja tenha unidade e desenvolvimento de tema em todas as partes: arquitetura, escultura, pintura, vitrais, alfaias. Sobretudo [para que] corresponda à finalidade para a qual era construída uma igreja paulina.
77
Catecismo
Sempre ação exterior e ação interior da graça. Durante seis anos, quando clérigo, foi catequista na catedral e na paróquia dos santos Cosme e Damião. Foi primeiramente encaminhado ao estudo da pedagogia pelos Irmãos das Escolas Cristãs (encontravam-se então em Alba); depois, em 1910-14, teve que estudar os métodos catequéticos, a organização catequética nas paróquias, a formação espiritual, in-telectual e pedagógica dos catequistas. Seguiu o trabalho catequético, durante três anos, no oratório masculino; as aulas de religião aos alunos do liceu estadual, a participação em congressos catequéticos etc., passos todos que a gentil e amorosa Providência dispôs; e que apesar de nossa miséria e incorrespondência, attingit a fine usque ad finem fortiter suaviterque disponens omnia. [cf. Sl 8,1].62
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Atas da Santa Sé sobre o catecismo, bons textos catequéticos, o trabalho para formar os catequistas, projeções catequéticas, os quadros murais, os recursos catequéticos: tudo servira, nas mãos de Deus.
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Especialmente quando foi chamado pelo bispo para a comissão catequética diocesana, composta de três sacerdotes, para a elaboração dos textos para as escolas e programas catequéticos diocesanos, fez do catecismo estudo e apostolado particular.
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A ação catequética sempre foi considerada como a primeira e fundamental: Ide, pregai, ensinai.63 Agora na Itália e no exterior o trabalho catequético da Família Paulina torna-se sempre mais amplo e intenso.
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Espírito pastoral
Para a Família Paulina esta riqueza amadureceu e chegou como as demais: por iluminação e ação de Jesus-Hóstia e pelos encargos atribuídos e cumpridos pela obediência. Exerceu o ministério pastoral especialmente em três paróquias;64 em muitas esteve para pregações, confissões, conferências, ação católica.65 Teve contatos variados e experiências de almas e de ministério. Sentia sempre mais vivo: Ide, pregai, ensinai, batizai.66 Foi então que pensou em formar as colaboradoras dos pastores: as Irmãs Pastorinhas (1908).67
82
Durante dois anos em reuniões semanais com doze sacerdotes, estudou os meios para uma boa e atualizada cura de almas. Sobre isso inquiriu e recebeu sugestões escritas (que transmitia aos clérigos e aos jovens sacerdotes) de cerca de quinze Vigários Regionais. Disso resultou o livro (1913) Apontamentos de Teologia Pastoral.68 O card. Richelmy no prefácio69 observa que nele são indicados os meios mais adaptados ao tempo.
83
Quanto ao caráter pastoral no apostolado paulino, tomou muito de dois grandes mestres: Swoboda, Cura de almas nas grandes cidades;70 e Krieg, Teologia Pastoral,71 4 volumes, que leu e releu durante dois anos.
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Pôs o ministério sob a proteção de Maria Rainha dos Apóstolos e a mesma coisa ensinou aos clérigos e aos jovens sacerdotes.
85
Insistiu sobre a catequese e a pregação oral e a pôr-lhes ao lado a Palavra de Deus escrita (aula de oratória: 1912-1915); tendo presentes todas as categorias de pessoas, especialmente as massas.
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Sal, luz, cidade: animação cristã da cultura
Vós sois sal, vós sois luz, vós sois cidade colocada sobre o monte: em relação ao mundo. É o pensamento do Divino Mestre [cf. Mt 5,13-14].
Oferecer em primeiro lugar a doutrina que salva. Impregnar de Evangelho todo o pensamento e a ciência humana. Não tratar somente de religião, mas falar de tudo cristãmente; à semelhança de uma universidade católica que, se for completa, leciona teologia, filosofia, letras, medicina, economia política, ciências naturais etc., tudo, entretanto apresentado de maneira cristã, e tudo orientado para o catolicismo.
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Assim a Família Paulina deverá apresentar a sociologia, a pedagogia, a geologia, a estatística, a arte, a higiene, a geografia, a história, todo o progresso humano etc., conforme à razão subordinada à fé.72
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De 1895 a 1915 houve muitos desvios73 em matéria social, teológica, ascética, a ponto de abalar as bases de toda a verdade e da Igreja; mais ainda, de tentar sua destruição. Il Santo de Fogazzaro74 fora um exemplo impressionante; para a maioria, quem não falava bem dele era retrógrado, mas depois foi condenado.
