Bem-aventurado Tiago Alberione

Ópera Omnia

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INTRODUÇÃO

Donec formetur Christus in vobis1 (= DF) é um pequeno livro, formato 16 x 10 cm, de 110 páginas, composto de pequenos capítulos, geralmente divididos em três pontos numerados, os quais, por sua vez, são freqüentemente subdivididos em elencos marcados pelas letras a, b, c. O vocabulário é o comum à teologia ou espiritualidade da época e as frases são breves, muitas das quais em latim, tomadas do Novo Testamento.
Publicado pelo Pe. Tiago Alberione em 1932, o DF não foi muito considerado. Somente de uns vinte anos para cá foi sendo progressivamente redescoberto, e se tornou objeto de estudo e ponto de referência em Exercícios Espirituais, planos de formação e encontros de espiritualidade.
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A linguagem do DF ressente-se dos seus sete decênios de história e segue um sistema de enunciados, desligados, à primeira vista, de um determinado contexto.
Se a abordagem ao DF, atualmente, não é fácil para as pessoas de língua italiana e que viveram sempre na Itália, com maior razão a experiência mostra a grande dificuldade que o texto suscita em outros contextos e mentalidades.
Ao nos aproximarmos desta obra, encontramo-nos diante de um verdadeiro desafio, constituído por interrogações como estas: que relação, realmente, tem o DF com a vida do Fundador e com a experiência vivida pela nascente Família paulina? É possível encontrar chaves atendíveis para uma leitura contextualizada e uma renovada interpretação dos breves capítulos desta obra, hoje considerada de grande importância carismática?
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Para responder a essas e outras perguntas, o presente trabalho pretende, já desde o início, procurar as bases deste pressuposto: o livro Donec formetur Christus in vobis constitui para a Família paulina uma proposta de vida, que alcança o seu pleno significado quando se reevoca o caminho percorrido pelo pe. Alberione e pela primeira geração paulina.
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De fato, não se trata de uma obra escrita para leitura discursiva, na qual se desenvolve uma exposição sistemática dos temas. Não deve ser entendida, também, como conjunto de esquemas ou sintéticas anotações desconexas, colocadas juntas para fins ocasionais. Donec formetur é, ao invés, um documento bem estruturado no seu conjunto e em cada uma das suas partes, preparado de forma modesta, mas com objetivos definidos e duradouros.
Donec formetur Christus in vobis delineia o quadro de referência da vida paulina, apresentando, em forma de sentenças, os traços do espírito paulino que deverão ser lidos à luz da história carismática, para depois poderem ser acolhidos na reflexão e na oração, e abraçados num estilo de vida que é, ao mesmo tempo, ventre fecundo e testemunho operoso de uma missão especial.
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Apresentaremos aqui o Donec formetur Christus in vobis segundo a edição impressa em 1932 (= DFst). Existe também o caderno que contém a versão manuscrita (= DFms), utilíssima para a compreensão da obra, como será indicado, e que poderá ser editada separadamente, de preferência utilizando recursos multimediais.
Recentemente foi publicada a edição crítica que reune o documento impresso e o original manuscrito; essa estava marcada por números marginais, já citados em estudos e documentos.2 A presente edição considera como típica a impressa em 1932, e pretende criar, portanto, nova numeração marginal, baseada no número das páginas.3
O objetivo principal é ajudar especialmente as novas gerações paulinas a ler e entender esta obra do Fundador, concentrando as nossas informações seja nesta Introdução como nos comentários ou nas notas de rodapé do livro.
Esta opção exigiu assumir e percorrer um caminho longo e útil se não necessário, para conectar os fatos e explicar a sua concatenação. Também orientou para a opção de apresentar numerosas e amplas citações, para o benefício das pessoas que não têm fácil acesso à documentação original examinada.
Provavelmente a escolha de numerar os parágrafos (ou grupos de parágrafos) desta Introdução4 tornar-se-á um instrumento muito útil para poder criar uma ligação com as páginas do texto e vice-versa, favorecendo assim o trabalho de colocar o texto no seu contexto.
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A abordagem do DF requer a mesma atenção necessária para toda leitura de uma obra clássica - em sentido amplo, ou seja, que goza de particular importância, mas que não é publicação recente. Para poder entender o significado do texto torna-se imprescindível o aprofundamento da pessoa e pensamento do autor.
Pe. Alberione e as gerações paulinas da primeira hora da fundação viviam uma radicalidade inspirada na mensagem evangélica, neotestamentária e bíblica, e eram movidos pela consciência das necessidades dos tempos novos. Encaminhando-se para o final da vida, o Fundador, reconsiderando o caminho feito, declarou: A mão de Deus sobre mim - como nos conduziu.
Inspirando-nos, portanto, nas categorias bíblicas e nas palavras de pe. Alberione, articularemos a presente introdução em duas partes:
1. O tempo da Aliança: a mão de Deus sobre mim....
2. O livro da Santidade: ...como nos conduziu.
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1.
O TEMPO DA ALIANÇA
A mão de Deus sobre mim…

Basta considerar com um pouco de atenção os inícios da Família paulina para perceber não só o entusiasmo das primeiras gerações, mas também o seu crescimento exponencial em todos os aspectos. Percebe-se também que tudo se desenvolve como seguindo um velado planejamento e, ao mesmo tempo, uma determinada gradatividade.
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Outro aspecto que facilmente se constata consiste no fato de que o período fundacional envolve muitíssimas pessoas, mas em tudo a figura de pe. Alberione exerce, com sobriedade, e ao mesmo tempo com energia, a função de único canal da inspiração de Deus:5 Todo o seu agir e o seu falar manifestam o homem de Deus, o homem desprendido do mundo e totalmente concentrado em Deus: deste centro tudo pensa, move e avalia.6
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Parece importante, portanto, descrever o caminho pessoal do Fundador e o caminho da Fundação. Estes dois temas podem ser expressos com a linguagem bíblica da escolha e da missão pessoal e coletiva nos seguintes termos: Hoje te constituo sobre os povos... Para edificar e plantar (Jr 1,10); e: Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa (Ex 19,6).
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1.1 Hoje te constituo sobre os povos... para edificar e plantar (Jr 1,10)

Diversas vezes, especialmente em Abundantes divitiae gratiae suae (= AD),7 Pe. Alberione comunicou as suas experiências vocacionais e espirituais recorrendo a passagens da Sagrada Escritura. Pode-se constatar, além disso, que as suas afirmações sobre o passado são geralmente confrontadas com outros documentos e informações.
De modo geral, o testemunho de pe. Alberione é aqui acolhido como verdadeira expressão da sua experiência efetiva, e não somente como sua releitura, mais de caráter redacional que histórico.
Considerando, pois, o cuidado vigilante que ele teve sobre cada passo da obra nos tempos da fundação, usaremos aqui documentos tomados do periódico Unione Cooperatori Buona Stampa [União dos Cooperadores da Boa Imprensa] (= UCBS)8 como expressão da vida da comunidade, mesmo quando não é possível certificar-se com segurança que sejam atribuíveis diretamente ao Fundador. Guia-nos, de fato, a intenção de entrar em sintonia e comunicar a inspiração carismática que movia o Fundador e os seus primeiros discípulos e discípulas.
Para alcançar tal objetivo, queremos ora considerar a vida de Tiago Alberione, desde o nascimento até o início das fundações.
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1.1.1 Quando... era criança eu o amei (Os 11,1)

Tiago Alberione nasceu a 4 de abril de 1884, em San Lorenzo di Fossano, e cresceu no ambiente rural perto da pequena cidade de Cherasco.
As relações privilegiadas da sua infância foram com a mãe, Teresa Allocco, com a professora da Escola de Ensino Fundamental, Rosa Cardona, e com o ambiente da paróquia de São martinho (AD 10-12).
Iniciando a Escola de Ensino Fundamental, Tiago Alberione, comparável a um menino que hoje chamaríamos do terceiro mundo, percorria, todos os dias, a estradinha que subia paraCherasco.Antesdechegarnaescola,paravacom os outros meninos no Santuário da madonnina. O Reitor, pe. Francisco Maria Faber, os assistia e os entretinha com explicações e comentários que não deixaram de dar frutos.
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[DFst9 84-85] Durante a primeira e a segunda série do Ensino Fundamental a professora Rosa Cardona ajudou-o a adquirir gosto pelo mundo da escola e contribuiu para a tomada de consciência da mais significativa orientação da sua vida: a vocação sacerdotal (AD 9).10
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Na terceira série do Ensino Fundamental, o professor Tommaso Rabbia acompanhou com atenção Tiago Alberione, que, no final do ano, foi o primeiro da classe. Também na quarta série, sendo o seu professor Giuseppe Riaudo, obteve, com outros quatro alunos, a nota máxima.
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Durante a primeira série do antigo ginásio, ele almoçava na casa paroquial com o pároco pe. Giovanni Battista montersino, que, com freqüência, convidava para o café, depois do almoço, algumas pessoas amantes da cultura, entre as quais encontravam-se também alguns professores de Tiago Alberione.
[DFst 68-70] Nesses encontros o jovem aprendeu a amar os livros e ficou fascinado pelo mundo da música, da literatura, da história e da filosofia.11 Mais ainda: sentiu-se imerso na realidade eclesial, e a Igreja tornou-se para ele o ambiente natural, o seu imprescindível quadro de referência e a fonte sublime de muitos e grandes ideais para o futuro. É neste pequeno grupo de pessoas que tem início o itinerário espiritual e cultural do futuro apóstolo.
[DFst 17ff] Estas pessoas contribuíram para desenvolver no jovem Alberione o gosto do aprendizado, ou da 'estudiosidade', mais que do estudo como disciplina; o gosto pela purificação entendida como crescimento, mais que como ascese baseada na consideração negativa de si mesmo.
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[DFst 43ff] Este quadro de referência paroquial, aberto, representou para Alberione uma primeira conscientização da delicadeza dos próprios sentimentos, fineza de inteligência e vivacidade de imaginação.
Na realidade, teve um efeito colateral imprevisto, desde o momento em que criou os pressupostos para o impacto sofrido ao inserir-se no anonimato de um grupo fechado como o Seminário de Bra, onde não foi compreendido; mas constituiu também uma rocha segura para não fazê-lo sucumbir; e para abrir-lhe as portas de uma casa, o Seminário de Alba, que ele intensamente amou e que lhe restituiu o elã da vida transcorrida no ambiente de São martinho.
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[DFst 13-16] Depois da poda sofrida em Bra, Tiago Alberione chega a Alba movido por renovado impulso interior e dotado de atitudes não comuns: ...possuidor de uma inteligência refinada, profunda, também sofisticada e rica de originalidade, de imaginação e intuição. Ama pensar e refletir. Quer escavar no fundo de si mesmo...12 Passaram-se quase dez anos desde quando o pequeno Alberione começara a cultivar a vocação sacerdotal. A luz inicial foi como uma semente fecunda que fizera raízes profundas, tornara-se uma plantinha, bem cuidada, e agora, após a poda, esperava o momento de manifestar toda a sua vitalidade.
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[DFst 57ss] A intervenção de Deus não se fez esperar. Na noite da passagem do século a glória de Deus envolveu-o de luz (cf. Lc 2,9), convidou-o, admitiu-o na sua intimidade, manifestandolhe o seu amor, por meio do seu Filho presente na Eucaristia: Amou-me e se entregou a si mesmo por mim (Gl 2,20).
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[DFst 83-85. 93-95] Na intimidade daquele Vinde a mim todos (mt 11,28),Alberione sentiu que toda a sua pessoa era envolvida, e teve assim a compreensão de muitas realidades eclesiais e sociais, especialmente das necessidades do tempo e da verdadeira missão do sacerdote (ADds 15). Nessa intimidade, o mestre abriu-lhe a mente e o coração, associando-o a si para uma missão particular: pareceu-lhe evidente o que dizia Toniolo sobre o dever de ser os Apóstolos de hoje, usando os meios empregados pelos adversários. Sentiu-se profundamente obrigado a se preparar para fazer algo por Deus e pelos homens do novo século com os quais viveria (ADds 15).
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Após anos de trabalho e sofrimentos apenas superados, essa experiência de luz constituiu a fonte de um novo impulso, alegre e irresistível: A Eucaristia, o Evangelho, o papa, o novo século, os novos meios, a doutrina do Conde paganuzzi sobre a Igreja, a necessidade de uma nova falange de apóstolos se lhe fixaram de tal modo na mente e no coração que, daí por diante, lhe dominaram sempre os pensamentos, a oração, o trabalho interior, as aspirações. Sentiu-se obrigado a servir à Igreja, aos homens do novo século, e a agir com outras pessoas de forma organizada (ADds 20).13
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[DFst 17ss. 27-28] Tiago Alberione, olhando para si mesmo à luz de Deus, encontrou o verdadeiro fundamento de toda a sua vida: a consciência orientada a reconhecer os próprios limites e a serena adesão à fidelidade do mestre e Senhor que não o abandonara. Por isso afirma com força: Teve consciência bem clara da própria nulidade, e, ao mesmo tempo, sentiu 'vobiscum sum usque ad consummationem saeculi' (ADds 16).
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[DFst 14-16. 84] A convicção de ser amado pelo Senhor levou Alberione, no seu caminho de formação ao sacerdócio, a corresponder, doando-se totalmente, ou seja, não descuidando de nada que poderia servir para o desenvolvimento da sua personalidade, em vista da missão à qual se sentia chamado: permanecia, no fundo, o pensamento de que é necessário desenvolver toda a personalidade humana para a própria salvação e para um apostolado mais fecundo: mente, coração, vontade; como ele quis expressar na inscrição posta sobre o túmulo do amigo Borello (1904) (ADds 22).
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[DFst 17] Convém aqui antecipar que essas experiências juvenis de Pe. Alberione refletir-se-ão no, especialmente na parte que se refere à Via purificativa, entendida como busca profunda e serena de sintonia com o projeto de Deus.
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[DFst 55-56. 63-64. 88. 95-96] No Seminário de Alba os formadores falavam com freqüência da passagem do século, também com os termos usados pela encíclica Tametsi Futura,14 sobre O Redentor, que descrevia os males da sociedade, inspirando-se no primeiro capítulo da Carta aos Romanos. Quando falavam das forças vivas da Igreja, usavam, certamente, tom semelhante, por exemplo, ao adotado por La Civiltà Cattolica ao apresentar o florescer, em número de membros e de obras, por parte das antigas Ordens religiosas, o surgimento de novos Institutos, o multiplicar-se dos Institutos femininos, a novidade e vastidão do apostolado das mulheres e do laicato.15
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[DFst 40. 74-78] Preparado por esses ensinamentos, Alberione sentiu que a luz particular que veio da hóstia santa não somente tinha realizado nele uma grande mudança, ou uma conversão semelhante a do Apóstolo Paulo, mas teria suscitado o mesmo movimento em muitas pessoas: Divagando com a mente, no futuro, parecia-lhe que, no novo século, almas generosas sentiriam o que ele sentia; e que fazendo parte de uma organização poderiam realizar o que Toniolo tantas vezes repetia: 'Uni-vos; se o inimigo nos encontrar isolados, nos vencerá um por um' (ADds 17).
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[DFst 51] São muitos os testemunhos sobre a aplicação constante de Alberione no estudo e numa contínua reflexão.16 Como exemplo para confirmar o empenho do jovem Alberione na resposta ao chamado de Deus, pode-se tomar em consideração o que resta das suas leituras da Storia universale, de Cesare Cantù, ou seja, o Caderno 36,17 que testemunha a sua sede intelectual, a sua abertura universalista e o seu empenho em documentar-se, até poder afirmar: Tudo foi, para ele, escola (ADds 90).
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[DFst 52-54] Entre alguns escritos juvenis, publicados em Sono creato per amare Dio18 (= SC), encontramos um manuscrito de nove páginas sobre a Bíblia (cf. SC 155-180). São páginas muito significativas, porque demonstram como Alberione quisera retomar muitas das anotações do Caderno 36 para compor uma pequena monografia sobre a Bíblia, livro da humanidade... livro divino, que ocupava, a esta altura, o centro da sua atenção. É possível entrever como aquele tudo foi, para ele, escola tivesse duas referências unificadoras: a oração e a escuta da palavra. Vai nesta direção o solene enunciado inicial: A verdadeira força que rege os afetos do coração, motriz no reino invisível do pensamento, na união intelectual e moral, individual e social, que flui ao longo dos séculos, que se dilata em todas as nações, é a potência da palavra. Fala o homem e fala Deus; o homem, com poucos meios, manifesta os seus verbos mentais; Deus, com meios infinitos, como Ele mesmo é infinito. Ele falou imprimindo o seu Verbo na natureza; de modo que o homem, estudando a natureza, estuda o Verbo de Deus, como corretamente foi dito de Sócrates, que ele conheceu o Cristo, porque estudou a natureza. mas o homem não é apto para compreender de modo adequado e direto as verdades divinas na natureza; assim Deus, segundo a idéia de Tertuliano mantida por S. Tomás, adaptou-se à capacidade humana, recolhendo as suas palavras num livro simples, sublime, a Bíblia (SC 155).
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[DFst 51-52. 80] Numa página, provavelmente de 1954, Alberione indica várias pessoas que o ajudaram na caminhada daqueles anos: No caminho da minha vida, desde 1902, houve pessoas santas que, decididamente, me orientaram. O Côn. Danusso, para a devoção a Jesus mestre, Caminho, Verdade e Vida; o Côn. Chiesa, na formação espiritual e intelectual; Dom Re, guia sempre seguro na crise geral do modernismo; o Côn. Priero, nos seus exemplos de amor ao catecismo, à Eucaristia, à Filosofia tomista, à Sagrada Escritura; em seguida, muitas confirmaram, acrescentaram, corrigiram, encaminharam com todo tipo de ajuda. As três devoções se iluminaram, a vida religiosa pareceu, sempre melhor, o caminho seguro; o Senhor fez tudo.19
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[DFst 96-97] Em Sono creato per amare Dio, Alberione indica como entra no desígnio providencial da sua vocação a proteção de Maria (cf. SC 129). Bem cedo decidiu-se por testemunhar esta graça no modo que mais condizia com a chama que cultivava interiormente: ser incluído entre os apóstolos de hoje, tornando-se apóstolo escritor. Após uma primeira tentativa de redação,20 empenhou-se então na preparação do seu primeiro livro, sobre a Bem-aventurada Virgem das Graças,21 cuja redação remonta a 1906.22
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1.1.2 Estabeleço com ele uma aliança sacerdotal:
o meu zelo no meio do povo (cf. Nm 25,11-12)


[DFs 21-27] O conhecimento do Senhor leva a uma consciência mais viva dos riscos e dos males que afligem o seu povo. Ídolos antigos e novos renascem sempre; semeando aquela inimizade que deforma o rosto da humanidade. Assim, dia após dia, o jovem Alberione aprofundava o significado da oração feita no início do vigésimo século: Que o século nascesse em Cristo-Eucaristia, que novos apóstolos saneassem as leis, a escola, a literatura, a imprensa, os costumes; que a Igreja tivesse um novo impulso missionário, que fossem usados bem os novos meios de apostolado, que a sociedade acolhesse os grandes ensinamentos das encíclicas de Leão XIII, interpretadas para os Clérigos pelo Cônego Chiesa, e que tratavam especialmente das questões sociais e da liberdade da Igreja (ADds 19).
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[DFst 21-22] Tiago Alberione poderia ter passado para o Seminário de Turim; escolheu, ao invés, permanecer no de Alba pelo espírito de família que levava à participação, pelo enfoque do estudo, em sintonia com o progresso das ciências e as necessidades dos tempos, e pela espiritualidade, encarnada num forte espírito pastoral, social e litúrgico.
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[DFst 17.28. 37.67] No mesmo período em que Alberione freqüentava o Curso de Teologia, foi construída a nova capela do Seminário. A sua decoração constitui uma síntese perfeita da formação de Alberione. Tudo parte da Trindade, que revela o plano de salvação na vinda do Filho e no dom do Espírito; daqui derivam: o papel de Maria na Encarnação; a Eucaristia como centro da vida cristã; o Evangelho, apresentado conforme o símbolo dos quatro evangelistas, de modo que resulta o nome da cidade de A-L-B-A; as bem-aventuranças e a via-sacra como expressões da vida cristã; a liturgia como sacrificium laudis; o ministério do bispo a serviço do Reino de Deus; as figuras de Maria e da Igreja; os santos sobre cujas pegadas caminha o povo de Deus, especialmente os seminaristas; e o nicho, atrás do retábulo móvel, para cultivar as devoções especiais.
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[DFst 13-14. 41-42. 49] Os santos figurados apresentam os valores fundamentais da formação dos futuros sacerdotes. Em primeiro lugar, os padroeiros do Seminário: Maria, como Mãe do Bom Conselho, pela sua plena adesão à vontade de Deus; Carlos Borromeu, pelo seu zelo pastoral; Francisco de Sales, pela sua mansidão e direção espiritual; Felipe Néri, pela sua alegria e humor. Depois, dois doutores: Afonso de Ligório, pela teologia moral; Tomás de Aquino, pela teologia dogmática; e duas testemunhas: Lourenço, mártir e padroeiro da diocese, e Luiz Gonzaga, pela pureza e pelo serviço até ao heroísmo. Enfim, nos medalhões, dois exemplos para a juventude: Estanislau Kostka e João Berchmans.23
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[DFst 51-54] Aproximando-se da ordenação sacerdotal, Tiago Alberione tinha consciência de estar radicado na Tradição da Igreja, adquirindo um profundo conhecimento da vida espiritual,24 de ter cuidado intensamente da própria formação intelectual e de ter procurado entender as necessidades atuais da Igreja e da humanidade.
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[DFst 84] Considerando o caminho percorrido, Alberione reconhecia duas presenças providenciais, sobre cujas pegadas inserir o próprio ministério: pe. Giovanni Battista montersino e o cônego Francisco Chiesa.
Para o Pe. Montersino ele escreveu: Enquanto vou me aproximando das sagradas ordens, recordo o princípio da minha vocação, que procede das suas instruções, dos catecismos, dos exemplos de zelo pelas almas. Portanto, se tiver a graça de colocar para sempre a minha vida a serviço de Deus e consagrar as minhas fadigas para a sua glória e para a santificação das almas, devo isso ao senhor. Por isso, enquanto sinto a minha indignidade e o meu coração é inundado de profunda alegria, mitigada somente pela confusão do meu nada, bendigo a Deus por tê-lo posto, bom pastor, para iluminar os primeiros passos da minha vida.25
Com relação ao seu futuro,Tiago Alberione vê o próprio sacerdócio ligado à personalidade extraordinária de Francisco Chiesa. Este, de fato, não o desiludiu, como pe. Alberione mesmo testemunhou no final da vida: Dele se recebeu o ensinamento, o espírito, a orientação; a ajuda quotidiana de muitos anos, em vários modos. A sua vida foi excepcional e heróica em todas as virtudes; o seu zelo voltado para todas as pessoas e todas as iniciativas; um mestre que com a ciência comunicava o espírito; pároco modelo.26
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[DFst 84-85. 100] No momento da ordenação, Tiago Alberione tem na alma uma imagem grandiosa do ministério sacerdotal27e, poucos anos depois, a comunicará em uma sua obra programática, Appunti di Teologia Pastorale:28 O sacerdote, portanto, não pode ser somente um homem que vive para si: não pode ter como lema as palavras: Eu-Deus. É absolutamente necessário que ele trabalhe para a salvação dos outros, que escreva sobre a própria bandeira: Eu-Deus-Povo (p. 1). O sacerdote não é, portanto, um simples sábio: nem é também um simples santo: mas é um sábio-santo, que se serve da ciência e da santidade para se fazer apóstolo, isto é, para salvar as almas (p. 2). Também os livros que tratam das qualidades e dos deveres dos eclesiásticos muito freqüentemente se delongam a tratar sobre o estudo e a piedade, muito pouco, ao invés, sobre o zelo. No entanto, o zelo é parte essencialíssima do sacerdote: é a finalidade à qual devem servir a ciência e a piedade; é como o distintivo do apóstolo. É necessário, portanto, formar o zelo. Este nasce de um grande espírito de piedade que faz desejar intensamente a glória de Deus e a salvação das almas, e se serve da ciência sacerdotal como meio indispensável; enquanto que no seu exercício supõe que um sacerdote tenha os meios materiais necessários à existência, para dedicar todo ou quase todo o seu tempo às almas (pp. 5-6).
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[DFst 21-22. 84-85] Animado por este espírito, após a ordenação sacerdotal, recebida no dia 29 de junho de 1907, o jovem sacerdote Tiago Alberione manifesta o seu dinamismo, especialmente quando, de volta como vigário paroquial de São Bernardo Abade, em Narzole, assume o cargo de Diretor Espiritual no Seminário de Alba.
No trabalho como Bibliotecário, procura atualizar a Biblioteca; assume com seriedade o ensino da Liturgia e declara: Nomeado depois mestre de cerimônias, sacristão no seminário, cerimoniário do Bispo, com o encargo de preparar o livro das cerimônias, sentiu sempre mais o gosto de rezar a oração da Igreja e com a Igreja (ADds 72).
Dedica-se com particular esmero a todas as iniciativas relacionadas com o espírito social: A providência dispôs, para isso, uma longa preparação. O trabalho feito para a Universidade Católica de milão (1905-1906) a fim de angariar fundos para o Comitê promotor da sua fundação. Cursos de conferências sociais, estudos sociais nos anos de Teologia e sucessivos, os congressos de índole social dos quais teve de participar por disposição dos superiores, a cooperação com organizações e obras sociais, as relações com homens da Ação Católica, entre os quais o Cardeal Maffi, o professor Toniolo, o Conde Paganuzzi, o Contador Rezzara (ADds 58-59).
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[DFst 85.88] Em cada coisa, porém, Alberione tinha um ponto focal que não o abandonava desde a noite do início do século, isto é, a sua vocação especial. Esta não era a de se tornar nem cura e nem pároco, como confiou a um seu amigo: Faz-me sorrir a idéia de recolher os jovens ao meu redor; ...tantos jovens como Dom Bosco, para encaminhá-los ao apostolado.29
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[DFst 76-77] Pe. Alberione via e vivia cada coisa na perspectiva desta missão, examinando tudo segundo o método dos quatro fins de Eymard: Do Cônego Chiesa aprendera a transformar tudo em objeto de meditação e de oração diante do mestre divino: para adorar, agradecer, propiciar, pedir (ADds 68).
Não se tratava somente de um esclarecimento do próprio íntimo, como fim a si mesmo, mas Alberione sentia-se levado pela necessidade de considerar todas as coisas em vista de uma total doação de si e de tomar decisões apropriadas para estar à altura das novas tarefas (ADds 55). E isto num clima de graves agitações e desorientações, graves males e necessidades sociais, econômicas e políticas.
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[DFst 90-91] Considerando as diversas iniciativas eclesiais e delas participando pessoalmente, declarava que em certo momento teve uma nova experiência de luz que o levou a fazer a passagem da idéia de organização de católicos à idéia de organização religiosa (ADds 7): Lá pelo ano 1910 deu um passo definitivo. Viu com mais clareza: escritores, técnicos, propagandistas, mas religiosos e religiosas... (ADds 24).
Via, por isso, a necessidade de encaminhar sim uma nova realidade, mas plenamente inserida no tecido eclesial, assumindo a radicalidade evangélica, mediante a consagração religiosa.
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[DFst 80] Talvez a Família paulina não tenha ainda evidenciado suficientemente a capacidade de reflexão e o empenho no discernimento por parte de Pe. Alberione, em relação ao carisma das suas fundações. Convém, por isso, considerar brevemente dois elementos do seu itinerário: o seu ministério de Diretor Espiritual no Seminário de Alba e os exercícios espirituais.
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[DFst 11-12] Temos à nossa disposição quatro instrumentos preciosíssimos para conhecer melhor pe. Alberione e a sua capacidade de reflexão, estudo e documentação: três Notas (pequenos registros)30 e o Caderno de Índice.31
O confronto entre estas Notas e o Caderno de Índice permite reconstruir o roteiro das meditações propostas pelo Pe. Alberione no Seminário de Alba, especialmente de 1908 a 1914, e de constatar como eram cuidadosamente programadas e preparadas por escrito. Não só, mas a cada vez Pe. Alberione avaliava tanto o seu próprio desempenho como também a incidência alcançada sobre os seminaristas. Ele se comprometia em avaliar com grande sinceridade cada proposta formativa, tanto as suas32 quanto dos outros sacerdotes.33
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[DFst 80] Há quem resume numa expressão aquela que era considerada pelos padres da Igreja a condição fundamental para ser pai espiritual: A condição essencial e indispensável para tornar-se pai espiritual de alguém é, antes de tudo, a de ter conseguido se tornar ele mesmo espiritual.34 por sua parte, o bispo Dom Re reconheceu em pe. Tiago Alberione, um ano depois da ordenação sacerdotal, o carisma da paternidade espiritual.
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[DFst 20-27] Os esquemas das duas primeiras meditações propostas aos Clérigos, como Diretor Espiritual, revelam que Pe. Alberione estava perfeitamente preparado para o novo ministério.
Na meditação de 27 de outubro de 1908, uma semana depois da sua volta de Narzole ao Seminário, propõe duas orientações sobre a necessidade e sobre o modo de fazer a meditação, base para o crescimento na relação com Deus (fé - esperança - caridade) e para o desenvolvimento da personalidade (razão - vontade - coração). E em duas linhas traça um plano de extrema importância, com abertura de 180 graus: eliminar o mal, buscando a sintonia com o plano de Deus (montar um relógio) para poder doar-se no apostolado ou fazer o bem aos outros.35
Nos três pontos sobre o modo de fazer a meditação36 é possível já ler claramente as indicações sobre a natureza da meditação, sobre o caráter dialogal da orientação de Pe. Alberione e sobre o projeto que pensa concretizar.
Estes três pontos, considerados em relação com os desenvolvidos na segunda meditação, no dia seguinte, permitem constatar como pe. Alberione tivesse já profundo conhecimento da espiritualidade afetiva e efetiva de S. Francisco de Sales,37 da dinâmica dos Exercícios de Santo Inácio e das obras de espiritualidade, como do Chaignon38 e do Faber.39 Basta um olhar sobre este Notas, para perceber quantos autores são também explicitamente citados: Santo Afonso, Scaramelli, Scupoli, Grignion de Monfort etc.
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[DFst 80] Estamos ainda muito longe de conseguir traçar DFst um quadro exaustivo das atividades de pe. Alberione como Diretor Espiritual do Seminário de Alba. Basta-nos, por enquanto, um testemunho digno de respeito, ainda inédito, proveniente nada menos que da Sagrada Congregação Consistorial.
Com carta de 29 de agosto de 1911, protocolo n. 704, a Sagrada Congregação envia a Dom Re a síntese feita por um Consultor das observações da Visita Apostólica do Seminário. A síntese apresenta uma parte que se refere aos aspectos que merecem louvor e uma segunda parte sobre os elementos que requerem atenção.
No terceiro ponto das coisas que merecem louvor se afirma: por haver um ótimo p. espiritual que cumpre bem o seu ministério e que nada negligencia para cultivar o espírito de piedade nos seus clérigos.
Entre as coisas que requerem atenção, na letra D, há uma anotação negativa, que, porém, redunda numa ulterior avaliação positiva sobre pe.Alberione: D) Direção espiritual: 1) Não obstante o p. espiritual faça de tudo para cumprir a sua missão, sem dúvida, a direção espiritual seria mais proveitosa se o p. espiritual fosse exonerado das 9 horas de aulas que tem atualmente.
44
[DFst 44-48] O intenso ministério desenvolvido por Pe. Alberione não lhe impede de buscar ainda mais radicalmente a vontade de Deus a respeito da sua missão pessoal: No período das férias de verão (de 1909 a 1918), fazia os Exercícios Espirituais em algum Instituto religioso. Nos tempos livres, procurava aproximar-se dos Superiores para conhecer os caminhos seguidos no recrutamento e formação das pessoas (ADds 36).
Em LV03 encontramos várias anotações de meditações feitas por Pe. Alberione em diversos cursos de Exercícios Espirituais, dos quais tinha participado no Santuário de Santo Inácio (Lanzo Torinese) ou com os Sacerdotes de Alba, e também anotações de meditações feitas durante os Exercícios dos Clérigos do Seminário.
Mesmo se os esquemas de meditações e instruções são numerados, não é possível identificar imediatamente a quais cursos pertencem, pois as anotações foram feitas sem seguir a ordem rígida das páginas do Notas.
Os esquemas de meditação e instrução do LV03 testemunham, todavia, não somente o empenho no discernimento da vontade de Deus por parte de pe. Alberione, dedicado totalmente aos seus Exercícios Espirituais, mas constituem também um importante pano de fundo para situar muitos pontos do Donec formetur.40
45
[DFst 17-18. 37-43] Note-se, particularmente, que à página 15 do LV03 começam as anotações sobre os Exercícios em Santo Inácio de Lanzo - 9-11[?] Julho 1911.41 Na meditação I, sobre a Finalidade do Sacerdote,42 um dos pontos é: 4? Somos outros J.C.: agora J. é. Do mesmo modo, à página 28b, a meditação VIII tem este título: J. C. é.43 Este esquema de meditação, provavelmente de 1911, reveste-se de particular importância porque constitui, talvez, o mais antigo esquema de meditação sobre Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida presente nos escritos de Pe. Alberione.
46
[DFst 17. 28. 37. 52. 55. 67. 68. 76] É importante considerar que entre o mês de outubro de 1911 e o fim de 1912 pe.Alberione propõe aos seminaristas de Alba um ciclo de meditações sobre o Símbolo dos Apóstolos. Estas meditações se encontram no Caderno 50.
Note-se, em primeiro lugar, que provavelmente a meditação que tem por título E em J. C. seu único Filho, nosso Senhor (pp. 75-83), dirigida a todo o Seminário de Alba em 14/01/1912, constitui um desenvolvimento do esquema J. C. é, que acabamos de recordar. Note-se, além disso, que as meditações deste ciclo constituem um importante quadro de referência para a Teologia do pai, do Filho e do Espírito de Donec formetur Christus in vobis. Ao Caderno 50 devem ser conectadas as meditações sobre os quatro fins do sacrifício da missa, contidas no Caderno 52, mas, sobretudo, a parte do Caderno 53 que se refere ao Espírito Santo e à Igreja.44
47
[DFst 13-14] O esquema de meditação sobre Cristo, Caminho, Verdade e Vida permite-nos considerar outra dimensão do empenho e do processo de discernimento de Pe. Alberione: a busca de respostas novas às novas necessidades dos tempos, não somente através dos Exercícios Espirituais, mas também através de um trabalho de equipe. Pe. Alberione, de fato, solicita a contribuição de muitas pessoas, especialmente dos irmãos no sacerdócio, que envolve numa frutuosa reflexão, em vista do ensino e da preparação de duas obras programáticas, Appunti di Teologia Pastorale e La donna associata allo zelo sacerdotale:45 Durante dois anos, em reuniões semanais, com doze sacerdotes, estudou os meios para uma boa e atualizada ação pastoral (ADds 83).
48
[DFst 37-40] Providencialmente, naquele tempo, foi traduzida na Itália a obra La cura d'anime nelle grandi città,46 de Enrico Swoboda, a qual constitui um exemplo inovador de aplicação dos conhecimentos sociológicos a uma pastoral que corresponda às necessidades dos tempos; e foi traduzida também a obra de Cornélio Krieg, Scienza Pastorale,47 uma enciclopédia da pastoral unificada em Cristo Verdade, Caminho e Vida. Obras que permitiram a Pe. Alberione coroar a sua reflexão: Quanto ao caráter pastoral no apostolado paulino, inspirou-se muito em dois grandes mestres: Swoboda, Cura d'anime nelle grandi città, e Krieg, Teologia Pastorale, em quatro volumes, que leu e releu durante dois anos48 (ADds 84).
49
[DFst 37-38. 49-50. 51-52. 74-78] Outra inestimável contribuição para a reflexão de pe. Alberione foi a publicação da tradução da obra de Cornélio Krieg Enciclopedia scientifica e metodologia delle scienze teologiche.49 O ensinamento de Krieg sobre o saber unificado na enciclopédia,50 sobre o ciclo formativo51 e sobre
o método52 marcou profundamente a personalidade e toda a obra de Alberione.
Especialmente com relação ao DF é importante ter em consideração o ensinamento de Krieg sobre os três métodos da Teologia moral53 e, em particular, as suas considerações sobre o método místico.54
50
[DFst 14-16. 40-41] Se a experiência da noite da passagem ao século XX constitui a principal fonte para a vida espiritual e para a missão de Pe. Alberione, não há dúvida que as obras de Swoboda e, mais ainda, de Krieg assinalam um ponto decisivo de maturação e de orientação.55
51
[DFst 21-23] Pode-se constatar, então, como nos primeiros anos de sacerdócio pe. Alberione procurou responder, pleno de zelo, ao chamado e como Deus conduziu passo a passo para o seu projeto: Ação e oração orientaram para um trabalho social cristão que visa sanar governos, escola, leis, família, relações entre as classes (sociais) e relações internacionais, para que o Cristo, Caminho,Verdade e Vida reine no mundo! (ADds 63).
52
[DFst 37] Na leitura de DF é importante ter presente este itinerário de Pe. Alberione, especialmente no que concerne à interpretação da Via Iluminativa.
53
1.2 Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa (Ex 19,6)

[DFst 18-19] Pe. Alberione havia desempenhado diversos serviços como seminarista e como jovem sacerdote, acumulando muitas experiências através dos acontecimentos e das pessoas, mas o ponto decisivo, para ele, tinha sido o de se deixar conduzir por Deus: No seu agir o homem tem sempre tantas imperfeições, defeitos, erros, insuficiências e dúvidas, que sente a necessidade de colocar tudo nas mãos da Divina misericórdia e deixar-se guiar. Ele nunca forçou a mão da providência; esperava o sinal de Deus (ADds 45).
54
[DFst 19-20] O ministério de Diretor Espiritual, principalmente, tinha levado pe. Alberione a reconhecer o estilo da ação de Deus e também o modo como responder a tal ação. O que ele expressará, encaminhando-se já para o fim da vida, como memorial do caminho feito, era já sabedoria da fé como ponto de partida: A providência agiu segundo o seu extraordinário método divino: fortiter et suaviter: preparar e fazer convergir os caminhos segundo a sua finalidade; iluminar e circundar com os auxílios necessários; fazer esperar a sua hora na paz; iniciar sempre de um presépio; agir com tanta naturalidade de modo a não ser fácil distinguir a graça da natureza, mas contando, certamente, com ambas. De outro lado, não se pode forçar a mão de Deus; basta vigiar, deixar-se guiar, nos vários deveres procurar aplicar mente, vontade, coração, forças físicas... (ADds 43-44).
55
[DFst 93-95] Para Pe. Alberione, o deixar-se guiar era algo que se realizava estando atento a tudo o que acontecia em âmbito eclesial e social, refletido nas publicações do tempo.
Vemos isso, por exemplo, em Notas LV01, que contém um esquema de meditação feita em maio de 1913, sobre O Edito de Constantino.56 No Caderno 61 (= Q061) encontramse quatro esquemas de instrução: Jubileu Constantiniano - perseguições antigas (Q061, p. 15); Jubileu Constantiniano - perseguições modernas57 (Q061, p. 16); Indulgência do Jubileu (Q061, p. 18); Jubileu Constantiniano (Q061, p. 31).58
56
[DFst 85] Esses documentos trazem à mente a declaração de Pe. Alberione a respeito do tempo em que sentia que tudo era maduro para iniciar as suas fundações: No ano 1913 deu-se um passo para a realização das aspirações. As aulas de história civil no curso de filosofia e, mais ainda, a história eclesiástica nos cursos de teologia davam-lhe oportunidade de relevar os males e as necessidades das nações, os temores e as esperanças; de modo particular a necessidade das obras e dos meios adequados ao século atual. Compôs duas orações neste sentido: uma para a Itália, a outra para as demais nações; pedia-se ao Senhor que suscitasse uma instituição para isto. Era rezada por todos os Clérigos, guiados pelo Clérigo Giaccardo. Celebrando-se, então, o centenário da paz que Constantino concedera à Igreja, os Clérigos compreendiam ainda melhor o que pediam ao Senhor (ADds 101-102).
57
[DFst 44-48] Desde o início, Pe. Alberione tinha presentes alguns pontos básicos: a luz de Deus, submetida ao discernimento e aprovação; orientar-se segundo o princípio da plena integração entre natureza e graça; esperar a hora de Deus; iniciar sempre de um presépio; gradatividade no encaminhamento e irresistível impulso no desenvolvimento.
58
[DFst 88.93] Pe. Alberione sentia que os tempos estavam maduros para concretizar aquele projeto que Deus lhe havia manifestado e que o havia empenhado num constante trabalho de purificação e busca de luz. Já o estava realizando como pastor entre os pastores, como escritor e pregador em vilarejos e cidades.
Era totalmente atraído pelo novo rosto do sacerdote no meio do povo de Deus a caminho, como Israel entre os povos,comoa IgrejanotempodosApóstolos: Sacerdoteque escreve, trabalho técnico que faz o Irmão multiplicador e difusor. É isto coisa muito boa: 'mas vós sois... a nação santa, o sacerdócio régio' (ADds 41; cf. 1pd 2,9).
59
1.2.1 Qaerite... primum regnum Dei (Mt 6,33)