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Tudo lhe serviu de escola. A primeira preocupação da Família Paulina será a santidade da vida, a segunda a santidade da doutrina.
90
Em 1904, teve de organizar durante quatro meses um entretenimento festivo sobre santo Tomás de Aquino, determinar os argumentos e orientar os clérigos no seu desenvolvimento. Tema geral: a base tomista do pensamento no caos das idéias.
O seu discurso comemorativo: o vigésimo quinto aniversário da encíclica Aeterni Patris, sobre a filosofia.75
91
Disto tirou vantagem espiritual e orientação. Não há santidade onde não há a verdade, ou pelo menos, amor à verdade: a santidade da mente é a primeira parte. Nenhuma orientação sem a lógica; nenhuma visão ampla sem a metafísica; nenhum caminho seguro a não ser na Igreja.
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Espírito Paulino
A Família Paulina aspira a viver integralmente o Evangelho de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, no espírito de são Paulo, sob o olhar da Rainha dos Apóstolos.
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Não há nela muitas particularidades, nem devoções singulares, nem demasiadas formalidades; busca-se, porém, a vida em Cristo Mestre e na Igreja. O espírito de são Paulo adquire-se da sua vida, das suas cartas, do seu apostolado. Ele está sempre vivo na dogmática, na moral, no culto, na organização da Igreja.76
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Segredo de grandeza e de riqueza é moldar-se por Deus, vivendo em Cristo. Para tanto, fique sempre claro o propósito de viver e agir na Igreja e pela Igreja; de inserir-se como oliveiras silvestres77 na oliveira vital Cristo-Eucaristia; de pensar em cada frase do Evangelho e nutrir-se delas, conforme o espírito de são Paulo.
95
Para isso são fundamentais os artigos das Constituições:78
96
154 A piedade deve nutrir-se de modo particular e contínuo do estudo de Jesus Cristo Mestre Divino, que é o Caminho, a Verdade e a Vida; a fim de que todos, seguindo esse modelo divino, cresçam em sabedoria, graça e virtude, adorando a Deus, em espírito e verdade, com profunda religião, e amando-o sinceramente com a mente, a vontade, o coração e as obras.
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177 Aprendendo ou ensinando as várias matérias devemos cuidar que os estudos se orientem e se cultivem com o escopo de conhecermos sempre mais intimamente Jesus Cristo, nosso Mestre Divino, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, a fim de que o mesmo Jesus Cristo se forme plenamente em nossa mente, em nossa vontade e em nosso coração; desse modo nos tornaremos para as almas mestres experimentados, se primeiro formos discípulos humildes e diligentes de Cristo.
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224 A doutrina a ser comunicada por meio das edições é a que se refere à fé, à moral e ao culto, e deve ser haurida das fontes puras da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério da Igreja.
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Todo o homem em Jesus Cristo, para o amor total a Deus: mente, vontade, coração, forças físicas. Tudo, natureza, graça e vocação, para o apostolado. Carro que corre apoiado em quatro rodas: santidade, estudo, apostolado, pobreza.79
100
1 Constituições da Pia Sociedade de São Paulo, Edições Paulinas, 1950.
Artigo 21: Sendo intenção da Sociedade formar os seus membros, como estabelecido no art.178, como regra não se devem admitir aspirantes que já tenham recebido ordens, mantendo também quanto está prescrito nos artigos 18,8 e 19,1.
Artigo 178: A Sociedade prepara os futuros membros, desde a sua tenra idade, nas suas casas de estudos, em que os aspirantes são instruídos com todo cuidado relativamente à sua vocação. Por isso a Sociedade deve ter casas próprias para os estudos clássicos e médios.
2 É difícil determinar com exatidão esse período. Poder-se-ia tratar do tempo em que o A. fazia seus exercícios espirituais nalgum instituto religioso, entre 1909 e 1918 (cf. AD 36). Mas não é para excluir que se trate dos primeiros anos da vida sacerdotal (1907-1910), ou também do trabalho desenvolvido no oratório masculino, quando o A. “teve de estudar os métodos catequéticos” (cf. AD 78), ou seja, entre 1910-1914.