[DFst 85-92] Desde 1908, tendo presente o futuro início da Família paulina, Pe. Alberione tinha começado a procurar e a formar pequenos e pequenas jovens (ADds 103). Assim, Timóteo Giaccardo foi convidado e constantemente estimulado a esclarecer a própria vocação.59
A obra vocacional de pe. Alberione foi discreta, mas constante:Como Diretor Espiritual e professor dos Clérigos, era fácil que ele falasse das grandes necessidades da Igreja naqueles primeiros anos do século (ADds 107).
O que transparecia, mais nas atitudes do que nas palavras, estava todavia claro na mente e no coração de pe. Alberione: De um lado, conduzir pessoas à mais alta perfeição, aquela de quem pratica também os conselhos evangélicos, e ao mérito da vida apostólica. De outro lado, dar mais unidade, mais estabilidade, mais continuidade, mais espírito sobrenatural ao apostolado. Formar uma organização, mas religiosa; onde as forças são unidas, onde a dedicação é total, onde a doutrina será mais pura. Sociedade de pessoas que amam a Deus com toda a mente, as forças, o coração; se oferecem para trabalhar para a Igreja, contentes com o salário divino: 'Recebereis o cêntuplo, possuireis a vida eterna' [cf. mc 12,30]. Ele exultava então, considerando parte destas pessoas militantes na Igreja terrena, e parte triunfantes na Igreja celeste (ADds 24).
60
[DFst 93-97] Num momento de crise da imprensa diocesana, apoiado por um grupo qualificado de pessoas, pe. Alberione dá um passo decisivo e, com o consentimento do Bispo, assume a direção da Gazzetta d'Alba. Cinco meses depois, torna-se proprietário.
Tomada essa decisão, era necessário fazer florescer o projeto, delineando bem a novidade de sua orientação.
Que os tempos fossem maduros manifestam-no várias publicações. La Civiltà Cattolica, por exemplo, tinha analisado o grande poder da imprensa,60 indicando a importância da boa imprensa na obra de restauração social.61 E, em Alba, em 24 de janeiro de 1914, o Côn. Francisco Chiesa dera a aprovação a um livro do seu vice-pároco, Giovanni Borgna, intitulado Il Re dei tempi, Mano alla Stampa,62 que expressa bem algumas das orientações de pe. Alberione. Na primeira parte, de fato, descreve-se a figura de Luigi Veuillot, visto como novo Saulo, por causa da sua conversão e sucessivo compromisso com o jornalismo católico. Uma segunda parte exalta o poder da imprensa e apresenta a sede ardente de leitura por parte do povo63 e, entre outras coisas, descreve a imprensa como uma universidade ambulante,64 cinematografia permanente,65 uma invasão,66 uma voz que grita,67 tribunal público68 e o rei dos tempos.69 A terceira parte indica como um flagelo a imprensa má.70 A quarta parte chama a atenção com força sobre a urgência de promover a boa imprensa como um novo mandamento,71 uma obra de caridade,72 S. Paulo redivivo73 e expressão de um coração de apóstolo.74
61
[DFst 93-97] Confiando firmemente nos desígnios da graça e colocando em prática todos os recursos da natureza, pe. Alberione, em 1914, se dispunha a dar um gradual e prudente início à fundação, considerando o seu caráter de novidade:
1) Devia ter a força social da imprensa a serviço da evangelização; por isso, não se iniciava dos tradicionais ambientes de seminário ou de comunidade, mas concretamente do campo tipográfico: Um sacerdote desta diocese, chamado Tiago Alberione, doutor em teologia, de 38 anos de idade, que foi cerca de dez anos diretor espiritual do seminário diocesano, sentindo-se chamado para trabalhar nas obras sociais, instituía aqui na cidade, em 1914, uma Escola Tipográfica, à qual, de modo geral, concedi a minha aprovação oral.75
2) Queria ser como uma universidade católica, apostando, porém, antes de tudo, não na informação, mas na práxis; por isso, começava modestamente como escola tipográfica e laboratório: penetrar todo o pensamento e saber humano com o Evangelho. Não falar só de religião, mas falar de tudo, cristãmente; à semelhança de uma universidade católica que, se for completa,tem aTeologia, Filosofia, letras, medicina, economia política, ciências naturais etc., mas tudo apresentado de maneira cristã e tudo orientado ao catolicismo (ADds 87).
3) Aspirava formar apóstolos e apóstolas segundo as exigências dos novos tempos; por isso, não se iniciava logo das características das instituições formativas dos religiosos e religiosas, mas se configurava como formação ao trabalho, para pequenos operários e operárias: A Obra, diante do público, manteve sempre e mantém ainda agora o nome de Escola Tipográfica, porém, dentro da casa, é chamada Pia Sociedade de S. Paulo, nome que lhe foi dado pelo teól. Albe-rione, o qual, desde o princípio, acariciou a idéia de fundar uma congregação religiosa de sacerdotes e leigos que se dedicassem totalmente a promover a obra da boa imprensa.76
62
Aos primeiros jovens, recolhidos na casa da praça Cherasca em 20 de agosto de 1914, logo se agregaram outros, confiados a pe. Alberione no que se referia à formação, e a Giovanni Battista marocco no que se referia à direção e preparação profissional.
pe. Alberione estava decidido77 a conseguir um rápido desenvolvimento da Escola Tipográfica, por isso se pôs logo ao trabalho das primeiras publicações: Piccolo Catechismo de pio X, La donna associata allo zelo sacerdotale e La preghiera del Parrocchiano.78
63
Diante do rápido aumento do número dos alunos, Pe. Alberione procurou locais mais espaçosos para a Tipografia, também para providenciar um lugar na casa da praça Cherasca para o Laboratório Feminino que iniciava a 15 de junho de 1915 e que, poucos meses depois, se transferiu para a casa de Via Accademia 5.
64
Após os primeiros passos e conseqüentes grandes dificuldades, Pe. Alberione começou a inculcar o verdadeiro sentido da fundação, que deveria dividir-se em três ramos: ramo masculino-religioso, ramo feminino-religioso e ramo leigo-masculino-feminino.79
65
[DFst 85-88] Podemos conhecer o grau da intensidade espiritual alcançada, lendo a descrição que o Clérigo Giaccardo faz sobre a cerimônia da emissão privada dos votos: Com profundo sentimento de fé se cantou o 'Veni Creator' para invocar luz e força do Espírito Santo. O Senhor Teólogo sentou-se; nós, um depois do outro, nos ajoelhamos diante dele e nos consagramos a Deus com esta fórmula. O pai a cada um respondia. Inefável a admiração dos colegas, inefável acima de tudo a nossa emoção, o nosso júbilo; o rosto de todos estava absorto e inclinado, o coração saltava, os membros tremiam, a solenidade do momento, a palavra do pai, a importância do momento, nos penetravam. Nós não éramos mais nossos, nos sentíamos de Deus, ligados a Ele, livremente propriedade Sua, prontos a dar tudo por Ele e para a boa imprensa. A nossa vida era e se sentia uma só. Nós entre nós: nós com o pai, unidos, cimentados, não alunos de uma escola, mas membros de um só organismo, primeiras pedras vivas edificadas de um edifício majestoso. Adorai a Deus Onipotente que eleva entre os príncipes as coisas mais desprezíveis. Seguiu-se, com entusiasmo, o canto 'Sorgiam con impetuoso ardore'. Por ele estávamos verdadeiramente envolvidos, repletos. Recitou-se uma oração a S. Paulo e a Maria SS.; e o nosso pai abençoou, então, todos os seus filhos; abençoou os propósitos, os desejos, a boa vontade que afirmava perceber em todos; abençoou-nos com efusão de pai terno e muito amado, e as suas palavras e o seu semblante revelavam a alegria do homem de Deus e uma profunda comoção.80
66
[DFst 54.67ff] Nesse clima, que recorda o capítulo 17 do Evangelho de João, Pe. Alberione repercorre o itinerário pascal de morte e ressurreição da Casa: Desde o dia da sua fundação, a nossa Casa suportou muitas tempestades; ter-se mantido sempre bem composta é sinal certíssimo de que Deus quer de nós esta obra; todos, e eu especialmente, fomos acusados de ladrões, mas vós sabeis que eu não sou um ladrão porque disponho para vós o que tenho; fomos denunciados ao Bispo e correu-se sério perigo de dever fechar a Casa, mas Deus nos salvou. Fomos denunciados a Roma, e quem sabe como teríamos saído dessa situação se não tivéssemos um Bispo muito enérgico; ao prefeito, depois ao Vice-prefeito, freqüentemente ao Comandante da polícia. Também muitas pessoas boas não nos compreendem e falaram mal da Casa com reta intenção, pois se trata de pessoas santas: e eu sei que cada um de vós, antes de entrar na Casa, ouviu críticas sobre ela, e muitos realmente tiveram que lutar contra verdadeiras e graves dificuldades, e ainda outras dificuldadesobstaculam o seucaminho.Astempestades são necessárias para que sejamos humildes e nos recordemos de que somente Deus é o Dono, e eu peço ao Senhor que nos mande outras ainda mais duras. E não obstante isso, existem jovens que se sentem chamados por Deus a esta missão e as suas vocações prosperam e se afirmam: este é o sinal mais evidente da vontade de Deus. Eu não tenho dúvidas e nem mesmo vós duvidais.81
67
Pe. Alberione vivia com os seus jovens um clima pascal de morte e ressurreição também por causa da guerra.82 Desde então conservará sempre viva a lembrança destas hostilidades: Correram-se vários e diferentes perigos: pessoais, econômicos, acusações em relatos escritos e verbais: viviam-se dias e dias no perigo; São Paulo foi sempre salvação (ADds 164). Dirá ainda:
Nos primeiros tempos, os socialistas de Alba ameaçaram várias vezes incendiar a tipografia, a casa e os jornais; passou-se também noites sem dormir cuidando para que, ao menos os meninos, se acontecesse algo, não corressem perigo e não se assustassem demais (ADds 172).83
68
[DFst 19-20. 61-63] Pe. Alberione, seguindo S. Francisco de Sales, era animado por uma espiritualidade de rosto humano e, quem sabe, justamente por isso, plena de elã para Deus e para o próximo.84 Havia iniciado cada coisa com discernimento prolongado e agora, já há tempo, encontrava-se no meio de uma grande tempestade: havia chegado o momento de permanecer firmemente arraigado na confiança e no abandono em Deus.85
Pe. Alberione se envolve agora com os seus rapazes numa experiência que se apresenta como fonte e ponto de referência da vida e da vitalidade da Casa: a espiritualidade da Aliança ou do pacto com Deus.86
69
[DFst 23. 63-65. 85. 88] É na radical correspondência a Deus que pe. Alberione, com solenidade e emoção, insere a vida e a missão da Casa: Dirijo-me a vós com sobrepeliz e estola porque vos direi uma coisa de grandíssima importância: e vós sabeis que, quando o prefeito ou o Rei cumprem atos oficiais importantes, vestem uma faixa. mas, justamente porque de grandíssima importância, e por isso seria necessário dizê-la muito bem, eu vo-la exponho com muita simplicidade. Nós falamos freqüentemente da necessidade de promover a Boa Imprensa: ora, muitos trabalham na imprensa. Estes a ela consagram uma parte do seu tempo e das suas energias: uns o fazem por glória, outros por lucro, outros porque gostam. Nós não queremos trabalhar nem por gosto, nem por glória, nem por lucro, nem queremos a imprensa por si mesma, mas buscamos a Deus com o meio da boa imprensa. E há entre vós alguns jovens que decidiram, não por sentimento insensato, mas com plena consciência de causa, consagrarse totalmente a Deus e à boa imprensa, e dedicar-lhe todo o seu tempo, a sua inteligência, as suas forças, a sua saúde; e esta noite, diante de todos, farão, nas minhas mãos, os seus votos, como me pediram e aos quais eu os admiti: outros que me pediram foram admitidos aos votos privados.87
70
[DFst 67] Também aqui convém abrir um parêntese para ressaltar que os traços característicos da experiência de pe. Alberione e dos primeiros paulinos, até agora descritos, são a chave para considerar a Via Unitiva na obra Donec formetur Christus in vobis.
71
[DFst 93-95] Retomando logo o discurso, parece sugestivo considerar como primeiro fruto do Pacto com Deus a aprovação, a 29 de setembro de 1918, do estatuto da União dos Cooperadores da Boa Imprensa, preparado com cuidado para expressar a missão paulina,88 constituída sob a proteção de São Paulo,89 para favorecer a boa imprensa com as orações, as ofertas e as obras (escrever, difundir a boa imprensa, combater a má).90
72
[DFst 19-20. 23] Parece importante notar, todavia, que o primeiro número de União dos Cooperadores da Boa Imprensa (= UCBS) saiu marcado pelo clima pascal do Pacto (cf. ADds 162-163), seja pelo contexto da morte de majorino Vigolungo e de Clélia Calliano,91 seja pela celebração na qual pe. Alberione recordou a fórmula da Cambiale (= Nota Promissória), tema que consideraremos mais adiante.
73
[DFst 63-64. 93-96] O boletim desta União constitui hoje uma das fontes mais preciosas, e também de agradável leitura, para conhecer os inícios da Família paulina. Já nos frontispícios escolhidos, aparece em grande evidência a relação com São Paulo,92 no entusiasmo pela Boa Imprensa como obra de evangelização:93 Praedica verbum,94 Opus fac evangelistae.95 O que a Família paulina recebeu como espírito paulino96 encontra-se já plenamente expresso nesses primeiros tempos da fundação.97
74
[DFst 93-95] Os artigos do boletim recordam, continuamente, a importância do apostolado da imprensa,98 a sua conveniência para a mulher,99 e o ideal cultivado na nascente fundação.100
75
As apresentações da Escola Tipográfica seguem sempre uma linha de continuidade. O ramo masculino divide-se em duas seções: os simples artesãos, destinados a receber um diploma de habilitação; os estudantes, artesãos destinados a receber a formação profissional e a conseguir a láurea em ciências sociais.101 Também o ramo feminino divide-se em duas seções: as estudantes, destinadas a aprender a arte tipográfica e a conseguir o diploma de professoras da escola primária; e as simples tipógrafas, destinadas a aprender e exercer a arte tipográfica.102 Advirta-se também, com cuidado, aos leitores sobre a índole apostólica e não assistencial da associação.103
76
[DFst 19-20] O fim da guerra não representou logo paz para a DFst Casa. De fato, havia-se apenas iniciada a casa do ramo feminino em Susa e tentava-se a compra da Linotipo quando, no clima de hostilidade em que se vivia,104 o susto chega ao ápice com o incêndio da tipografia na noite de Natal de 1918.
77
[DFst 19-20. 93] Retornada a paz, chegara o momento de dar um novo impulso. É por isso que, alguns dias depois do incêndio da tipografia, pe. Alberione, a 6 de janeiro de 1919, propõe aos seus jovens a celebração do pacto: no dia seguinte o querido pai recitou a fórmula do pacto, quem quis repetiu-a no coração.105
De qual fórmula se trata? No seu Diário, Giaccardo deixa entender que seja a inspirada em mt 6,33: Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Note-se que ele se refere a tal expressão evangélica, pela primeira vez, no Diário, a 22 de fevereiro de 1917, quando ainda era clérigo no Seminário de Alba, e a relaciona com o Apostolado da Imprensa.106 A 29 de março de 1919, Giaccardo reproduz uma conversação na qual pe. Alberione, a respeito de um problema econômico, responde com decisão: Ora, quaerite primum regnum Dei: o resto vem por acréscimo!.107
78
[DFst 17.28. 35-37. 67] Com certeza o sentido amplo dessa palavra de Jesus foi transmitido na oração conhecida sob o título Segredo de êxito. A conversação entre Alberione e Giaccardo, referida acima, nos esclarece acerca do título Cambiale (Nota promissória) dado ao Pacto celebrado, talvez em 1920, por pe. Alberione e pelo neo-sacerdote Giaccardo, no qual, ao compromisso Quaero primum regnum Dei et justitiam eius, assinado pelo Sac.Alberione Tiago e Sac. Giaccardo Timóteo, respondem as pessoas da Trindade: Haec omnia adiicientur vobis... Jesus Christus, Pater, Spiritus Sanctus.
79
[DFst 15.67. 96] O Diário ajuda a entender como para Pe. Alberione buscar primeiro o reino de Deus significava concretamente a busca da santidade, na total doação ao Apostolado da Imprensa.Aliás,é impressionante constatar como,decênios mais tarde, ele use ainda as mesmas expressões para comentar esta fórmula do Pacto.108
80
[DFst 19-20. 23. 25-26. 30-31. 36. 55-56. 63-64. 77-78] A espiritualidade do Pacto, na Casa, é uma aplicação, ao apostolado da imprensa, do espírito que animava, em Turim, a pequena Casa da Divina providência,109 do Cottolengo: viver na presença de Deus,110 buscar o reino de Deus,111 gratidão para com a providência112 recebendo cada coisa com um Deo gratias,113 horror ao pecado.114
81
[DFst 19-20. 27-28. 54. 78-79. 87-88] Encontramos particular ressonância dessa experiência de fé nas afirmações de pe. Alberione: Às vezes as necessidades eram urgentes e graves: e todos os recursos e esperanças humanas eram bloqueados. Rezava-se e procurava-se expulsar o pecado e toda falta contra a pobreza. Surgiam então soluções inesperadas: dinheiro vindo de desconhecidos, empréstimos oferecidos, novos benfeitores e outras coisas que ele jamais soube explicar...; os anos se passavam, as previsões de muitos de que certamente iria falir, as acusações de loucura... desapareciam e tudo chegava a bom termo, com esforço, mas em paz (AD 166).
82
[DFst 13. 85. 95-96] Santidade e apostolado115 tornam-se os pontos fortes da espiritualidade da Aliança assumida mediante a celebração do Pacto.116 Cada coisa se realiza com este espírito. A santidade ocupa o primeiro lugar entre as preocupações de pe. Alberione.117 Verifica-se uma estação de abundantíssimos frutos para a nascente Pia Sociedade de São Paulo,118 empenhada por Pe. Alberione em dois objetivos:ano das vocações (1919) e ano de consolidação da fundação (1920).
83
1.2.2 Eu estou convosco

[DFst 71-72. 77-78] Pe. Alberione passa a insistir sobre a necessidade de novas vocações e providencia também uma habitação mais espaçosa, em via Vernazza, para onde os jovens se transferem em maio de 1919.119 A fé fará multiplicar as vocações e os meios para a Boa Imprensa.120 Delineiam-se algumas características da vida de oração121e das devoções da primeira semana do mês.122
84
[DFst 93-95] O boletim da U.C.B.S. encoraja os párocos a publica rem os boletins paroquiais123 e mobiliza os Cooperadores para que enviem ofertas para a compra da Linotipo124 e abram em cada paróquia depósitos-revendas de livros e objetos religiosos.125 Começa também a promoção das bibliotecas.126 Faz-se publicidade das Edições da Escola Tipográfica127 e, depois, da Escola Tipográfica Editora-Alba.128
85
[DFst 85] Desde maio de 1919, no Diário de Giaccardo, junto com o título Pia Sociedade de São Paulo, fala-se de formar a família,129 primeiro gérmen do futuro apelativo Família paulina.
86
[DFst 84-85] A partir de junho vive-se no clima de preparação para a ordenação do primeiro sacerdote da Casa. José Giaccardo130 recebe as ordens menores a 22 de junho, o Subdiaconato a 29 de junho, o Diaconato a 20 de setembro. Para que ele pudesse assistir a sua mãe, gravemente enferma, pe. Alberione consegue que a Ordenação Sacerdotal seja antecipada de oito dias: esta se realiza no dia 19 de outubro. Para a preparação imediata da Casa, Pe. Alberione, de 13 a 20 de outubro, enquanto prega os Exercícios Espirituais no Seminário, propõe aos alunos da Escola Tipográfica a meditação sobre a Dignidade Sacerdotal.131
87
[DFst 93-95] O ano de 1920 caracteriza-se como ano de consolidação.132 Agora é possível dar visibilidade ao que sempre se quis e que já se vivia e se ensinava na Casa.
88
Após muita oração e espera, encontra-se finalmente o terreno para a nova sede133 e se prepara tudo para a construção, dividindo-se as tarefas.134 A 30 de maio de 1920, pe. Alberione entrega a pe. Giaccardo a direção da Gazzetta d'Alba. A partir deste ano deixa também os compromissos no Seminário; e, por ocasião do pedido de ingresso de alguns Clérigos, escreve ao Bispo, precisando o sentido da Escola Tipográfica: Os membros desta família, como já escrevi outras vezes, vinculam-se a esta missão, consagrando-se ao Senhor por meio de votos especiais: alguns deles realizam também os estudos sacros, com a intenção de se tornar escritores e sacerdotes. Tem-se a persuasão de que a Boa Imprensa seja parte importantíssima da função sacerdotal.135
89
Também no que se refere à reconstrução da nova sede deve-se constatar como pe. Alberione tivesse projetos bem amadurecidos na reflexão e na oração. Diz-se, aliás, que recebera uma luz particular sobre como configurar todo o conjunto dos edifícios.136
90
[DFst 19-20] No boletim da U.C.B.S. fala-se da necessidade de uma casa para a Escola Tipográfica, proclama-se a confiança na providência e faz-se apelo à generosidade dos Cooperadores, indicando cinco estradas, ou vias, da Divina providência.137
A população manifesta-se sensível aos apelos do novo apostolado, responde com uma generosidade que parece um rio transbordante e é informada sobre a participação de todos, sobretudo do espírito que anima os passos que vão sendo dados.138
91
A construção da primeira casa teve início em junho de 1920. Praticamente, os andares da casa são ocupados à medida que as estruturas fundamentais permitem. A tipografia comprada em Sesto San Giovanni em abril de 1921 é instalada na nova sede.
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[DFst 93-95] O ano de consolidação havia levado a cabo a fase da preparação, adotada segundo o princípio de gradatividade do qual se falou (cf. DFin 62). Tal perspicácia fizera configurar a fisionomia da Casa conforme as exigências expressas pela novidade do apostolado da imprensa.
Quer-se a todo custo manter alta a imagem da nova vocação como uma missão: A imprensa é considerada, pela maior parte, um ofício: na Escola Tipográfica se quer elevá-la à dignidade que merece: uma missão, um apostolado.139 Com maior precisão, é declarada como uma expressão sacerdotal: E sobretudo se conserva e se nutre aquele espírito que é a principal riqueza, o único capital, o melhor dom da providência para esta Casa, isto é, 'considerar a imprensa como apostolado, como um sacro sacerdócio', com uma preparação intelectual e moral que se necessita para um apostolado, para um sacerdócio.140 Também deste sacerdócio da Boa Imprensa, exercido por escritores, técnicos e propagandistas, deve-se dizer que a messe é grande pois responde à necessidade dos tempos: Em cada região e diocese sente-se uma necessidade nova: é a necessidade dos tempos; e em cada região e diocese sente-se uma profunda falta: faltam os apóstolos da Boa Imprensa. Esta é a alma de todo o nosso movimento: é o grande meio moderno de bem; é hoje parte importantíssima do ministério sacerdotal. E é necessário o espírito sacerdotal para que possa dar verdadeiros e abundantes frutos para as almas! Desempenhar um ofício é bem diferente de exercer um apostolado! E é justamente por isso que em toda parte a nossa imprensa tem tantas dificuldades: faltam os nossos escritores: faltam os nossos tipógrafos: faltam os nossos propagandistas.141
93
[DFst 93-95] Este sacerdócio é comparável ao das missões ad gentes e a ele são chamadas também as mulheres: para a Boa Imprensa são necessárias missionárias como para a obra da propagação da fé entre os infiéis. As missionárias nas terras infiéis colaboram com os missionários e os substituem nas multíplices circunstâncias onde não poderia chegar a obra do sacerdote. O mesmo se deve dizer para a obra da boa imprensa. muitos trabalhos são próprios da mulher: em muitos as filhas são mais hábeis: em outros, conseguem melhor.142
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[DFst 78-79] Pe.Alberione estava repleto de elã,143 mas as dúvidas eram inquietantes. Ao voltar da guerra, alguns clérigos do Seminário de Alba tinham escolhido passar à Pia Sociedade de São Paulo, suscitando muitos conflitos na diocese; aumentara a dificuldade econômica e este conjunto de coisas suscitara um vento tempestuoso contra a Casa, atingindo até mesmo os amigos mais confiáveis.144
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[DFst 78-79] Contemporaneamente, na Itália, desencadeava-se o furacão dos socialistas,145 dos fascistas146 e do conflito entre eles,147 não poupando as instituições da Igreja.148
Algumas ameaças a Pe. Alberione e à tipografia foram já recordadas; a estas deve-se acrescentar o episódio no qual alguns fascistas queimaram os jornais que se levavam ao correio149 e a agressão, por parte de um fascista, a Giaccardo, Diretor da Gazzetta d'Alba.150
Nesse clima quente, os rapazes da Escola Tipográfica se tinham oferecido para substituir os socialistas em greve, no início de setembro de 1920, na impressão do jornal Il Momento, de Turim.151
96
[DFst 45-46] Diante desses perigos e considerando a sua saúde, sempre delicada, pe. Alberione se perguntava se realmente não fosse uma grave imprudência: reunir pessoas para uma missão, com forte perigo de abandoná-las na metade do caminho (ADds 112). À pergunta: mera ilusão por tudo isto? (ADds 113), havia sempre tido respostas de paz seja na oração, seja em algumas experiências inexplicáveis, seja, enfim, através da palavra do Diretor Espiritual que o ajudaram a superar todas as incertezas (cf. ADds 112).
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[DFst 39-40. 46-47. 49-50] No momento decisivo de entrar na nova habitação, esse tormento espiritual recebe uma confirmação extraordinária num sonho, que convence pe. Alberione de que a Casa é obra de Deus. mais tarde, pregando os Exercícios Espirituais, de 1º a 7 de junho de 1938, aos sacerdotes mais idosos da Sociedade de São Paulo, em Alba, pe. Alberione recordará: Como é claro para mim o que vi no fundo da Casa, naquela sala (o escritório que o P. M. tinha na casa S. Paulo nos primeiros anos em que foi construída), num daqueles dias em que não trabalho: o divino mestre passeava e tinha perto dele alguns de vós e disse: 'Não temais, eu estou convosco; daqui eu quero iluminar; somente, conservai-vos na humildade... e, parece-me, vivei em contínua conversão...' .152
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[DFst 39-40. 46-47. 49-50] A datação precisa desse sonho não é fácil.153 Luigi Rolfo indica como data provável os primeiros meses de 1923.154 Segundo Caterina Antonietta martini, esta que ela chama graça de confirmação deveria ser situada no grave momento de sofrimento, que pe. Alberione transcorreu em Benevello, onde tinha sido acolhido, desde julho até o início de setembro; ou, talvez, dever-se-ia pensar numa data anterior ao congresso eucarístico de Gênova, celebrado em setembro de 1923.155
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[DFst 39-40. 46-47. 49-50] Temos, porém, alguns testemunhos que orientariam a uma data anterior esse sonho: são as declarações de pe. Paolino Gilli e do prof. Dr. Edoardo Borra, o qual conheceu pessoalmente pe. Alberione desde os primeiros tempos da Casa.
Pe. Gilli escreve: Os pedreiros continuavam os trabalhos para a conclusão da construção e adaptavam os locais segundo as exigências e as disposições do Teólogo. Não devemos deixar de dizer duas palavras sobre o lugar do patrono da Casa, a Capela. Foi situada no terceiro andar, contando o andar térreo e o primeiro andar; no início da construção estava sobre o escritório do primeiro mestre. Não tinha nada de especial, bastante espaçosa e cômoda para as pessoas que ali viviam, bem iluminada por três janelas. Um simples altar de madeira em cima de um estrado, um pequeno quadro de São Paulo, do Sagrado Coração e de Nossa Senhora. Sempre limpa. Foi nessa Capela que, entrando uma manhã, vimos ao lado do Tabernáculo as duas escritas, com letras douradas sobre fundo negro: Não temais. Eu estou convosco - Daqui Eu quero iluminar; e, algum tempo depois, sobre o suporte do Tabernáculo: Vivei em contínua conversão. Pensamentos que o Teólogo, durante muitos dias, na meditação, nos explicou.156
Por sua parte, o Dr. Edoardo Borra, conhecido médico albense, deixou um testemunho de valor inestimável, durante o Curso de formação espiritual paulina, em Alba: Pe. Alberione ? afirma ? recebeu-me numa pequena sala, que era o seu escritório e também onde dormia, porque tinha ali um divã de ferro... sobre o qual ele dormia. Nesta pequena sala onde me recebeu, havia também uma mesa e um pequeno armário. [...] Uma coisa muito importante: o encontro com a Capela. Era uma pequena sala. Havia o altar, com uma bela toalha branca e o tabernáculo, um pequeno tabernáculo, modesto, e uma velinha acesa. Só alguns genuflexórios, porque, em geral, se ajoelhava sobre o pavimento. Em todo caso, coloquei-me ali e vi uma coisa extraordinária que ficou gravada na minha mente. Sobre o altar, diante do tabernáculo, havia dois pedaços de cartolina, dobrados. Num estava escrito: 'Não temer'; no outro, 'Eu estou sempre convosco'. Esta frase, este princípio de pe.Alberione, que estava escrito de modo muito simples, à mão, sobre um pedaço de cartolina, é aquele que, parece-me, agora está esculpido, em latim, ao lado do altar maior do Templo de São Paulo: Nolite timere, Ego semper vobiscum sum. Ora, todas as vezes que venho ao Templo de São Paulo não posso deixar de fixar aqueles dizeres porque me lembro justamente daqueles dois cartões, que se tornaram duas lápides magníficas, escritas em ouro etc., mas que têm o mesmo significado de então.157
100
[DFst 39-40. 46-47. 49-50] Retomando o tema da datação, nestes dois testemunhos e na afirmação de pe. Alberione, encontramos as referências ante quam e post quam, entre as quais acontece o sonho.
Pe. Alberione afirma que ocorreu na sala ou escritório da nova casa. Por outro lado, pe. Gilli e o Dr. Edoardo Borra testemunham que a escrita Eu estou convosco e Daqui quero iluminar encontrava-se já na capela, situada no andar de cima, sobre o escritório de pe. Alberione.
A data ante quam, portanto, é o dia 29 de junho de 1922, data da bênção da segunda capela, no meio do pátio, e da transladação do Santíssimo da primeira capela. A data post quam é a ocupação do escritório, por parte de pe. Alberione, na nova casa, onde fez a experiência do sonho.
Sabe-se que a mudança de via Vernazza terminou a 10 de agosto de 1921, mas a ocupação da nova casa, segundo testemunho de pe. Gilli, havia sido iniciada bem antes. De fato, o número de União dos Cooperadores da Boa Imprensa, que traz a data de 15 de julho, propõe já uma visita à nova casa. Descreve a tipografia instalada no andar térreo e afirma que, no primeiro andar, entre outras coisas, ao lado da escada encontra-se a Direção.Trata-se, justamente, do escritório do Senhor Teólogo. Com muita probabilidade, portanto, pe. Alberione fizera preparar rapidamente, logo após os primeiros dias do início da mudança, ou seja, antes de 15 de julho.
O Dr. Borra, porém, ia a Alba durante o verão, e a descrição que ele faz da nova casa leva a pensar que a mudança tivesse apenas sido feita. Ele conta que o terreno era muito irregular e que tinha caído numa poça d'água, enquanto a atravessava caminhando sobre uma trave que servia de pequenaponte.Aindaquetaisinconvenientes tenhamsidoremediados por Cooperadores somente em fevereiro de 1923,158 não é possível pensar que as vias de acesso, freqüentadas por grande fluxo de pessoas, permanecessem assim precárias por muitos meses. Tem fundamento, portanto, supor que a sua visita tenha ocorrido durante o primeiro dos verões da Casa São Paulo, isto é, entre julho-agosto ou, no máximo, em setembro de 1921.
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[DFst 39-40. 46-47. 49-50] É muito provável, portanto, que a graça de confirmação tenha acontecido durante o verão de 1921, isto é, no início da mudança para a nova casa, fato que podia despertar a atenção ameaçadora dos socialistas ou dos fascistas, partes integrantes daquele conjunto de circunstâncias que faziam Pe. Alberione temer.
Revelando-se a Pe. Alberione e à sua nascente família religiosa, o Divino mestre imprimiu o selo do irresistível beneplácito de Deus sobre a Casa: Nem os socialistas, nem os fascistas, nem o mundo, nem, num momento de pânico, as exigências dos credores, nem o naufrágio, nem satanás, nem as paixões, nem a vossa insuficiência em tudo... mas assegurai-vos de me deixar ficar convosco, não me afasteis com o pecado. Eu estou convosco, isto é, com a vossa família, que eu quis, que é minha, que alimento, da qual faço parte, como cabeça. Não hesiteis! mesmo que sejam muitas as dificuldades; mas que eu possa estar sempre convosco! Nada de pecados (ADds 156).
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[DFst 63-65] Essa graça de confirmação ilumina as comprometedoras afirmações do número do U.C.B.S. de julho de 1921, dedicado a tornar conhecidas a importância e a necessidade do apostolado da Boa Imprensa. Este constitui um documento memorável para conhecer os inícios da Família paulina e publica algumas das mais belas páginas escritas sobre o novo apostolado.159
O número abre-se com um título solene: OBRA DE DEUS. A casa da EscolaTipográfica de Alba, que manifesta o verdadeiro projeto de pe. Alberione: Agora se inicia: A Escola Tipográfica de Alba foi aberta há sete anos, em agosto de 1914. Este foi todo um período de preparação, de aprendizagem, um tirocínio. Finalmente, logo se terá uma casa adaptada para tal finalidade; há um número suficiente de pessoas que se uniram como numa sociedade de almas, de vontades, de corações para a obra da boa imprensa: compreendeu-se um pouco que somente Deus faz tudo e que infalivelmente fará, se se buscar o reino de Deus e a sua graça: estão já bastante preparados os mestres de ciência e de arte; são verdadeiras e numerosas as vocações que o Senhor envia em proporção às necessidades... etc. Agora se deve, portanto, começar. Por isso a casa assume o seu verdadeiro nome 'Pia Sociedade de São Paulo', abandonando pouco a pouco o da preparação, e por isso se constituíram as duas seções, masculina e feminina, tendo cada uma delas quem se dedica ao trabalho e quem ao trabalho une o estudo; por isso, dá-se a conhecer o esboço do regulamento para aqueles aos quais interessa.160
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[DFst 49. 59-61] A Casa é obra de Deus, pois compreendeu-se um pouco que somente Deus faz tudo e infalivelmente fará, se se buscar o reino de Deus e a sua graça: esta certeza, nascida da experiência de encontro com Jesus mestre, levava em toda a Casa um fogo semelhante ao de um verdadeiro pentecostes.
O pensamento voa até os Apóstolos, sobre os quais de repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam (At 2,2). Pode-se pensar que, ao menos num primeiro momento, aquele barulho tenha renovado no ânimo dos apóstolos a experiência do sofrimento da cruz; depois, porém, aquele forte vendaval se transformou em línguas como de fogo que os tornavam cheios de Espírito Santo (cf. At 2,2-3).
Nas circunstâncias sofridas nesses últimos meses, certamente algumas expressões das Cartas de São Paulo eram vividas em primeira pessoa por Alberione e por Giaccardo: Todavia, nós levamos este tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que esse incomparável poder vem de Deus e não de nós (2Cor 4,7); ou também: por isso eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte (2Cor 12,10).
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[DFst 85-86. 91-92] Justamente no vento tempestuoso compreendeuse... que somente Deus faz tudo e que infalivelmente fará, se se buscar o reino de Deus e a sua graça: por isso, mais que voltar-se sobre si mesmo, diante dos sinais da misericórdia e sabedoria de Deus, pe. Alberione prepara a inserção da Casa no tecido eclesial, através da aprovação da Instituição. Para tal fim, inculca a unidade e a co-responsabilidade, como testemunha Giaccardo: Uma deve ser a casa:união íntima, de confiança, de ajuda, de oração, com o chefe da seção, com o mestre, com o confessor, com o Senhor Teólogo. Dar à casa a solenidade da constituição e considerá-la grande.161 E ainda: O Senhor Teólogo reúne os maiores para fazê-los ouvir e dividir a responsabilidade do pagamento, da formação e do bom funcionamento da Casa. A Casa não é uma domus formada, mas sim in fieri: é necessário assumi-la como in fieri e não como formada. Requer-se agora muito mais graça e muito mais virtudes. De nossa parte são necessárias generosidade e total dedicação. De Deus não devemos retirar nada, a Deus não devemos negar nada, ter tudo em comum.162
105
1.2.3. Revivem os tempos apostólicos