3 Santos fundadores notíssimos: S. Basílio (cerca 330-379), S. Bento (480-547), S. Francisco de Assis (1181/2-1226), S. Inácio de Loyola (1491-1556) e S. João Batista de La Salle (1651-1719), este último fundador dos Irmãos das Escolas Cristãs.
4 Lírios, rosas, violetas…: flores simbólicas de virtudes evangélicas, lembrados diariamente nas preces da comunidade. Cf. as “Invocações”: “Ó Maria, fazei florescer nesta casa os líros da pureza…; as rosas da caridade…; as violetas da humildade…” (Orações da Pia Sociedade de São Paulo, 1922, p. 6).
5 “Mas vós sois… a nação santa, o sacerdócio real”. A expressão textual é: “Vos autem genus electum, regale sacerdotium, gens sancta…” (1Pd 2,9).
6 Cf. Constituições cit., art. 6: “A Pia Sociedade de São Paulo é constituída por duas classes de membros, clérigos e leigos, os quais, distintos por instituição divina, mas associados na unidade da mesma Sociedade, devem tender ao mesmo fim, segundo a sua própria vocação, aptidões e condição. Os leigos têm o nome de discípulos”.
7 Cf. Sb 8,1.
8 As Irmãs Pastorinhas, e mais exatamente as Irmãs de Jesus Bom Pastor, têm o ano de 1936 como o ano de sua fundação; de fato, porém, só em 7/10/1938 abriram a sua primeira casa em Genzano di Roma (na diocese de Albano Laziale).
* Conforme notado no seu lugar, este parágrafo é aqui inserido, de acordo com o ds original.
9 “E agir no seu lugar”: acréscimo manuscrito.
10 No mês de julho de 1914 o Pe. Alberione começou a lançar os fundamentos da futura “Pia Sociedade de São Paulo”. No dia 14 de julho, apresentou ao bispo de Alba, D. José Francisco Re, um projeto da fundação. A 20 de julho o bispo dava em termos gerais, a sua aprovação oral. No dia 24 de julho, alugara-se, na Praça Cherasca em Alba, uma parte da casa da srta. Vitória Degiacomi. A 26 de julho, último domingo do mês, compraram-se as primeiras máquinas de imprimir. Nos dias sucessivos foram acolhidos os primeiros jovens e, com uma função religiosa simples e breve, o dia 20 de agosto de 1914, festa de s. Bernardo e data da morte do Papa Pio X, foi consagrado como dia da fundação.
11 A seguir ao atentado de Sarajevo (assassínio do casal arquiducal de Absburgo), a Áustria declarou guerra à Sérvia, no dia 28 de julho de 1914.
12 Francisco José, Imperador da Áustria (1830-1916).
13 José Melchior Sarto, nasceu em Riesi (hoje Riese San Pio X, na Diocese de Treviso), no dia 2/6/1835: foi eleito Papa, tomando o nome de Pio X, no dia 4/8/1903; morreu no dia 20/8/1914. Foi canonizado no dia 29/5/1954.
14 Veja-se abaixo, AD 50-55.
15 São os conhecidos homens políticos italianos José Mazzini (1805-1872), Camilo Benso conde de Cavour (1810-1861) e Marco Minghetti (1818-1886).
16 Cf. Leão XIII, Carta Testem benevolentiae, ao arcebispo de Baltimore, de 22/1/1899.
17 Em fragmento manuscrito do A. encontramos a redação seguinte, que poderia ser a primeira redação dos parágrafos 48-62: “A Leão XIII, grande construtor, sucedera o pontífice da prática…” (cf. AD 50, 60-62).
“As descobertas que revolucionavam a produção, o cinema, o rádio, a televisão encontravam-se na infância ou no nascimento, ao passo que a organização, a imprensa, a escola eram as verdadeiras forças introduzidas nas Constituições ou que se formaram nos hábitos de vida” cf. AD 54).
“Riquezas vindas das circunstâncias…” (cf. AD 48).
“Clero fiel às diretrizes da Santa Sé e não poucos sacerdotes embebidos de liberalismo… Clero ainda parado nos métodos pastorais e impaciente por usar sistemas, associações, obras atualizadas e a pastoral passava por notável rejuvenescimento e como acontece em tais casos, alguns muito entusiastas pela ação, sem a oração, daí a condenação do americanismo, outros fiéis aos caminhos certos” (cf. AD 49).