[DFst 85-88] Muito mais que um ponto de chegada, estabelecerse na nova Casa constituía um ponto de partida. Numa breve relação sobre a origem e o desenvolvimento da Pia Sociedade de São Paulo, de 23 de novembro de 1921, Pe. Alberione, referindo-se à data da bênção dos locais feita com a participação de Dom Re, coloca em evidência os dois eventos da profissão dos votos perpétuos e a constituição da Pia Sociedade de São Paulo: As duas comoventes funções, felizmente unidas, tiveram lugar a 5 de outubro, dia da conclusão dos SS. Exercícios espirituais. Diante de Jesus, solenemente exposto, após o canto do Veni Creator, procedeu-se à constituição da Pia Sociedade de São Paulo e 14 dos alunos mais adultos vincularam-se com os santos votos de castidade, pobreza, obediência e fidelidade ao Romano Pontífice, prometendo e comprometendo-se solenemente a consagrar à obra da boa imprensa todos os bens que receberam do Senhor, toda a ciência, a saúde, a atividade. No meio da emoção geral, o Diretor, em nome de Deus, recebeu estes santos votos, prometendo aos generosos jovens, em nome do Senhor, o cêntuplo de bens nesta vida e a vida eterna na outra. Eis a fórmula assinada: 'Diante de SS. Trindade, da Imaculada, Rainha dos Apóstolos, de São Paulo, os abaixo-assinados consagram quanto possuem de dons do Senhor, à obra da boa imprensa na Pia Sociedade de São Paulo, por toda a vida, renovando, a cada ano, os santos votos de pobreza, castidade, obediência e fidelidade ao Romano Pontífice'.163
106
[DFst 85. 91] Concluindo a sua relação, Pe. Alberione manifesta com força a convicção de estar comprometido com uma obra de Deus:
Resulta, portanto: que a Pia Sociedade de São Paulo possui uma visível proteção do Senhor; por Ele foi querida, por Ele guiada, por Ele conduzida ao estado atual. Nela vivem quatorze pessoas do ramo masculino, oito do ramo feminino que se consagram ao apostolado da boa imprensa; nela os alunos e as alunas são preparados de modo conveniente, intelectualmente, profissionalmente e espiritualmente para dedicar-se como religiosos a este meio de bem; nela há iniciativas de bem verdadeiramente úteis e de caráter estável; possuem-se os meios de subsistência; abriu-se um campo de bem muito amplo; os membros têm vivíssimo desejo de promover só e por toda a vida a glória de Deus, com a santificação própria (também por meio dos votos e da vida comum) e a salvação das almas; este desejo habita dentro deles desde muito tempo e provou-se eficaz por um tirocínio de vários anos.164
107
[DFst 44-48] Pe. Alberione identifica-se com a experiência dos Apóstolos: por isso, a 1º de dezembro de 1921, escreve a Dom Re: Expressar um juízo sobre uma vocação pertence pelo foro interno ao confessor e pelo foro externo a pessoas que possuem prudência, santidade, ciência. No caso do qual se fala usaram-se todos os meios que são aconselhados para chegar a uma reta decisão. Desde um - dois - três - quatro - cinco anos, se examinava, rezava, aconselhava: existem ainda as provas disso, ao menos em parte; avaliou-se bem e longamente o pró e o contra. [...] Além disso: antes de iniciar a Escola Tipográfica se expôs e pediu-se conselho ao Côn. Allamano Giuseppe, a Pe. Coraglia, a Pe. Reffo, ao Card. Maffi, a Pe. Sibona, ao Côn. Chiesa. Ora, também para isso falou-se longamente com parte dessas pessoas e com outras de igual mérito e estima, as quais por enquanto desejam não ser nomeadas. [...] No caso: ou não corresponder àquela que, segundo se pode julgar humanamente, era vontade de Deus, a vocação; ou haverá outros caminhos, mas eu ignoro quais. [...] Têm-se todas as certezas que são possíveis ter, nesta matéria, que a Pia Sociedade de São Paulo é querida por Deus; se assim não fosse se dissolveria imediatamente. mas supondo que existam dúvidas, parece oportuno o conselho de Gamaliel a respeito da obra dos Apóstolos: estas não são obras que podem ser sustentadas ou acrescidas pelo homem: portanto se dissolveriam por si mesmas: se, porém, é obra do Senhor, redunda em sua glória; e aqui está só e sempre o querer dos Venerados Superiores, do abaixo-assinado e de todos os membros da Pia Sociedade de São Paulo.165
108
[DFst 68-70] A referência aos inícios das atividades apostólicas éplena de sentido,atualidade e emoção para Pe.Alberione;e se relaciona com a pessoa do papa, como podemos apreender do Diário de Timóteo Giaccardo: Este é o nosso brasão: a medalha que, de um lado, representa S. Pedro e S. Paulo; do outro, o papa. Oh, se devesse escrever todas as palavras, se devesse escrever o amor terno e intenso que o nosso pai nutre pelo papa: fala sobre ele todas as vezes que pode, com ardor, e suas palavras calmas, serenas, são de tal modo plenas de unção, de persuasão, que parecem sempre novas, sempre agradabilíssimas e, cada vez, preenchem a alma com as mais salutares e eficazes impressões. Ele quer que amemos o papa, e este amor ele o inspira aos clérigos, o quer vivo no povo. Aos clérigos recomenda tantas e tantas vezes, que façam, cada ano, ao menos uma homilia sobre o Papa, uma sobre as missões, uma sobre a boa imprensa.166
Quase como São Francisco, que se dirige a Roma para apresentar-se ao Papa, Pe. Alberione começa o ano 1922 com a viagem a Roma para levar à Sagrada Congregação dos Religiosos a carta de apresentação, redigida por Dom Re, da Pia Sociedade de São Paulo.
Bento XV tinha promovido e encorajado a boa imprensa e instituíra a Obra Nacional da Boa Imprensa. Pe. Alberione estava convencido de que obteria a aprovação do papa para o nascente apostolado: De 2 a 8 de janeiro o nosso Senhor Diretor foi a Roma para importantes interesses da Casa. Conseguiu uma audiência privada com o S. Padre, a quem teve a sorte de ver nos últimos dias de sua vida, do qual nos trouxe a Bênção.167
A morte de Bento XV, a 22 de janeiro de 1922, constitui portanto uma prova dolorosa para a Casa: Nos seus últimos dias ainda, quando o nosso Diretor lhe falou de rapazes e moças que tinham feito desta missão a própria vida, Bento XV acolheu a notícia com profunda alegria, e fixando o olhar penetrante e eloqüente em quem lhe falava, abençoou com efusão de afeto a ele e a toda a sua casa, e a todos os seus cooperadores.168
109
[DFst 43-44. 49-50. 95-97] No entanto, na Casa reina uma convicção: os tempos apostólicos revivem. A Pia Sociedade de São Paulo é apresentada como um seminário para a formação dos missionários e das missionárias da Boa Imprensa.169 O quadro de referência são os tempos apostólicos: Os inícios do Cristianismo são o seu período de ouro. Lemos sempre com emoção, com fruto, com paixão as páginas do Evangelho, quando os Apóstolos na escola de Jesus lhe diziam: mestre, ensina-nos a rezar; quando as multidões se amontoavam para escutar a palavra de vida eterna do Divino Mestre; quando os jovens dele se aproximavam com confiança, e perguntavam: mestre, o que devo fazer para conquistar a vida eterna? [...] magníficas as cenas nas quais os Apóstolos se reuniam ao redor de Maria, Mãe de Jesus. Ela era a Mãe, a Mestra, a Rainha dos Apóstolos, os iluminava, os dirigia, rezava... [...] magnífico o primeiro pentecostes cristão dos Apóstolos, guiados por Maria SS. na primeira e mais importante novena ao Espírito Santo. [...] E ainda: impressionam intimamente e edificam as descrições dos Atos dos Apóstolos, quando S. Paulo realizava as suas viagens de evangelização e os grandes do areópago o convidavam a expor a nova doutrina na mais célebre assembléia do mundo; e os cristãos convertidos por ele ficavam, do pôr-do-sol à meia-noite e depois, da meia-noite até o amanhecer, ouvindo a sua palavra... [...] Os tempos apostólicos revivem.170
110
[DFst 48-53. 93-97] Na Pia Sociedade de São Paulo, homens e mulheres estão conscientes de que uma sede insaciável de ler e de aprender atormenta a humanidade e todos pedem jornais e livros: pedem as crianças, os adultos e os anciãos; as pessoas intelectuais e os trabalhadores braçais, e das missões chega-nos, com insistência, a voz dos vigários apostólicos e dos missionários, pedindo a esmola de livros, de bons livros, de muitos livros....171
Por outro lado sentem a ordem determinante da Igreja: Criai jornais católicos, difundi a boa imprensa! Hoje nós temos, mais que nunca, necessidade da boa imprensa; bendito o apostolado da boa imprensa!.172
A resposta dos novos apóstolos, hoje como no início do cristianismo, será a de unir-se intimamente ao mestre Divino, deixar-se guiar pela Rainha dos Apóstolos, orientar-se segundo São Paulo para anunciar o Evangelho com os meios mais rápidos: Ensinaremos com eficácia a doutrina do Salvador, se antes, como os Apóstolos, nos unirmos intimamente ao mestre. É uma devoção que amadurecerá nestes tempos de apostolado. E se desenvolverá também a devoção a Maria, Rainha dos Apóstolos, [...] que guiará os novos Apóstolos às novas admiráveis conquistas... [...] A S. Paulo, o Apóstolo, o Doutor, o Pregador, o Mestre das Nações, o Prisioneiro de Jesus, o Paladino do Espírito Santo, orientam-se todos os que hoje trabalham para resolver, de modo cristão, as mais graves questões religiosas, sociais e políticas; todos os que anseiam penetrar as massas com o cristianismo puro e fazer o bem com os meios mais rápidos; todos os que conhecem mais intimamente o seu espírito, invocam-no e dele são devotos, e a devoção a S. Paulo se estenderá e crescerá de modo gigantesco também nestes tempos de apostolado e se difundirá entre os que se dedica ao apostolado e entre os que querem viver uma vida cristã robusta.173
111
[DFst 48-51. 52-53. 93-97] Fonte fecunda das inspirações de Pe. Alberione foram, desde jovem, a oração e o aprofundamento dos apelos daatualidade,àluz dapalavradeDeus: A verdadeiraforça regedora dos afetos do coração, motriz no reino invisível do pensamento, na união intelectual e moral, individual e social, que atravessa todos os séculos, que se dilata em todas as nações, é a potência da palavra. Fala o homem e fala Deus (SC 155). A escuta da palavra enraizara em Pe. Alberione a profunda convicção de que o Evangelho apresenta Jesus circundado por apóstolos e discípulos, homens e mulheres: Entre os grandes espetáculos de fé e zelo que admiramos na Igreja, existe um que mais do que todos se torna admirável: ver a parte exercida pela mulher na propagação da fé: a mulher apóstola da fé e moral. - Ao lado de Jesus e na sua escola nós encontramos mulheres que difundem a sua doutrina: para a difusão da fé cristã, muito colaboraram rainhas, senhoras e pobres mulheres do povo, esposas, mães ou filhas.174
Não somente homens, portanto, mas homens e mulheres.
112
[DFst 53-54] Ao aprofundar tal leitura do Evangelho, que evidenciava o papel das mulheres, Pe. Alberione serviu-se de muitas obras. Aqui não podemos não recordar dois autores entre aqueles que o inspiraram sobremaneira: R. F. Rohrbacher,175 para a história da Igreja,176 e Gioacchino Ventura.177 Sabe-se que Pe. Alberione conhecia as obras destes autores e que, como se verá em seguida, aconselhava a sua leitura.
113
[DFst 40-43. 51-53. 58-59. 74-76. 78-79. 93-95] G. Ventura exerceu fascínio especial sobre Pe. Alberione, pelo seu zelo e por diversos temas: por exemplo, a importância dada à palavra de Deus, a meditação sobre os mistérios da vida de Cristo, a oração, a eucaristia, a devoção mariana, a contínua referência aos padres da Igreja e ao tomismo, a relação entre razão e fé, a importância da mulher na obra de evangelização e na vida social, a atenção às questões sociais de atualidade.178
114
[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] A homilia sobre Jesus Cristo na casa de Marta e de Madalena179 revela-se importante para compreender o binômio vida contemplativa e vida ativa no DF, em todo o pensamento de Pe. Alberione, e nas orientações dadas às congregações femininas. Esta trata o tema da oração e quer apresentar a grande e sublime doutrina da única coisa necessária, considerando as condições e as obras do serviço de Deus, a sua necessidade e a importância e o seu prêmio ou recompensa, no desejo de oferecer um comentário às palavras de Paulo: mas agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus, vós dais frutos que conduzem à santificação e tereis como fim a vida eterna (Rm 6,22).
Após ter posto o acento sobre a santidade como o ornamento que torna a casa de Marta, Maria e Lázaro um ambiente agradável ao Filho de Deus, Ventura indica a renúncia ao pecado como a primeira condição para entrar no serviço de Deus e, portanto, descreve um articulado itinerário para que as obras dêem um verdadeiro serviço a Deus: Receber Jesus Cristo intencionalmente no espírito, crendo nele, é, portanto, fazer-lhe a homenagem da razão pela fé; recebê-lo moralmente no coração, conservando a sua graça santificante, é fazer-lhe a homenagem da alma pelo amor; recebê-lo realmente no corpo, comungando à sua santa mesa, é fazer-lhe uma homenagem da carne pela castidade e pela mortificação; finalmente, recebê-lo em casa de modo figurativo, cuidando dos pobres, é fazer-lhe uma homenagem dos bens pela caridade.180
115
[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] Ventura apresenta as três interpretações dadas pelos padres da Igreja às palavras de Cristo dirigidas a Marta: a interpretação histórica ou literal, a interpretação ascética e a interpretação alegórica.
Mesmo se a sua apresentação do sentido histórico e ascético é particularmente próxima à proposta de Pe. Alberione, parece útil retomar aqui alguns dos pontos da interpretação alegórica.
116
[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] Em primeiro lugar retoma-se a simbologia da vida ativa e da vida contemplativa: Naquela instrução, o divino Mestre havia declarado que a condição única, indispensável, como também a condição infalível para garantir a eterna felicidade, é a de amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. [...] Marta seria o modelo do amor que nós devemos ter pelo nosso próximo, Maria do amor que devemos ter para com Deus. E, segundo são Gregório e outros célebres intérpretes, Marta expressou em si a vida ativa, com todas as suas solicitudes; Maria, a vida contemplativa em toda a sua perfeição. Por isso, retoma são Gregório, vemos que o Senhor não repreende a ocupação de Marta, mas exalta a de Maria; para nos ensinar que os méritos da vida ativa são verdadeiramente grandes, mas os da vida contemplativa são ainda maiores. [...] A coisa verdadeiramente necessária, e cujo mérito é completo e perfeito e deve ser preposto a tudo, é portanto somente a vida na qual a alma cristã, abandonando-se a Deus, concentrando-se em Deus, mediante o amor, se expande também sobre os homens e estende a todas as suas necessidades a solicitude da própria devoção.181
117
[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] São particularmente vibrantes as considerações sobre a vida contemplativa: As almas mais sensíveis, as que mais têm piedade das misérias humanas, e que são mais ardentemente animadas por um desejo mais vivo de remediá-las, as almas mais zelosas pela vinda do reino de Deus entre os homens, as almas que mais sentem os perigos, os males, a perda dos seus semelhantes e que mais se interessam pelo destino da humanidade e da Igreja, não se encontram em tão grande número quanto entre os retirados e contemplativos.182
118
[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] O parágrafo sobre a força da oração reflete também uma profunda certeza de Pe. Alberione, isto é, que a oração deve fecundar a obra de todo apóstolo: Jesus Cristo dizia um dia aos seus apóstolos: 'A messe é abundante, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao senhor da messe que mande operários à sua messe' (mt 9,38). É evidente, portanto, que se é o espírito de Deus quem forma os bons bispos, os bons sacerdotes, os missionários, os apóstolos que cultivam as almas, que as recolhem nos vastos campos do mundo e as depõem nos celeiros da Igreja, é a oração que os obtém. Ora, esta oração que multiplica o número dos operários evangélicos e atrai sobre as suas fadigas as bênçãos celestes que as fazem frutificar, é de modo particular a oração das almas dedicadas à contemplação, nas quais tudo reza, também o estudo, também o trabalho, e cuja vida inteira outra coisa não é que uma oração e um sacrifício ininterruptos que sobem ao céu em suave odor e do céu atraem todos os auxílios, todas as graças que reduzem as misérias e os escândalos da terra. De modo que estas almas generosas falam pouco de Deus aos homens, mas falam muito dos homens a Deus. 183
119
[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] Os novos apóstolos são tais graças à vida contemplativa, praticada no meio do mundo: Mas não deveis crer que os contemplativos e os retirados se encontrem somente fora do mundo, nas tebaidas, nos desertos, nos conventos separados de qualquer contato, de qualquer relação com o mundo. Existem, e mais numerosos do que se pensa, também no mundo. [...] São estes novos apóstolos, estes novos anunciadores da boa nova, estes homens tão superiores à humanidade, dos quais a humanidade se beneficia, admirando-os sem podê-los explicar, que percorrem o mundo e o evangelizam, e nos quais se renovam, a todo momento, se manifestam, se perpetuam o espírito, a vida, as fadigas, os milagres, os triunfos dos antigos apóstolos pela salvação das almas.184
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[DFst 58-61. 78-79. 83-85. 93-95. 99-100] Após ter ressaltado que o divino Salvador foi [...] o verdadeiro modelo da vida ativa e da vida contemplativa, Ventura afirma que Marta e Maria constituem uma figura e uma alegoria daquilo que realizou plenamente Maria, a Mãe de Deus: infinitamente mais feliz que Marta, que recebeu o Senhor na sua casa, a Bem-aventurada Virgem recebeu o Verbo Divino e lhe deu uma hospitalidade digna dele no seu próprio seio, cuja pureza eclipsou a dos anjos, e foi adornado com todos os ornamentos da santidade.
Infinitamente mais recolhida e mais meditativa que Maria, irmã de Marta, a Mãe de Deus conservava íntegra a palavra de Deus na sua alma, mantinha a mente fixa na contemplação sublime e ininterrupta daquela sua palavra, e fazia dela as delícias do seu coração. Conservabat omnia verba haec, conferens in corde suo (Lc 2,51). Infinitamente mais aplicada que as duas irmãs para fazer frutificar a graça da qual era plena, após a ascensão do Senhor, a Rainha dos Apóstolos dividia a sua vida entre a meditação das coisas celestes e as obras do zelo e da caridade, consolando os fiéis, comunicando o Evangelho e ajudando os apóstolos com os seus encorajamentos, com os seus conselhos, com as suas orações na imensa obra da fundação da Igreja (ver Homilia VIII, Apêndice). Finalmente, ninguém, nem mesmo entre os anjos, compreendeu e praticou melhor que a Rainha dos Anjos a doutrina da única coisa necessária. [...] portanto, na Mãe do Salvador se cumpriu, com todo o rigor e plenitude, a vida sublime e perfeita da qual Marta e Maria apresentaram a alegoria e a figura. [...] Formados na escola do Filho de Deus feito homem e da sua Mãe divina, também os apóstolos uniram todas as obras do zelo e da caridade da vida ativa às ocupações da vida contemplativa.185
121
[DFst 68-69] Marta e Maria significam a Igreja: Nesta casa o amor do homem é o reflexo luminoso, ou reflorescimento do amor de Deus; e o amor de Deus cresce e se fortalece pela prática do amor do homem.186
122
[DFst 16. 24-25. 27-28. 35-40. 60-63] Na segunda parte da homilia, sobre a importância e necessidade do serviço de Deus,187 Ventura se inspira em Santo Agostinho para indicar que é Deus, Uno e Trino, aquele unum necessarium do Evangelho de Marta e Maria. E verdadeiramente são muitos os pontos de contato entre o texto e o pensamento de Pe. Alberione, especialmente nas páginas que têm como pano de fundo a doutrina do exemplarismo; o seguimento de Cristo, Caminho, Verdade e Vida; a antropologia que vê o homem uno e trino à imagem de Deus: Assim como Deus é trino nas pessoas, o pai, o Filho e o Espírito Santo, também a nossa alma é trina, nas próprias faculdades: a faculdade de formar as idéias - ou de gerar por si mesma, nas profundidades do próprio ser, a sua palavra interior; a faculdade de raciocinar e a faculdade de querer.188
123
[DFst189 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] Além dessas alusões à obra Le donne del Vangelo, que têm uma característica semelhante a algumas linhas fundamentais da espiritualidade e do pensamento de Pe. Alberione, podemos encontrar algumas convergências entre os dois autores no que se refere à história, se se consideram os volumes de La donna cattolica. Na obra La donna associata allo zelo sacerdotale, Pe. Alberione escreve: muito interessante seria a história da mulher na Igreja católica e se espera que surja logo quem escreva sobre este tema.190 Na realidade, pode-se constatar que ele se refere explicitamente a Ventura: mas além de tantos outros motivos de esperança, nós temos também este: em geral a mulher é nossa, a mulher é cristã e pode ser para nós uma ajuda grandíssima. Pe. Ventura, depois de haver descrito o momento presente, disse que a Igreja teria confiado à mulher católica uma missão restauradora, quase um apostolado.191
Pe. Alberione refere-se ao primeiro volume de La donna cattolica, onde, na primeira parte, o autor apresenta a necessidade de tratar da mulher sob o aspecto católico, fazendo um elenco histórico que vai das considerações bíblicas às problemáticas do mundo moderno; e, na segunda parte, apresenta a cooperação da mulher na fundação da Igreja.
Esta segunda parte, composta de seis capítulos, revela-se de importância extraordinária para aprofundar o pensamento de Pe. Alberione.192
124
[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] No terceiro capítulo, ou parágrafo, Ventura fala das Idem mulheres na missão de Paulo: Lídia, Priscila, Evódia e Síntique. Um detalhe de particular interesse para Pe. Alberione sobre a missão de Febe: Sabe-se que S. Paulo não encarregou um homem, mas uma mulher, santa Febe, de levar, da Grécia a Roma, a sua Epístola aos Romanos, aquele primeiro comentário do Evangelho, aquela obra-prima de exposição do dogma cristão. Falando desta mulher aos féis de Roma, no final da mesma carta, S. Paulo lhes disse: 'Recomendo a vocês nossa irmã Febe, que está no ministério da Igreja. Peço-lhes que a acolham bem no Senhor, como convém a cristãos. Dêem a ela toda a ajuda de que precisar, pois ela tem ajudado muita gente e a mim também'. [...] Ora, estar no ministério da Igreja é algo mais que praticar a caridade. Os assuntos que Febe ia tratar em Roma não eram temporais, mas espirituais. Um passo como este manifesta, portanto, que esta mulher foi o apoio dos cristãos e do próprio S. Paulo em Corinto, que os assuntos mais sérios da Igreja lhe eram confiados, e que, na companhia do apóstolo, exercia uma espécie de apostolado na Igreja.193
125
[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] O quarto capítulo apresenta a vida de Santa Tecla, a mulher que mais ajudou S. Paulo no seu apostolado no Oriente.194 Tecla é a associada por excelência a Paulo: Santo Ambrósio chama-a 'Companheira do apóstolo, Socia apostoli' [...] porque, durante todo o tempo em que o apóstolo morou na Ásia, a rica e generosa virgem ajudou-o com todos os seus meios na obra do ministério apostólico; a tal ponto que Paulo é, em grande parte, devedor a ela pelo bom sucesso que obteve nessa região. E na verdade parece que santa Tecla, como nos dizem os Atti del suo martirio, com a sua inteligência, a sua eloqüência, as suas riquezas, as suas relações, e muito mais ainda com a constância e ardor da sua fé e a santidade da sua vida, tenha convertido tantas almas a Jesus Cristo quantas o próprio São Paulo com a potência da sua palavra. (Cujus fidei ardore et vitae sanctitate, multi ad Christum conversi sunt - Brev. Rom., 23 sept ex actis).195 Entre as muitas mulheres que assistiram os apóstolos e partilharam as fadigas e as glórias do seu ministério, Tecla é aquela que recebe os maiores elogios dos padres da Igreja: Foi, entre as mulheres, a mais nobre das discípulas de S. Paulo, a primeira das virgens esposas do Cordeiro divino, o primeiro gérmen do seu sangue, o primeiro prodígio da sua graça, a primeira executora dos seus conselhos, a primeira testemunha da sua religião, a porta-bandeira de milhares de almas sublimes que há dezoito séculos a seguiram na via das virtudes e do martírio. Não somente Santo Ambrósio, mas também Santo Agostinho, São João Crisóstomo, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa e outros padres celebraram as glórias de santa Tecla, e cumularam-na com os maiores e extraordinários elogios.196
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[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] Esta apresentação entusiástica do ministério da mulher nos tempos apostólicos encontrava profunda ressonância na alma e nos projetos que há tempo Pe. Alberione cultivava. No início de 1922, Pe. Alberione e toda a sua Casa sentem o chamado a ser São Paulo redivivo, isto é, a fazer parte da comunidade apostólica vivente hoje, homens e mulheres que vivem com alegria o Evangelho e o comunicam. Nesse clima, a 29 de junho são ordenados os três primeiros sacerdotes, depois de Timóteo Giaccardo, e à tarde foi abençoada a nova capela dedicada a São Paulo, destinada a se tornar, para os membros da Casa e para os albenses, um centro das principais devoções que a Pia Sociedade de São Paulo deseja difundir: Devoção ao Divino Mestre, a Maria Rainha dos Apóstolos, a São Paulo Apóstolo....197
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[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] Um ensaio dessa finalidade realizou-se no dia seguinte, mediante a solene celebração da Festa de São Paulo, com as primeiras missas dos neo-sacerdotes e a fala do Cônego Francisco Chiesa. Durante as Vésperas, este se manifestou ilustrando os símbolos do quadro de S. Paulo: a espada, o livro, o estilo, e unindo as frases de mons. Swoboda: Se São Paulo retornasse hoje, continuaria a ser Bispo: e aquela de mons. Ketteler: Se São Paulo retornasse hoje, seria jornalista, disse que a missão da Boa Imprensa é missão essencialmente sacerdotal: que para ser apóstolos da boa imprensa é necessário também ser sacerdote: que a manifestação mais delicada e mais eficaz do zelo sacerdotal, do sacerdócio enquanto apostolado, é hoje a Boa Imprensa.198
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[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] Não obstante a forte acentuação sacerdotal, o ensinamento de Francisco Chiesa queria estar perfeitamente de acordo com o que constituía um dos eixos do projeto de Pe. Alberione: a associação da mulher ao zelo sacerdotal do apostolado da imprensa. De fato, desde os primeiros anos da sua formação no Seminário de Alba, Alberione afirmava com profunda convicção que na Bíblia residia a força para tornar a mulher mais respeitada e de vencer aquela cultura que reduz a mulher a instrumento de prazer e procriação (SC 159).
Após a constituição da Pia Sociedade de São Paulo , Pe. Alberione se dispõe, por isso, para a constituição do ramo feminino e, para este fim, a 22 de dezembro de 1921, havia solicitado a permissão à prefeitura para uma construção contígua à já existente. Em maio de 1922 se anuncia que a construção cresce rapidamente;199 concluídos os trabalhos, será ocupada pelas Filhas de São Paulo a 10 de setembro do mesmo ano.200
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[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] Resulta difícil descrever o pulular de vitalidade na Casa, entre o ritmo incessante das construções, as iniciativas apostólicas, o contínuo aumento dos novos e novas que chegavam, a tendência a uma crescente autarquia. Por sua parte Pe. Alberione acompanha tudo, mesmo se delega a outros a tarefa de realização, mas sobretudo quer permanecer longamente diante de Deus para responder à divina vontade em tudo.
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[DFst 53-54. 63-64. 68-69. 83-84. 85. 88. 93-97] Assim, do domingo 16 ao sábado 22 de julho de 1922, reúne a Casa para os Exercícios Espirituais, pregados pelo Côn. Chiesa e por mons. Ugo Mioni. Com ênfase o boletim Unione Cooperatori Buona Stampa anuncia que também para as Filhas de São Paulo concluiu-se o tempo da preparação, mediante a constituição da Pia Sociedade Filhas de São Paulo : O dia 22 de julho de 1922 é para as Filhas de S. Paulo uma data histórica. Depois de sete anos de prova, de trabalho escondido, de sacrifício humilde, de oração incessante, de vida religiosa ignorada, sábado, 22 de julho, concluíam a semana de exercícios espirituais, faziam o grande passo, uniam-se perenemente a Deus e à missão da Boa Imprensa com os votos públicos [privados], constituindo a PIA SOCIETADE DAS FILHAS DE S. PAULO. Como o ramo masculino, acrescentam aos três votos ordinários o quarto de fidelidade ao Romano pontífice. O primeiro grupo é de nove: a partir desse dia começa a sua expansão.201
As nove Filhas prometem dedicar-se por toda a vida ao apostolado da Boa Imprensa para viver a vida do Divino Mestre, com os olhos em Maria Rainha dos Apóstolos, sob a guia de São Paulo Apóstolo.202
Segundo um desígnio longamente preparado e aprofundado, Pe. Alberione impõe a Teresa Merlo o novo nome de Tecla, a companheira dos apóstolos, e a nomeia Superiora geral da Congregação.
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1.2.4 Vivit vero in me Christus (Gl 2,20)

[DFst 39-40. 57-58 .63-64. 88-89. 93-95. 99-100] Partilhando as responsabilidades, Pe. Alberione pedia a todos plena comunhão com ele para realizarem juntos a obra querida por Deus: a festa do seu onomástico, adiada para o domingo 30 de julho de 1922, constituiu uma forte expressão e uma ocasião de impulso vocacional: O Senhor Teólogo deixou-nos estas recordações: trabalhamos muito pouco para tornar-nos santos; uma única preocupação: trabalhar para tornar-nos santos; um único desejo: tornar-nos santos. A festa e as orações de domingo certamente contribuíram para ajudar-nos a dar um bom passo na devoção ao pai, que a misericórdia de Deus nos deu como guia, apoio, como alimento da mais bela das vocações.203
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[DFst 39-40. 57-58. 63-64. 88-89. 93-95] O intenso teor de vida espiritual e de busca da santidade vivido por Pe.Alberione, e proposto à comunidade, pode-se perceber em três páginas do Diário do Bem-aventurado Timóteo Giaccardo, escritas durante estes Exercícios Espirituais de 1922, que traçam um quadro geral do seu empenho, à luz do propósito inicial: Jesus Senhor, pela intercessão de Maria, Rainha dos Apóstolos, e de S. Paulo , tu derramaste em mim o excesso da tua misericórdia e do teu infinito amor. Fizeste-me cristão, sacerdote, religioso e me uniste estreitamente a ti no apostolado da Boa Imprensa. Oh! teu amor infinito, e minha infinita nulidade! Amor exige amor. Senhor, tu queres tudo de mim: e eu te dou tudo. Sou teu, ó Jesus: todo teu pelas mãos de Maria: Dominus pars hereditatis meae. Por isso eu quero viver a tua vida, toda a tua vida, como S. Paulo , como Maria SS. Vivo... iam non ego, vivit vero in me Christus. Mihi vivere Christus est. O meu propósito é: humilhar constantemente o meu amor próprio e trabalhar em busca do amor de Deus, da caridade perfeita.204
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[DFst 57-58. 63-64. 88-89. 93-95] Na Casa tem-se uma clara consciência da própria identidade, entre as várias vocações: Todos compreendem a necessidade de cultivar as vocações para a missão do sacerdócio, para as irmãs de caridade; muitos entendem a necessidade dos missionários e das irmãs missionárias; não todos, não muitos, poucos estão convencidos que a Boa Imprensa hoje tem necessidade de vocações próprias, verdadeiras e santas; de sacerdotes, de escritores, de propagandistas, de tipógrafos verdadeiros religiosos; de mestras, de escritoras, de propagandistas, de tipógrafas, verdadeiras irmãs. A necessidade destes religiosos e destas religiosas para a Boa Imprensa é porém uma realidade palpitante: é o suspiro das almas que vêem melhor a corrente dos tempos, dos corações que melhor sentem a necessidade da Igreja.205
O momento histórico é visto como a hora da Boa Imprensa. Por isso, os membros da Casa sentem-se portadores e responsabilizados de um verdadeiro mandato apostólico: Eritis mihi testes: vós sereis minhas testemunhas na Judéia, na Galiléia, até os últimos confins do mundo, dissera Jesus Cristo aos Apóstolos: os doze e os seus discípulos foram testemunhas da divindade de Jesus Cristo e da Religião Cristã por meio da pregação. Depois foram testemunhas os Doutores com os seus livros. Depois foram testemunhas os claustros com a santidade da vida monástica. Depois os santos da idade moderna com os seus institutos de educação cristã. Hoje quem dá o principal testemunho de Jesus Cristo é a Boa Imprensa. O jornal que entra no casebre do pobre, no escritório do douto, entre os papéis do comerciante e vai encontrar o agricultor no campo, está na mesa do deputado e sobre a escrivaninha do ministro, e sobre o trono do rei; e dirige a política e forma a opinião pública, e plasma as consciências. A tinta dos bons escritores vale como uma vez o sangue dos mártires. Os santos de hoje, os católicos comprometidos, os sacerdotes, os Bispos, os Sumos Pontífices pregam a gravíssima necessidade da Boa Imprensa, advertem sobre a sua urgência, dizem-nos que dela nos ocuparmos constitui grave obrigação de consciência. É o euntes, docete omnes gentes, do Divino Salvador, é sempre o mandato do Divino Mestre de pregar a todas as gentes, que em cada tempo adota a forma mais adequada em relação aos novos erros, às novas condições sociais, aos novos progressos científicos, à nova vida da humanidade. E hoje adota a forma de Boa Imprensa. E este adaptar-se da Igreja a todas as exigências dos tempos, esta sua fecundidade de produzir contra os novos males novos meios eficazes de defesa e de evangelização, é um sinal admirável da sua divindade, é o caráter que lhe assegura perenidade e triunfo.206
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[DFst 57-58. 63-64. 88-89. 93-95] O número de dezembro de UCBS publica um relatório com o título Concluindo o ano, perpassado de alegria e maravilha: E pensamos: Que o ano se passou e talvez sintamos muitas responsabilidades diante de Deus, porque pela Boa Imprensa poderíamos ter feito muito mais! Que o ano não volta mais; está perdido para o semeador preguiçoso que podia ter lançado muita semente evangélica, e não o fez! Entrevê-se, ao invés, uma ótima colheita para o bom semeador que com abundância semeou pensamentos, idéias sadias com a Imprensa Boa. Que nós fizemos alguma pequena coisa: em casa, o número de pessoas aumentou em mais de cem em relação ao ano passado. Que foi construída a pequena capela e que nela a cada dia celebram-se seis ou sete missas e se fazem muitas orações. Que foi terminado outro setor na casa, que assim pode acolher 236 pessoas. Que os boletins paroquiais, que em 1921 eram cinqüenta, chegaram a uns cem. Que a Gazzetta d'Alba aumentou a tiragem e melhorou muito na parte técnica. Que a coleção de leituras amenas chegou a 30 títulos. Que a coleção dos livros ascéticos chegou a uma dúzia de títulos. Que mais de meio milhão de catecismos foram expedidos por toda a Itália. Que a coleção de livros apologéticos cresceu bastante. Que o potencial da tipografia chegou a permitir produzir diariamente um livro de cerca de 300 páginas. Que nas nossas livrarias são vendidos, em média, mais de 2000 livros por dia. Tudo isso: somente graças a Deus! Nós somos servos inúteis. No entanto, nada se fez! Se se considera o que deve ser feito; e nós não vemos ainda tudo.Atualmente, teríamos também já o trabalho não para 200 pessoas, mas para 200 mil! Falta-nos o pessoal que escreva, que imprima, que difunda. São 8.000 cooperadores? Sim, mas seriam necessários 800 mil que rezem, que ajudem, que difundam a Boa Imprensa. A Gazzetta d'Alba deveria ser o jornal de cada uma das quarenta mil famílias da nossa diocese. As bibliotecas populares têm necessidade urgente de leituras sadias, amenas, educativas: e para contrastar tamanha cloaca livresca nós temos de percorrer ainda um caminho imenso.207
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[DFst 57-58. 63-64. 88-89. 93-95] O relatório, em cifras, do trabalho realizado208 e a afluência das vocações209 deixavam pressagiar uma fase de crescimento segundo as impelentes necessidades de evangelização por meio da Boa Imprensa, confirmada também pela encíclica Rerum omnium, do novo Papa Pio XI, que declarava São Francisco de Sales padroeiro dos jornalistas.210
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[DFst211 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Por outro lado, no ano de1923, Pe. Alberione viveu um momento do seu itinerário humano-espiritual que o marcou de modo mais profundo. Depois da experiência do encontro com Jesus mestre, no sonho de 1921, a enfermidade levou-o a viver a misteriosa passagem da fé nua. De uma parte eram evidentes os sinais que a Casa era obra de Deus; de outra, ele se sentia em grave perigo de vida. Podia contar assim somente com a sua fé, somente com Deus.
Entre julho e início de setembro, acolhido pelo pároco de Benevello, Pe. Alberione passou por uma experiência, de certo modo, semelhante à de Inácio de Loyola quando parecia morrer, depois de ser ferido em batalha. Narra-o Santo Inácio mesmo, falando de si na terceira pessoa: mas continuava piorando: não podia alimentar-se e manifestava outros sintomas que normalmente preanunciam o fim. No dia de São João, como os médicos tinham poucas esperanças de salvá-lo, foi-lhe sugerido confessar-se. Recebeu portanto os sacramentos e, na vigília dos santos Pedro e Paulo, os médicos declararam que se até a meia-noite não melhorasse podia-se considerá-lo morto. O enfermo havia sido sempre devoto de São Pedro: nosso Senhor quis que justamente nessa meia-noite começasse a restabelecer-se; e foi de tal modo melhorando que depois de alguns dias foi declarado fora de perigo.212
No período da convalescença, Inácio viveu os primeiros e intensos passos da conversão que constituem as origens dos seus Exercícios Espirituais.
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[DFst 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Por sua parte, Pe. Alberione não se encontrava no início do itinerário espiritual; estava, porém, recebendo o dom das mais profundas experiências místicas. E o instrumento imediato foi justamente o clima dos Exercícios Inacianos, como testemunhou Irmã Ângela Teresa Raballo, que o assistia em Benevello: O Senhor Teólogo não celebrava mais a missa e não podia nem mesmo recitar o Breviário. Ficou quinze dias de cama e aí recebia a comunhão. Cada dia pedia que se lesse para ele um trecho do livro dos Exercícios espirituais de S. Inácio, que havia levado consigo. Eu lia até quando ele me dizia: 'Agora basta, tenho o suficiente para até amanhã'.213
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[DFst 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Na primeira metade de 1923, Pe. Alberione fizera os Exercícios Espirituais na pequena Casa da Divina providência, do Cottolengo, lugar onde a fragilidade humana era familiar. Agora assemelhava-se aos derrelitos, condenado ao isolamento até à morte: Tinha perdido a voz, e tinha sempre febre... Não demonstrava sinais de melhora. Se eu chorava, me dizia: 'por que chorar? Não sabes que no meu lugar virá um que fará melhor do que eu'. Costumava repetir: 'Não podendo mais retornar à comunidade, por causa da minha doença, que me constrange a ficar isolado, irei ao Cottolengo de Turim, e aí concluirei os meus dias'.214
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[DFst 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Pe. Alberione tinha recebido a confirmação de que a obra por ele iniciada era obra de Deus, mas agora Deus estava lhe pedindo nada menos que a entrega da vida, separava-o daquele filho único, do filho da promessa, recém-nascido: como que para suscitar um novo Abraão, após a Aliança, Deus punha à prova Pe. Alberione. Chamava-o à confiança total, no abandono completo de si e de todas as coisas. Era a experiência da passividade total, necessária para experimentar a alegre presença da graça. Desta misteriosa profundidade, do seu sim a Deus somente, Jesus mestre tomava-o pela mão, para ensinálo e, na sua escola, guiá-lo, com a profundidade de Deus, através da revisitação de tudo o que carregava no coração. Havia chegado a hora escolhida por Deus para selar a sua Aliança, para sempre, com Tiago Alberione. mas, como um novo Jacó, na noite da enfermidade, ele era chamado a lutar com Deus, durante longas semanas. Somente assim, tomado pelo Espírito, podia reabraçar ativamente, em todas as coisas, a vontade de Deus, procurar de verdade a sua maior glória, encontrar a sua paz, unificar o itinerário vivido até agora, e doar-se totalmente à comunicação do Evangelho. Justamente por isso, Benevello foi também o Sinai, onde Pe. Alberione procurou, diante de Deus, o rosto por Ele querido para a Casa, dedicando-se também à redação das Constituições, assim que as condições físicas lhe consentissem.
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[DFst 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Durante os longos meses de sofrimento, Pe. Alberione imergia na beleza e urgência da missão confiada a ele e à Casa, e, ao mesmo tempo, abraçava com toda a sua alma o valor do testemunho, dado segundo a sabedoria da cruz, inspirada nas palavras de Paulo : Considero que Deus nos tenha posto a nós, os Apóstolos, em último lugar, como condenados à morte, pois tornamo-nos espetáculo para o mundo, loucos por causa de Cristo, fracos, desprezados. Sofremos a fome, somos maltratados, fatigamo-nos trabalhando com nossas próprias mãos (Cf. 1Cor 4,9-12).
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[DFst 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Quanto mais a situação fazia pensar em fracasso definitivo, tanto mais Pe. Alberione compreendia que, na obra iniciada, podia e devia contar unicamente com o poder de Deus: Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda parte trazemos em nosso corpo a morte de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo (2Cor 4,8-10).
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[DFst 9-16. 23. 27-28. 39-40. 54-56. 59-60. 63-64. 70-72. 95-96. 99-100] Pe. Alberione, como Paulo , sentia-se crucificado por causa do Evangelho. mas um belo dia Pe. Alberione não quis mais saber de médicos e nem de medicamentos, e começou a trabalhar como antes e mais ainda que antes.215 E o Senhor quis selar esse período de intensíssimo ensinamento, concedendo a Pe. Alberione a forte experiência de um encontro especial com o Apóstolo Paulo : A São Paulo atribui-se também a cura do primeiro mestre (cf. ADds 64). Essa cura certamente faz parte dos motivos pelos quais Pe. Alberione, no quadragésimo aniversário de fundação, declarará pleno de maravilha e gratidão: São Paulo constituiu esta família com uma intervenção tão física e espiritual que nem mesmo agora, refletindo sobre isso, é possível entender bem; e ainda menos explicar.216 Recordando esse período, pôde testemunhar: Correram-se vários perigos de diferentes tipos: pessoais, econômicos, acusações em relatos escritos e verbais; viviam-se dias e dias em perigo; São Paulo foi sempre salvação... os anos passavam, as previsões de muitos de falência certa, as acusações de loucura... desapareciam e tudo chegava a bom termo, com esforço, mas em paz (ADds 164.166).
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2. O LIVRO DA SANTIDADE
...Como nos conduziu