“Perturbação gravíssima nas mentes, na imprensa, na vida e […] nos espíritos adveio do modernismo, o qual enraizou particularmente no jovem clero e entre os estudantes de teologia” (cf. AD 51).
18 O Modernismo, vasto movimento filosófico-teológico do início de nosso século, foi condenado por dois importantes documentos pontifícios: o decreto do Santo Ofício, Lamentabili, de 3/7/1907, e a encíclica de S. Pio X Pascendi dominici gregis, de 8/9/1907. Tendo-se presente que Tiago Alberione fora ordenado sacerdote no dia 29/6/1907, é fácil compreender a influência que tal condenação tivera sobre ele e sobre seus planos apostólicos.
19 Deve-se entender: os princípios liberais agravaram os males que perturbavam o sistema econômico; o liberalismo (ou “capitalismo”) econômico provocou, por reação, o socialismo ou o comunismo.
20 Célebre a enc. Rerum Novarum sobre a questão social, de 1891.
21 Cf. Leão XIII, enc. Graves de communi re, 18-1-1901.
22 Foram testemunhas desse empenho político, por exemplo, dois sacerdotes: Romano Murri (1870-1944) e Luís Sturzo (1871-1959). O primeiro foi condenado como modernista, o segundo não sofreu condenações. Ambos são considerados os pais da Democracia Cristã na Itália.
23 Expoentes da ala extremista, filossocialista, foram Ernesto Buonaiuti (1881-1946) e outros sacerdotes do chamado “grupo radical romano”.
24 Sobre esse argumento, cf. Domingos Massè, Il caso di coscienza del Risorgimento italiano dalle origine alla Conciliazione, Società Apostolato Stampa, Alba, 1946.
25 O Non expedit (= não é conveniente) era a proibição feita aos católicos ita-lianos por Pio IX, desde 13/10/1874, de participar na vida política, na Itália, quer como eleitos quer como eleitores, devido à afronta feita pelos governantes italianos com a tomada de Roma (20/9/1870).
26 Sobre estas “diretrizes papais”, cf. Documentos pontifícios sobre a imprensa (1878-1963), Tipografia Poliglota Vaticana, s.d.; Documentos pontifícios sobre o rádio e sobre a televisão (1929-1962), Tipografia Poliglota Vaticana, s.d.; E. Baragli s.j., Cinema católico: documentos da Santa Sé sobre o cinema, Città Nuova, Roma, 1965.
27 Esta última frase foi acrescentada manualmente pelo A. ao ds.
28 Assim no ms. No ds ao invés o verbo está no presente (dispõe), mas cremos seja erro de digitação.
29 A Universidade Católica do Sagrado Coração, de Milão, fundada no dia 7/12/1921 foi juridicamente reconhecida pelo Governo italiano no dia 2/10/1924.
30 Sobre toda esta questão cf. G. Barbero, cit. pp. 187-197.
31 O card. Pedro Maffi (1858-1931), arcebispo de Pisa, foi grande admirador do Pe. Alberione; quanto ao Toniolo e ao Paganuzzi, cf. acima (AD 14 e 20). Nicolau Rezzara (1848-1915) foi grande organizador católico.
32 A obra dos Congressos e dos Comitês Católicos, no período de sua existência, foi, na Itália, a principal organização dos católicos italianos. Surgiu em 1874 e foi dissolvida por Pio X, no dia 30/7/1904.
33 A União Popular, associação católica da Itália. Surgiu após o desaparecimento da Obra dos Congressos, a fim de reunir os católicos de todas as classes sociais, num único centro de doutrina, de propaganda e de organização social. Cf. a carta Il fermo proposito, de Pio X, de 11/6/1905. Na Alemanha a União Popular chamava-se Voksverein (cf. AD 17, nota 13).
34 Estes escritos, observa o Pe. Barbero, pertencem a diversos autores; alguns são do Pe. Tiago Alberione. Esta afirmação, um tanto genérica, é assim pontualizada por A. Damino na Bibliografia do Pe. Tiago Alberione (Edições do Arquivo Histórico Geral da Família Paulina, Roma, 1984), p. 112: “Iniciou-se o exame da coleção do ano de 1911. Na realidade os escritos sobre a União Popular são abundantes, mas nenhum deles é assinado com um nome próprio; por isso aquele “escreveu-se” fica indeterminado. É provável contudo que a maior parte desses escritos sejam de autoria do teol. Francisco Chiesa, presidente da seção diocesana da União. No período turbulento do pós-guerra, a Gazzetta, combativa e polêmica, tomou decididamente posição em defesa dos valores religiosos e do Partido Popular. Do diretor, isto é, do Pe. Alberione, devem ser certos vivos “leads” e “opinativos” e vários breves artigos de fundo, ainda que a sua assinatura nunca apareça”.
35 As três pessoas eram: o bispo de Alba, que se serviu do Côn. Chiesa e do Pe. Alberione. O Côn. Francisco Chiesa escreveu um pequeno opúsculo intitulado L'Unione popolare spiegata ai contadini, impresso em Alba, pela Tipografia Albese, (ex-Paganelli), em 1908, e difundido ao preço de 10 centavos cada um. Segunda edição deste pequeno opúsculo foi feita em 1912. Para mais notícias sobre o trabalho feito na diocese de Alba pelo Pe. Tiago Alberione em prol da União Popular, cf. o periódico La Settimana Sociale (que iniciou as suas publicações em Florença em 19/1/1908); no n. do 25/11/1911, à pág. 5, há um longo elenco das vilas do Albense em que os dois teólogos Chiesa e Alberione fizeram conferências, mas é de suponível que tivessem como base o opúsculo citado, do Côn. Chiesa.
36 Sobre o “Non expedit” cf. o n. 53. O papa Pio X, com a citada enc. Il fermo proposito de 1905, autorizou os bispos italianos a conceder a revogação ao “Non expedit” e a permitir que os católicos italianos participassem da vida política. Surgiram então os primeiros católicos deputados. Não se desejava ainda os primeiros deputados católicos, porque não se queria, então, um partido político de católicos.
37 O Partido Popular Italiano foi fundado em Roma por um grupo de corajosos, guiados pelo Pe. Luís Sturzo (1871-1959), com um “Appello al paese”, assinado a 18/1/1919.
38 O juízo (negativo) do Pe. Alberione seminarista e sacerdote sobre a Maçonaria inspirava-se, naturalmente, na enc. Humanum genus de Leão XIII, de 20/4/1884 e na Instr. do Santo Ofício Ad gravissima avertenda de 10/5/1884. - Cf. R. F. Esposito, A maçonaria… Paulus, São Paulo.
39 Movimento político, fundado em Milão em março de 1919 por Benito Mussolini (1883-1945), que em 1933 tornou-se partido único: Partido Nacional Fascista.
40 Duas congregações da Família Paulina têm são Paulo como especial Patrono: A Pia Sociedade de São Paulo e a Pia Sociedade Filhas de São Paulo. Também a espiritualidade dessas congregações baseia-se nas Cartas de são Paulo e sobre a vida apostólica paulina, narrada nos Atos dos Apóstolos. As outras congregações e Institutos da Família Paulina possuem do Apóstolo são Paulo o espírito e a de-voção.
41 P. M. = Primeiro Mestre. “Foi o Abade Mauro Serafini, O.S.B. (1859-1925), Secretário (desde 1918) da Sagrada Congregação dos Religiosos, quem sugerira o título de “Mestre” ao Superior Geral do novo Instituto da Pia Sociedade de São Paulo. É por isso que, no decreto de Dom José Francisco Re, de 12 de março de 1927, encontra-se o título de “Primeiro Mestre” dado ao Fundador da Pia Sociedade de São Paulo. Este título tornou-se, a seguir, familiar e substitui o de “Senhor Teólogo” (cf. G. Barbero, Nel XIX centenario del martirio di S. Paolo: Il Sacerdote Giacomo Alberione e gli Istituti Paolini, em Palestra del Clero, 46 (1967) 246-261). Sucessivamente (a 28/7/1929), o próprio Fundador convidou os membros da Família Paulina a chamá-lo com o nome de “Primeiro Mestre”. - A “cura” a que se refere aqui o Fundador aconteceu em 1923.
42 Renato Francisco Rohrbacher (1789-1856) publicou em Nancy em 1842-49 uma ampla Histoire de l'Eglise catholique em 29 volumes que foi depois continuada por Chantrel e Chamard; na Itália saiu em 1876 e foi depois continuada por P. Balan e C. Bonacina até Leão XIII inclusive.
43 José Hergenröther (1824-1890), cardeal desde 1879, publicou o seu importante Handbuch der allgemeinen Kirchengeschichte em Würzburg em 1876-80: foi traduzido para o italiano por E. Rosa e publicado em Florença em 1907-11.