Mesmo durante a enfermidade de Pe. Alberione, a Casa continuava, na prática, com o seu ritmo de sempre, fortalecendo-se nas devoções principais:217 a Jesus mestre Eucarístico,218 à Rainha dos Apóstolos219 e a São Paulo,220 para o qual, desde os inícios, todos na Casa tinham apego particular.221
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[DFst 93-95] Também a proclamação da diaconia das mulheres na missão evangelizadora, como irmãs da Boa Imprensa, era apresentada com o habitual vigor: Os Apóstolos formaram as diaconisas, porque uma boa parte do apostolado era mais propriamente delas; também ao lado de Jesus Salvador, e como auxiliares do Colégio apostólico, estavam as piedosas mulheres. A missão de evangelizar não é exclusiva do homem: como ajuda aos missionários, Deus suscitou e envia as irmãs; as grandes missões, as grandes vocações apostólicas, na Igreja se completam nos dois ramos. E eis a hora da Imprensa, o tempo da missão da Imprensa: e Deus suscita os Apóstolos da Boa Imprensa e suscita também as Irmãs da Boa Imprensa, que não somente estarão, como se diz, em seu lugar, mas ocuparão o lugar que hoje é de misericórdia e de providência.222
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[DFst 42-43. 52-53. 74-75. 93-95] Uma das primeiras e importantes novidades, de-pois da enfermidade do Fundador, foi a atenção à divulgação do Evangelho, especialmente em cada família e nas escolas. No número do San Paolo (= UCBS) de novembro, Pe. Alberione lança a iniciativa do Evangelho por uma lira, e situa o apostolado da Boa Imprensa em relação à difusão do Evangelho: Tornemos familiares as fontes de nossa fé! As fontes jorram do livro do Evangelho: neste estão os ensinamentos, os milagres, as instituições e os exemplos do Divino Mestre: o Evangelho é toda a Religião cristã. A Igreja se fundamenta no Evangelho, e a sua vida é o Evangelho em ação. Todos os santos são a aplicação e a encarnação de um versículo do Evangelho do Divino mestre, que fez tudo o que ensinou. Os Apóstolos e os padres testemunharam o Evangelho, os Doutores e os Teólogos o defenderam e o explicaram; os sacerdotes pregam o Evangelho, a Boa Imprensa recebe a força do Evangelho, e é o meio mais rápido para fazer penetrar o Evangelho nos corações, nas famílias, na vida social e política.223
O empenho pela difusão do Evangelho em cada família é motivado com grande força: Como Jesus-Hóstia vestido de pão vem aos nossos corações, assim Jesus-palavra vestido de papel entre em todas as famílias, esteja nas mãos de todos os cristãos.224
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[DFst 93-97] Em dezembro de 1923, sente-se forte a renovada confiança na Divina Providência, e a Casa é apresentada como uma casa de iniciativas pastorais, para a evangelização, ao lado e a serviço do ministério paroquial.
Antes de apresentar o quadro das iniciativas para a evangelização do povo, repete-se com força que as iniciativas existentes serão desenvolvidas e que outras serão tomadas: A Pia Sociedade de São Paulo para o apostolado da Boa Imprensa nasceu na hora propícia, e Deus lhe dá misericórdia e graça, porque vive na sua hora. A Pia Sociedade de São Paulo , como casa, não é um asilo de meninos necessitados, não é um instituto de aprendizagem; mas um seminário de formação dos Apóstolos e dos missionários da Boa Imprensa. Assim também o instituto das Filhas de São Paulo . Como editora, não é uma tipografia de execução de trabalhos comerciais, que pretende viver imprimindo livros a menor preço: este é também um segredo de bem; a preparação exige, depois, muitas adaptações, como para os missionários que exploram a terra a ser evangelizada. É, ao invés, uma casa de iniciativas: as existentes serão desenvolvidas; outras serão tomadas conforme nos guiará a Divina Providência. A Pia Sociedade de São Paulo colocase ao lado e a serviço do ministério paroquial, coloca-se ao lado dos párocos e quer ajudá-los na parte que a Boa Imprensa deve ter na evangelização do seu povo. Iniciativas eficazes são agora: a obra das mil missas para suplicar a Deus pela Imprensa; o jornal semanal para a instrução das massas na diocese; a grande obra dos boletins paroquiais difundida em toda a Itália, que leva às famílias a palavra do pároco e da fé; a obra das bibliotecas ambulantes e populares, alimento saudável de muitas almas sedentas de leitura; os depósitos-revenda para a formação da piedade; a obra antiblasfêmia para purificar a Itália do câncer que a humilha e a torna má diante de Deus; a Sociedade Bíblica para a difusão dos evangelhos no meio do povo. Oh! o campo é ainda vasto!... E todos os Cooperadores devem fazer o possível para cumprir bem isso e participar.225
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[DFst 85] No final de 1923, a Unione Cooperatori Buona Stampa, numa nota com o título I nostri bisogni, apresenta os projetos para a Casa, que manifestam a plena recuperação de Pe. Alberione e uma consciência decidida dos três pontos de referência da espiritualidade: o Divino Mestre, a Rainha dos Apóstolos, São Paulo. Entre as novas iniciativas merecem menção particular aquelas da Sociedade Bíblica e da construção do Templo dedicado a São Paulo: muitas iniciativas da Pia Sociedade de S. Paulo prosperam à sombra benéfica do Divino Mestre, da Rainha dos Apóstolos, do Santo Apóstolo. Entre elas: a seção bíblica, a obra das mil missas, a obra dos boletins paroquiais, os semanários da diocese, o trabalho antiblasfemo, a associação geral das bibliotecas, os depósitosrevenda de bons livros e objetos religiosos etc.Três são as necessidades que mais urgem, na ordem material: 1. uma casa distinta para as Filhas de S. Paulo , com a capacidade para cem pessoas ao menos; 2. uma bela igreja a S. Paulo; 3. uma fábrica de papel. Quem conhece de perto a Pia Sociedade de S. Paulo vê isso claramente; e convidamos humildemente os nossos bons Cooperadores a rezar conosco, pensar e agir.226
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[DFst 36. 39-40] Após a experiência com Jesus Mestre, seguida pela do aniquilamento, em Benevello, e pela improvisa cura, Pe. Alberione sente-se profundamente radicado na experiência da Aliança; a sua presença na Casa torna-se ainda mais incisiva, acompanhada por iniciativas cada dia mais corajosas, e os seus ensinamentos, que partem da experiência, são unificados em Cristo Caminho, Verdade e Vida.
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[DFst 36-38] podemos dizer que é do livro da vida (= O tempo da Aliança) que a Casa assume a sua autêntica fisionomia (= O livro da Santidade), cujos traços salientes são expressos de modo sóbrio e profundo no livro Donec formetur Christus in vobis, obra que não pode ser separada da vivência, até aqui descrita, e da sua interpretação, que agora se tentará descrever.
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2.1 Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6)

[DFst 10. 37-38. 63-64. 95-96] Em 1923, encontramos nos Cenni storici generali della Pia Società San Paolo uma informação preciosa sobre os meses dedicados a São Paulo e a Jesus mestre: A São Paulo se consagra, na Casa, toda primeira segunda-feira do mês. O mês de junho, desde o início, celebrou-se metade em honra do Sagrado Coração e metade em honra de São Paulo ; mais tarde, o mês de junho foi reservado todo a São Paulo; ao Divino mestre e ao seu Sagrado Coração eucarístico consagra-se o mês de janeiro. O Senhor Teólogo escreveu as considerações para o mês de São Paulo , e estas servem a cada ano para meditação ou para leitura.227
Na parte publicada do Diário de Giaccardo, encontramos informações sobre o mês de junho dedicado a São Paulo , a partir de 1918, mas nenhuma informação sobre o mês de Jesus Mestre. Muito importante é a informação até agora referida sobre as considerações de Pe. Alberione para o mês de São Paulo. Trata-se de um caderno manuscrito,228 que está à base do livro229 publicado por Giaccardo, sob o título Un mese a San Paolo.230
O manuscrito de Pe. Alberione parece remontar aos primeiros anos da Casa. Note-se a ausência das referências a Jesus mestre Caminho,Verdade e Vida, contidas, ao invés, na edição do supracitado Un mese a San Paolo.
Uma breve oração,publicada em UCBS,em dezembro de 1923, deixa entrever a maciça irrupção de Jo 14,6 na vida da Casa,que se verificou em 1924: E tu,Jesus menino,Caminho, Verdade e Vida, tem piedade dos nossos desejos, concede-nos a graça de amar-te e trabalhar para ti, e a tua misericórdia fecunde todo meio de bem e a obra da Boa Imprensa.231
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[DFst 39-40. 77-78] O número do UCBS de janeiro de 1924, como primeira das Notícias mensais, refere com precisão e clareza sobre o mês do Divino Mestre, aludindo à experiência da graça de confirmação, mas agora explicitada na relação com Cristo Caminho, Verdade e Vida: O mês do Divino Mestre. Celebramo-lo em janeiro: um mês de meditações, de união espiritual com Jesus, de visitas; prática característica do mês é a visita ao Divino Mestre eucarístico: adoração, agradecimento, propiciação e reparação, súplica sobre os exemplos de Jesus, sobre os ensinamentos e sobre a graça que o Divino Mestre dá. Ele está no meio de nós: daí, da Hóstia, ele quer iluminar. Jesus, o Divino Mestre, é caminho que dirige, verdade que ilumina, é vida que santifica. Quanto saímos bons das adorações ao Divino Mestre!.232
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[DFst 37-38. 77-78] Esta notícia nos dá uma grande luz sobre o que foi o primeiro mês dedicado a Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida pregado por Pe. Alberione e do qual conservamos as anotações feitas pelo Pe. Timóteo Giaccardo.
Seguindo essas anotações é possível entrever muitos pontos em comum com o Donec formetur Christus in vobis.
Uma primeira semelhança pode-se individualizar no fato de que o tema de cada dia era subdividido em três partes, de modo parecido aos capítulos do DF. Note-se que a terceira parte era geralmente dedicada à Visita.
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[DFst 37. 77-78] Mas os pontos de contato referem-se sobretudo aos conteúdos do mês ao Divino Mestre e, especialmente, à Via Iluminativa de DF.
O primeiro dia é dedicado à introdução a todo o mês: 1°. Janeiro ao Divino Mestre: não sabemos fazer-lhe a visita: vamos aprendê-la. 2°. Jesus caminho, verdade e vida será o argumento: exemplo, Mestre, santificador. 3°. Colocarmo-nos com toda intensidade à sua escola....233
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[DFst 40-49] À meditação sobre Jesus Caminho dedicam-se nove dias:234 II - Qui sequitur me; III - Abneget semetipsum; IV - Humilis corde; V - Subditus illis; VI - Veni ut vitam habeant; VII - Ut faciam voluntatem ejus; VIII - Ut faciam voluntatem ejus; IX - Ut faciam voluntatem ejus (quae placita sunt ei facio semper); X - In oratione.
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[DFst 49-54] Do décimo-primeiro ao vigésimo-segundo dia a meditação dedica-se a JesusVerdade,apresentado especialmente por meio dos temas das Bem-aventuranças:235 XI - Docebat eos; XII - Ecce mater tua...; XIII - Subditus;236 XIII - Tanquam auctoritatem; XIV - Beati pauperes spiritu; XV - Beati mites...; XVI - Beati qui lugent...; XVII - Beati qui esuriunt...; XVIII - Beati misericordes...; XIX - Beati mundo corde...; XX - Beati qui audiunt...; XXI - Beati pacifici...; XXII - Beati qui persecutionem...
Merece particular relevo o terceiro ponto do décimoprimeiro dia: Jesus está aqui na hóstia: daqui ele quer iluminar...; adoremos o DivinoMestre... Agradeçamos porque nos ensinou... Perdoa o querer fazer com nossas próprias forças... Doce nos pugnare, orare, amare....237
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[DFst 54-63] Os dias que vão do vigésimo-terceiro ao trigésimo são dedicados a Jesus Vida.238 A meditação do primeiro destes dias contém um solene enunciado dos temas sucessivos, e parece interessante citá-la inteira: XXIII - Ut vitam habeant. Jesus, no discurso da última ceia, diz a Tomé: Ego sum via, veritas et vita; para ir ao pai é necessário dar a mão a mim. I. O Divino Mestre é vida que santifica. Do Evangelho de João percebe-se,entre as coisas que aparecem à primeira vista,que Jesus é a vida: in ipso vita erat... com Nicodemos: ut omnis qui credit vivat... habeat vitam aeternam...; com a Samaritana: l'acqua salientis in vitam aeternam; depois, o paralítico: filius habet vitam... verba vitae... Bom pastor: ut vitam habeant... haverá outras citações. II - Vida sobrenatural de graça, vida de ressurreição, vida de maturidade de vocação... III - Visita sobre Jesus, está conosco e daqui quer iluminar.239
Os temas dos dias sucessivos são: XXIV - Vida de graça e de fidelidade: S. Timóteo; XXV - Vida de ressurreição: Conversão de S. Paulo; XXVI - Vida por Maria; XXVII - Qui manducat; XXVIII - Qui manet in me...; XXIX - Sic orabitis; XXX - A adoração de conclusão.
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[DFst 37-38] Das fontes até agora à disposição, este mês ao Divino Mestre é expressão da guinada para a centralidade de Cristo Caminho, Verdade e Vida na vida da Casa, como se pode constatar da informação do número de fevereiro de 1924 do UCBS: Na Casa, consagra-se ao Divino Mestre o mês de Janeiro: um quadro artístico representa-nos o seu Sagrado Coração; suplicamos-lhe que logo se edifique também o altar. Como no Cenáculo para a última ceia, como para a vinda do Espírito Santo, o Divino Mestre reuniu em torno a si toda a família, porque quer tê-la toda em torno a si no Céu à mesa do seu pai. E o Divino Mestre nos ensinou: ele é o caminho, que dá o exemplo, que edifica: como é santa a vida de Jesus! Ele é a verdade que ilumina, que prega o que devemos crer e o que devemos fazer;diante da doutrina de Jesus,a sabedoria humana, que não é iluminada por ele, é ignorância e é insensatez! Ele é a vida que dá a graça de crer e de fazer, que santifica, que ressuscita, que multiplica os méritos, que amadurece as vocações, que transforma, e sem ela somos mortos. O Divino Mestre ensina, dá o exemplo da mais bela devoção à S.Virgem e fez dela a tesoureira das suas graças. Todos recebemos da plenitude do Divino Mestre. O mês concluiu-se com a hora de adoração:o Divino Mestre está conosco,está na sua casa;daqui, do Tabernáculo, ele quer iluminar a sua família e o mundo... Principal prática de devoção foi a visita ao SS. Sacramento, ao Divino Mestre eucarístico; adoração, agradecimento, propiciação, reparação e súplica; pela manhã, os menores faziam a visitinha de um minuto. O Divino Mestre trouxe-nos esta graça: a adoração perpétua que, em breve, começará.240
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[DFst 52-54. 85] Livre do risco de morte precoce, Pe. Alberione continua no seu arrojo para a missão, recebida e confirmada por Deus, empenhando-se para explicitar os elementos constitutivos da Casa, todos sintetizados sob o apelativo Pia Sociedade de São Paulo. Assim, no número do UCBS de fevereiro de 1924, é possível destacar quatro notícias importantes: a intenção de abrir uma casa para os aspirantes às missões ad gentes,241 o esquema do estatuto da Sociedade Bíblica,242 a oração para quem sente sede de almas como Jesus243 e a fundação das Pias Discípulas do Divino Mestre.244
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[DFst 52-53. 76-79] Para Pe. Alberione, a composição da Casa devia, como dito anteriormente, refletir a atualidade dos tempos apostólicos: homens e mulheres associados à missão de Jesus Mestre.
Agora chegou o momento de dar um novo passo avante na fundação. A Casa havia se estabelecido solidamente em Jesus Mestre Eucarístico e há tempo se preanunciava uma particular expressão da laus eucharistica.245 Após a experiência de Benevello, portanto, Pe. Alberione, a 21 de novembro de 1923, separa para uma obra, na casa chamada Divino Mestre, duas entre as alunas da Casa: Orsola Rivata e Metilde Gerlotto. A 10 de fevereiro de 1924, dia de Santa Escolástica, dá-se início oficial à nova família religiosa das pias Discípulas.246 O boletim da UCBS descreve a vestição das Pias Discípulas - eram oito - realizada a 25 de março do mesmo ano, festa da Anunciação.247 Orsola Rivata recebe o nome de Irmã Escolástica da Divina providência e a ela é confiada a responsabilidade interna do grupo.248 Pe. Alberione a havia preparado, confiando-lhe a tarefa de ler o livro Le donne del Vangelo.249 Mais que pelo nome Escolástica, do qual o autor Ventura não fala, esse livro deveria servir para orientar a nova família na sua missão específica, em sintonia com o projeto original da Casa,250 que era o de viver a atualidade dos tempos apostólicos: As Filhas de S. Paulo atendem ao Evangelho do Divino Mestre: dar aula, escrever, propaganda, trabalho tipográfico. As pias Discípulas atendem ao Divino Mestre, e aos seus ministros: adoração, trabalhos de Igreja, trabalhos de casa, de bordado, decostura,decozinha.Estasusam ohábito,aquelas não.As Filhas de S. Paulo são religiosas, com as aspirantes, com as noviças, e fizeram os votos perpétuos; na profissão recebem um nome novo, e se chamam Mestras. As Pias Discípulas recebem o nome novo na vestição, e fazem os votos privados, e chamam-se Irmãs.251
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[DFst 85-91] Em 1924, a Pia Sociedade de São Paulo é apresentada como um instituto de pessoas que vivem em comum como religiosos com o fim de santificar a si mesmos e de difundir o pensamento e a vida cristã por meio da Boa Imprensa: jornais, periódicos, revistas, bibliotecas, livros, boletins paroquiais etc. Nela podem entrar tanto os Sacerdotes como os leigos, assumindo os habituais compromissos dos religiosos, isto é, castidade perfeita, pobreza e obediência com a obrigação de viver a vida comum conforme a regra determina. Para realizar o apostolado da Boa Imprensa, tem várias iniciativas; enquanto que para formar o pessoal, ou os Apóstolos da Boa Imprensa, abriu várias seções de aspirantes.252 E faz-se sempre o elenco: seção operários, jovens estudantes, imprensa para as missões, Pias Discípulas, Filhas de São Paulo .
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[DFst 91-92] O número de UCBS de agosto de 1924 abre-se com emocionante artigo comemorativo do Dez anos da Casa:

No dia de S. Bernardo, 20 de agosto de 1914, abria-se a Casa. A 20 de agosto de 1924 completam-se dez anos. Quanto trabalho da graça neste período! O desígnio do pai Celeste encarnou-se, foi confirmado, difundido, tomando como meio as coisas que não são. Celebraremos com profunda gratidão esta data. Todos os Cooperadores estejam unidos a nós naquele dia de oração de agradecimento, e na expressão do amor mais vivo: uma grande misericórdia o Senhor teve para com eles! [...]
Trabalho da misericórdia de Deus. Os primeiros dois alunos foram multiplicados por mais de cem; ao lado cresceu o ramo das filhas; nasceu o grupo das pias Discípulas; em torno a São Paulo reuniram-se com o coração, com o sacrifício, com a oração mais de dez mil cooperadores, para fazer o bem e enriquecer-se de méritos.
A Casa adquiriu nome, forma e estrutura: a Santa Sé aprovou a sua existência e missão e abriu para essa os tesouros das indulgências.
A Divina providência deu casa, pátio, horta, máquinas e vários ramos de apostolado. A idéia da boa imprensa investe os corações, e Deus domina soberano com o seu espírito, não obstante as infinitas ingratidões, rebeliões e fraquezas humanas. [...]
O Pai Celeste tem a família entre seus braços amorosos. O titular, o padroeiro, o protetor da Pia Sociedade é São Paulo Apóstolo, o que melhor viveu o espírito e a vida do Divino Mestre, e melhor levou o Evangelho às almas e às nações.
Maria, Rainha dos Apóstolos, é a Mãe, a protetora: Ela formou o Salvador; a Ela são dedicados os Noviços, chamados os Servos de Maria.
O culto principal é ao Divino Mestre: ele é o caminho, a verdade e a vida. Também os sacerdotes da Casa, em sua honra, são chamados Mestres. A Ele faz-se adoração perpétua, a Ele são dedicados os postulantes, chamados os Discípulos do Divino Mestre, e as pias Discípulas. Invoca-se ao Espírito Santo cada dia. As outras devoções principais são: a S. José, ao Anjo da Guarda, às almas padecentes.
Os homens não contam; os homens não teriam feito nada.
A Casa procede da vontade de Deus; senão não teria sentido, seria uma loucura, não existiria.
Fala-se de admiração: mais admirável é aquilo que não se vê: as vocações e o sacrifício escondido dos Cooperadores. mas isso não foram os homens que fizeram; Deus o fez no seu amor, e a vontade de Deus guia e sustenta, e tudo se faz somente por Deus. Eliminada a vontade de Deus, mesmo humanamente, elimina-se toda fecundidade de vida; haveria aridez em tudo.
Ninguém deve, portanto, basear-se nos homens e nos patrimônios; o patrimônio é infinito: Deus.
O primeiro fim da Sociedade é então santificar os seus membros: agradar a Deus, agradar-lhe em tudo, odiar o pecado, servir bem a Deus, buscar sobretudo a sua vontade, a sua glória, o seu beneplácito. É isto que se prega.
O principal livro de formação são os Exercícios de S. Inácio.
O principal trabalho que ainda hoje se faz em Casa é a escolha e o cuidado pelas vocações: a Boa Imprensa necessita hoje de pessoas, de vocações, mais que qualquer outra coisa.
Aqui se concentram os cuidados mais delicados e assíduos do Senhor Teólogo.
Depois vem o apostolado: a Boa Imprensa; não qualquer imprensa; mas a imprensa que é Evangelho, que é Revelação, que é comentário do Evangelho, popularização da divina Revelação.253
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[DFst 91-92] Após dez anos de caminho começa-se a usar o apelativo paulinos254 e, para todos, homens e mulheres, insiste-se sobre a formação conforme o estilo da Casa.255
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[DFst 9ff. 52-53. 93-95. 104-106] A 31 de dezembro de 1924, Pe. Alberione dirige uma calorosa saudação aos Cooperadores, articulada em 4 Deo Gratias e 6 Ora et labora.256
Cabe ressaltar que o primeiro Deo gratias é pelo espírito dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio: Deo gratias! por todos os benefícios recebidos como de única, inesgotável, puríssima fonte, do Divino Mestre. Penetrou-se mais profundamente o espírito dos exercícios de S. Inácio, e a meditação sobre a finalidade para a qual somos criados lançou lampejos de viva luz sobre todo o caminho da nossa vida. Rezei ao Senhor que conceda a todos a graça de fazer os Ss. Exercícios completos, bem, ao menos uma vez na vida. Que graça é esta! muitos de nós a receberam.257
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[DFst 52-53. 63-64. 89. 91-95] Como expressão do espírito da Casa são indicados o Evangelho, as cartas de São Paulo e os Exercícios de S. Inácio de Loyola: TRÊS LIVROS. Serão espírito e vida para os Cooperadores que deles farão alimento espiritual. Para a Pia Sociedade de São Paulo são os três livros, digamos, fundamentais para a formação. Cada um os use segundo a própria capacidade. Ei-los: O S. Evangelho, as Cartas de S. Paulo , os Exercícios de S. Inácio de Loyola. O Divino Mestre é 'caminho, verdade e vida', exemplo, luz e graça. O Evangelho é o livro do Divino Mestre. As verdades do Evangelho não são doutrinas de homens. Os ensinamentos do Evangelho são ensinamentos vivenciados, são a vida de Deus, e têm a mais profunda eficácia. As palavras do Evangelho contêm as graças para que se possa compreendê-las e praticá-las. Quem lê o Evangelho caminha como agrada a Deus. As Cartas de Paulo formam as almas e os corações para o apostolado: formam os apóstolos conforme o coração de Jesus, os apóstolos firmes, os apóstolos santos, os apóstolos fecundos, os apóstolos do tempo: ensinam o segredo do cultivo, fornecem a semente, ensinam o segredo para fazer produzir o campo semeado. Os Exercícios de S. Inácio têm uma potência espiritual portentosa. Colocam a vida do homem sobre a verdadeira base, e orientam para Deus, dão o sentido à vida. Organizam a vida espiritual e educam para vivê-la frutuosamente.258
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[DFst 52-53. 63-65. 91-92. 99-100] A partir do número de março de 1925 passam a ocupar o primeiro lugar, no boletim da UCBS, os artigos sobre A nova igreja de S. Paulo em Alba, ou A igreja da Boa Imprensa, ou O templo de S. Paulo.
Evidencia-se como o novo templo encerra a espiritualidade da Casa,259 cujo centro é Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida: É a Igreja dos missionários da boa imprensa: a igreja está incorporada às casas e as casas formam corpo com a Igreja. Como nas paróquias existem, ao lado da Igreja, as salas para as aulas de catecismo, ao lado da igreja de São Paulo , incorporadas a esta, um só templo com esta, estão as casas dos filhos e filhas de S. Paulo. Reflete-o a planta: as casas são como coretos da Igreja; nesta são instruídos, são educados, são preparados os missionários da boa imprensa, e os pequenos missionários escrevem e trabalham para a difusão do reino de Deus. O Divino Mestre na Igreja difunde os seus raios que são o caminho, que são a verdade, que são a vida, e estes raios em casa, com o coração, a alma e a boca dos superiores, formam os apóstolos da imprensa. E por meio da pena, caracteres e as máquinas da casa iluminam as almas, as orientam, as vivificam. E daqui partirão os missionários da boa imprensa para os países de missão.260
Apresentando a planta ainda incompleta da igreja, acrescenta-se: Esta será aberta ao público, especialmente pela comodidade de aproximar-se ao Sacramento da penitência; far-se-á a adoração continuada, noite e dia, diante de Jesus exposto; servirá de modo particular para o serviço religioso da Pia Sociedade de São Paulo,261 da qual será o centro de Caminho, Verdade e Vida.262
Suscita admiração pensar como, no breve período que vai desde o fim de 1923 até a metade de 1925, seja afirmada, de modo assim profundo e amplo, a centralidade de Cristo Caminho, Verdade e Vida na vida e nas obras da Casa. É um aspecto muito importante que se deve ter presente na leitura de Donec formetur Christus in vobis.
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2.2. Donec formetur Christus in vobis (Gl 4,19)

[DFst 39-40] No mês do Divino Mestre, de 1924, encontramos estas afirmações: Jesus caminho, verdade e vida será o argumento: exemplo, Mestre, santificador;263 Coepit facere et docere: via edificante e verdade iluminante;264 O Divino Mestre é vida que santifica.265
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[DFst 39-40. 61-62] Os paralelismos entre caminho-exemplo-edificante; verdade-mestre-iluminante; vida-santificador-santificante constituem uma clara referência a Jo 14,6, na chave das funções salvíficas de Cristo.266 E é justamente esta chave que nos endereça para as três obras de Francisco Chiesa, as quais constituem uma primeira exposição de Caminho, Verdade e Vida e se colocam na perspectiva das linhas do DF: Jesus Cristo Rei,267 Jesus Mestre268 e Ego sum Vita:269 Euntes ergo, docete omnes gentes, baptizantes eos in nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti, docentes eos servare omnia quaecumque mandavi vobis (matt. XXVIII, 18). Ide, portanto, ensinai a todas as criaturas, batizando-as em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinandolhes a observar tudo quanto vos ordenei. Nestas palavras é claramente expressa a tríplice potestade do reino de Deus: a potestade doutrinal, docete; a potestade sacramental, baptizantes; a potestade jurisdicional, servare omnia quaecumque mandavi vobis.270
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[DFst 37-38. 40-41] O livro Jesus Cristo Rei271 é um comentário à encíclica Quas primas, publicada por Pio XI por ocasião da instituição da festividade de Cristo Rei, na conclusão do Ano Santo de 1925,272 e pode ser considerado como expressão da função salvífica de Cristo Caminho, ou potestade jurisdicional.
169
[DFst 37-38. 60-61. 65] Especialmente a seguinte parte de um parágrafo da encíclica inspirou muitas páginas do livro Gesù Cristo Re: Desde muito tempo tem-se comumente chamado a Cristo com o apelativo de Rei pelo sumo grau de excelência que ele tem de modo eminente sobre todas as coisas criadas. De tal modo, de fato, se diz que Ele reina nas mentes dos homens não só pela altura do seu pensamento e pela amplidão da sua ciência, mas porque ele é Verdade, e é necessário que os homens busquem e recebam dele, obedientes, a verdade; de modo semelhante na vontade dos homens, seja porque nele à santidade da vontade divina responde a perfeita integridade e submissão da vontade humana, seja porque com as suas inspirações influi sobre a nossa livre vontade, de tal modo que nos torna ardorosos pelas coisas mais nobres. Enfim, Cristo é reconhecido Rei dos corações por aquela caridade de Cristo que ultrapassa toda compreensão (Ef 3,19) humana e pela atração da sua mansidão e benignidade: ninguém, de fato, entre os homens, foi tão amado e jamais o será quanto Jesus Cristo.273
170
[DFst 40-41. 44-45. 48-49. 51-54. 60-61] Francisco Chiesa dedica, por isso, três capítulos ao Território do Reino de Cristo, ou seja, à mente, aos corações e à vontade. Dedica também diversos capítulos à Extensão do Reino de Cristo. Para comentar DF convém recordar,especialmente,estes: O Reino de Jesus Cristo em nós,274 O Reino de Jesus Cristo na mente,275 O Reino de Jesus Cristo na vontade,276 O Reino de Jesus Cristo nos corações,277 O Reino de Jesus Cristo em nosso corpo.278
171
[DFst 16. 44-45] Esta visão da mente, vontade, coração e corpo como expressão da totalidade da pessoa humana, é retomada e desenvolvida no livro La chiave della vita.279 Nunca se insiste suficientemente sobre a importância, para a espiritualidade paulina,280 deste livro tão querido para Pe. Alberione, que o retomou num capítulo de DF.281
172
[DFst 39-40. 49-50] Mas o trinômio exemplo-iluminar-santificar, como expressão de Jesus Caminho, Verdade e Vida, é desenvolvido de maneira simples e ao mesmo tempo atraente por Francisco Chiesa, sob precisa solicitação de Pe. Alberione, no livro Gesù Maestro.282
173
[DFst 49-50] No Prefácio, o autor traça o plano da obra: O presente livreto divide-se em três partes: na primeira parte trata-se da necessidade de um Mestre; na segunda, mostra-se como Jesus seja o verdadeiro Mestre, e se expõem os seus dotes,o método,e a matéria do ensinamento; a terceira parte ensina o modo como tirar proveito do ensinamento do Divino Mestre.283
174
[DFst 49-50. 51-52] Na primeira parte, em 6 breves capítulos ou leituras, como o autor os chama, Chiesa trata do verdadeiro Mestre, da necessidade do Mestre por parte da nossa natureza, por parte da pessoa humana, por parte do discípulo284 e por parte da matéria que se deve aprender.
175
[DFst 39-40] A segunda parte, sobre Jesus verdadeiro Mestre, é composta por 19 leituras e desenvolve repetidamente, a partir de diversos pontos de vista, o trinômio caminho, verdade e vida, conforme a tríplice função de Cristo, considerado como luz, exemplo e santificador.
176
As primeiras quatro lições tratam de Jesus verdadeiro mestre por natureza, por vocação, Mestre necessário e Mestre por aceitação universal. Seguem-se duas séries de três leituras sobre os dotes de Jesus Mestre.
177
[DFst 39-40] Na primeira série são apresentados os dotes de Jesus: a ciência, a exemplaridade e a caridade, que correspondem a verdade-caminho-vida.
178
[DFst 51-52] O primeiro dote de Jesus Mestre é a ciência (Ego sum veritas, Jo 14,6):285 Os dotes de um Mestre comum são três especialmente: intelectuais, morais, pedagógicos. Os dotes intelectuais compendiam-se na ciência. O Mestre deve instruir, ou seja, ensinar e comunicar a doutrina, a ciência. [...] Vejamos como exista em Jesus o primeiro dote, ou seja, a ciência; ciência da verdade a ser ensinada, ciência dos discípulos a serem instruídos, ciência do método a ser usado.286
179
[DFst 52-53] Convém aqui ressaltar as considerações sobre o método de Jesus Mestre: Da dúplice ciência da verdade a ser ensinada e do discípulo a ser amestrado procede a possibilidade de outra ciência, não menos necessária, que é a do método. Existem estudiosos preparadíssimos que, porém, sabem somente para si. Quando devem comunicar aos outros a sua ciência revelam-se absolutamente incapazes, ou muito abaixo da mediocridade. E por quê? porque não conhecem o método de ensino. Método é o caminho a ser seguido: não conhecer o método é não conhecer o caminho para fazer chegar a verdade à mente do discípulo. Ora, quem não conhece o caminho para fazer chegar o produto à destinação, encontra-se evidentemente em péssimas condições. Quem, ao invés, conhece bem o método encontra-se na possibilidade de fazer entender logo e com facilidade as mais difíceis verdades. Ora, no Mestre Divino Jesus nós encontramos, a respeito do método de ensino, uma ciência igual às duas primeiras já consideradas: ciência altíssima, plena de prudência e praticidade; ciência infinita que nós somos incapazes de penetrar profundamente. Porém, também o pouco que nós podemos entrever é suficiente para dar-nos alguma idéia. O método de ensinamento escolhe o tempo, o lugar, o modo, as pessoas.287
180
[DFst 48-49] Entre os dotes morais de Jesus Mestre, Chiesa evidencia a sua exemplaridade de vida (Exemplum dedi vobis, Gv XIII, 15): Jesus, supremo Mestre da vida moral do homem e perfeito conhecedor da natureza humana, não podia não colocar em primeiro lugar o exemplo. O exemplo foi o primeiro compasso da sua obra redentora: Coepit facere, et docere (At I, 1). Ou melhor, toda a sua vida foi um modelo a ser imitado, começando do seu nascimento, até a morte.288
181
[DFst 37-38] Chiesa considera também outro dote moral do Divino Mestre, que sintetiza em si todos os outros, ou seja, a caridade: Esta é a luz da qual sobretudo quis adornarse Aquele que, tendo descido do céu por amor, também no amor queria cumprir a sua missão. S. Francisco de Sales, sobre estas palavras: Benignitas et humanitas apparuit Salvatoris nostri Dei (Tit III, 4), observa que Jesus apareceu antes benigno que homem. Como o sol começa a expandir a sua luz ao alvorecer, à aurora, antes de aparecer com a sua órbita, assim o Salvador nosso, Jesus, começou a difundir raios de benignidade também antes de aparecer com a sua pessoa.Vejamos quanto seja importante no Mestre o dote da caridade e como Jesus o exercitou no seu magistério, com as palavras e com as obras.289
182
[DFst 37-38] Na segunda série de leituras sobre os dotes de Jesus Mestre, o côn. Chiesa se compraz em usar as palavras terpética e plástica pedagógica, palavras raras na verdade, mas que exprimem eficazmente o seu ensinamento: Além dos dotes intelectuais e morais são necessários ao Mestre os dotes, assim chamados, pedagógicos, que pertencem ao modo, ou método de ensino. Santo Agostinho, falando justamente do professor de religião, diz que lhe são necessárias três coisas: ut doceat, delectet, moveat. São precisamente os três dotes pedagógicos que pertencem a todo Mestre: ut doceat, e daqui a arte que se diz didática; ut delectet, daqui a terpética, ou seja, a arte de criar prazer e interesse pela escola; ut moveat, e para isso ajuda a suprema arte de plasmar os caracteres e que se pode chamar, por isso, plástica pedagógica. Nós consideraremos aqui a didática do Divino Mestre, e veremos a sua importância, e como Jesus a praticou nas comparações e parábolas evangélicas.290
Como se pode ver, Francisco Chiesa propõe a dinâmica verdade, caminho, vida com ótica agradável e progressiva.
183
[DFst 49-51] Como correspondente de verdade, apresenta a iluminação da mente em termos esponsais: A iluminação da mente não é toda a educação, mas é parte de sumo valor. Como Deus Criador, antes de qualquer outra coisa, criou a luz: fiat lux, assim na alma do educando, antes de tudo, é necessário que se faça luz... E isso por meio do ensinamento da verdade. Ora, intelecto e verdade são como o esposo e a esposa. Buscam-se um ao outro continuamente, porque pelo Criador foram destinados a ser unidos em matrimônio perpétuo. mas antes que este desejado matrimônio se realize, antecede todo um romance de duras e difíceis peripécias. Quanto trabalho antes que o homem possa unir o seu intelecto à ciência legal e se tornar doutor em leis! À ciência dos números, e ser proclamado professor de matemática! [...] Ainda que se trate somente da união da mente com uma só verdade, por exemplo, de entender o modo de somar dois números. Verifica-se sempre a mesma coisa: o matrimônio da mente com a verdade. A didática destina-se a diminuir as dificuldades dessa união e a acelerar o tempo.291
184
[DFst 40-45. 48-49] Como correspondente de caminho, Francisco Chiesa apresenta a terpética pedagógica de Jesus: É este o segundo dos dotes pedagógicos necessários ao Mestre: a arte de deliciar e interessar os alunos: ut delectet, como diz Agostinho. Que tal arte seja, no Mestre, de suma importância, é fácil de compreender, quer a escola seja orientada à instrução da mente, quer queira procurar também, como é dever, a educação da vontade. Num caso como no outro é sempre coisa de suma importância saber criar interesse. Se se trata de educação, a coisa é evidente. É necessário então estimular a vontade à virtude que é, por si mesma, dura e difícil, e é necessário saber excitar a estima e admiração para com ela. O objetivo verdadeiro da arte seria justamente este. Existe um abismo entre conhecer a verdade e praticála. Video meliora, proboque, diz Ovídio, deteriora sequor. A arte lança uma ponte sobre este abismo para que a vontade possa facilmente atravessá-lo. É por isso que os livros eficazmente educativos não são os que contêm preceitos, mas os que são escritos com arte. [...] Ainda que se tratasse somente de pura instrução, também então seria necessário saber deliciar e interessar a vontade. Tudo depende da vontade: a freqüência à escola, a diligência de aplicação, a atenção, a reflexão, a iniciativa, a constância em superar os obstáculos. Dai-me um aluno de boa vontade e sereis seguros de bom êxito. Por isso, nos livros de pedagogia se fala tanto dos interesses do aluno nas diversas idades; e, especialmente nas escolas modernas, utilizam-se tantos meios para tornar a escola simpática e agradável. Procura-se interessar e deliciar, para poder mais facilmente educar. Eis a terpética (assim dita de térpo - delícia) arte de deliciar ou interessar. Uma arte assim natural e necessária não podia ser posta de lado pelo Mestre Divino. Antes, Ele, que mais que todos os pedagogos conhece profundamente a natureza humana, usou esta arte de modo divino e insuperável. E isso na maneira de instruir, na substância da doutrina, e no modo de confirmá-la.292
185
[DFst 54-58. 59-60] Como correspondente de vida, Francisco Chiesa apresenta a plástica pedagógica, fazendo inicialmente uma consideração muito importante sobre a formação do caráter: A verdadeira escola não se limita à instrução, mas propõe como objetivo a educação, que por sua vez deve atender à formação do caráter. Eis o ideal acariciado por todos os que se ocupam seriamente em procurar o bem da humanidade. Como a vontade é a rainha das faculdades humanas, assim a formação do caráter é o mais alto vértice que a educação pode alcançar. O verdadeiro valor do homem depende disso, porque caráter é virtude. Sem a boa vontade todas as outras belas qualidades podem tornar-se um perigo, como armas de fogo nas mãos de um perverso ou de um louco. Todos somos chamados à perfeição. Haec est voluntas Dei, sanctificatio vestra (I Tes. IV, 3). Ora, a perfeição da vontade está nas nossas mãos. Ninguém poderá repreender um homem porque não é bonito, sadio, robusto, douto, nobre, rico, porque estas coisas não dependem dele. mas ele merecerá reprovação, se não for virtuoso. A virtude depende da nossa liberdade.293
186
[DFst 63-64] Chiesa apresenta depois as pessoas formadas na escola de Jesus: os apóstolos Paulo e pedro, os mártires e os santos. Quanto aos meios de formação adotados na educação, afirma que junto com os meios sobrenaturais Jesus não negligenciou os meios naturais; mas é na explicação chamada plástica pedagógica que Chiesa escreve uma página belíssima, plenamente partilhada por Pe. Alberione:294

A plástica pedagógica não é como a plástica industrial, que faz tudo por si mesma, e imprime mecanicamente a sua forma à matéria, como quando se fazem à máquina os tijolos e as telhas, ou se fundem as estátuas de metal. A arte plástica pedagógica tem a ver com seres vivos e livres e os trata respeitando a sua natureza. Um ser vivo, ainda mais se inteligente e livre, age por um princípio intrínseco e imanente, e em ordem a um objetivo livremente entendido e perseguido. Plasmar tal ser quer dizer formá-lo na sua perfeição, mas tendo em consideração todos esses elementos; mais ainda, apoiando-se sobre eles.
Este ser vivo e dotado de razão possui um princípio intrínseco que, como diz S. Tomás, se manifesta em dois elementos: na forma, que está dentro dele e no fim que está fora. É necessário que o educador, ou plasmador, procure tornar sempre mais viva e ativa essa forma, reavivando a sua atividade se a forma é em si suficiente, e acrescentando potencialidades, se a forma é insuficiente. Quanto ao fim, deve fazê-lo conhecer com total clareza e certeza, circundando-o dos elementos que podem aumentar a sua atração.
Esse mesmo ser livre tem também necessidade de operar livremente em ordem ao fim? Será necessário ajudá-lo a abater os obstáculos da liberdade, aumentar e estimular sempre mais a força da vontade, para que, com coragem e empenho, corra em direção ao seu fim.
Só então, isto é, quando o ser inteligente e livre tiver adquirido plena consciência de si mesmo, e tiver conseguido ser independente de todos os obstáculos de qualquer tipo que seja, terá adquirido o hábito de alcançar o seu fim com energia, constância e eficácia; somente então esse ser terá adquirido o seu caráter moral.
Ora, tudo isso fez precisamente o Divino Mestre com os seus discípulos.