44 Cesar Cantú (1804-1895), historiador, literato, patriota e homem político, publicou a sua Storia universale em 35 volumes em 1833-91.
45 La Civiltà Cattolica é a conhecida revista quinzenal dos jesuitas italianos, que é editada desde o 6/4/1850. L'Osservatore Romano é um jornal diário político religioso que é publicado desde 1/7/1861; é o jornal oficioso da Santa Sé. Os “Atti della S. Sede” são, provavelmente, os Acta Apostolicae Sedis, Commentarium officiale, que ainda são publicados e são o órgão oficial da Santa Sé.
46 “Em conclusão, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honrado, aquilo que é virtude e merece louvor, tudo isso seja objeto dos vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim, é o que deveis fazer. E o Deus da paz estará convosco”. A citação exata é Fl 4,8-9. No v. 9. Pe. Alberione, talvez citando de memória, modifica alguma palavra. O texto exato é: “Quae et didicistis et audistis et vidistis in me, haec agite…”
47 Guilherme Durand (1230 aprox.-1296) foi bispo de Mende, canonista e liturgista. Foram também liturgistas Bartolomeu Gavanti (1569-1638), Luís Rodolfo Barin (1883-1933), Gaspar Destefani (1884-1952), Próspero Guéranger (1805-1875), Emanuel Caronti (1882-1966), Alfredo Hildefonso Schuster (1880-1954, que foi também cardeal), Pedro Veneroni (1862-1935), Ludovico Eisenhofer (1871-1941) e Gaspar Lefèbvre (1880-1966).
48 As Ephemerides Liturgicae eram uma revista de liturgia fundada em Roma por Calcedônio Mancini em 1887.
49 A Rivista Liturgica foi publicada sob a direção dos Beneditinos do mosteiro de Praglia (Teolo, Pádua) e do mosteiro de Finalpia (Finale Ligure, Savona) por iniciativa de Manuel Caronti, desde 1914. Ela se propôs um programa de sólida divulgação litúrgica e se tornou, depois, o órgão oficial do movimento litúrgico na Itália.
50 Cf. Pio X, motu próprio Tra le sollecitudini, de 22/11/1903.
51 Foi pulicado em Alba (Cuneo) em 1935; foi redigido por quatro paulinos: A.G. Colasanto, G.B. Chiesa, A.B. Nosetti, e A.B. Segato.
52 Il Bollettino parrocchiale liturgico iniciou as publicações no 1932.
53 As Pias Discípulas do Divino Mestre são a segunda Congregação feminina fundada pelo Pe. Alberione; consideram como seu “dies natalis” 10/2/1924; tornaram-se de direito diocesano em 3/4/1947 e de direito pontifício em 12/1/1948. Entre os seus apostolados primários há o viver e fazer a liturgia; desde 1952 publicam a revista mensal La vita in Cristo e nella Chiesa, uma revista litúrgica destinada aos agentes de pastoral.
54 A estatística refere-se, naturalmente, aos últimos meses do ano 1953.
55 Idealizada desde 1915, quando Tiago Alberione se tinha associado ao Pe. José Rosa (n. 9/5/1875; f. 1929), esta igreja foi construída muitos anos depois, em Alba, no Borgo Piave, onde surgiu a Casa das Filhas de São Paulo, que elas consideram como a Casa-Mãe. Foi benta no dia 25/10/1936 por Dom Luís Maria Grassi, bispo de Alba. Sucessivamente tornou-se igreja paroquial para a zona circunstante. Outra grande igreja a Jesus Mestre se encontra em Roma.
56 Esta igreja encontra-se em Roma, no centro dos edifícios que a Pia Sociedade de São Paulo e a Pia Sociedade Filhas de São Paulo têm entre as atuais ruas Alessandro Severo e Antonino Pio. Erigida em cumprimento de um voto a Maria Santíssima, em vista de sua proteção materna durante a guerra de 1939-1945, esta igreja foi iniciada em 1945 e consagrada no dia 30/11/1954. É santuário e centro de união espiritual dos membros da Família Paulina. Cf. Storia e arte del Santuario Regina Apostolorum, monografia escrita por Humberto Muzzin, ssp, com a colaboração de outros paulinos, por ocasião do XV aniversário da consagração do templo (Edições Paulinas, Roma, 1969). Por ocasião do primeiro centenário do nascimento do Fundador, o Santuário foi erigido em “Basílica Romana Menor”.