***

Reuniram-se os deveres dos educadores nestes dois versos:

Do sábio educador esta é a lei:
Estimula, deixa agir, guia e corrige.

O primeiro é a estimulação: o estímulo a agir. Jesus estimulou com o ensinamento da verdade, com o fazer perceber a sua beleza, com o seu exemplo, com as promessas feitas a quem escutaria as suas palavras, com a força dos milagres.
Que insuperável estímulo para os ânimos no discurso das bem-aventuranças! Que fogo deve ter aceso na alma dos seus ouvintes!
Mas Jesus respeita sempre a liberdade, si vis ad vitam ingredi (ma. XIX, 17), qui vult venire post me etc. Deixa fazer também S. Pedro que o renega.
Jesus guia os seus discípulos: Cavete a fermento Phariseorum (mc. VIII, 15), guardai-vos do fermento dos Fariseus. Jesus corrige: como corrigiu pedro após a culpa e quando não queria que Jesus caminhasse para a morte, como corrigiu Tiago e João, quando queriam invocar o fogo sobre a cidade de Samaria e em muitas outras circunstâncias.295
187
[DFst 58-63] Por último, nesta leitura, Francisco Chiesa fala da Graça, como o meio de educação mais importante usado por Jesus, e sublinha a importância da oração e dos sacramentos.
188
[DFst 37-38] Depois dos dotes de Jesus Mestre, Francisco Chiesa trata da matéria do seu ensinamento: Nas últimas leituras consideramos os dotes do Mestre Divino. É hora que passemos a considerar a matéria do seu ensinamento. Qual será esta matéria? Vale aqui a conhecida regra: In omnibus rebus respice finem. para qual fim Jesus veio ao nosso meio? para indicar-nos o caminho da salvação. Propter nostram salutem descendit de coelis et incarnatus est. Era portanto lógico que Jesus deveria ensinar aos homens todas as verdades necessárias para a salvação deles. Ora, estas se referem a todo o homem que é inteligência, sentimento e vontade. O ensinamento do Mestre vem justamente satisfazer as exigências destas faculdades. Ele ensina uma ciência para a mente, uma moral para a vontade, e uma arte para curar e fortificar o coração.296
189
[DFst 43-45] Não é possível apresentar aqui o ensinamento de todo o livro Gesù Maestro. Porém, para aprofundar o Donec formetur Christus in vobis, é importante ter presente também as outras leituras que compõem a obra.
Francisco Chiesa apresenta ainda um trinômio de leituras sobre a matéria do ensinamento de Jesus, que segue de perto o esquema verdade, caminho, vida: fala da ciência, da moral297 e dos meios de salvação.
Seguem cinco leituras sobre os meios de ensinamento de Jesus: a sua palavra viva, como palavra verdadeira, fácil e eficaz; a instituição dos Apóstolos e dos discípulos; a instituição da Igreja; o Evangelho; a presença do Mestre. A segunda parte se conclui com uma leitura sobre os efeitos do magistério de Jesus.
A terceira parte do livro é dedicada aos nossos deveres diante dos ensinamentos do Mestre Divino: freqüência à sagrada pregação; leitura do Evangelho; dever de aceitar o ensinamento de Jesus; deveres de viver o ensinamento ou, como se lê no índice, o exemplo de Jesus; cooperação com Jesus Mestre com o ensinamento oral; cooperação com Jesus Mestre por meio da imprensa (formar os escritores, imprimir os livros, difundir os livros).298
190
[DFst 52-54. 74-78] O livro Ego sum vita coloca-se como subsídio para aprofundar o dom, que se vive na Casa, da constante união com Cristo presente na palavra e na Eucaristia: O Evangelho é a palavra de Deus. Jesus, Verbo, ou seja, palavra do pai, está presente no Evangelho como palavra que ensina, e na Eucaristia como alimento que nutre. Evangelho e Eucaristia são dois modos diferentes da presença de Jesus, como luz e calor são duas manifestações do sol. De modo muito oportuno, no Congresso do Evangelho, que teve lugar em Alba a 30 de junho de 1927, colocou-se o Evangelho sobre o altar, entre dois luzeiros. Na Pia Sociedade de São Paulo , nas grandes salas tipográficas, é posto em destaque o Evangelho, diante do qual resplandece uma lâmpada, como diante do SS. Sacramento. Também no altar da Igreja, Eucaristia e Evangelho estão continuamente juntos, dia e noite, expostos à adoração entre candelabros acesos. Já Tertuliano havia dito que nós devemos às mínimas palavras do Evangelho a mesma reverência que aos fragmentos da Hóstia Eucarística. Ora, no Evangelho, Jesus diz de si mesmo: Eu sou a vida: Ego sum vita. Esta palavra contém um sentido tão profundo, que todo o tempo da nossa vida não bastaria para penetrá-lo. Especialmente nos nossos tempos, em que as exigências da vida querem erguer-se como supremo critério de moralidade, é muito útil e oportuno fixar mais intimamente os nossos olhos na essencial e suprema e divina vida de Jesus! Ele não é uma vida, mas a vida. Se nós chegarmos a viver esta vida no grau a nós destinado, basta: não é preciso mais nada.299
191
[DFst 55] Chiesa mesmo apresenta as partes e o conteúdo do livro: Pode-se considerar o livro dividido em três partes. A primeira fala da vida em geral. Na segunda explica-se que Jesus quer ser a nossa vida sobrenatural; e se expõe como Ele seja a nossa vida, em que essa consiste, os efeitos, os meios e os frutos. Finalmente a terceira parte ensina de que modo cada um de nós pode viver a vida de Jesus Cristo.300
192
[DFst 11-12. 46-47] Mais que percorrer as páginas de Ego sum Vita,301 indicando os pontos de contato com o DF, parece importante sublinhar que o livro de Chiesa apresenta, ao mesmo tempo, o ambiente, o empenho e os frutos copiosos do Donec formetur Christus in vobis.
Limitamo-nos, por isso, a recordar que Francisco Chiesa indica como meta do desenvolvimento da vida justamente a meta traçada por Gl 4,19: Quando Jesus puder respirar em nós livremente, quando bater regularmente em nós o pulsar do seu coração, e nós formos convenientemente alimentados com o Pão da vida, o que ainda faltará? Faltará Jesus não somente viver em nós, mas ainda crescer e se desenvolver dia a dia, até à sua completa formação: donec formetur Christus in vobis. Oh! felizes aqueles que podem ter uma sorte tão grande! Ora, este não é um privilégio somente de algumas almas. Todos são chamados, porque todos devemos ser santos: haec est voluntas Dei, sanctificatio vestra.302
193
[DFst 9-13. 104-106] Graças às três obras de F. Chiesa, ou seja, Gesù Cristo Re, Gesù Maestro e Ego sum Vita, pode-se ter uma perspectiva realmente ampla para a compreensão de muitas das afirmações do livro Donec formetur Christus in vobis.
Na sua versão manuscrita, esta obra remonta ao me-nos a 1927, quando se iniciou o Curso de meditações ou Exercícios prolongados para orientar a nossa vida, que Pe. Alberione deu às adultas da Casa, de 11 de outubro a 23 de maio de 1928.
194
[DFst 9-13. 17. 37. 67. 104-106] As meditações tiveram, geralmente, uma freqüência de três vezes na semana; e conservam-se as esmeradas anotações nos cadernos B2.5 e B2.6 de mestra Tecla merlo 67 e nos cadernos n. 18, 19 e 20 de mestra Teresa Raballo. Seguindo essas anotações, pode-se constatar que reproduzem substancialmente, mesmo se às vezes em ordem diversa, os capítulos de DF, contidos no caderno manuscrito de Pe. Alberione, dividido essencialmente nas três partes: Via purificativa, Iluminativa e Unitiva.303
195
[DFst 9-13. 104-106] Pode-se perguntar se o caderno manuscrito de DF não seja anterior a 1927. Talvez faltem ainda os elementos suficientes para confirmar esta hipótese. O fundamental é considerá-lo não como anotações casuais, mas como fruto do longo itinerário vivido por Pe. Alberione na sua experiência íntima e no seu ministério.
196
[DFst 9-13. 17. 37. 67. 104-106] Certamente, importante quadro de referência de DF são os Exercícios Espirituais inacianos, mas relidos por Pe. Alberione numa sua perspectiva própria. Dentro deste quadro, Pe.Alberione amava considerar o noviciado como um curso de Exercícios prolongados, não fechados, mas desenvolvidos na vida quotidiana.304 Confirma isso o que é prescrito pelas Regras da Pia Sociedade de São Paulo , aprovadas em 1927, no décimo artigo que diz respeito ao noviciado: O noviciado é o tempo no qual se devem percorrer as três grandes vias: a purificativa, a iluminativa, a unitiva, fazendo sobre o livro dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio como que um longo e calmo curso de Exercícios Espirituais e, por isso, as práticas de piedade do Servo de Maria, além das do Discípulo, são a hora de adoração e a leitura espiritual (ou instrução) sobre o curso dos Exercícios de S. Inácio, com os comentários dos autores de maior prestígio.305
197
[DFst 9-13. 104-106] Concretamente, o Curso de Exercícios prolongados prescrito por Pe. Alberione queria ser a imediata preparação para a aprovação diocesana do ramo feminino da Casa, já que a do ramo masculino tinha sido recebida em 12 de março de 1927.306
198
[DFst 83-92] Conseguida a aprovação das Filhas de São Paulo, Pe. Alberione intensificou a formação à vida religiosa. Conservam-se anotações de um curso completo sobre a vida religiosa, dado por Pe. Alberione, a partir de 28 de outubro de 1929.307 Estas anotações ajudam a ampliar o discurso sobre os estados de vida, os votos, a vocação religiosa etc., apresentados em DF, pp. 83ss.308
199
[DFst 85] Nestes anos o trabalho formativo da Casa adquire uma ressonância que é mais profunda à medida que os membros do ramo masculino e feminino se sentem envolvidos numa obra que crescia seguindo ritmo impressionante.309 Na metade de janeiro de 1926 havia sido fundada a Casa de Roma, composta pelo ramo masculino e feminino, e logo, em UCAS, começou-se a publicar notícias das duas famílias, em Roma. Em 1927 foi comprada dos Beneditinos a Vigna San Paolo, onde nos primeiros meses de 1929 se encontravam juntos os paulinos, as Filhas de São Paulo e as Pis Discípulas do Divino Mestre. Justamente ao dar a notícia da compra do terreno em Roma usa-se em UCBS, certamente pela primeira vez, o apelativo família paulina.310
Entretanto vão se realizando as fundações em outras cidades italianas: Turim (FSp: 1926), Salerno (FSP: 5 de novembro de 1928), Bari (FSP: 15 de novembro de 1928), Verona (FSP: 19 de novembro de 1928), Sanfré (PD: 10 de dezembro de 1928), Cágliari (FSP: 5 de fevereiro de 1929). O UCBS publica as fotografias dos edifícios e dos grupos da Casa de Alba311 e, no número comemorativo dos treze anos de fundação, apresenta Uma pequena visão da Obra da Boa Imprensa em Alba, ou seja, uma foto na qual são assinalados 9 pontos importantes: 1. A construção do novo templo São Paulo . 2. A capela São Paulo. 3. A Casa São Paulo. 4. A Casa Divina Providência. 5. A Casa Rainha dos Apóstolos. 6. A Casa São José. 7. A Casa Divino Mestre. 8. O forno dos tijolos. 9. Os grandes pátios.312
200
Enquanto externamente a atenção se dirige para a construção do Templo a São Paulo, que cresce rapidamente, são apresentadas também novas iniciativas313 e conteúdos espirituais.
201
[DFst 52-53. 93-95] Adquire fisionomia a Festa do Divino Mestre, celebrada nas paróquias para a difusão do Evangelho,314 em profunda sintonia com os Congressos do Evangelho, a tal ponto que, depois do Congresso de Bolonha (1925)315 e do Congresso de milão (1926),316 o terceiro Congresso do Evangelho se realiza em Alba, em 1927,317 na Pia Sociedade de São Paulo , que havia preparado para a ocasião também uma grande Exposição-feira do livro.318
202
[DFst 63-64. 95-96] Intensificam-se e se aprofundam os ensinamentos sobre São Paulo e se recomenda dedicar-lhe o mês de junho,319 divulga-se a expressão espírito paulino,320 é apresentada a semana das devoções321 e alcança-se o ponto mais alto da espiritualidade paulina da Casa, através da publicação por diversos meses, em UCAS, das imagens, com respectivas explicações, dos vitrais do novo templo.322
203
[DFst 63-64. 95-96] A festa de S. Paulo torna-se ocasião de encontro da população albense e de grande participação dos Cooperadores da Boa Imprensa num Congresso. Na ocasião desenvolvemse, por diversos dias, as representações dramáticas, como o Drama de Cristo (1925 e 1926),323 São Francisco de Assis 'o Arauto do Grande Rei' (1926),324 Maria de Mágdala e O Filho pródigo (1927).325
204
[DFst 63-64. 95-96] Em 1928 a festa de São Paulo celebra-se no fim de outubro, por causa da bênção do Templo São Paulo; e se programa uma semana de solenes funções, de 28 de outubro a 4 de novembro. No mesmo período são ordenados nove diáconos e recebem o hábito 51 jovens estudantes e um bom número de moças. A cada dia realizam-se celebrações destinadas à participação do povo e se propõem Exercícios Espirituais, de três dias, para a juventude.326
205
[DFst 93-95] Em todas essas iniciativas pode-se constatar a proximidade do nascente apostolado paulino à comunidade eclesial e, dos simples Centros de difusão de bons livros e objetos religiosos, propagados nos anos precedentes, passa-se a propor com força a criação de núcleos de base do apostolado da imprensa, mediante a formação de Seções paroquiais da Unione Cooperatori Buona Stampa,327 para obter eficazmente o fim proposto pelas Regras da Pia Sociedade de São Paulo: O Apostolado da Imprensa é a ilustração, defesa, divulgação da Doutrina Católica: que se aplica à vida internacional, pública, doméstica, individual, de modo que se tornam cristãos os indivíduos, as famílias, a escola, a legislação, as nações.328
206
[DFst 52-53 93-95] Junto com as iniciativas concretas329 e, além dos tradicionais artigos, dá-se início, no boletim que já traz o novo nome Unione Cooperatori Apostolato Stampa (= UCAS), a uma verdadeira teorização do apostolado da imprensa, mediante o desenvolvimento de temas, com a modalidade das demonstrações das teses escolásticas.330 Estes temas serão retomados e ampliados no livro Apostolado da Imprensa, resumido numa das partes do DF.
207
[DFst 96-97] Também a devoção a Maria Rainha dos Apóstolos é aprofundada, com referências, por exemplo, à Encíclica Auditricem, de Leão XIII,331 e é divulgada através da publicação da obra de Timóteo Giaccardo,332 retomada por diversas vezes no boletim da UCAS, a partir do número de abril de 1929.333
Mais que todos, Giaccardo tinha assimilado o carisma paulino, e este livro o testemunha, graças à perfeita integração e contínua referência à espiritualidade e ao apostolado da Casa.334
208
[DFst 88] Nos últimos meses de 1928, enquanto se desenvolve intenso trabalho para a aprovação do ramo feminino, Pe. Alberione aperfeiçoa também a fisionomia do ramo masculino.
Das Regras, aprovadas em 1927, de fato a Pia Sociedade de São Paulo resulta composta de Sacerdotes, chamados com o título de Mestres, e Coadjutores leigos, chamados com o título de Senhores. Aos postulantes dá-se o título de Discípulos. De algum testemunho335 resulta que em outubro de 1928 Alberione tenha proposto aos Coadjutores leigos, até esse momento sempre apresentados como Operários, o nome de Discípulos do Divino Mestre.336
Na correspondência de Pe. Alberione com Giaccardo encontramos alguma troca de idéias em vista de um modelo de hábito para os Pios Discípulos, até que se anuncia o acontecimento: podes fazer duas meditações: os pecados mais graves, mais numerosos, mais meditados, mais descarados e solenemente cometidos são os da má imprensa; os Pios Discípulos são almas que com a mortificação, a oração, o trabalho humilde, os votos, a veste de (escura) morte destinam-se à reparação. Terão hábito preto, parecido com o hábito dos Jesuítas leigos com o símbolo do Evangelho e do Crucifixo. Faremos a vestição no dia de S. Paulo .337
O boletim da União dos Cooperadores do Apostolado da Imprensa apresenta um relatório das solenes celebrações da festa de São Paulo de 1929, e oferece algumas interessantes informações sobre os Discípulos do Divino Mestre nas intenções do Fundador: As festas de São Paulo . Celebraram-se durante a semana de 29 de junho a 7 de julho. Festas exclusivamente religiosas, de muitas orações, graças e bênçãos. Depois de falar da ordenação de seis novos sacerdotes a 29 de junho, e das profissões das Filhas de São Paulo a 1° de julho, e das Pias Discípulas no dia seguinte, continua:muito comovente foi a vestição dos Discípulos (jovens operários), na quarta-feira, a 3 de julho. Na oração e no silêncio, com o exercício constante das virtudes escondidas, prepararam-se durante longo tempo para este dia feliz. Antes da vestição o Senhor Teólogo explicou o significado da função. Os Discípulos do Divino Mestre são os religiosos leigos da Pia Sociedade de São Paulo . Estes, dizia o Senhor Teólogo, são muito queridos para nós, porque, se bem que últimos na execução, foram os primeiros na intenção. De fato, já desde 1909, o primeiro pensamento da nossa instituição foi o de reunir um grupo de almas que se dedicassem de modo especial para reparar os pecados da má imprensa. E eis que hoje, depois de muitas orações e muitos sacrifícios, o Senhor nos concede a graça que o primeiro grupo de sete jovens se aproximem do altar para vestir o hábito que os apresenta mortos ao mundo e consagrados ao Senhor, para reparar os inumeráveis pecados que se cometem especialmente com a imprensa má. E repararão de modo especial com a vida mortificada e piedosa, com o exercício contínuo das virtudes escondidas, empregando as suas energias no campo do Apostolado da Imprensa. As suas devoções principais são: a assistência devota da Santa missa e o Exercício da Via-Sacra. A eles os votos de um apostolado frutuosíssimo e riquíssimo de méritos; e ao Divino Mestre a súplica de que sejam muitos os seus Discípulos e tais como Ele os quer.338
209
[DFst 55-56] Sobre essa missão reparadora não falta certa mente um particular conforto vindo da encíclica de Pio XI Miserentissimus Redemptor, sobre a Reparação, publicada a 10 de maio de 1928,339 retomada por Pe. Alberione, poucos dias depois, nos Exercícios prolongados340 e comentada por Francisco Chiesa, com profundidade e amplidão, num livro preparado nos meses seguintes.341
210
[DFst 85] Depois da primeira vestição dos Discípulos, num artigo sobre A hora das vocações, o boletim de UCAS apre-senta de modo novo a Casa, descrevendo finalidade, meios e espírito do ramo masculino, composto por duas classes (Estudantes e Coadjutores leigos-Discípulos), e do ramo feminino, em duas seções (as Filhas ou Irmãs de São Paulo e as Pias discípulas).342
211
[DFst 88] O número de UCAS de setembro de 1929 continua a pastoral vocacional343 e oferece um quadro estatístico dos alunos da Pia Sociedade de São Paulo (incluído o ramo feminino), que já chega a um total de 900 presenças, provenientes de 32 províncias italianas.344
212
[DFst 88] No mês de outubro inicia-se em UCAS a apresentação vocacional dos Discípulos do Divino Mestre,345 e se completa a fisionomia que a Casa manterá inalterada por alguns anos e constituirá o quadro das pessoas às quais será dirigida a proposta formativa do DF.
213
Pe. Alberione quer, porém, poder contar com uma elaboração filosófica e teológica completa, conforme o espírito da Casa. Esta tarefa não pode senão ser confiada a Francisco Chiesa, com o qual aprofundou cada estudo e projeto em quase trinta anos de intercomunicação.
214
Um passo em frente neste sentido foi realizado com a redação da Introduzione all'Ascetica,346 como manual de estudo, com a finalidade de fazer conhecer os princípios gerais e de mostrar a conexão da Ascética com a Teologia.347
215
[DFst 36] Repetidamente Francisco Chiesa indica Gl 4,19 como a tarefa de toda a vida espiritual: A ação da graça em nós se expressa em vários modos: diz-se que essa consiste em difundir em nós o reino da perfeição, da santificação, das virtudes, do amor divino, ou do Espírito Santo, ou o reino de Jesus Cristo; ou em difundir a vida de Jesus em nós, donec formetur Christus in vobis. É a mesma coisa. Tudo se realizará quando se estabelecer em nós o reino das virtudes cristãs.348
216
[DFst 17. 28. 37. 67] Numa carta de 4 de novembro de 1928, Pe. Alberione anuncia a Giaccardo: pensei em ver com o Côn. Chiesa se poderia fazer-nos uma Teologia.349 Retoma o discurso em 10 de janeiro de 1929: O Côn. Chiesa começará a Teologia no tempo de páscoa, se Deus quiser.350 Em setembro anuncia a boa notícia: A Teologia do Côn. Chiesa está sendo examinada pelo nosso Bispo.351 Enfim, numa carta da qual não se conhece a data, pede: Quando tiveres lido, na Visita, alguma lição do Côn. Chiesa, ele deseja que lhe digas se te parece que o fruto corresponderá ao gasto de tempo, energia e dinheiro.352
Estas cartas testemunham o interesse pelas Lezioni di Teologia de Chiesa, que constituíam para Pe. Alberione a referência teológica para o espírito paulino da sua família religiosa.
Na realidade, este Curso de Teologia, em quatro volumes, constitui o quadro de referência dentro do qual Pe. Alberione completou o trabalho de redação definitiva do DF, especialmente no que diz respeito à Teologia do pai, do Filho e do Espírito Santo. Não sendo possível, porém, apresentar aqui a estreita relação entre as Lezioni di Teologia e o DF,353 limitar-nos-emos, percorrendo o texto, a chamar a atenção sobre os pontos de contato mais significativos.
217
[DFst 70-71] O intenso trabalho de pesquisa de Francisco Chiesa encontra um desenvolvimento ulterior: ele aplica à formação do clero a visão teológica exposta nas Lezioni di Teologia. Daqui nasce a obra: Per l'unità nella formazione del Clero.354
A formação é vista como trabalho de unificação de toda a pessoa. É significativo como este seja também o objetivo que Pio XI, aludindo explicitamente ao texto paulino donec formetur Christus in vobis, confere à educação cristã, na encíclica Divini illius Magistri de 31 de dezembro de 1929: Fim próprio e imediato da educação cristã é cooperar com a graça divina na formação do verdadeiro e perfeito cristão, isto é, Cristo, mesmo nos regenerados com o Batismo, segundo a viva expressão do Apóstolo: Filhinhos meus, que eu de novo carrego no seio até que Cristo seja formado em vós. Já que o verdadeiro cristão deve viver a vida sobrenatural em Cristo: Cristo é a nossa vida, e manifestá-la em todas as suas operações: a fim de que também a vida de Cristo se manifeste na nossa carne. Por isso, a educação cristã compreende todo o âmbito da vida humana, sensível e espiritual, intelectual e moral, individual, doméstica e social, não para rebaixá-la, mas para elevá-la, regulá-la e aperfeiçoá-la segundo os exemplos e a doutrina de Cristo (La Civiltà Cattolica, ano 81°, vol. I, cad. 1911, 25 de janeiro de 1930, pp. 225-226).
Nessa linha, Chiesa considera cinco modos de unificação, segundo se escolha o caminho da história, da psicologia, da razão, da fé, ou do amor de Deus.
Chegando ao penúltimo desses degraus, Chiesa afirma que a unificação da fé, ou síntese teológica, não basta, mas é necessária a unificação no amor, ou síntese mística: mas a mera fé, só por si, não toca ainda as últimas sublimidades da vida espiritual. Nunc manent fides, spes, charitas, diz o Apóstolo, maior autem horum est charitas. A caridade que diviniza a vontade, a qual é a rainha de todas as faculdades humanas, é também a virtude na qual a alma humana alcança os vértices mais sublimes da sua elevação. Se pode crer sem amar. [...] Ao invés, na caridade realiza-se uma síntese na qual verdadeiramente se cumpre toda unificação.355
218
[DFst 12. 39-40] Pe.Alberione partilha plenamente a visão teológica de Chiesa356 e, para a sua família religiosa, indica como meta do trabalho formativo a unificação em Cristo, segundo a indicação de Paulo : Filioli mei, quos iterum parturio, donec formetur Christus in vobis (Gl 4,19).
219
[DFst 52-53. 85. 93-95] No início da década de 1930, aquela que no futuro deveria ser chamada Família paulina encontrava-se numa fase de contínua expansão nas obras,357 no número das pessoas358 e nas fundações de novas casas.359 Em 1931, de fato, havia iniciado também a sua difusão em outros continentes.360
Tornava-se, portanto, imprescindível uma ratio formationis que, mais que um tratado, tivesse o carisma de um testemunho, capaz de suscitar mais vida, enquanto nascida da vida.
Pe. Alberione, então, decide completar a redação da sua proposta formativa e a intitula Donec formetur Christus in vobis.361
O Donec formetur pode ser considerado, portanto, como
o livro que reúne em si muitos outros livros, com a finalidade de obter um único objetivo: interpretar o inesgotável documento que é a vida vivida por Pe.Alberione e pelas primeiras gerações paulinas, totalmente entregues a corresponder ao chamado à santidade.
Por isso, não pode ser lido simplesmente como uma coleção de descarnadas anotações, mas deve ser considerado, como justamente é, o livro da santidade paulina.
Roma, 31 de dezembro de 2000.

ANTONIO F. DA SILVA


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1 G. D. P. H., Donec formetur Christus in vobis, meditações do Primeiro Mestre, Pia Sociedade de São Paulo, Alba-Roma, 1932. - Em muitas obras dos primeiros tempos da fundação a sigla G. D. P. H. (que significa: Gloria Deo, pax Hominibus) era utilizada em lugar do nome do autor.

2 G. Alberione, Donec formetur Christus in vobis, Edição crítica organizada por A. Damino, Edizioni paoline, 1985.

3 Parece oportuno introduzir o uso de citar esta edição crítica com a sigla DFcr. Apresentamos uma tabela de concordância entre os números de páginas do DFcr, do DFms e do DFst nas páginas 261-264 da presente edição.

4 As citações das passagens desta Introdução terão a sigla “DFin”, seguida pelo respectivo número marginal.

5 G.T. GIACCARDO, Diário, 1913-1925 1942-1946, páginas escolhidas, CSp, Roma, 1996, 19 de novembro 1917, p. 92.

6 Ibid., 3 de janeiro de 1919, p. 249.

7 Deste documento conservam-se duas versões: o texto manuscrito (= ADms) e o texto datilografado (= ADds). A edição de 1985 organizada por E. Pasotti e L. Giovannini tenta uma síntese das duas versões. A edição de 1998, organizada por A. Colacrai e E. Sgarbossa, parte da versão datilografada.

8 Preferiu-se citar diretamente o UCBS, mesmo se muitos dos textos se encontram publicados em La primavera paolina (= pp), organizado por Rosário F. Esposito, Roma, 1983. Os textos citados na presente Introdução poderão ser encontrados em pp por meio do relativo Índice analítico (pp.1257ss) e Índice dos nomes (pp. 1279ss).

9 O Donec formetur impresso (1932) é citado com a sigla DFst seguida pelo número da página. Cf. DFin 5.

10 cf. G. Barbero, Il sacerdote Giacomo Alberione, un uomo - un idea, Vita e opere del Fondatore della Famiglia paolina (1884-1971), Edizioni dell'Archivio Storico Generale della Famiglia paolina, Roma 1991, pp. 73ss.

11 Sobre este período, Ir. mercedes mastrostefano, fsp, afirma: “Os três excelentes de Cherasco eram o prof. Giovanni Ferrua, musicista, pai de pe. Ernesto Ferrua, companheiro de seminário de Alberione; o prof. Bartolomeo Rinaldi, poeta e matemático; o prof. Giovanni Battista Adriani, historiador. Os três ensinavam na Escola de Ensino médio e eram amigos de pe. montersino, pároco de São martinho. No ano em que Alberione fez o ginásio, um ano somente, porque depois entrou no Seminário em Bra, não tinha mais a possibilidade de ter a refeição como na escola de Ensino Fundamental; então pe. montersino convidou-o para almoçar na sua casa paroquial.Com o pároco havia o vice-pároco pe. Giuseppe Colombara, a tia Ângela e a sobrinha Vittoria. Pe. montersino, freqüentemente, quase todos os dias, convidava os três excelentes para tomar café na casa paroquial. Alberione contava: 'Nunca mais esqueci aquelas pessoas que imprimiram em mim o amor pelo livro. As suas conversações me fascinavam: música, literatura, história, filosofia... Creio ter aprendido deles o valor e a alegria do livro e da leitura'. Assim a Bonfante [depois diretora da escola em Cherasco] me contou e escreveu. Acrescentava que o pequeno Alberione era muito feliz, apesar de um pouco acanhado”.

12 F. Torbidoni, Un ritratto grafologico del giovane Giacomo Alberione come risulta dai manoscritti (1900-1907), in AA.VV., Conoscere Don Alberione (1884-1907), Strumenti per una biografia, Edizioni del CSp, Roma, 1994, p. 315.

13 As afirmações de pe.Alberione são confirmadas por recentes referências aos seus escritos juvenis: “Em Análise Transacional afirma-se que no início da vida (roteiro existencial) a pessoa estabelece um seu projeto de vida que pode ser definido com uma só palavra; no início da idade adulta estabelece-o de novo, e ainda, a cada mudança importante durante esta fase, redefine o seu projeto, mudando-o ou confirmando-o, ou ainda, confirmando somente em parte (palimpsestos existenciais). O roteiro existencial de Tiago definido com um DEPOIS (a verdadeira felicidade e o amor são possíveis somente depois da morte; agora, pelo pouco tempo de vida que me espera, serei forte, gentil e bom para ser grande).Também do final da adolescência o roteiro escolhido pode ser sintetizado num 'Depois', que se projeta, porém, como prêmio por um trabalho longo e duro...” (M. R. ROMANINI, Lettura ermeneutica analitico-transazionale degli scritti giovanili di Don Alberione, in AA.VV., Conoscere Don Alberione (1884-1907), Strumenti per una biografia, CSp, Roma, 1994, p. 246). Também do estudo comparado da sua caligrafia pode-se dizer que o jovem Alberione “...deve ter analisado minuciosamente os seus sentimentos e a sua vocação; deve ter analisado atentamente as conseqüências e implicações das opções feitas e das que futuramente deveria fazer” (F. TORBIDONI, Un ritratto grafologico..., o. c., p. 315).

14 Cf. R. F. ESPOSITO, L'enciclica “Tametsi Futura” e la notte eucaristica del secolo, Società San paolo, Casa Generalizia, Roma 2000, pp. 320.

15 Cf. R. BALLERINI Il cattolicismo cadente il secolo XIX, in La Civiltà Cattolica, Serie XVII, Vol. V, Caderno 1166, 21 de janeiro 1899, pp. 170-175.

16 Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., pp. 114ss.

17 Cf. manuscritos de pe. Alberione, Caderno 36, organizado pelo Centro de Espiritualidade paulina, 1993. Subsídios úteis para o conhecimento deste Caderno: Guido GANDOLFO, Per um primo approccio alla lingua di Alberione nei manoscritti, in AA.VV., Conoscere Don Alberione (1884-1907), Strumenti per uma biografia, CSp, Roma, 1994, pp. 145ss; Ângelo COLACRAI, “Dio” e “Storia”. Um profilo dello studente Alberione (1901-1907), in Ibid., pp. 165ss.

18 G. ALBERIONE, “Sono creato per amare Dio”, organizado por G. Barbero, Edizioni paoline, 1980.

19 G. ALBERIONE, Taccuini, n. 2.

20 Cf. G. BARBERO, Introduzione, in G. ALBERIONE, Mazzo di fiori a Maria Santissima, Edizioni Archivio Storico Generale Famiglia paolina, n. 4, Roma, 1981. No Mazzo di fiori a Maria Santissima, o jovem Alberione limitou-se a copiar “...o livro da Condessa Rosa de São marcos; pensou recalcar o seu esquema, o pensamento e também a expressão verbal, mesmo concedendo-se a liberdade de abreviar, modificar como lhe sugeria seu íntimo sentimento” (Ibid., p. 5). “A escolha deve ter sido certamente determinada justamente pelo título do volume Um Mazzo di fiori, que evocava à mente a Madonna dei Fiori di Bra (Cuneo), veneradíssima no homônimo santuário local. [...] A mãe conduziu Tiaguinho, ainda criança, diante do altar da Madonna dei Fiori, e a ela o consagrou diversas vezes” (Ibid., p. 6).

21 G. ALBERIONE, La B. Vergine delle Grazie in Cherasco (La Madonnina). memorie -Ossequi. Alba,Tip. Albese di N.Durando, 1912, 136p., 8 ill., 15,5cm.

22 Cf. Lavori vari, n. 4. Caderno inédito, restaurado e conservado no CSP.

23 Em 1933, pe. Alberione propõe um elenco de santos para serem imitados na formação: “Fixemos nosso olhar sobre Sacerdotes Santos. 1. S. Gregório Magno - Pastoral. 2. S. Bernardo. 3. S. Francisco de Sales - Ascética. 4. S. Afonso de Lig. - Moral. 5. S. Boaventura - Mística. 6. Tomás de Aq. - Filosofia. 7. S. Agostinho - Teologia” (LV01, p. 163).

24 Na formação sacerdotal do jovem Alberione, exerceu uma importante influência o pontificado de pio X e o seu programa traçado na encíclica E Supremi Apostolatus: “Do mesmo modo, visto que foi do agrado da vontade divina elevar a Nossa baixeza a tanta sublimidade de poder, nós tomamos coragem Aquele que nos conforta; e colocando-Nos à obra, apoiados na virtude de Deus, proclamamos de não haver, no Supremo pontificado, outro programa, se não precisamente este de 'restaurar todas as coisas em Cristo' (Ef 1,10), de modo que seja 'Cristo em tudo e em todos' (Cl 3,11). [...]
Os interesses de Deus serão os Nossos interesses;pelos quais estamos decididos a consumir todas as Nossas forças e até mesmo a vida.pelo que, se alguém Nos pede uma palavra de ordem, que seja expressão da Nossa vontade, esta sempre daremos, e não outra: 'Restaurar todas as coisas em Cristo' [...]
Se não que, Veneráveis Irmãos, este apelo dos homens à majestade e ao império de Deus, quanto por nos esforcemos, jamais será obtido senão por meio de Jesus Cristo.'Ninguém,assim adverte o Apóstolo,pode colocar outro fundamento além do que foi posto: Jesus Cristo' (1Cor 3,11). Cristo é o único 'que o pai santificou e enviou a este mundo' (Jo 10,36), esplendor do pai e imagem da sua substância (Hb 1,3), Deus verdadeiro e verdadeiro homem; sem o qual ninguém pode conhecer verdadeiramente a Deus, como é necessário para a salvação, dado que 'ninguém conhece o pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar' (mt 11,27). Por conseqüência, instaurar todas as coisas em Cristo e reconduzir os homens à submissão a Deus é um mesmo e idêntico objetivo.Aqui, portanto, se faz mister orientar os nossos cuidados para reconduzir o gênero humano sob ao império de Cristo; somente assim, o reconduziremos também a Deus.
A vós, ó Veneráveis Irmãos, compete sustentar as Nossas iniciativas com a santidade, com a ciência, com a vossa experiência e, sobretudo, com o zelo pela glória divina; não tendo outro objetivo a não ser que Cristo seja formado em cada pessoa.
Depois, quais meios seja necessário usar para alcançar tão grande objetivo, parece supérfluo indicá-lo, já que são óbvios por si mesmos. Os vossos primeiros cuidados sejam os de formar Cristo naqueles que, por dever de vocação, são destinados a formá-lo nos outros. Referimo-nos aos sacerdotes, ó Veneráveis Irmãos. Pois que todos aqueles que receberam as insígnias do sacerdócio devem saber que, no meio do povo com o qual vivem, eles têm aquela mesma missão que Paulo atestava ter recebido, com aquelas ternas palavras: 'meus filhinhos, por quem eu sofro de novo as dores do parto, até que Cristo seja formado em vós' (Gl 4,19). Ora, como poderão eles cumprir tal dever, se antes eles mesmos não se tenham revestido de Cristo? E revestidos de modo tal que possam dizer com o Apóstolo: 'Eu vivo, já não mais eu, mas é Cristo que vive em mim' (Gl 2,20). 'para mim, o viver é Cristo' (Fl 1,21). Por isso, se bem que a todos seja dirigida a exortação de encaminhar-se para o homem perfeito, na medida da idade da plenitude de Cristo (Ef 4,13), é dirigida, antes que a qualquer outro, àqueles que exercem o ministério sacerdotal, os quais, por isso, são chamados outro Cristo, já não somente pela comunicação do poder, mas também pela imitação das obras, pelas quais devem expressar em si mesmos a imagem de Cristo. [...]
Pois não é verdade que os progressos da ciência extinguem a fé, mas sim a ignorância; daqui advém que onde domina mais a ignorância, a incredulidade produz maior ruína. E esta é a razão pela qual Cristo ordenou aos Apóstolos: 'Ide, ensinai a todos os povos' (mt 28,19).
Porém, para que deste apostolado e zelo de ensinamento se recolha o fruto esperado e em todos se forme Cristo, lembre-se bem cada um, ó Veneráveis Irmãos, que nada é mais eficaz do que a caridade. Porque o Senhor não se encontra no terremoto (1Rs 19,11). Em vão se espera atrair as almas para Deus com um zelo amargo, pois o censurar duramente os erros, o repreender com aspereza os vícios, freqüentemente resultam mais danosos que úteis. Exortava, é verdade, o Apóstolo a Timóteo: 'Adverte, insiste, repreende”; mas acrescentava também: “com toda a paciência' (2Tm 4,2). Certamente, tais exemplos Jesus nos deixou: 'Vinde - assim encontramos ter Ele dito - vinde a mim vós todos que estais enfermos e oprimidos, e eu vos consolarei' (mt 11,28)” (cf. La Civiltà Cattolica, Serie XVIII, Vol. XII, Caderno 1280, 7 de outubro 1903, pp. 129-149).