57 A igreja de S. Paulo foi erigida em Alba (Cuneo) no centro dos edifícios da Casa-Mãe da Congregação masculina, Pia Sociedade de São Paulo. Foi aberta ao culto em outubro de 1928. Cf. Il tempio di San Paolo in Alba, História e arte, G. Cinaglia - E. Fornasari, ssp, Alba 1988.
58 Cf. Ut perfectus sit homo Dei, II, 243-244.
59 Referência explícita à questão debatida acerca do princípio “A arte pela arte” sustentado pelos intelectuais tardio-romantistas.
60 Em 1913, em Milão, por obra da Sociedade “Amigos da arte cristã”, começou a ser publicada uma revista intitulada Arte Cristiana. Inspirador e fundador desta revista foi dom Celso Costantini, depois cardeal (1876-1958). A revista propunha-se o amor e o cultivo da arte sacra, em geral, e da arte litúrgica, em particular.
61 Cf. Appunti di Teologia Pastorale. Primeira edição datilografada, para impressão fotostática, Alba, 1912. Das páginas 469 até à página 481 há um capítulo sobre a Construção de igrejas (cf. AD 83).
62 “Estende-se aos confins do mundo, e tudo dispõe com suavidade e com força” (cf. antífona do Magnificat nas vésperas de 17 de dezembro).
63 Cf. G. Barbero, Don Giacomo Alberione, catechista e compilatore di catechismi, pp. 237-241, no volume de Espósito R. F., Teologia dos meios de Comunicação Social, Edições Paulinas, 1970 e também Sussidi per la catechesi, jan-fev. 1972.
64 Não se sabe exatamente a que paróquia ele quer aludir; uma delas é certamente a de São Bernardo, em Narzole, onde Tiago Alberione foi coadjutor, em 1908. Outra é, provavelmente, a de São Pedro in Vincoli, em Benevello; mais difícil é estabelecer a terceira: pode ser a dos Santos Cosme e Damião, em Alba, ou a própria catedral de Alba (cf. AD 104s), ou da paróquia de Guarene (cf. M. L. Ricci, Madre M. Scolastica).
65 Cf. G. Barbero, Storia della pastorale: pastorale pratica e pastorale teorica del sacerdote Giacomo Alberione (1884-1971), em Palestra del Clero 52 (1973) 311-317.
66 Cf. Mt 28,19; Mc 16,15.
67 A realização concreta começou somente em 1936, e se delineou melhor em 1938.
68 A primeira edição datilografada fotostática destes apontamentos traz a data de 1º de agosto de 1912. A segunda edição (primeira impressa) saiu em Turim, em 1915, por obra do editor Pedro Marietti.
69 Na segunda edição de 1915, na pág. VII, encontra-se citada a palavra de louvor e de animação do Card. Agostinho Richelmy (1850-1923), arcebispo de Turim. O prefácio do cardeal traz a data de 2/2/1913.
70 Henrique Swoboda, teólogo (1861-1923). A versão italiana do seu livro La cura d'anime nelle grandi città foi publicada em Roma em 1912.
71 Cornélio Krieg (1838-1911).
72 A primeira tentativa de atuar este vasto programa cumpriu-a Pe. Alberione nos anos '30, encarregando um grupo de clérigos e de jovens sacerdotes paulinos de preparar livros de texto para as aulas ginasiais e liceais, acerca de todas as matérias dos programas escolásticos: literatura, ciências, história etc. Sugeriu o método e seguia-lhe a execução. O maior esforço foi, todavia, o de aviar, nos anos '50, a enciclopédia sobre Jesus Mestre. Cf. adiante, AD 185-200, e CISP 119ss.
73 Cf. AD 49s.
74 Antonio Fogazzaro (1842-1911), romancista. Publicou o seu célebre romance “O Santo”, em 1905; o decreto de condenação é de 5/4/1906.
75 A carta encíclica de Leão XIII Aeterni Patris, sobre o estudo da filosofia de Santo Tomás de Aquino, traz a data de 4/8/1879.
76 Cf. acima, AD 64.
77 Cf. Rm 11,24.
78 Constituições da Pia Sociedade de São Paulo, Edições Paulinas, Roma, 1950.
79 Cf. J. M. Galaviz H., El carro paulino, México 1992; vers. it.: Il “carro”paolino, Ed. Arquivo Histórico Geral da F. P., Roma, 1993.