25 Carta do dia 26 de abril de 1906. Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., pp. 135-136.

26 G. ALBERIONE, Istruzione I, em Ut perfectus sit homo Dei, mese di Esercizi Spirituali, abril de 1960, Vol. IV, Quarta Semana, E. P., Ostia (Roma), 1962, p. 7. Cf Ibid., no volume único: G. ALBERIONE, Ut perfectus sit homo Dei, mese di Esercizi Spirituali, abril de 1960, Edizioni San paolo, 1998.

27 É significativo que na homilia pronunciada no dia da sua primeira missa na igreja paroquial de São Martinho, em Cherasco, o jovem sacerdote tenha citado o convite de Jesus “Venite ad me omnes” que o havia marcado profundamente na noite da passagem do século:“Graças espirituais:Jesus curou tantos enfermos, consolou tantos aflitos, iluminou tantos duvidosos, fortificou tantos fracos. Corram a ele as viúvas, os órfãos, os pobres, os idosos, os jovens, os ricos e pobres: ele tem graças para todos porque é infinito em sua potência e misericórdia; ouvi as suas palavras: Venite ad me omnes qui onerati et laborati estis et ego reficiam vos: vinde a mim vós todos que vos sentis afligidos pelas culpas ou pelos defeitos, ou pela perda de pessoas queridas, ou por desgraças materiais: vinde todos, todos, que eu vos aliviarei e vos consolarei” (Q007).

28 Cf. G. ALBERIONE, Appunti di Teologia Pastorale (pratica del Ministero Sacerdotale per il giovane Clero), Cav. Pietro Marietti Editore, Turim, 1915.

29 Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 154.

30 Cf. A. DAMINO, Quaderni autografi di Don Alberione (anteriori al 1914), in Conoscere Don Alberione nostro Primo Maestro, Informazioni dell'Archivio Storico Generale della Famiglia paolina, n. 3 - novembro de 1981, pp. 9-18. Estas três Notas são classificadas como: Lavori vari: 1) Esquemas de meditações (Notas), 1912-1954 (LV01), 187 p.; 2) Esquemas e índice de meditações, 1908-1912 (LV02); 3) Esquemas de exercícios espirituais, 1909 [?]-1913 (LV03).

31 Pe. Alberione compôs um Caderno de Índice das suas meditações, que por sua vez ocupam algumas dezenas de cadernos manuscritos.

32 Nos Quaderni, Pe. Alberione acrescentava anotações como esta que se encontra após o texto da segunda meditação sobre “Eu creio”:“Lugar - Todo o Seminário. Data - 29 de outubro de 1911. Tempo - Bonito. Prepar. - Escassa. Duração - 30 min. Expressão - pobre. Efeito - Satisfatório” (G. Alberione, Quaderno 50, p. 23). Em Appunti di Teologia Pastorale, pe. Alberione escreve: “Anotando estas coisas, o pregador terá uma norma caso devesse repetir aquela meditação: corrigirá os defeitos, conservará o que foi bom” (o. c., p. 258).

33 Por exemplo: “Exercícios Espirituais para os Clérigos - Outubro de 1911 - pregador: p. Giusta S. J. - pouco prático nas aplicações. Em geral, agradou pouco. - Fruto escasso - não fez refletir seriamente. Não se entrou no verdadeiro espírito dos Santos Exercícios” (LV03, p. 30); “Exercícios Espirituais aos Clérigos - Junho de 1912 - pregadores: p. Latini e p. mário (missionários). muito práticos nas aplicações - Agradaram muito - Fruto abundante, pois fizeram refletir muito” (Ibid., p. 30); “Exercícios Espirituais aos Clérigos - Outubro de 1913. Pregador: P. Cerutti: prático e íntimo” (Ibid., p. 25b).

34 Cf. IRÉNÉE HAUSHERR, Direction spirituelle chez les spirituels orientaux, in AA.VV., Direction spirituelle, in Dictionnaire de spiritualité, fasc. XX-XXI, 1956, col. 1015.

35Sobre a meditação - 27 de outubro de 1908.
Necessidade -
a) para não deixar inerte a graça de Deus (fé - esperança - caridade)
b) para não deixar inertes os dons naturais (razão - vontade - coração)
c) para eliminar as máximas ruins (montar o relógio)
d) para depois poder fazer o bem aos outros”.

36Modo de fazê-la:
Advertências:
1° não querer julgar o livro ou o pregador
2° dizei livremente se haverá coisas úteis para meditar
3° faremos os exercícios com capricho, com esmero - via purificativa, odiar o pecado - via iluminativa, virtude de Jesus Cristo - via unitiva, os prêmios” (LV02, p. 1). Os pontos “a” e “b” do esquema sobre a necessidade da meditação correspondem respectivamente ao “1” e “2” do modo de fazê-la; e os pontos “c” e “d” correspondem ao “3”. Estes sete pontos são amplamente desenvolvidos em DFst.

37 No fim de LV03, Pe. Alberione compõe um índice de 56 temas de meditação e discernimento inspirados no “Espírito de S. Francisco de Sales”.

38 P. CHAIGNON, Il prete santificato dalla pratica dell'orazione ossia Corso di meditazione pei sacerdoti, voll. I-III, Veneza, 1907.

39 F. G. FABER, Progressi dell'anima nella vita spirituale, Cav. Pietro Marietti, Turim, 1872.

40 Por exemplo, a “Instrução X: Imitar J.C.” (pp. 31a-31b) tem por subtítulo: “Sancti estote, estote perfecti: mas com a santidade de J.C.”, e termina assim: “...copiá-lo, tomando a cada manhã um exemplo de J.C., meditando-o e procurando, durante o dia, traduzi-lo em nós como faz o pintor quando copia um grande modelo. Donec formetur Christus in vobis, exemplum dedi vobis... Vita Christi manifestetur in corporibus vestris (S. Paulo)”. - DFst 44ss.

41 É possível que este curso não tenha sido somente de três dias, pois as anotações, que são interrompidas na página 17b com a Instrução III, parecem ser retomadas na página 27 com a Instrução VII. Os temas, efetivamente, se relacionam. Por exemplo, o tema da misericórdia anunciado no segundo ponto da Introdução é desenvolvido na meditação VII, sobre a Bondade de Deus (p. 27). Nesta casa, Pe.Alberione fez também os Exercícios de julho de 1909 e 1910. Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., n. 14, p. 175. Por si, a meditação VIII poderia conectar-se aos “Exercícios Espirituais aos Sacerdotes 1912 - Seminário de Alba”. Em todo caso, portanto, este esquema de meditação parece ser anterior a 1913.

42 Esta meditação apresenta temas retomados também em DF: “Nosce te ipsum = e aperfeiçoado pelo: noverim me, noverim te (cf. DFst 17). ... De onde viemos?... [...] O que somos?... [...] para que existimos? para salvar os outros e, com eles, a nós”.

43 “J.C. é:
Caminho = pois, por meio da sua humanidade vamos à divindade - (por Ele fomos redimidos - a humanidade nos faz conhecer os atributos da divindade [)] - nós devemos ter também devoção à sua S. Humanidade.
Verdade = pois no-la comunicou.
Vida = quem vive como ele pode dizer: vivo ego jam non ego - vivit autem in me Christus”.

44 Para a compreensão de Donec formetur parece importante citar aqui
o início da primeira meditação do Caderno 53, feita a 31 de março de 1912, sobre o Espírito Santo como Autor da Bíblia: “'Creio no Espírito Santo'. A Bíblia. 1. O Espírito S. é aquele que, no batismo, nos dá a virtude da fé, da esperança, da caridade: dele vêm os dons de sabedoria e inteligência, de conselho e de fortaleza, de ciência, de piedade, de temor. Dele, as oito bem-aventuranças evangélicas anunciadas pelo Senhor no sermão da montanha; dele, os doze frutos chamados do Espírito S., descritos por S. Paulo; dele, as inspirações; dele, a plena santificação da alma; por ele, a Igreja é infalível e indefectível. Para vos falar menos inconvenientemente do Espírito S., deveria explicar-vos todas estas coisas, mas o tempo não o permite. Não posso, porém, deixar de dedicar uma instrução sobre uma das obras do Espírito S. - Esta é de importância extraordinária e constitui hoje o objeto dos estudos mais profundos e mais diversos: refiro-me à S. Bíblia. Sentir-me-ia feliz e muito agradecido ao Espírito S. se pudesse despertar um pouquinho o desejo de lê-la mesmo se somente em um de vós: já me sentiria recompensado pela fadiga que devo fazer para esta meditação. Eu vos direi, portanto: 1° o que seja a Bíblia, 2° alguma coisa da sua beleza, 3° quais deveres temos para com ela” (p. 3).

45 G. ALBERIONE, La donna associata allo zelo sacerdotale (per il clero e per la donna), Alba, Scuola Tipografica “Piccolo Operaio”, 1915, pp. 342.

46 E. SWOBODA, La cura d'anime nelle grandi città, Studio di Teologia pastorale, versão italiana organizada por B. Cattaneo sobre a segunda edição alemã, F. Pustet, Roma 1912, pp. 392.

47 C. KRIEG, Scienza Pastorale,Teologia pastorale in quattro libri. Versão autorizada sobre a primeira edição alemã pelo Pe. Antonio Boni.

48 Pelo que diz respeito ao Krieg, T.Alberione se refere aqui especialmente a C. KRIEG, Livro I. Cura d'anime speciale, Cav. Pietro Marietti Editore, Turim, 1913, pp. 652. Cf. A.F. DA SILVA, Cristo Via, Verità e Vita centro della vita, dell'opera e del pensiero di don G.Alberione, in AA.VV., L'eredità cristocentrica di don Alberione, Edizioni Paoline, Cinisello Balsamo (Milão), 1989, pp. 241ss.

49 C. KRIEG, Enciclopedia scientifica e metodologica de le scienze teologiche, Libreria eccl. Editrice Cav. Ernesto Coletti, Roma, 1913, pp. 392.

50 “O desejo inato do saber deu origem a duas formas de Enciclopédia: às compilações sintetizadas materialmente ordenadas; e à Enciclopédia formal ou científica, exposta de modo sistemático. Cada uma das duas formas tem a sua longa história, ambas têm um progresso bastante harmônico, ambas respondem a leis psicológicas.A enciclopédia formal desenvolveu-se, pouco a pouco, a partir da material, devido à soma sempre crescente de conhecimentos científicos, que levou a uma disposição mais exata e a uma melhor organização sistemática deles. De modo especial, depois da metade do séc. XVIII, ao lado de 'léxicos' materiais, aparecem enciclopédias em número crescente, obras que não somente abraçam quase todos os ramos das ciências e das artes, e nas quais a tendência à clareza e à sintetização [sic!] vai sempre mais se acentuando, mas onde se tenta ainda reproduzir a conexão recíproca das ciências particulares, ou seja, o organismo unitivo de todo o conhecimento humano numa síntese sistemática” (Ibid., p. 10).

51 “Mas na idade clássica, para ser considerado 'culto', o homem grego devia possuir uma cultura enciclopédica, ou seja, uma instrução escolástica convencional determinada. Quem havia feito o kuklos era considerado como enkúklios, 'culto', paideutós, mas não especialista, cientista; quem não o havia feito, era akúklios ou apoideutós [apáideutos?], , isto é, inculto; ele não possuía a paideia en kuklo. Com kuklos indicava-se tanto o círculo ou movimento circular, quanto um campo do saber: pois que um saber ordenado segundo determinadas leis forma um círculo, em cujo centro está a idéia fundamental. Em oposição à paideia eleuthéra, estavam, numa ordem inferior, as téknai (bánausoi), as artes puramente mecânicas, que não serviam para o aperfeiçoamento do homem livre, como o concebiam os gregos, e numa ordem superior as ciências superiores. Somente as primeiras constituíam, segundo os helenos, um douto e, portanto, um verdadeiro homem. Sobre ele se realizava a cultura particular adquirida com a filosofia” (Ibid., p. 13).

52 Como guia, à enciclopédia “compete dúplice tarefa: deve ser introdutória e diretiva. [...] Cada ciência, como a teologia ou a jurisprudência, forma um círculo fechado do saber, ou seja, de conhecimentos, com uma idéia fecunda no centro, e várias partes ou membros, que, como ramos, partem em forma de raios da idéia fundamental (principium, arké), e retornam ao centro. Os ramos particulares formam juntos o todo (totum); ou seja,a totalidade de uma ciência, e, intimamente unidas pelo único princípio (ou idéia), têm nele o seu único centro. Assim, para a Teologia a idéia de Deus e para a jurisprudência o conceito de direito constituem o conceito fundamental (a idéia fundamental ou geral). Ora, a enciclopédia deve justamente colocar em evidência a idéia fundamental de uma ciência,e indicar como dela derivam cada uma das suas partes, sem, todavia, desenvolver ou tratar estas partes materiais” (Ibid., pp. 4-5). “mas a enciclopédia tem também uma função prática; pois quer dirigir e guiar como deve ser estudada uma determinada ciência. [...] Cabe, portanto,à enciclopédia a outra função, a de ser metodologia, ou seja,indicar ao estudioso o caminho certo e o meio que melhor conduz ao fim, como ele deve entrar no espírito de uma ciência e assimilar o seu conteúdo. Este é o lado prático ou didático-propedêutico da enciclopédia. De modo que a enciclopédia não somente quer e deve instruir teoricamente, mas deve, ao mesmo tempo, guiar e preparar de modo prático ao estudo, assim como à profissão e à vida. A enciclopédia, fazendo-nos conhecer a natureza da ciência e a sua conexão com outros ramos, e mostrando-nos nesta orientação como devemos assimilar o conteúdo espiritual de uma ciência e como traduzi-lo na vida concreta, torna-se orientadora (odegética) e metódica. Como metodologia, a enciclopédia deve indicar como se deve preparar, regular e prosseguir o estudo da ciência, como o estudioso pode chegar a pesquisas, pensamentos e observações originais, e, além disso, que qualidades de coração e de vontade ele deve possuir, para que o seu estudo seja fecundo” (Ibid., pp. 6-7).

53 “A Teologia moral deve realizar uma tríplice tarefa, cuja realização requer um modo especial de tratar a lei moral. De acordo com isso, desenvolveram-se, também historicamente, três métodos relativos à concepção e à exposição da moral: o especulativo (escolástico), o místico e o práticocasuístico. Estes três endereços no modo de tratar a moral correspondem às três vias que se abriram para alcançar a finalidade do agir moral. A lei do N. T. faz depender a vida eterna, primeiro, do conhecimento da verdade (Jo 17,3) [no texto se lê: “conseqüência” da verdade, provavelmente por erro], depois, do cumprimento dos preceitos (mt 19,17) e, finalmente, da união com Cristo (Jo 6,57). Dependendo se recebe um ou outro endereço, a exposição da Teoria moral revestirá o caráter diferente. O modo de tratar científico deve, portanto, tender a reunir as três vias, sem professar exclusivamente um ou outro método, porque estes, de fato, concordam entre si, se integram e se apóiam reciprocamente. Justamente o campo da moral requer um sábio e discreto ajustamento dos três métodos acima indicados de pesquisa e de exposição; todo modo de tratar unilateral leva a certo desvio, porque, no método especulativo, a vida e a prática não são suficientemente consideradas, e, no casuístico, as leis fundamentais da moralidade facilmente se desvanecem e são enfraquecidas ou esquecidas” (C. KrieG, Enciclopedia scientifica e metodologia de le scienze teologiche, Libreria eccl. Editrice Cav. Ernesto Coletti, Roma, 1913, pp. 310-311).

54 “O método místico considera os princípios e os preceitos da vida moral sob o aspecto do seu fim supremo, ou seja, da união da alma com Deus, mediante um impulsivo e mais alto conhecimento e íntimo amor de Deus (unio mystica). Considerada sob este ponto de vista, a doutrina moral se revela essencialmente como doutrina da virtude e praticamente considera-da como ascética, ou seja, como ciência dos meios para alcançar a virtude, ou dos exercícios morais pelos quais a vida íntima da graça é recebida, promovida e levada ao cumprimento e à perfeição. Aqui a moral apresenta principalmente a vida cristã virtuosa na sua perfeição, e o cumprimento de todos os preceitos morais como meios para alcançá-la. Este modo de tratar põe em evidência sobretudo os meios adequados para promover a vida interior da alma, ou seja, a vida do homem escondida em Deus (Cl 3,3: Mortui enim estis et vita vestra est abscondita cum Christo in Deo). É o modo que nos dá a indicação segura para ascender aos três graus da perfeição cristã: a via purificativa (purificação com obras de penitência), a via iluminativa (conhecimento superior espiritual-moral), e a via unitiva (grau de união com Deus através da contemplação e meios semelhantes)” (C. KRIEG, Enciclopedia scientifica..., o. c., p. 311).

55A Missão pastoral de Cristo e sua divisão.
1. A Teologia pastoral é a ciência da missão redentora de Cristo ou, segundo a denominação metafórica do § 109, que deve ser explicada, das funções pastorais de Cristo, que a Igreja realiza por meio dos seus órgãos. Estas manifestações da vida de Cristo formam o objeto da pastoral. O Senhor devia realizar - esta era a sua “missão” - uma grande obra vital (opus Dei, Jo 4,37; 17,4), isto é, a obra da Redenção (sotería), à qual pertence um complexo de funções, que podem ser divididas em três grupos; tais funções são as assim chamadas (officia, munera) de Cristo, que, juntas, formam um único opus ou officium. O Senhor mesmo se apresenta ao mundo com uma tríplice qualidade: ele chama a si mesmo alétheia, zoé ed odós (Jo 14,6). Os escritos apostólicos chamam-no logos, arkieréus, leitourgós e arkegós, e arkipoimén (1pd 5,4), voz que abraça todos os atributos. Para salvar a humanidade, o Salvador (sotér) [Os Teólogos gregos contemporâneos dividem assim: 1) kerux kai Didáskalos; 2) arkieréus; 3) basiléus] precisou:
a) revelar a verdade eterna, com a qual os homens podem readquirir a posse do puro conhecimento de Deus. Cristo manifestou sobretudo a revelação sobrenatural de Deus à humanidade, na sua forma suprema e absoluta. Por ela a razão foi libertada dos laços do erro;
b) expiar o pecado da humanidade e pagar com a maldição (Ef 2,14) a pena que, em conseqüência do pecado, pesava sobre ela, para reconciliá-la com Deus e situá-la numa nova relação com Ele (idéia principal que domina a esplêndida carta aos Efésios). Isso se realizou em virtude da condigna satisfação de Cristo;
c) levar à humanidade uma nova lei de vida, para educar e elevar a vontade fraca.
Com essa tríplice função redentora, o Senhor veio ao encontro de uma tríplice necessidade espiritual, que Ele mesmo afirma, se autodefinindo Caminho,Verdade e Vida. Portanto, com a tríplice missão queremos indicar o complexo orgânico de todas as ações, que no plano divino deveria realizar o Homem-Deus, e que a Igreja continua até hoje, mediante os seus servos. Elas são o objeto da pastoral” (Ibid., pp. 326-327).

56 Para compreender o horizonte mental e a preocupação de Pe. Alberione diante do que o esperava, parece útil analisar os seguintes esquemas de meditação.
“O Edito de Constantino -
1° Todo o mundo em festa. Deveria estar ainda mais.
2° Mundo pagão - Adorava falsos deuses.
Era imoral.
Perseguia os cristãos - perseguições.
Proibições de pregar.
A obra de Constantino - Aparição da cruz.
Edito - A cruz - Templos - Direito de herdar.
procissões - liberdade de falar -
Libertou escravos
Proibiu imoralidades -
Mulher - Imperador -
Liberdade - igualdade - fraternidade -
Reflexões - Agradecer - poder de J. C.
Animar-se - Não pensar que tudo terminou - mártires -
Trabalhar - Ser bons para ser santos ministros, fazer conhecer e amar J.C.
3° Desponte no céu a liberdade que devemos conseguir com a oração, com o sacrifício - com o trabalho” (LV01, p. 21).

57 Não sendo possível reproduzir a disposição gráfica das 29 linhas do esquema manuscrito, aqui o texto é apresentado de forma mais fluida e omite-se o parêntese da linha 19 (“Era Italiano!!?”) de difícil interpretação:
“Jubileu Constantiniano - perseg.[perseguições] modernas -
1° As festas constantinianas têm a finalidade de agradecer - e também de aprender para os tempos modernos. mudaram os perseguidores
- mudaram os suplícios: mas a substância é sempre igual - mais ainda, a
malícia tornou-se refinada -
2° perseguições:
Os governos contra o catecismo nas escolas - crucifixo - matrimônio
religioso - papas - bispos - A imprensa com calúnias - falsificando os dogmas - ignorando-os - desacreditando o clero - imprimindo obscenidades... A maçonaria = contra a Igreja - socialismo - que se serve de eleições - com diversões desonestas, com discursos, procurando envolver também a mulher
- Vitórias
- Na Inglaterra - 32 profess. - e o melhor-
Nos Estados Unidos - 2.500 doutos convertidos a cada ano.
Na China - abre-se o caminho ao cristianismo -
No Japão - universidade católica -
Na Alemanha - duplicado o número dos católicos que ocupam o centro -
Na França - feliz despertar nas escolas e na universidade - Lourdes -
Na Áustria - Congresso Eucarístico
Na Itália - Leão XIII -
Meios -
a) Zelo de todos - também da mulher na família - defender a religião... a religião é vossa: como vossa é a saúde, não do médico; como vossa é a vida, a bolsa
b) União popular
c) Catecismo na escola - ficha popular, França - (elogio) encaminhar ao catecismo. d) Contra a má imprensa - contra a moda - (povo - imprensa - clero)... E jornal dos sacerdotes! Objeções: mas são os sacerdotes que dizem... E por isso precisa fazer o contrário? - dizem também de não matar - nem se matar -
3° Acabou o tempo das meias medidas -”.

58 Nas Anotações do Clérigo Giaccardo (com freqüência ele assinava Giaccardi) encontramos resumos de pregações sobre este tema. Cf. Ch. GIACCARDI GIUSEPPE, Sunti di prediche, panegirici, istruzioni, meditazioni, n. 19, resumo CLXVIII e CLXX.

59 O encontro de Giaccardo, aos onze anos, com pe. Alberione e o seu itinerário vocacional até a ordenação é narrado, mesmo sem que os nomes sejam explicitados, em Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 5, 15 de maio de 1924, pp. 3-4. - Como clérigo, Giaccardo assim resume o seu itinerário: “1. Chego ao Seminário; pequena paixão pela “Gazzetta”, também pelos outros. Quero fazer o bem na família com bons livros, que, depois, ou preguiça, ou respeito humano ou prudência impedem bastante. 2. Último ano de Ginásio e Liceu: desejo de trabalhar na Ação Católica, de ser logo livre para trabalhar na imprensa e na A.C. Depois, de ser vigário ou pároco, mas de trabalhar neste campo. Na verdade não me satisfazia o campo de somente uma paróquia... Sinto mais a imprensa como meu campo. Amor especial à Igreja, ao papa; viva fé no verdadeiro triunfo da Igreja. Na Teologia a obra da Imprensa parece-me mais importante: depois me convenço da necessidade do apostolado, depois o sinto, depois me convenço e o sinto mais meu apostolado. Inclinação fortíssima.Vejo que não sei com que ia me sentir pleno. Salesiano. Jesuíta ou missionário. 3. Relação com o Teólogo. Fala-me de Sacerdotes da Imprensa, e eu não compreendo a vontade de Deus. Funda a Tipografia e logo intuo onde quer chegar, e não me fala mais sobre isso. Desejo de vê-la, direito. Eu não quero. Considera-me como um membro = Não quero. Fala-me da necessidade de tais sacerdotes = Obstáculo. Fala diretamente de mim; exponho dificuldades e dedico tempo para a sua escola. Enquanto isso, sinto-me seu membro. Eu me convenço e me sinto muito inclinado ao que é o meu campo. Dias de convicção, de persuasão; de forte inclinação para a imprensa, e a Congregação, para o Teólogo, e seus sentimentos, porque não me fala = o que sente agora. 4. Convencerme da necessidade do Apostolado e da Congregação! meu campo. Frenesi. motivos = Frenesi. Tempo? Soberba e missão?” (G. T. GIACCARDO, Diário..., o. c., pp. 278-279). Pelo que se refere ao primeiro ano de Liceu, Giaccardo escreve num resumo de pregação feita pelo Pe. Alberione: “I. A sociedade moderna está muito decaída. 1° Os socialistas têm em mãos os operários e agricultores, por meio da sua Câmara do trabalho, e infundem neles o ódio a Deus, à Igreja, ao Sacerdote, e os descristianizam. 2° A classe nobre, culta, de proprietários, que busca somente o luxo, os prazeres, as diversões, também não está conosco. Nós somos agni inter lupos. II. Todavia, cabe a nós reformar a sociedade, e a reformaremos: 1° com os meios intelectuais: difundindo e favorecendo a imprensa: a) intelectualmente: publicando artigos breves e atuais e importantes; b) moralmente: elogiando os nossos jornais; avisando a direção, quando alguma coisa não agrada; congratulando-se com ela, quando agrada; c) financeiramente...” (G. GIACCARDO, Libretto per i Santi Spirituali Esercizi, junho 1913, XIX, inédito).

60 A. PAVISSICH, La stampa grande potenza, em La Civiltà Cattolica, ano 64°, vol. 1, cad. 1502, 18 de janeiro 1913, pp. 129-140; Ibid., ano 64°, vol. 1, cad. 1504, 15 de fevereiro de 1913, pp. 398-408.

61 “A obra, portanto, de restauração social não é simplesmente uma obra de destruição do mal, mas sim de edificação do bem, isto é, de substituição da imprensa má pela imprensa boa. Às energias destruidoras do capitalismo reinante é dever opor, no campo da imprensa, as energias sadias e vigorosas de uma cultura regeneradora, que haure das fontes puras da civilização cristã. Pois, somente os princípios cristãos, dos quais a sociedade contemporânea teve as suas origens e o seu desenvolvimento, com todas as vantagens das quais se sente orgulhosa, podem deter e reduzir os danos da moderna apostasia, que vai minando os seus fundamentos” (A. Pavissich, La stampa grande potenza, o. c., pp. 407-408).

62 G. BORGNA, Il Re dei tempi, Mano alla Stampa, premiata Scuola Tipografica michelerio, Asti 1914, pp. 114.

63 “Cinqüenta anos atrás poder-se-ia ainda perguntar: Quem é que lê? Agora, dever-se-ia dizer: Quem é que não lê? É uma necessidade da nossa época, a nossa sociedade não saberia viver sem a leitura. Hoje se quer estar a par de tudo o que acontece no mundo. Cada um se levanta todas as manhãs impaciente para receber o jornal, ávido de conhecer as novas políticas, as surpresas da bolsa, o movimento comercial, as aventuras galantes, as novidades que acontecem sob o belo céu, de um a outro continente, de um a outro mar” (Ibid., p. 28).

64 “O desejo de novidade é aquele que sustenta a moda e é também aquele que alimenta o jornalismo. O anunciador das novidades é justamente o jornal, que envelhece num dia. O seu campo não tem limites: ele fala de tudo, se ocupa do movimento religioso e político, refere e discute sobre a escola, o comércio, os acontecimentos, fala do teatro, das desgraças e delitos, economia agrária e doméstica, de ginástica... Em conclusão, refere-se a tudo o que tem a ver com a natureza, a cultura, o mundo” (Ibid., p. 29).

65 “Quem não conhece esta moderna invenção que constitui para muitos a diversão de cada dia? Quem não viu a confusão de cenas que em poucas horas, em poucos minutos, faz passar sobre a tela? O jornal é algo semelhante, pois nele vemos, observamos minuciosamente, sem interrupção, a convulsa agitação do universo, do céu e da terra, do mar e dos elementos, das nações e da humanidade” (Ibid., p. 30).

66 “Sobe [o jornal] nos palácios e desce nos tugúrios, entra nas oficinas e penetra nos bairros, passa pelas academias, pousa sobre a escrivaninha do douto, corre pelos ministérios públicos, entra nas escolas, circula pelas ruas e pelas praças, pega o trem, se ramifica pelas vias da nação, apoderase de todas as partes do organismo social, impõe-se à inteligência e forma a opinião pública” (Ibid., p. 31).

67 Este capítulo foi publicado integralmente, sem citar a fonte, no boletim Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II (1919), n. 7, p. 7: “'Oh! Imprensa, assim escreve Rosegger, tu és o orador, o grande pregador do nosso tempo. As palavras que tu pronuncias com tanta paixão ecoam, em poucas horas, em todo o país. Tu pregas nas tabernas e nos bares, nos ônibus, nas ferrovias e nas casas privadas e, com potência, em todas as praças. Onde mais pessoas se encontram juntas, tu estás no meio delas e pregas. mas a tua palavra não se perde, como a do púlpito, apenas pronunciada. Aquilo que não se imprime na memória do ansioso leitor permanece impresso sobre o papel, e pregas assiduamente a quem te dá uma olhada. Assim tu gritas dia por dia, sem trégua e sem repouso'. A imprensa é, para as grandes multidões do povo, o fornecedor universal dos elementos espirituais: ela é o único pão quotidiano de inumeráveis almas; os seus juízos formam o 'Credo' de milhões”.

68 “Quando aparece o jornal, milhões de mãos o agarram, milhões de olhos o devoram, e ele, insensivelmente, se apodera das suas inteligências e dos seus corações. Semeia as suas idéias, as fecunda, e obtém frutos segundo a sua vontade” (Ibid., p. 31).

69 “Em nossos dias, quando muitos gostariam que fosse cancelada a palavra rei, somos constrangidos a suportar o império de uma potência nova e indomável: o da imprensa. Ela é o rei dos tempos, porque exerce o seu poder mágico e misterioso sobre todos os homens; não se excetua nenhuma classe ou condição. O mundo não caminha por si mesmo: é conduzido pelo nariz pelo jornal.
É o rei dos tempos, porque fala de tudo o que acontece no tempo e no espaço.
É o rei dos tempos, porque faz ouvir o seu comando, as suas leis a cada dia, a cada hora e, contemporaneamente, em dez, cem, mil lugares, por toda a parte.
É o rei dos tempos, porque tem o controle do presente, do passado e do futuro. É enfim o rei dos tempos, porque o seu poder vai crescendo sem medida com o progredir dos anos, da instrução e da civilização.
Tinha, portanto, razão o judeu-maçom Crémieux quando, em 1842, gritava nas lojas maçônicas de paris:'Irmãos, considerai o ouro como nada: a imprensa é tudo. Comprai a imprensa e vós sereis os donos da opinião pública, quer dizer, os donos da nação inteira'. Assim aconteceu: e a maçonaria tornou-se realmente dona da França e de muitas outras nações.
Compreendamos isso também nós: a imprensa é tudo: sem ela nada se fará: ela é o rei dos tempos” (Ibid., pp. 40-41).

70 “É um flagelo pior que a guerra. É um flagelo pior que a peste. É um flagelo pior que a fome. Qual é, portanto, este flagelo tão tremendo? O mau jornal” (Ibid., p. 45).

71 O autor cita as palavras de Luís Windthorst no Congresso Católico de Friburgo: “Ajudar a boa imprensa!... eis um grande apostolado, o apostolado moderno e digno, se a Autoridade suprema o considerasse oportuno, que fosse estabelecido como preceito da Igreja” (Ibid., p. 78).

72 “É caridade, caridade por excelência. O Divino mestre no-lo disse: 'nem toda caridade é feita de pão'. [...] Bem-aventurados aqueles que compreendem que a mais cruel de todas as fomes é a 'fome da verdade', conforme a expressão de mons. Delamaire. Iluminando as mentes obscurecidas por meio dos jornais, colaboraremos para o triunfo da verdade e para a redenção social. Ai de nós se ao invés de empregar o nosso dinheiro em fundar e sustentar os bons jornais o gastamos em coisas inúteis ou até mesmo em boas obras, mas das quais nem todos podem se beneficiar. Note-se bem e jamais se esqueça: A obra mais importante, mais necessária para os tempos modernos é a imprensa: ajudá-la e apoiá-la é o mais belo ato de caridade” (Ibid., p. 83).

73 “Correu o mundo inteiro a expressão de Dom Ketteler,Arcebispo de mogúncia: 'Se S. Paulo retornasse ao mundo seria jornalista'. E eu o creio firmemente” (Ibid., p. 97). O capítulo inteiro é publicado, sem citar a fonte, em Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 5, maio 1919, pp. 5-6: “S. Paulo redivivo. Correu pelo mundo inteiro a expressão de Dom Ketteler, Arcebispo de mogúncia: 'Se S. Paulo retornasse ao mundo seria jornalista', e eu o creio firmemente.
Na verdade, o que fazia S. Paulo? Semeava por toda parte a palavra de Deus. Para isso escolhia os lugares e as cátedras consideradas as mais adequadas para fazer-se ouvir por maior número de pessoas. Assim fez nas sinagogas, no Areópago de Atenas, no tribunal de Agripa, no Teatro da grande Diana de Éfeso, nas prisões romanas.
Suponhamos que um dia tivessem dito a S. Paulo: Paulo, existe uma cátedra da qual podemos ser ouvidos não somente por uma pequena sinagoga, mas por todo o povo, ou melhor, pelo mundo inteiro: pela Síria, pela palestina, por toda a Ásia, pelo Egito, pela Grécia e também pela Itália: do alto desta cátedra tu podes anunciar Cristo, pregar a Cruz, elevar os povos à justiça e à verdade.
Eu estou certo que S. Paulo teria logo perguntado: 'Onde está esta cátedra? Quero nela subir'. E se lhe fosse indicada, ele nela subiria imediatamente e aí ficaria por toda a vida, como os anacoretas sobre as suas colunas.
Esta cátedra não existia no tempo de S. Paulo, mas existe hoje: é o bom jornal. Eis o púlpito da humanidade: a 'missão perpétua', como a chamava Leão XIII”.

74 O autor reproduz uma página que contém dez “quisera”, quer dizer, bons augúrios, desejos em relação ao apostolado da imprensa. Trazemos aqui o primeiro: “Quisera, são estes os desejos e os sentimentos de um intrépido católico, quisera, como querem tantos meus amigos, como quiseram e querem tantas almas fervorosas de valentes cristãos e de católicas plenas de zelo, os quais, com os seus exemplos, me estimulam à propaganda da boa imprensa, quisera - como escreveu um brioso jornal francês - que, do mesmo modo que nos tempos passados se distribuía a sopa aos pobres nas portas dos conventos, se distribua hoje, na porta das igrejas, o jornal católico” (Ibid., pp. 106-107).

75 G. F. RE, Lettera ufficiale alla S. C. dei Religiosi chiedendo il nulla osta per l'erezione della SSP in congregazione religiosa diocesana, 31/12/1921. Cf. G. ROCCA, La formazione della Pia Società San Paolo (1914-1927), Appunti e documenti per una storia, Roma 1982, pp. 562-563.

76 G. F. RE, Lettera ufficiale alla S. C. dei Religiosi..., de 31/12/1921, cf. Ibid., p. 563. O nome “Escola Tipográfica pequeno Operário” foi certamente uma escolha feita por motivos de conveniência, à espera da hora oportuna para explicitar a verdadeira intenção da obra. Neste sentido, é interessante o testemunho de Pe. Alberione, no 40° aniversário da fundação: “Quando foram recolhidos os primeiros rapazinhos, em 1914, numa pequena casa e numa minúscula tipografia, aconteceu um fato curioso, quase um alarme: 'Tira-se trabalho e pão dos tipógrafos'. Recorreu-se às Autoridades. A autoridade eclesiástica respondeu: 'Respeitai a liberdade de todos'. A autoridade civil respondeu: 'É coisa que nasce morta... a controlaremos; nas primeiras ilegalidades, será fechada'. Era necessário, portanto, nascer menores ainda, e não deixar ouvir nem mesmo um vagido... Então cobriuse tudo sob o título 'Escola Tipográfica pequeno operário'. Um presépio. Devemos sempre e somente considerar-nos pequenos operários de Deus; como, de fato, a gente é em confronto do mundo inteiro e dos meios colossais dos quais dispõem os falsos mestres, inimigos de Jesus Cristo e da Igreja” (G. Alberione, Nel quarentennio, Saudação aos visitadores da exposição paulina, Alba [20.08.1954]. As FSP, em Fascicoli 1954, informam sobre a data desta fala: “Impressa em Sp, julho-agosto 1954, pp. 1-3; em RA [Regina Apostolorum], agosto 1954, pp. 1-3. Foi publicada em CISp, pp. 145148; em CVV 212. O presente texto foi tirado de RA, agosto 1954. Existe a gravação. Nas várias edições impressas falta a data. A gravação traz a seguinte: Alba: 20.08.1954”.

77 Temos o testemunho de G. B. marocco: “O jovem sacerdote fez-me ótima impressão pelo modo caloroso e concreto com o qual expunha o seu programa de ação. Do seu aspecto e da sua voz transparecia o ardor de um zelo ativo, inspirado em intenções concretas para a realização de uma Obra refletida longamente” (cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., pp. 229-230).

78 Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 233.

79 Cf. Documento do dia da Assunção, 1916, em G. ROCCA, La formazione..., o. c., pp. 551-552. É muito significativo o que o Clérigo Giaccardo escreve no seu Diário no dia 19 de outubro de 1917. Por motivo de espaço citamos somente uma parte: “Declarações do Senhor Teólogo aos alunos mais capazes de compreendê-lo, para que possam decidir com conhecimento de causa o próprio futuro: 1° Aonde vamos: A Casa será um Instituto Religioso com o primeiro, segundo e terceiro grupo, dos quais os primeiros dois farão profissão dos votos. O primeiro grupo é masculino e se compõe de estudantes e operários. Os estudantes serão laureados em ciências sociais, alguns se estabelecerão aqui; os outros, que aspiram ao sacerdócio, serão ordenados; sacerdotes doutores e simples doutores; a tarefa deles é a direção, a redação, escrever nos jornais, dirigir e fazer conferências. Os operários, feitos hábeis tipógrafos, se encarregarão da direção da tipografia, da compilação e da técnica dos jornais. O primeiro grupo, masculino, já teve início; tem já alunos com os votos, ligados à Casa: estudantes e operários. O segundo grupo, feminino, também já começou:sua tarefa:imprimir, escrever, catequizar, dar toda a sua cooperação à ação cristã-social. O terceiro grupo, que esperamos seja logo erigido canonicamente, abraça os cooperadores de um e outro sexo: estes, com a ajuda material e moral, com o conselho e a propaganda, bem informados pelo espírito da Casa. Este terceiro grupo, na realidade, já existe.
Organização: A Casa terá um Diretor Geral que dará as normas diretivas, os pontos aos quais todos devem obedecer. Cada jornal terá o seu Diretor; junto aos maiores, surgirá também um Noviciado de alunos.A Casa se estenderá pela Itália, depois pela Europa e pelo mundo.
Finalidade: A boa imprensa: o jornalismo: os jornais de todo o mundo, nossos, ajudar-se-ão material e moralmente com todos os meios. A nossa luta será pelo triunfo da Igreja, do papa, da civilização cristã, contra todas as potências do diabo e, especialmente, contra a maçonaria” (cf. G. T. GIACCARDO, Diário..., o. c., pp. 79-81).

80 G. T. GIACCARDO, Diário..., 8 de dezembro de 1917, o. c., pp. 105-106. Paralelamente, também o ramo feminino percorria o seu itinerário de consagração por meio de votos privados. Cf. C. A. MARTINI, Le Figlie di San Paolo, Note per una storia, 1915-1984, Roma, 1994, p. 96.

81 Palavras de Alberione escritas por Giaccardo. Cf. G. T. GIACCARDO, Diário..., 8 de dezembro de 1917, o. c., pp. 104-105.

82 Giaccardo, a 29 de abril de 1918, deixa transparecer também o grave problema da fome: “A chuva continua. Contribui para castigar-nos com a fome. Guerra, fome e peste são três irmãs unidas. Deus agora nos castiga e nos golpeia, e é preciso ir até o fundo: termina também a guerra, não terminarão os flagelos, até agora foram tocados os filhos do povo. Quem quis a guerra se escondeu e come pão branco, mas Deus não deixará passar isso impunemente” (G. T. GIACCARDO, Diário ..., o. c., p. 201).

83 Estas afirmações são precisamente confirmadas na página do Diário de Giaccardo,a 29 de novembro de 1917: “Esta noite,à mesa,o Senhor Teólogo nos disse que a situação dos tempos é gravíssima, a tal ponto que não a compreendemos, que talvez já não teremos o que comer. E protesta, por isso, vivamente contra a irresponsabilidade da vida nos cinemas e nos teatros. Gravíssima a situação militar, gravíssima a situação política, econômica e social, gravíssima a situação religiosa. Encontramo-nos, portanto, numa situação que há mil anos a Itália não vivia. Isso porque o Vice-Comandante censurou o Evangelho nos boletins. Os Funcionários se vêem em dificuldade e se esforçam para continuar firmes; todas essas dificuldades são o peso oprimente da maçonaria que deseja vingar-se dos padres; o espírito contra a Igreja é fortíssimo. Nos tempos de S. Paulo falava-se e depois se caminhava para a morte: agora, não se pode nem mesmo falar por causa da censura. É Deus que cega os homens e os deixa ir até o fundo: é sobre tudo isso que a Igreja terá um grande triunfo, mas antes serão dias muito dolorosos: a questão romana é o espinho da Itália, mas não somente ela é pecadora: toda a Europa o é. A Boa Imprensa é missão de restauração e de força” (G. T. GIACCARDO, Diário..., o. c., p . 95).

84 No seu Diário, a 19 de março de 1918,Giaccardo escreve: “A característica do nosso pai não é o extraordinário, mas o ordinário: Ele nos recomenda a oração e a fé; e com essa, o cuidado, a diligência, o trabalho, a agilidade, a vida, a alegria, e não a poesia, mas nos educa à realidade, informando-nos sobre as graves situações da vida individual, política, nacional: quer dar-nos o espírito, mas insiste na humildade, na naturalidade, na simplicidade” (G. T. GIACCARDO, Diário..., o. c., p. 194).

85 “Dois somente os meus aborrecimentos, nos diz o Venerado pai na meditação: que eu não seja ainda suficientemente bom e que vós não sejais ainda suficientemente santos. Somente estes dois são os meus aborrecimentos, não tenho outros, todo o resto é nada e vem por si mesmo. De modo que, mesmo se viesse um terremoto e arrasasse a casa, esta ressurgiria e se estenderia pelo mundo inteiro, nas principais nações e duraria muitos séculos; é absolutamente necessária: a necessidade é premente e Deus quer realizar isso, mas nós entravamos as rodas da providência. Quem sabe quantos boletins a mais teriam saído, quanto mais teria ganho a causa dos nossos jornais se houvesse em nós mais espírito, se fôssemos mais santos” G. T. GIACCARDO, Diário..., 15 de fevereiro de 1918, o.c., p. 191).

86 No Diário, Giaccardo registra o sermãozinho feito por pe. Alberione em 12 de março de 1918: “...por isso, com o Senhor é preciso fazer pactos claros e com muita simplicidade: Senhor, eu devo saber muitas coisas e tenho pouco tempo para estudar: tenho também que compor, imprimir; eu, portanto, comporei e imprimirei até que queirais e o que quereis;Vós, porém, dai-me a ciência. Pactos claros e confiança. Os Apóstolos eram ignorantes e, tendo recebido o Espírito Santo, maravilharam o mundo, confundiram os doutos e iluminaram todos os homens. O Espírito Santo não descerá sobre nós em forma de globo de fogo, mas sim deste modo: far-nos-á aprender mais rapidamente o que lemos; memorizar melhor o que aprendemos; e aplicar melhor o estudo; de modo que o que os outros aprendem em três horas ou não recordam com facilidade ou não o vivem, nós o aprenderemos em uma hora, o recordaremos, o aplicaremos. Tenha-se esta fé e se tocará com as mãos o resultado. O pai fez a experiência com dois jovens que, com tal fé, num mês fizeram quanto se faz em seis meses. Não se diga: não estudei, não aprendi. Não fizeste estudos, aprendeste mais, talvez não a gramática, mas sim outras coisas, e verás se aos trinta anos não sabes mais que os outros. Esta fé é essencial no espírito da Casa; como é novo o espírito, assim possui novos meios: um dos principais, parte essencial do espírito é a fé que é possível aprender sem estudar muito. Quem não tem esta fé é dissonante e riem dele. É preciso gravar bem na mente: esta fé é essencial. S. Paulo trabalhava para Deus e dizia a Deus que ele tinha o direito que lhe providenciasse o que comer: qui altari deservit, de altari vivere debet.O mesmo acontece conosco: devemos trabalhar para Deus e precisamos saber muitas coisas. Nós trabalhamos, e o Senhor pensa em dar-nos o alimento, não somente o da boca, mas também da mente e do coração. Trabalhamos para Ele, devemos viver d'Ele, temos o direito de viver d'Ele. Não devemos, portanto, nos comportar como dizem os outros, mas como requer a vida da Casa. A quem diz que temos pouco estudo, respondamos: Somos nós e a graça de Deus. Uma parte, nós; duas, a graça de Deus” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 13 de março de 1918, o. c., pp. 195-196).

87 Palavras de Alberione escritas por Giaccardo. Cf. G. T. GIACCARDO, Diário..., 8 de dezembro de 1917, o. c., pp. 103-104.

88 Giaccardo escreve, a 30 de setembro de 1918, referindo-se ao dia precedente:“E o Senhor Teólogo explicou-nos o tríplice ramo da nossa Casa: masculino, feminino, cooperadores; e continuou: 'Este último apresentava mais dificuldades que os outros; não que os primeiros já sejam estabelecidos, mas conta-se com mais liberdade. Agora iniciou-se também o último: a União dos Cooperadores da Boa Imprensa. Durante os Exercícios redigi o regulamento, depois o colocamos nas mãos de Deus; agora apresentei-o e o submeti ao senhor Bispo, que, não somente o aprovou plenamente, mas quis também ser o primeiro inscrito. Agradeçamos, portanto, a Deus porque começamos assim tão bem'. Explicou-nos o conteúdo do Estatuto: podem entrar todos os que se comprometem a fazer pela boa imprensa especiais orações ou ofertas, ou trabalhar, ou redigir... 'Começar ainda não é tudo; depois virão as dificuldades, as desaprovações, os impedimentos,os desânimos, e será como empurrar um navio num bosque. É necessário então rezar; e rezai, rezemos; S. Paulo não tem dificuldades. Ele assumirá e fará frutificar a nova União, vós sereis os seus promotores junto a todos aqueles que puderdes. Daqui a trinta anos compreendereis a importância do que eu disse esta noite: daqui a trinta anos'” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 30 de setembro de 1918, o. c., pp. 233-234).

89 É interessante notar que em janeiro de 1918 Giaccardo, sob o título “Conversão de S. Paulo”, já havia traçado para si um programa de vida, fundamentado sobre três pontos, que são os mesmos indicados pelo Pe. Alberione como meios da União dos Cooperadores da Boa Imprensa: oração, oferta, ação (cf. G. T. GIACCARDO, Diário..., 1918, o. c., pp. 124-125).

90 G. ROCCA, La formazione..., o. c., pp. 551-552).

91 “25 de outubro de 1918. Ontem à noite, colocados os boletins da União dos Cooperadores da Boa Imprensa diante de Jesus Sacramentado, o Senhor Teólogo os abençoou com o Cibório e o Santíssimo Sacramento. Nós todos estávamos ajoelhados ao redor. Disse-nos, primeiro, o querido pai: 'porque é pela primeira vez que sai o boletim que deve sustentar a nossa boa imprensa, é bom que saia com a bênção do Senhor. Nós fizemos todo o possível para que saísse belo e apto, mas se Deus não dá a sua bênção, nada valem os nossos esforços; com a bênção de Deus, ao invés, penetrará e obterá fruto'. Traz-nos o exemplo da Bênção da... moribunda, as últimas palavras de Clélia. O que custa para Deus suscitar Cooperadores para a Boa Imprensa? Ele com um fiat criou os céus, fez aparecer os peixes que deslizam na água, os pássaros que voam no firmamento, e criou o homem “rei de toda a criação”. É necessário que sejamos profundamente convictos de que erigir a obra da boa imprensa é um grande milagre, e estejamos tranqüilos que Deus fará. mas, da nossa parte, é preciso: 1) Quaerite primum regnum Dei et iustitiam eius, o resto será realizado. Procurar somente a santidade e a glória de Deus; 2) confiar unicamente em Deus, e não nas nossas forças. Nós dizemos a Deus: deixa que eu faço. Deus se retira e nós quebramos a cabeça. Deus, que não tem medo de nada, tem medo do nosso amor próprio. Deus faz tudo bem e sempre bene omnia fecit. Portanto, quando vemos que as coisas vão mal, é sinal que entrou algo nosso e perguntemo-nos então logo: o que eu fiz? Da parte de Deus, necessitamos da sua graça, que obtemos com a oração: humildade, portanto, e oração” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 25 de outubro de 1918, o. c., pp. 237-238).

92A conversão de S. Paulo. No dia 25 deste mês o mundo católico celebra a festa da conversão de S. Paulo. Data memorável na Igreja. Saulo era o mais terrível adversário do cristianismo nascente: caminhava cheio de furor para a cidade de Damasco com os seus soldados para levar prisioneiros todos os cristãos que encontrasse. mas a graça de Deus toca-o às portas da cidade e ele foi totalmente transformado num outro homem. Eu o escolhi para que anuncie o meu nome aos hebreus, aos gentios, aos príncipes e aos reis, diz o Senhor. E Saulo, convertido em Paulo, se torna o primeiro entre os apóstolos, aquele que reuniu no seio da Igreja mais almas do que todos os apóstolos. Por ele a Igreja teve uma vida nova, e não um perseguidor. Com quanta razão, portanto, é celebrada esta grande festa no mundo cristão. Existem algumas paróquias onde será solenizada com a 'jornada da boa imprensa'. Em outras se fará uma função especial para a conversão dos pecadores; especialmente daqueles que, como Saulo, se servem da própria inteligência, da própria cultura, da própria posição social para combater a Igreja, o Vigário de Cristo, a religião. Todos os inscritos na 'União dos Cooperadores da boa imprensa' são vivamente convidados para, nesse dia, fazer a Comunhão nesta intenção. Peçamos para nos converter de uma vida medíocre a uma vida de ardor: peçamos a energia e o espírito justo para os escritores católicos; peçamos a conversão dos jornalistas ímpios. Celebre-se também a sua novena: especialmente recitando a oração impressa sobre as imagens de S. Paulo” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 1, janeiro 1919, p. 2).

93 “O Apóstolo Paulo percorreu o mundo então conhecido, fazendo ressoar por toda parte a boa nova, reunindo sob o sinal da cruz um número incontável de cristãos. Ele é, portanto, o homem do zelo: parece quase que, em S. Paulo, o zelo se tenha personificado. Daqui deriva, naturalmente, a escolha do Apóstolo Paulo como protetor da Boa Imprensa. Nenhum meio de propaganda, hoje, pode ser mais universal e eficaz que o jornal em particular, e que a imprensa em geral. Por isso, o jornalista fechado no seu gabinete de redação estende a sua obra e faz chegar a sua palavra até aos extremos confins da terra. Não é vazia de significado, nem proferida por acaso, a frase de Ketteler: Se S. Paulo nascesse hoje, seria jornalista” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 1, janeiro 1919, p. 4).

94 “Anuncia a palavra” (2Tm 4,2).

95 “Faze o trabalho de um anunciador do Evangelho” (2Tm 4,5).

96 “O espírito de São Paulo transparece em sua vida, em suas cartas, em seu apostolado” (ADds 94).

97 “A orientação dos estudos, como era no período antes da guerra, conduziu, pela sua própria natureza, a atenção das pessoas mais cultas às origens da Igreja. As antiguidades cristãs constituíram o objeto preferido dos estudiosos de coisas cristãs.
Muitas aberrações apareceram no campo modernista e protestante: não faltaram, ao contrário, foram superabundantes os bons frutos. Entre esses bons frutos, certamente um dos melhores é: um conhecimento mais vasto e mais profundo da vida, das obras e das doutrinas do Apóstolo Paulo. Não somente isso, mas também (e isto é conseqüência natural) o desejo de tornar o culto a este grande pregador dos Gentios novamente mais prático e popular” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 1, janeiro 1919, p. 4). “Devoção a S. Paulo. Dizia muito bem mons. Bonomelli que muitos dos santos mais distintos na Igreja são aqueles menos lembrados pelo povo. Quantos são, de fato, que rezam a S. Pedro, S. Paulo, S. João Crisóstomo, Sto. Inácio mártir etc. Se conhecêssemos o bem que S. Paulo fez ao mundo, especialmente a nós descendentes dos gentios! Se lêssemos a sua vida, as suas obras, as suas cartas: quanto mais a ele rezaríamos, o amaríamos, o imitaríamos. Dele aprenderíamos as duas virtudes que são o fundamento do cristianismo: o amor a Jesus e o amor que se revelará no zelo pelo próximo. Celebremos, com devoção, a festa de S. Paulo no dia 30 de junho: será uma bela ocasião para tornar conhecido o grande apóstolo. Difundamos também a sua imagem e invoquemo-lo como protetor da Boa Imprensa. É também utilíssimo. Explicar as cartas de S. Paulo, ao menos uma vez. Substancialmente já se faz isso em algumas paróquias, onde a cada 5 ou 6 anos, em vez do Evangelho, explica-se ao povo a epístola da missa: e a epístola é quase sempre um trecho das cartas de S. Paulo” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, c. 6, junho 1919, p. 2).

98 Cada número do boletim UCBS contém referências sobre a importância da imprensa. Citamos algumas:“O mundo é governado pela opinião pública e esta pelo jornalismo”, pavissich (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano I, n. 2, 28 novembro 1918, p. 2). “Hoje o povo não forma outra opinião e não regula a sua vida senão a partir da leitura quotidiana dos jornais”, Leão XIII (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II [n. 2?, entre fevereiro e abril], 1919, p. 3). “Acreditai em mim, esta necessidade de consagrar todas as nossas forças para o desenvolvimento da imprensa é uma necessidade de tal importância que, bispo, atrasarei a construção de uma igreja para colaborar na fundação de um jornal”, Card. mercier (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II [n. 2? entre fevereiro e abril], 1919, p. 7).

99A nova missão da mulher. A mulher não pode ficar de fora do grande apostolado da imprensa: antes, na imprensa há algumas partes que se adaptam à mulher de modo especial. Esta é uma missão altíssima. Aliás, junto aos Salesianos, podemos ver a confirmação. Já vi em três lugares as irmãs na tipografia, trabalham muito bem: são muitas as que escrevem: pouco tempo atrás, um Cardeal exortava a incluir as irmãs na impressão dos jornais. 1. Existem mulheres professoras, mulheres que trabalham nos correios, no serviço de telégrafo, no comércio, mulheres cultas que podem escrever a rubrica feminina, correspondências, artigos vários. 2. muitíssimas mulheres têm tempo para promover e recolher assinaturas dos nossos jornais, dos boletins religiosos; para distribuí-los; para ajudar no funcionamento de bibliotecas. 3. muitas mulheres têm a possibilidade de fazer ofertas, em vez de gastar tanto em coisas pouco úteis. 4. Filhas que quisessem dedicar-se à boa imprensa poderiam fazer uma obra muito melhor que as irmãs dos Jardins de Infância, Asilos, Hospitais, missões: estas, nos trabalhos tipográficos, em muitas coisas, conseguem melhor que os homens. 5. Além disso, todas as mulheres podem rezar, comungar e rezar rosários para a boa imprensa, inscrever-se e difundir a União dos Cooperadores da Boa Imprensa” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano I, n. 2, 28 novembro 1918, p. 2).

100A idéia fundamental. É esta: a boa imprensa é hoje um verdadeiro apostolado, o primeiro dos apostolados, depois daquele da oração. mas, para que seja um verdadeiro apostolado, devemos considerá-la não como uma empresa industrial ou como uma profissão: mas para formar as almas, as mentes, os corações do apóstolo. Isto é, é necessário: que aqueles que a ela se dedicam sejam homens de oração, de sacrifício, de virtudes sociais; sejam homens de caráter adamantino, sejam pessoas cultas, por isso os inimigos da Igreja podem ser desmascarados, as verdades da Igreja bem expostas, a moral e os dogmas bem defendidos. É necessário ter também bons operários tipógrafos, que não cedam às tentações do lucro e da glória, colocando-se a serviço do liberalismo ou das seitas: operários que trabalhem com espírito de fé, como num apostolado sagrado: operários de tal modo habilidosos que não temam a concorrência de ninguém. Operários tipógrafos, portanto, e escritores de virtude e de ciência. O ideal. O ideal seria ter: Uma família, união de almas e de corações, consagrada à urgente obra da imprensa. Deveria compor-se de operários tipógrafos, de escritores; mas pessoas que se vinculassem, com promessa sagrada e solene, de dedicar todas as suas energias à obra da imprensa. A isso deveriam associar-se os cooperadores que, no limite do possível, ajudariam com a oração, as ofertas, a obra” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II [n. 2?, entre fevereiro e abril] 1919, pp. 2-3).

101 “Os jovens dividem-se em duas seções: os simples artesãos e os estudantes artesãos. Os primeiros aprendem a arte tipográfica e têm o seu tempo dividido entre a escola, o trabalho, as práticas de piedade. Os segundos, menos trabalho e muito mais estudo. Para os simples artesãos o curso completo é de cinco anos. No final, recebem o correspondente diploma de habilitação e, se necessário, procura-se para eles um emprego conveniente. Para os estudantes artesãos o curso é de oito anos e podem laurear-se em ciências sociais (faculdade pontifícia de Faenza). Se, por acaso, não tivessem êxito nos estudos, teriam porém, certamente, a vantajosa profissão tipográfica” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II [n. 2?, entre fevereiro e abril] 1919, p. 2).

102Seção feminina da Escola Tipográfica. Não é certamente uma novidade o fato de que a mulher se aplique ao trabalho da imprensa; mas é uma coisa que, aos nossos dias, deve ter desenvolvimento muito maior. As jovens podem trabalhar na composição, imprensa, encadernação, expedição, redação. muitos trabalhos elas podem fazer melhor e mais facilmente que os jovens e os homens. Com o objetivo de chegar a isso, em Alba foi aberta a seção feminina da escola tipográfica. Esta teve um longo trabalho de preparação: agora, estando já em condições de poder funcionar por si mesma, foi transferida para Susa onde a direção diocesana lhe confiou o jornal e a tipografia, e o Sr. Bispo providenciou o alojamento. Tem a finalidade da seção masculina; isto é, de favorecer a boa imprensa. Somente que: enquanto os jovens se preparam para a láurea em ciências sociais, as filhas (quando querem estudar) se preparam para obter o título de professora primária. Dirigir-se ao T. Alberione: ou também à mestra Boffi Angelina em Susa. N.B. Em Alba a seção feminina da Escola Tipográfica tinha a livraria de Via Accademia, que conseqüentemente agora permanece fechada. Quem tem ainda notas para pagar dirija-se à Escola Tipográfica seção masculina, editora da Gazzetta d'Alba” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 1, janeiro 1919, p. 8).

103Seria grave erro confundir a Escola Tipográfica com os institutos comuns de beneficência e asilo. A Escola Tipogr. é obra essencialmente dedicada à Boa Imprensa e os jovens, para serem acolhidos, devem ser bons e manifestar verdadeira inclinação. O fato de ser mais ou menos ricos, de grande ou discreta inteligência, não constitui dificuldade. Ninguém será excluído pelo simples fato de ser pobre” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II [n. 2?, entre fevereiro e abril] 1919, p. 5).

104 Pe. Giaccardo escrevia em 26 de dezembro de 1919: “Alguns mal-intencionados queriam causar danos à tipografia. O Senhor Teólogo dormiu lá com dois jovens. Ontem à noite me dizia: É preciso tomar as precauções humanas e o que sugere a prudência. Aliás, eu estou muito tranqüilo; o Anjo da Guarda cuida. O que mais me consola é pensar que estas coisas não são minhas, mas do Senhor; assim, parece-me conservar o desapego do coração; e se, por acaso, devesse deixá-las, não me afligirei: a providência dispõe para que se realizem, sejam tuteladas e cresçam. Oh, a providência! Somente ontem à noite soube que se temia pela minha vida: tinham decidido me matar na semana das eleições: no entanto, nós passamos pelas ruas todas as noites: e Deus nos protegeu” (G.T. GIACCARDO, Diário..., o. c., p. 287).

1057 de janeiro de 1919. Ontem à noite, o querido pai convidou-nos a fazer um pacto com o Senhor. O pacto que ele fez: estudar por um e aprender por quatro. Esta manhã, na meditação, repetiu-nos a importância, os fundamentos, as condições, o convite. A sua palavra era ardente e plena de convicção, e persuasiva. [...] Na Santa missa, com essa finalidade, foram recitadas as ladainhas da Bem-aventurada Virgem, o 'Veni Creator', 3 pater Ave Gloria, um para cada condição que se deve pôr. Antes da 'Ave Maria' o querido pai recitou a fórmula do pacto, quem quis repetiu-a no coração” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 7 de janeiro de 1919, o. c., pp. 250-252).

106 “As SS. Quarenta Horas me fizeram bem. Sob o influxo de Jesus Eucarístico, estes textos me impressionaram de modo muito salutar: Docentes eos servare omnia e... et ecce ego vobiscum sum: praedicate evangelium...; quaerite primum regnum Dei et haec omnia...; nos vos... sed ego elegi vos ut eatis. E todos estes textos em relação à Boa Imprensa. Despertou-se em mim um espírito mais forte de oração, de fé viva e de confiança em Jesus eucarístico, formador dos Clérigos: uma paixão pela humildade, pela humilhação e pelo sacrifício. Anseio viver toda a vida de Jesus C. Sacerdote. Vi com mais clareza, impressionou-me mais profundamente a minha missão pelo Apostolado da Imprensa e me senti mais apaixonado por este Apostolado da civilização cristã, fundado em Jesus C., primeiro missionário, que agora nos envia. Anseio selar toda uma vida de amor por Deus e pelas almas, toda de santidade, humildade, toda de zelo, selar o zelo e a doutrina de Deus difundida com a boa imprensa, com o sacrifício da minha vida; anseio agradar a Deus sobre a cruz como Jesus C. Para isso, desejo responder com uma série de pequenos sacrifícios e mortificações, espirituais, sensíveis e corporais” (G. T. GIACCARDO, Diário..., o. c., pp. 42-43).

107 Eis o diálogo entre Pe. Alberione e o Clérigo Giaccardo: “É preciso colocar no lugar do anúncio vago um da livraria. = Rende mais - eu disse. = Se rende mais, eu não sei: mas é mais vantajoso para as almas. Ora quaerite primum regnum Dei: o resto vem por acréscimo!”. Continua Pe. Alberione: “Prestai atenção ao que é fundamental: na contabilidade, prestai atenção ao que é fundamental, à simplicidade: mais adiante, podereis ter uma contabilidade moderna, precisa; fareis bem; agora, prestai atenção ao que é fundamental. Diziam: para abrir uma Casa desse tipo são necessários diretores, professores... Se se quisesse começar assim, a casa nunca teria sido aberta!...” (G.T. GIACCARDO, Diário..., 19 de março de 1919, o. c., pp. 261-262).

108 Comentando mt 6,24-33 para as Irmãs pias Discípulas, a 16 de setembro de 1962, pe. Alberione diz: “'Buscai antes o reino de Deus', em primeiro lugar, e a santidade e as outras coisas virão como conseqüência, adiicientur vobis. Este é o apostolado: buscar o reino de Deus, com as Adorações ou com o serviço sacerdotal ou com a liturgia. mas, sobretudo, para cada indivíduo: a santidade. Primeiro, que o reino de Deus esteja em nós, isto é, que sejamos santos, depois o reino de Deus sobre toda a terra, e então, todo o resto vem por acréscimo, et haec omnia adiicientur vobis. Porque (a comparação é muito material): se vais comprar carne, será o açougueiro que se encarregará de acrescentar os ossos” (G. ALBERIONE, Alle Pie Discepole del Divin Maestro, Roma, 1986, n. 164, p. 166).

109 “De nós, o Senhor exige também uma fé especial, uma fé que nos deve distinguir dos outros: esta fé é fundamento da Casa. A casa a possui e terá êxito; mas quem não a possui não terá êxito e será de estorvo para os outros. É preciso ter fé mesmo sem entender: porque certas coisas não as entende nem mesmo o Senhor Teólogo: e aqui está a prova da fé: quando se trabalha e se acredita sem ver, antes, com previsões contrárias. Que ato de fé teve que fazer o Cottolengo quando estava para lançar as bases da pequena Casa, e o consideravam um louco, e ninguém o apoiava! mas a fé realizou os milagres. O que nós devemos crer é isto: que Deus quer a B. S. (Buona Stampa - Boa Imprensa), que Deus quer a nossa Casa para a B.S., que se conseguirá a ciência necessária, também com menos estudo, e ciência para os escritores e jornalistas, que se terá a piedade que Deus exige de nós, mesmo quase sem a direção espiritual. Que Deus mandará as vocações verdadeiras, mesmo que a B. S. seja pouco entendida nos nossos povoados; que Deus enviará o necessário para o trabalho, o dinheiro, o alimento, e que nada faltará” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 19 de março de 1919, o. c., p. 260).

110 Escreve Gastaldi sobre Giuseppe Benedetto Cottolengo: “A graça de inteligência, que, pode-se dizer, apareceu em Giuseppe por milagre, mostrava também como Deus tivesse sobre ele desígnios nada ordinários e comuns. [...] O jovem, portanto, agradecido por um benefício tão precioso, quis mostrar-lhe a sua gratidão, com o propósito e a decisão de querer se tornar santo. Começou então a deixar-se penetrar profundamente por esta verdade: que Deus o via em todo lugar e durante todo tempo; e que, por onde andasse ou em qualquer coisa que fizesse, Deus estava totalmente presente diante dele, e ele totalmente presente diante de Deus. Não satisfeito de ter esculpido esta verdade no coração, quis enxergá-la com os olhos; e então, nos frontispícios dos livros e dos cadernos, ao invés de epígrafes ou de frases tais como costumam escrever os jovens, escrevia esta verdade: Deus me vê; no seu quarto de estudo e de dormir tinha fixado um cartaz que lhe recordava continuamente a presença de Deus; não satisfeito com isso, e talvez para recordá-lo também aos outros, no pátio da casa onde fazia o recreio com os seus colegas tinha escrito com grandes letras sobre um muro: Deus me vê” (P.P. GASTALDI, I prodigi della carità cristiana descritti nella vita di San Giuseppe Benedetto Cottolengo, piccola Casa della Divina provvidenza, Cottolengo, Turim, 1959, pp. 18-19).

111 “O Venerado pai, falando alguma vez sobre a oração e sobre a confiança que se deve ter em Deus, dizia de si mesmo: mesmo que se possa pedir ao Senhor alguma coisa também claramente temporal, e que a Igreja mesmo nos dê o exemplo,todavia, no que se refere a mim,de faltar se pedisse desse modo, porque me sinto atraído por outro espírito. Rezava, portanto, e muitíssimo, mas nas suas orações não pedia nem socorros, nem ajudas; e falando com os internos, dizia: Na pequena Casa não se deve nunca rezar pelo pão material. O nosso Senhor, acrescentava, ensinou-nos a buscar primeiro o reino de Deus, e que todo o resto seria dado em seguida, e nós devemos rezar assim. Não condeno ninguém, dizia outras vezes, mas quanto a mim, pela estrada na qual Deus me quer, sinto que devo rezar assim, e abandonar-me totalmente em suas mãos,rezando: Quaerite primum regnum Dei, e isso nos basta. Ele conhece as nossas necessidades: Scit Pater vester quia his omnibus indigetis; pensemos somente em agradar-lhe; peçamos-lhe, sim, mas em geral. De um princípio tão nobre, resultava que não somente o Santo, mas ninguém da pequena Casa fazia, ao menos em público, particulares pedidos pelas necessidades temporais; muito se pedia, ao invés, para ser santo; e milhares e milhares de vezes, durante o dia e de noite, repetia-se esta belíssima oração: Virgem Maria, Mãe de Jesus, fazei-nos santos” (P.P. GASTALDI, I prodigi della carità cristiana..., o. c., pp. 314-315).

112 Nos ambientes da nascente Família paulina seguia-se perfeitamente o exemplo da pequena Casa da Divina providência: dizer sempre Deo gratias, como se pode constatar pelo testemunho dado por Domenico Bosso no processo pela Beatificação e Canonização do Cottolengo: “Nunca começava uma ação sem invocar a ajuda de Deus: freqüentemente repetia in Domino: e queria que estas palavras fossem repetidas pela pequena Casa. Portanto, as casas e as várias famílias e os pátios tinham nomes sacros, por exemplo, da providência, da Casa de Deus, da Esperança, da Fé, de Belém, da Caridade etc. Também as famílias ele as pusera sob a proteção dos santos. Tinha fundado toda a pequena Casa sobre a fé. Basta-me dizer que tinha estabelecido o Deo gratias na pequena Casa, com o qual queria, começando ele por primeiro, que se recebesse tudo de Deus, o pão material, o pão espiritual com todo o resto, repetindo sempre Deo gratias! Ele considerava todos os benfeitores da pequena Casa como muitos instrumentos da Divina providência, e queria que, de tudo, se agradecesse unicamente a Deus, repetindo Deo gratias e nos recibos de dinheiro ou de objetos o Venerável sempre escrevia Deo gratias. Noto que na pequena Casa o Deo gratias é a palpitação do coração de cada família e que, ainda hoje, é repetido para cada pequena coisa que se recebe, seja dos superiores como dos companheiros. Também na igreja pública, quando o pregador, seja ele quem for, termina a sua pregação, a ele os internos respondem Deo gratias, como já se dizia no fim das pregações do Venerável. E este queria que se repetisse Deo gratias também quando acontecia algum infortúnio ou se recebia alguma correção como ele mesmo fazia em semelhantes situações, uma das quais acenei pouco acima, de modo que queria que a pequena Casa vivesse de gratidão e de reconhecimento para com o Senhor, esperando sempre no Senhor; assim é que in Domino e Deo gratias eram o coração da pequena casa” (Recensio Virtutum, pp. 19-20, in Sacra Rituum Congregatione, Taurinem, Beatificationis et Canoni-zationis ven. Servi Dei Josephi Benedicti Cottolengo, Nova Positio Super Virtutibus, Roma, 1899).

113 “Quem dá tudo à Casa é a Divina providência e o Senhor Teólogo queria que expressássemos ao Senhor o sentido de gratidão com o Deo gratias, como se faz na pequena Casa do Cottolengo: e o uso se introduziu entre os grandes e os pequenos, e o Deo gratias se repete cada vez que se recebe um benefício.Além do mais, é a forma paulina que se lê em cada epístola, o hino de gratidão de S. Paulo, também pelas mínimas coisas” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 4, 15 de abril de 1924, p. 8).

114 “Por tanto horror ao pecado, desde o princípio da pequena Casa, ele [Cottolengo] quis que a cada vez que soassem as horas todos dissessem: a peccato mortali libera me Domine. mas, após breve tempo, observando que era pouco ser libertados do pecado mortal, queria também que cada um fosse libertado dos pecados veniais, e corrigiu fazendo dizer assim: ab omni peccato libera nos Domine. Se lhe acontecia alguma coisa contrária, ou se a Divina providência demorava um pouco em ajudar, costumava logo dizer: façamos o exame de consciência, procurando logo conhecer se tinha cometido uma culpa mesmo pequena, que tivesse feito assim demorar a ajuda divina. E, o fato de dizer, examinemo-nos, serei eu, serei eu a causa da demora, valia mais que qualquer sermão ou correção. Por isso o Venerável Servo, além do exame que, por regra, pôs na pequena Casa, à noite no momento das orações queria que, nas circunstâncias de adversidade acima citadas, cada um fizesse um exame particular, perguntando a si mesmo: serei eu a causa por que a providência demora?” (Summarium super dubio, Summ. Num. IX, De Heroica Charitate in Deum, p. 401, in Sacra Rituum Congregatione, Taurinem, Beatificationis et Canonizationis ven. Servi Dei Josephi Benedicti Cottolengo, Positio Super Virtutibus, Romae, MDCCCXCVI).

115 Expressão destes dois pontos de referência são as obras de Santo Afonso e de Chautard, que inspiram as meditações propostas por Pe. Alberione: “Além dos Exercícios Espirituais sobre a piedade, todas as meditações e trabalho espiritual deste ano são orientados à vida interior para desenvolvê-la; leu para nós e explicou bem o querido pai Il grande mezzo della preghiera na primeira parte. Agora nos explica L'anima dell'apostolato. Todas as novenas são orientadas ao propósito dos Exercícios e todas as instruções concluem sobre ele” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 17 de janeiro de 1919, o. c., p. 252).

116 A celebração da Conversão de São Paulo, de 25 de janeiro de 1919, serviu também como retiro mensal. Giaccardo afirma que as quatro conversações do querido pai eram tais que para não reproduzi-las de modo descolorido teria sido necessário fotografá-las. Todavia, refere as palavras de pe. Alberione: “mas estai bem atentos, abri os ouvidos e não durmais com o coração: estai bem acordados. Em cada compromisso deveis progredir por dez. E por que isso? porque o Senhor vos chama a uma santidade altíssima à qual não podeis chegar somente com as vossas forças e com as graças ordinárias. Quanta santidade? [...] Vós estais aos pés de uma grande montanha, subi esta montanha, mirai o vosso horizonte: é o mundo inteiro. Quando uma bola é bem lisa e redonda e se apóia sobre um mármore bem lixado, toca o mármore somente num ponto e todas as partes da bola pesam sobre este ponto. Sobre a vossa consciência pesam um milhão, três milhões, dez milhões de almas... eis por que deveis ser muito santos e muito mais santos do que os sacerdotes comuns. Trata-se de salvar muitas almas, de salvar dez milhões ou de salvar somente um milhão de almas. Direis: mas o Teólogo é louco ao falar-nos esta noite de dez milhões. E eu vos digo que um bom jornalista salva mais ainda. Elevai os olhos, mirai ao alto de uma grande árvore da qual não se vê a copa: esta é a nossa Casa que é, de verdade, uma grande árvore, vós não estais senão na raiz. A Casa atual não é outra coisa senão a raiz desta grandíssima árvore. Oh, se entendêsseis qual o tesouro que está em vós, para onde o Senhor vos chama, vós seríeis todos plenos de vida, não me abandonaríeis mais, isto é, não abandonaríeis nunca mais o Senhor, estaríeis sempre ao seu redor para dizer-lhe: 'mas eu tenho ainda necessidade disso,mas eu tenho ainda necessidade daquilo,mas dá-me ainda esta graça...'. Porém, vós direis, onde quer nos levar o Teólogo esta noite? Quero vos levar sobre o monte da perfeição. Entendei quanto deveis ser santos” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 1919, o. c., pp. 254-255).

117 “Os únicos aborrecimentos são estes: eu não sou ainda suficientemente bom e vós não sois ainda suficientemente santos. O resto não me importa nada. Portanto, se me quereis bem, assumi também vós estes aborrecimentos, senti-os, sofrei por causa deles, queirais libertar deles a Casa. É necessário mais espírito de humildade, de docilidade, de elã: tudo depende do vosso fervor, é necessária a união perfeita de alma e de coração comigo. Fazei isso, assumi sobre vós estes aborrecimentos, únicos aborrecimentos por amor do Coração de Jesus e rezai muito. No paraíso veremos quanto dano causaram os nossos pecados à Obra, veremos como a santidade era o único verdadeiro aborrecimento daqui. Riremos dos outros aborrecimentos e nos surpreenderemos de não nos termos comprometido suficientemente com este” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 15 de fevereiro de 1918, o. c., pp. 191-192).

118 Em 1919, a partir de 13 de abril, fala-se sempre mais da Sociedade São Paulo. Cf. também 25 de abril de 1919, 25 de maio de 1919, 30 de junho de 1919, 17 de agosto de 1919 (G. T. GIACCARDO, Diário..., 1919, o. c., pp. 263ss.).

119 “Desde alguns dias o querido pai nos inculca a verdade acima mencionada [= fé e santidade]. Esta noite nos disse: 'O próximo número de UCBS ilustrará sobre a Casa. Experimentemos receber uma dezena de jovens neste verão. Eu conto também convosco. Rezai: que o Boletim seja bem aceito, produza fruto, venham jovens vocacionados, se deixem formar; vós permanecei firmes, de boa vontade, capazes de formá-los. Que eu compreenda como se deve fazer o festina lente, e uma outra coisa que eu sei'” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 21 de fevereiro de 1919, o. c., p. 259).

120 Na pregação citada de 19 de março de 1919, pe. Alberione continua: “Não precisa pensar que esta fé venha unicamente de Deus; também é preciso suar para conquistá-la e mantê-la. Quando todas as previsões humanas são contrárias, crer firmemente é grande mérito e obtém. A fé colocada à prova: credes que antes do final do ano teremos 40 rapazes? Ninguém duvide: se alguém duvida teremos só 39. Credes que em janeiro será paga a segunda máquina? Se alguém duvida, mil liras a menos!” (G. T. GIACCARDO, Diário...,19 de março de 1919, o. c., pp. 260-261).

121 A 30 de junho de 1919, antes da renovação dos votos, pe. Alberione faz algumas considerações sobre o “por que a Casa não dá todos os frutos”: “Diz-se: porque não somos suficientemente unidos na caridade e no espírito: mas o mal radical encontra-se na falta de suficiente espírito de oração, o qual resolvemos com este propósito: TODOS FAREMOS AO MENOS UM QUARTO DE HORA DE VISITA AO SS. SACRAMENTO! O querido pai falou em casa desta resolução como de um fato de primeira importância.À medida que se alimenta o amor poder-se-á pedir mais e se deverá chegar a uma hora ao dia de adoração. Depois de 17 dias todos fomos fiéis, com alguma pequena exceção: e mais que tudo, contentíssimos com o propósito” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 30 de junho de 1919, o. c., p. 267).

122 “A primeira semana de cada mês em Casa: Segunda-feira: a S. Paulo. Função para os Cooperadores da Boa Imprensa; Terça-feira: Almas do purgatório; Quarta-feira: S. José; Quinta-feira: Anjo da Guarda; Sextafeira: SS. Eucaristia, S. Coração, hora de adoração. Sábado: Maria SS.” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 1° de setembro de 1919, o. c., p. 285).

123 “Junto com os dários e os semanários surgiram, há algum tempo, os boletins paroquiais. Estes têm a finalidade de integrar a obra do pároco: mantendo mais viva a comunicação entre ele e o seu rebanho; levando, no tempo oportuno,a palavra do pastor também àquela parte da população que, por qualquer motivo, não participa das instruções do pároco; recordando, também por escrito, os avisos do pároco; mantendo vivas e fazendo prosperar todas as instituições que surgem ao redor da paróquia (jardim de infância, hospital, catequeses etc.). Na Diocese de Alba existem uns 20: pelo que consta nenhum dos párocos que iniciou a publicação teve que reconsiderála ou suspendê-la. A população, voluntariamente, contribuiu e o boletim nunca ficou com débitos. A Escola Tipográfica de Alba imprime de todas as medidas, periodicidade e formato. Procura também facilitar a obra seja pelos preços como pela elaboração e expedição. Por exemplo: pode fornecer matéria comum para duas ou três páginas do periódico; pode se encarregar da expedição etc. Pedir modelos, orçamentos etc. à Escola Tipográfica de Alba” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 5, maio de 1919, p. 2).

124 Cf. Unione Cooperatori Buona Stampa, ano I, n. 2, 28 de novembro de 1918, p. 3. No n. 6, junho de 1919, p. 5, se anuncia a obtenção da cifra necessária de 20.034,95 liras; concluindo: “A confiança não foi em vão: a máquina foi totalmente paga, como se pode ver pelo prospecto reproduzido acima. S. E. nosso Bispo dignou-se vir abençoá-la: e esperamos que, com a graça divina, as coisas continuem bem. Portanto, a todos, a nossa mais sentida gratidão: com as orações para uma bênção maior ainda do Senhor”. Cf. também (G. T. GIACCARDO, Diário..., 5 de março de 1919, o. c., p. 259), onde se fala da compra de outra máquina do custo de 16.500 liras. Cf. Ibid., 30 de maio de 1919, pp. 265-266, onde Giaccardo fala da bênção dada pelo Bispo e do nome “paulina”, dado à Linotipo.

125Em cada paróquia. Deveria ter um depósito-revenda de livros e objetos religiosos. [...] Os membros da União dos Cooperadores da Boa Imprensa são, de modo especial, convidados a colaborar para que o depósitorevenda seja aberto em cada paróquia. Ninguém melhor que eles conhece o bem que a boa imprensa pode fazer: e talvez poucas outras formas de propaganda podem obter tantos resultados quanto um depósito-revenda” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 5, maio de 1919, p. 6).

126 Parece útil citar,por inteiro, o pequeno artigo de promoção:“Biblioteca realizada!!! Fazemos uma proposta aos Senhores Cooperadores da Boa Imprensa. Certo número destes desejaria promover uma pequena biblioteca para o bem moral da população em geral de uma paróquia ou, em particular, de certa classe de pessoas. Pois bem, a livraria da Escola Tipográfica, seguindo o método do que já se faz na Inglaterra, oferece a preço fixo uma pequena biblioteca, com livros selecionados, seguros quanto ao conteúdo, em condições muito vantajosas. Por enquanto, propõe para toda classe de pessoas as seguintes, comprometendo-se a oferecer em seguida outros tipos para senhoritas, estudantes, operários, agricultores etc. Pequena Biblioteca de 25 livros, 25 Liras. Compreende 5 livros de leitura amena, 5 livros de vida de santos, 5 livros de cultura, 5 livros de ascética, 5 livros de romances. Pequena Biblioteca de 50 livros, 50 Liras. Compreende 10 livros de leitura amena; 10 livros de vida de santos; 10 livros de cultura; 10 livros de ascética; 10 romances. Pequena Biblioteca de 100 livros, 100 Liras. Compreende 20 livros de leitura amena; 20 romances; 20 livros de vida de santos; livros de ascética; 40 livros de vida de santos. Temos também bibliotecas prontas de 500 livros; de cultura, de narrações educativas e amenas, romances etc. que podemos ceder por 450 Liras” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II, n. 6, junho de 1919, p. 2).

127O elenco compreende jornais (Gazzetta d'Alba, Torre di S. Stefano Belbo, Avvisatore Ecclesiastico Albese Astese Alessandrino Saluzzese), uns quinze Boletins paroquiais, cinco livros editados, Livraria e encadernação, Especialidades Catequéticas (Doutrina cristã para as 3 classes), Livretos de Classe (das quatro classes) e Cartões de páscoa (cf. Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II [n. 2?, entre fevereiro e abril] 1919, p. 8).

128 Apresentam-se dois livros de pe. Alberione, La donna associata allo zelo sacerdotale e Vigolungo Maggiorino Aspirante all'Apostolato Buona Stampa, e o livro Un modello di Catechista Emilia Moglia,do Côn. Francisco Chiesa (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano III [julho?] 1920, p. 8).

129 “O querido pai chamou ao redor de si a Pia Sociedade de S. Paulo; advertiu-nos de que o informávamos pouco sobre o que acontece na Casa;depois, voltou a falar sobre os fundamentos. É necessário que formemos uma família: se não, a obra da Boa Imprensa morre conosco. Por isso, é necessário primeiro que sejamos unidos entre nós, que nos queiramos bem, nos ajudemos reciprocamente, rezemos muito; e nos embebamos bem do espírito da Casa. É necessário formar o espírito: trabalhar para Deus: o Senhor Teólogo, para habituar-nos a viver por nós mesmos, não nos dá carícias: nós resistimos. É preciso formar a família” (G.T. GIACCARDO, Diário..., 25 de maio de 1919, o. c., p. 265).

130 Por ocasião da sua profissão religiosa, a 30 de junho de 1920, depois da ordenação sacerdotal, Giaccardo receberá o nome de Timóteo, por ele secretamente desejado.

131 Cf. G. ALBERIONE, LV01, p. 92.

132 “10 de fevereiro de 1920. Acontecem muitas coisas dignas de nota e úteis para nós e para os nossos filhos: eu me esqueço e não encontro tempo para escrever. Este ano chama-se o ano da consolidação, como o ano passado o ano das vocações. Os presentes lembram o que disse o Senhor Teólogo, inaugurando o dia 1º de janeiro” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 10 de fevereiro de 1920, o. c., p. 288).

133 “Rezamos por uma casa. S. Paulo concedeu-nos a graça no dia da sua conversão: ele nos mandou um terreno verdadeiramente bem situado. É preciso admirar a providência divina: três lugares que pareciam convenientes, na véspera de concluir o negócio se frustravam as tratativas de contrato; este, não previsto e que não se esperava conseguir comprá-lo,conseguimos. É, portanto, o lugar de Deus: a oração para que tudo se realize está aos pés de Jesus no S.Tabernáculo, assinada por todos os componentes da Sociedade de S. Paulo. Pensa-se nos meios para pagar as 350.000 liras de débito. Primeiro: fé e oração; segundo: santidade e trabalho diligente para a Boa Imprensa; terceiro: cada um faça bem a sua parte para que ganhemos com o trabalho ao menos a alimentação” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 10 de fevereiro de 1920, o. c., p. 288).

134 “Mestre: buscar almas boas que se aperfeiçoem ajudando a Boa Imprensa; Torquato: vias secretas da providência; Assistente: U.C.B.S. e meios de livraria: imagens, cartões; Vice-assistente piazza: assinaturas da Gazzetta, rifa; Ambrósio: subscrição. O Senhor Teólogo dirigia todos os projetos e trabalhos. Reza-se e se pensam também nas práticas relativas de contrato: asseguração legal, construção...” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 10 de fevereiro de 1920, o. c., p. 288). O assistente é Costa e o Vice marcelino, como podemos constatar neste texto: “27 de setembro: Hoje chegaram de Bérgamo o Assistente Costa e o Vice marcelino: Superaram com êxito o exame do primeiro curso de ciências sociais. Deo gratias!” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 27 de setembro de 1919, o. c., p. 286).

135 Cf. G. ROCCA, La formazione..., o. c., p. 559.

136 “Um dos primeiros jovens atesta que, em novembro de 1919, o fundador um dia lhe disse de repente: 'Coragem; no próximo ano teremos uma grande tipografia e uma bela casa, e depois uma bela igreja que dedicaremos a S. Paulo. mas nós não pararemos em Alba'. E muitos anos mais tarde, durante uma exortação aos seus jovens, o fundador confidenciou que, en-quanto examinava pela primeira vez o terreno sobre o qual surgem agora as casas e a igreja de S. Paulo, teve um momento de turbamento misterioso, durante o qual tinha visto, de modo claríssimo, todo o conjunto de edifícios, assim como hoje se apresenta aos olhos do visitador” (L. ROLFO, Os primeiros passos (1914-1930), em AA.VV., Mi protendo in avanti, Edizioni paoline, Alba, 1954, p. 117). Cf. G. ALBERIONE, Mihi vivere Christus est, Edizioni Paoline, Roma, 1972, n. 138.

137Esperamos da Providência. O que é necessário? para nós é necessária uma casa capaz de alojar umas cem pessoas: pois atualmente a Escola Tipográfica recolhe 46 e este número logo deverá duplicar-se, para depois aumentar ainda. Portanto, é necessário: um laboratório onde colocar umas dez máquinas tipográficas (tantas quantas tem atualmente a Escola Tipográfica) e onde possam comodamente trabalhar os compositores, os impressores, os linotipistas, os encadernadores, os expedidores, os corretores; ao menos três salas, para direção, contabilidade e para receber as pessoas; locais para o estudo, escola, cozinha, refeitório, capela etc.; um dormitório grande para um número suficiente de camas; um pátio grande onde os jovens possam fazer o recreio; horta-jardim que ajude a economizar um pouco da soma considerável que atualmente se gasta na compra da carne e das verduras. Agora, porém, o que importa é providenciar o que mais imediatamente é necessário. A que ponto estamos? Comprou-se uma área bastante ampla para construir a casa, deixar um espaço para um pátio, uma horta e quanto é necessário para as necessidades atuais e para um próximo futuro. Esta área, porém, custou bastante caro: e o que não custa caro nos nossos dias? A área encontra-se em Alba e compreende a propriedade comumente chamada Fornace: encontra-se junto à praça Savona, à esquerda de quem da cidade queira ir ao Santuário della moretta, e confina com a alameda Le cinque strade. Várias são as vias pelas quais a Divina providência nos mandará o necessário: 1. Existem as suas vias secretas das quais nós homens pouco ou nada podemos saber. 2. Abramos uma subscrição. 3. Dirijamo-nos às pessoas de posse. 4. Promoveremos uma rifa. 5.Aos cooperadores da boa imprensa” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano III, n. 2, 1920, pp. 3-4).

138 “No mês de junho [1920] foram realizados os trabalhos de escavação; na primeira quinzena de julho os fundamentos foram concluídos; na segunda quinzena iniciou-se o levantar as paredes; no momento em que escrevemos (25 de setembro) estamos no ponto de colocar as vigas de ferro para o teto do primeiro andar. [...] O andar térreo destina-se às máquinas impressoras, para o magazine, com duas salas que servirão para a recepção. Especialmente amplo o local para as máquinas: de altura conveniente, de comprimento 20 metros, de largura 11,50, poderá muito bem conter 10 máquinas, restando ainda o espaço livre para a movimentação dos impressores e um corredor para o pessoal de assistência, para o transporte das formas, do papel etc. Bem exposto, com abundante ventilação e luz; poderá fornecer um conveniente elevador para fazer descer da sala de composição, situada acima, as formas para a impressão. Os alunos impressores quase todas as tardes vão ver os trabalhos no local que ocuparão, e bendizem a providência e rezam pelos benfeitores. O espírito com o qual se edifica a casa da Escola Tipográfica é bem diferente daquele que impulsiona a construção de outras casas. Aqui se trabalha como para construir uma Igreja: da Casa da Boa Imprensa deverá continuamente sair a palavra da verdade, que, escrita sobre o papel, deverá voar por todas as partes para iluminar, confortar, estimular ao bem. Antes, esta casa será como um Seminário de Apóstolos e Operários da Boa Imprensa! Uma sementeira, um canteiro abençoado do qual serão transplantados em tantos, tantos lugares” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano III, 7, setembro de 1920, pp. 3-4).

139 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano IV, n. 5, 15 de julho de 1921, p. 10.

140 Ibid.

141 Ibid., ano IV, nn. 3-4, 10-15 de abril de 1921, p. 2.

142 Ibid., ano V, n. 2, março de 1922, p. 4.

143 A 6 de março de 1921, Giaccardo escreve: “As palavras do Senhor Teólogo sobre a nossa santidade penetram a minha alma, me sacodem: proponho e rezo melhor. [...] Vejo que o Senhor Teólogo corre, corre, e eu não sou capaz de acompanhá-lo, nem mesmo na minha pequena parte!” (G. T. GIACCARDO, Diário..., 6 de março de 1921, o. c., p. 298).

144 É preciosa a descrição de Giaccardo: “Um vento sobremaneira tempestuoso se levantou nestes dias contra a Casa; apresentava-se como grave dificuldade econômica; o Senhor Teólogo era um iludido, rejeitado pelas autoridades eclesiásticas: estas vozes tiveram efeito também sobre os párocos de Vezza (pe. Vigolungo) e de Benevello (pe. Brovia). O Senhor Teólogo preparou o balanço da Casa no qual figura um ativo de 524.000 Liras. Em sentido positivo chegou uma carta de pisa que insistia para que fôssemos até o card. maffi. O Vigário da diocese aconselhou-nos a ficar em Alba. O Senhor Bispo diz ao Côn. Chiesa que estima a escola tipográfica mais que ele. Estas coisas, referidas aos párocos acima citados, e àqueles aos quais era necessário, acalmaram o vento, e o Senhor sempre bom quis conceder-nos, na sua misericórdia e na sua sabedoria, a bonança” (G. T. GIACCARDO, Diário..., abril de 1921, o. c., pp. 298-299).

145 Uma nova velhacaria socialista ensangüentou as ruas de outra cidade italiana. Na sede municipal de Ferrara, desde as últimas eleições, tremula a bandeira vermelha, e no dia 19 de dezembro um grupo de comunistas quis fazer no teatro da prefeitura um comício de protesto por certas agressões que se dizia foram infligidas contra dois deputados do partido, Bentini e Nicolai, em Bolonha. A autoridade, que tinha permitido o comício aos socialistas, não pôde proibir aos adversários uma manifestação patriótica logo depois da reunião no teatro: e assim ficou decidido. mas os socialistas não respeitaram as condições estabelecidas pela autoridade e, enquanto os fascistas e nacionalistas, em grupos coesos, percorriam as ruas principais da cidade, no ângulo da praça do comércio se encontraram com um grupo de socialistas da Liga entre os enfermeiros do manicômio, precedido pela bandeira vermelha. Lançando-se para pegar a bandeira, foram recebidos com um tiro de revólver que feriu um dos fascistas. A esse sinal, do terraço das laranjas, que do alto do Castelo domina a rua, começou uma saraivada de tiros de mosquetão contra os fascistas, confinados entre dois fogos, surpreendidos pela emboscada e numa situação perigosíssima. As vítimas foram numerosas: três mortos e mais de vinte feridos entre os fascistas; entre os transeuntes, um morto e não poucos feridos, entre os quais o doutor magrini, que se dirigia ao hospital” (cf. Cronaca contemporanea, 23 de dezembro - 6 de janeiro de 1921, em La Civiltà Cattolica, ano 72º , vol. I, cad. 1694, 8 de janeiro de 1921, pp. 180-181).

146 “Em todo o país, continuam os choques sangrentos que deplorávamos nas crônicas precedentes, com o acréscimo de alguma circunstância que torna mais odiosa a violência brutal. Em não poucos casos, os choques são provocados por agressões traiçoeiras de socialistas contra fascistas... [...] porém, vai se tornando mais claro, pela confissão dos próprios chefes do fascismo, que o movimento, nascido por reação contra as prepotências dos socialistas-bolcheviques-comunistas ou anárquicos de todo tipo, não poucas vezes ultrapassa os limites da medida, usando aquela mesma violência arbitrária da qual justamente acusavam os subversivos, provocando ainda maior confusão, ao invés de servir à ordem e à tranqüilidade pública. Para citar algum exemplo de prepotências arbitrárias dos costumes fascistas, basta lembrar as agressões feitas, há alguns dias, em pisa, contra o deputado modigliani que viajava com a sua esposa e foi obrigado a descer do trem que os revoltosos não deixavam partir. Em pavia, o deputado F. maini, insultado enquanto se sentava num bar, perseguido nos andares superiores da casa, foi brutalmente agredido: tentou-se jogá-lo do alto de uma sacada na rua porque ele não quis gritar o que lhe impunha o capricho daqueles violentos. Do mesmo modo, foi vaiado e injuriado o deputado Albertelli em pavia, sendo obrigado a retirar-se de um lugar público e a esconder-se em casa. Em vários lugares, os fascistas arrombaram as casas particulares procurando homens de outro partido, agredindo-os e ofendendo-os de todos os modos, como fizeram em mântua contra o socialista Zanolli, com evidente violação do domicílio privado” (cf. Cronaca contemporanea, 28 de abril - 12 de maio de 1921, em La Civiltà Cattolica, ano 72º , vol. II, cad. 1702, 14 de maio de 1921, p. 371).

147 “O duelo entre socialistas e fascistas está se tornando cada vez mais furioso e sangrento, colocando em perigo a ordem e a paz citadina. Os socialistas, como é habitual, gritam a não poder mais contra os adversários, considerando-se vítimas lastimosas das suas violências; mas, olhando bem, o que acontece parece briga de gato e cachorro. Entretanto, porém, não se pode negar que a Itália, não somente nas maiores cidades, mas também nos menores vilarejos e até mesmo no campo, apresenta um espetáculo indigno de uma nação civilizada: queremos comprová-lo com a crônica sumária destas últimas semanas. A 6 de abril, em pádua, um estudante fascista foi agredido e surrado por operários: como resposta, foi devastada e incendiada a Câmara do trabalho: seis feridos. No dia seguinte, um fascista foi maltratado e ferido pelos ferroviários na estação de Régio Emília: correm os companheiros para defendê-lo, invadem a Câmara do trabalho e os escritórios do jornal socialista La Giustizia e os incendeiam. No mesmo dia, em Veneza, brigas entre as duas partes no Campo Santos Apóstolos: intervenção da polícia: tiros de revólver contra eles: um morto e quinze feridos. [...] E os desastres vão se multiplicando a cada dia, a tal ponto que seria longo demais referir o que acontece. Enquanto escrevemos, eis tumultos, lutas, tiroteios, incêndios em Taranto, em minervino murge, em Ortenova, em Spinazzola, em parma, em San Damiano no piacentino, em Legnago, em Viadana, em Campitelio, em Girgenti, em Nettuno, em Arcole, em Iglesias na Sardenha, novamente em Turim, em Livorno, em Figline Valdarno: e poderíamos continuar o triste elenco, se isso não bastasse para mostrar a situação de profunda confusão na qual se consome o país” (cf. Cronaca contemporanea, 7-28 de abril de 1921, em La Civiltà Cattolica, ano 72º , vol. II, cad. 1701, 30 de abril de 1921, pp. 275-277).

148 “As prepotências malvadas e as criminosas agressões socialistas contra os católicos se multiplicam de forma gravíssima; e é já evidente que existe uma ordem, uma campanha de violência para sufocar, talvez até mesmo no sangue, qualquer manifestação de liberdade religiosa.A tragédia mais recente aconteceu na Abadia San Salvatore, nas proximidades de Siena, no domingo 15 de agosto. Celebrava-se lá a festa da Assunção com uma tradicional procissão, à qual participavam, na maioria, mulheres e meninas.A liga socialista havia feito, nesse mesmo dia, um comício, no qual um deputado socialista, dos mais furiosos bolcheviques, tinha vomitado a sua bílis contra os padres e os policiais, incitando aqueles vilões a qualquer tipo de excesso. De fato, um grupo daqueles brutais enfrentou o pio cortejo e, agredidos os sacerdotes, 'feriram gravemente o pároco e deram socos e bastonadas à esquerda e à direita'. Então, como narra o Resto del Carlino, jornal não suspeito de clericalismo, 'ouvindo que um grupo de facínoras se dirigira correndo para a igreja do Convento, o sargento dos policiais foi para lá com dezessete soldados: mas os socialistas os receberam com pedradas e tiros de revólver. Dois disparos à queima-roupa feriram o cabo Nazareno Ciarrocchi, que morria pouco depois, e uma punhalada fazia estatelar por terra o policial Buriggi.Vendo isso,os policiais usaram as armas;e o portabandeira socialista Ovídio Sabbatini, que os oficiais identificaram como o que tinha ferido o cabo, cai ferido por um projétil'. Ao mesmo tempo, um grupo de socialistas havia entrado na igreja, agredindo os fiéis aí refugiados. Um religioso, Frei Angélico, dos Frades menores, foi assassinado. Na tremenda confusão que se seguiu, os policiais tiveram, novamente, que usar as armas para se defender, e na igreja ecoaram disparos de uma e da outra parte; dois dos agressores e um pobre menino caíram ensangüentados. Os policiais tiveram de se retirar ao quartel e barricar-se contra a chusma que tentava incendiá-lo. Novos disparos de mosquetão, de revólver e pedradas até lá pelas 22 horas. A contagem do dia somava oito mortos e numerosos feridos; muitos outros revoltosos aprisionados. Para compensar, os socialistas, como fazem sempre, proclamaram uma greve geral; o cúmulo da bestial falta de vergonha depois da mais bestial ferocidade” (cf. Cronaca contemporanea, 16-26 de agosto de 1920, em La Civiltà Cattolica, ano 71º, vol. III, cad. 1685, 28 de agosto de 1920, pp. 464-465).

149 Cf. L. ROLFO, I primi passi (1914-1930), AA.VV., Mi protendo in avanti, o. c., p. 127.

150 Cf. S. LAMERA, Lo spirito di don Giaccardo, servo di Dio, Edizioni paoline, III edição, s. d., p. 115.

151 Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 311.

152 G. ALBERIONE, Sectamini fidem..., Ricordi del primo mestro ai Sacerdoti Sampaolini, pia Società San paolo, Alba, p. 48.

153 Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 362.

154 “A este sonho que deveria ter acontecido em 1923, e talvez nos primeiros meses desse ano, quando a sua saúde estava para sofrer a crise mais grave da sua vida, o Fundador atribuiu sempre grande importância, no sentido de que as palavras que dizia ter ouvido dos lábios do Salvador se tornaram para ele uma certeza e um programa de vida” (L. ROLFO, Don Alberione, Appunti per uma biografia, Edizioni San paolo, 1998

3 , p. 187).

155 C. A. MARTINI, Le Figlie di San Paolo, o. c., p. 129.

156 P. Gilli, Cosí come mi ricordo, Cenni sulla storia della Congregazione, Alba, luglio 1995. Anotações inéditas, entregues pelo autor ao CSP.

157 Transcrição da gravação em videocassete da mesa redonda que teve lugar no Auditório dos Estabelecimentos do Grupo periódicos, em Alba, a 13 de setembro de 1995, com a participação do contador Antônio Buccolo, do Dr. Edoardo Borra, do Dr. Gianfranco Maggi e do Dr. Piero Reggio. Cf. M. BUCCOLO, Alba 1914-1925: don Alberione fondatore e il suo tempo, em Il Cooperatore Paolino, n. 9, novembre 1995, pp. 12-13.

158 “O pátio de antes tinha que ser arrumado: durante as chuvas se transformava num pequeno lago e a água durava bastante tempo. O inconveniente era grave. Vinte jovens de priocca ofereceram-se para aplainá-lo. Certa segunda-feira pela manhã chegaram sobre duas carroças com enxadas, picões e pás... À frente de todos estava o extraordinário Senhor Corsero Stefano, que vem fazendo tanto bem à nossa Casa. Rebaixaram o promontório que estava diante, alargaram o pátio por mais de três metros, o elevaram em vários pontos de 30, 40, 50 cm, levando a terra por toda parte com carriolas e... carroças. Se tivessem trabalhado para si mesmos, não o teriam feito com maior fervor. [...] O trabalho terminou na sexta-feira à tarde” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 2, 27 de fevereiro de 1923, p. 4).

159 Reproduzimos toda esta memorável página: “Diante das máquinas. Reflexões. As máquinas são matéria; e esta não exerceria atração alguma sobre o homem cristão, não fosse o fato de que o homem não é somente espírito. mas esta matéria que constitui as máquinas é obra de Deus, e é trabalhada pela maravilhosa genialidade do homem a quem o Criador a confiou. Estas máquinas maravilhosas se tornam queridas e venerandas, como sacro e venerando é o púlpito para o orador sacro. São Paulo, naquele monumento de ciência e de caridade elevado diante dos séculos, a sua carta aos Romanos, exclama: a fé nasce da escuta e da escuta do evangelho: como são belos os passos daqueles que anunciam a paz, anunciam a felicidade! Como são belas as máquinas destinadas aos que anunciam o bem. O apóstolo da boa imprensa, diante das máquinas, sente algo mais profundo ainda que São Francisco quando sentia brotar da alma o hino ao irmão sol. O pensamento do apóstolo passa à máquina que o materializa numa folha de papel que é quase viva, porque contém verdades eternas, alimento espiritual que nutrirá um número infinito de leitores: não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. A divina sabedoria alimentou com a sua divina palavra o coração e a alma do apóstolo que a meditou nas divinas Escrituras; da sua alma passou a ganhar consistência, a encarnar-se, a materializar-se através do cadinho, dos moldes, das engrenagens, dos plateaux de uma máquina; saiu com um corpo de papel; esta se tornará o pensamento de outros homens, de outras almas; cruzará os mares, atravessará as montanhas; irmanará os sentimentos, as idéias de duas almas que nunca se viram, o escritor e o leitor; cristão o escritor, cristão o leitor. A verdade divina ilumina o mundo, o reino de Jesus Cristo, conquista novas mentes, novos espíritos, novos corações. O missionário da boa imprensa ama a sua máquina, quer que ela seja bonita, moderna, rapidíssima, a tal ponto que chegue a ultrapassar na corrida a imprensa má; ama a sua pequena igreja, conserva-a limpa e em ordem; sonha com ela sempre em atividade, emitindo sempre a boa palavra. Quereria ser sempre encontrado sobre o pedal da minha máquina. Os santos são figurados tendo na mão os instrumentos, os símbolos, os emblemas da própria santificação: eu, diz o apóstolo da imprensa, quereria ser retratado com a pena e o tinteiro, ou de pé, ao lado da máquina funcionando. Como, de fato, retratar de outro modo numa tela o pensamento daquela mente impressionante de Tertuliano: virá o dia em que a tinta dos escritores valerá tanto quanto o sangue dos mártires. Os mártires mostram as espadas, as fogueiras, as grelhas, as cruzes, as feras... E como se nos apresentam muitos santos? São Paulo é figurado tendo na mão o livro das suas cartas; Santo Tomás tem entre os dedos a pena; Domingos Sávio tem na mão direita o papel; os evangelistas no gesto de escrever no pergaminho o que lhes inspirava o Espírito da verdade; São Francisco de Sales tem ao lado as obras pelas quais foi declarado doutor da devoção; São Gregório magno é figurado no gesto de compor o seu livro Morali; São João Berchmans estreita sobre o seu peito o livro das regras longamente meditado” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano IV, n. 5, 15 de julho de 1923, pp. 5-6).

160 Ibid., p. 8.

161 G. T. GIACCARDO, Diário... maio de 1921, o. c., p. 299.

162 G. T. GIACCARDO, Diário... 19 de junho de 1921, o. c., p. 299.

163 G. ROCCA, La formazione..., Documento n. 31, o. c., pp. 569-570.

164 Ibid., p. 570.

165 G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., pp. 319-320.

166 G. T. GIACCARDO, Diário...10 de fevereiro de 1918, o. c., p. 190.

167 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano V, n. 1, 5 de fevereiro de 1922, p. 5.

168 Ibid., p. 5.

169 Ibid., p. 7.

170 Ibid., ano V, n. 7, agosto de 1922, p. 4.

171 Ibid., p. 2.

172 Ibid.

173 Ibid., p. 4.

174 G. ALBERIONE, Quaderno 39, 29 de novembro de 1909, p. 15.

175 R.F. ROHRBACHER, Storia universale della Chiesa, 16 vol., Giacinto Marietti, Turim, 1869-1870.

176 Cf., por exemplo, G. ALBERIONE, Quaderno 39 e R.F. ROHRBACHER, Storia universale della Chiesa, o. c., vol. IV, pp. 149ss.

177 G.VENTURA, Le donne del Vangelo, Giosuè Rondinella Editore, Nápoles 1856-1875; Id., La donna cattolica, 3 vol., Carlo Turati, Milano - Dario G. Rossi-Genova, coeditores, 1855; Id., La Madre di Dio Madre degli uomini ovvero La Santissima Vergine a piè della croce, Rondinella &¨Loffredo, Librai-Editori, Nápoles, 1903.

178 Cf. F. ANDREU, Ventura, em Dictionnaire de Spiritualité, vol. 16, fasc. CII-CIII, Paris, 1992, coll. 364-372.

179 Cf. G. VENTURA, Le donne del Vangelo, o. c., segunda parte, pp. 24-77.

180 Ibid., p. 34.

181 Ibid., pp. 41-42.

182 Ibid., pp. 42-43.

183 Ibid., pp. 43-44.

184 Ibid., pp. 44-45.

185 Ibid., pp. 45-46.

186 Ibid., p. 48

187 Cf. Ibid., pp. 49-67.

188 Ibid., p. 53

189 Estes reenvios ao DFst valem também para os números sucessivos
desta seção (nn. 125-131).

190 G. ALBERIONE, La donna associata allo zelo sacerdotale, o. c., p. 46.

191 Ibid., p. 24.

192 A obra de Ventura ajuda a situar as afirmações de pe. Alberione sobre o Apostolato della donna nel passato, no quarto capítulo, primeira parte, do livro La donna associata allo zelo sacerdotale, 1915, pp. 42ss. Cf., por exemplo, o que Pe. Alberione escreve sobre santa Olimpíade (pp. 49-50) e o II vol. de La donna cattolica, pp. 126ss. mesmo se Ventura privilegia a exposição sobre a mulher considerada como mãe ou nas funções eclesiais não monásticas e se orienta a apresentar as mulheres que operaram na Igreja francesa, a obra La donna cattolica constitui um quadro de referência vastíssimo para o pensamento de Pe. Alberione.

193 G. VENTURA, La donna cattolica, o. c., vol. I, p. 258.

194 Ibid., p. 259.

195 Ibid., p. 260.

196 Ibid., p. 263.

197 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano V, n. 7, agosto de 1922, p. 9.

198 Ibid.

199 Cf. Ibid., ano V, n. 4, 6 de maio de 1922, p. 8.

200 Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., pp. 373-374.

201 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano V, n. 7, agosto 1922, p. 11.

202 Cf. A. MARTINI, Le Figlie di San Paolo..., o. c., p. 119.

203 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano V, n. 7, agosto 1922, p. 10.

204 G. T. GIACCARDO, Diário..., julho de 1922, o. c., p. 300.

205 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano V, n. 8, 10 de setembro de 1922, p. 2.

206 Ibid.

207 Ibid., ano V, n. 12, 23 de dezembro de 1922, p. 3.

208Trabalho realizado. Em 1922, da Escola Tipográfica da Pia Sociedade de São Paulo saíram 350.000 exemplares da Gazzetta d'Alba; 482.000 exs. de boletins paroquiais de formato e periodicidade diversos; 120.000 exs. de Vida Pastoral (revista para o clero); 150.000 exs. de catecismos pequenos e grandes; 9 livros de devoção num total de 27.000 cópias; 36.000 exs. de “Dottrina e fatti”; 12.000 exs. de “Armonie Sociali”, revista sociológica do pontifício Ateneu de Bérgamo. Duas coleções de romances “Tolle e lege” e “Fons aquae” num total de 69.000 cópias; onze livros de vários gêneros: por um total de 27.500 exs. Publicaram-se, além disso, 70.000 calendários; uns 75.000 cartões pascais de diferentes tipos; 75.000 folhetos volantes religiosos; uma imensa quantidade de circulares, folhas, manifestos, registros e bilhetes para catecismos. No entanto, nada se fez! No campo da imprensa e defronte à má imprensa nós não somos senão ínfima minoria, um ponto imperceptível! Requerem-se vocações, tipografias, auxílios” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano V, n. 12, 23 de dezembro de 1922, p. 4).

209 Nos Dados históricos gerais da Pia Sociedade de S. Paulo , depois de ter falado dos inícios dos projetos fundacionais de Pe. Alberione, em 1903-1904, e dos dois primeiros jovens encaminhados em 1908 às escolas do Seminário,apresenta-se o crescimento numérico dos alunos da Casa: “A 20 de agosto o primeiro aluno entrava para dar início à nova família; em 1915 eram 9; em 1916, subiram a 14; em 1918 a 25; em 1919 a 35, em 1920 a 42, em 1921 a 90, em 1922 a 172” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 2, 27 de fevereiro de 1923, p. 10).

210 Cf. Ibid., pp. 2-3.

211 Estas referências ao DFst valem também para os números sucessivos desta seção (nn. 138-143).

212 IGNAZIO di LOYOLA, Autobiografia, n. 3. Cf. Id., Gli scritti, organizado por M. Gioia, UTET, Turim, 1977, p. 660.

213 A. RABALLO (Irmã Teresa, F.S.P.), Memorie del Primo Maestro Rev. Teologo Giacomo Alberione, Opera inedita. Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 359.

214 A. RABALLO (Irmã Teresa, F.S.P.), Memorie del Primo Maestro..., o. c. Cf. G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 359.

215 G. BARBERO, Il sacerdote Giacomo Alberione..., o. c., p. 360.

216 G. ALBERIONE, San Paolo, julho-agosto 1954, p. 2.

217 “No ano passado [1922], na tarde de 29 de junho, uma primeira procissão acompanhava Jesus Sacramentado da Capela interna para tomar posse da nova igreja, que havia sido consagrada; no dia 1° de maio deste ano uma segunda procissão com velas acesas e ao canto das ladainhas lauretanas, levava em triunfo para a nova igreja o quadro da Rainha dos Apóstolos; no dia 1° de junho passado, São Paulo , o padroeiro e a alma da casa e da nossa Pia Sociedade, era colocado ao lado de Jesus bendito, o Divino Mestre, e de Maria Rainha, na igreja a ele dedicada” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 6, 21 de junho de 1923, p. 7).

218 Num artigo de junho de 1923, com o título Datas eucarísticas, o boletim UCBS delineia o desenvolvimento da espiritualidade eucarística da Casa, desde os inícios até 30 de maio desse ano: missa, Comunhão, presença eucarística, “laus perennis eucharistica”, visita, saudação ou visitinha. Particularmente significativos são o início e a conclusão do artigo: “A devoção ao Divino mestre na Casa concentra-se no Santo Tabernáculo. Quando a casa era pequena e formada por todos os pequenos, Jesus se comprazia em que se fosse até ele de manhã para a missa e que fosse recebido na S. Comunhão. Nós, porém, já sabíamos que quando a Casa crescesse, teríamos a laus perennis eucharistica como no Cottolengo. Entretanto, os pequenos cresceram e um deles em 1917 começou a fazer, todos os dias, a visita ao SS. Sacramento em S. Damião. [...] A 22 de julho [1922] estabeleceu-se assim a visita: os membros da Pia Sociedade de São Paulo fariam ao SS. Sacramento uma hora de visita todos os dias em hora livre; os Servos de Maria, meia hora por dia, juntos; os Discípulos e os alunos, vinte minutos, todos juntos. As Filhas de São Paulo também fariam uma hora de visita todos os dias; as outras, meia hora. Essa norma vige atualmente na Casa. Assim, na parte da tarde, das 14 às 21 horas, Jesus tem continuamente adoradores; enquanto que de manhã, das 4 às 8 horas sucedem-se as SS. Missas. Agora é possível, graças à misericórdia de Deus, realizar uma parte daquele que é o sonho do início: a laus perennis. [...] meio dia de Laus Eucharistica! mas também as horas da tarde e da manhã encontram-nos com freqüência presentes diante do Tabernáculo e confiamos em outra misericórdia: que Jesus possa permanecer exposto das 4 às 21 horas. E as outras horas da noite? Oh! também estas são e devem ser do Divino mestre presente no Tabernáculo!” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 6, 21 de junho de 1923, pp. 8-9).

219 A iconografia própria desenvolveu-se ao longo do primeiro decênio da Casa: “O quadro de S. Paulo era colocado na Casa em lugar de honra, entre o artístico Sagrado Coração de morgari, e a Imaculada de Murillo. [...] O primeiro e cada sábado do mês [consagra-se] a Maria Santíssima: e em honra de Maria iniciou-se logo a viver o mês de maio com flores, com “fioretti”, com pensamentos e com meditações; a conclusão do mês de maio era cada ano, desde o primeiro ano, uma poesia divina, uma mística harmonia de corações, de palpitações, de flores, de oração, cânticos. A devoção a Nossa Senhora é a alavanca de toda iniciativa, de todo progresso, de todo bom êxito, da vitória sobre o demônio, da santidade mais bonita e mais alta” (San Paolo [= UCBS], ano VI, n. 11, 22 de novembro de 1923, p. 8).

220 “A S. Paulo é consagrado na Casa todo o mês de junho, que é o grande mês da Casa: dele se fala duas vezes ao dia; duas vezes ao dia a ele se faz visita como homenagem, e ele recompensa a homenagem e o amor com graças abundantes. A devoção a S. Paulo difunde-se em Alba, e difunde-se também fora: muitos são os que se recomendam a ele para conversões, para auxílios materiais e obtêm; na sua igreja quase continuamente está presente alguma pessoa, e as velas diante dele ardem quase que ininterruptamente” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 6, 21 de junho de 1923, p. 7). - Em 1923, UCBS, que de agosto a novembro sai com o título San Paolo, publica numerosíssimos pequenos artigos sobre São Paulo . Fala-se da “paologia dantesca” (San Paolo [= UCBS], ano VI, n. 8, 25 de agosto de 1923, p. 19) e, até mesmo, do coração eucarístico de S. Paulo , como se também ele tivesse cultivado as devoções como na Casa (cf. Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 7b, 20 de julho de 1923, p. 5). Interessantes são os pequenos artigos sobre “Os paulinos dos tempos apostólicos”, seguindo o calendário litúrgico: S. Tecla: 23 de setembro (Ibid., n.9, p. 5), São Dionísio Areopagita: 9 de outubro (Ibid., n. 10, p. 3), São Clemente Romano: 23 de novembro (Ibid., n. 11, p. 5), S. Filémon e S. Ápia: 22 de novembro (Ibid., n. 12, p. 4), S. Timóteo: 24 de janeiro (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 1, 15 de janeiro de 1924, p. 4), S. Tito: 6 de fevereiro (Ibid., n. 2, p. 8).

221 No número de fevereiro de 1923, inicia-se a publicação dos “Cenni storici generali della Pia Società S. Paolo”. São interessantes as anotações dos Cenni storici... do número de junho: refere-se à transferência da Villa moncaretto à Casa Perrando [= Perraudo], na rua mazzini; nota-se que da Escola Tipográfica vai desaparecendo o apelativo Pequeno Operário e permanece somente o de Escola Tipográfica; conclui-se: “na casa Perrando [= Perraudo] a Casa desenvolveu-se e assumiu fisionomia” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 6, 21 de junho de 1923, p. 6). O número de julho descreve como, na habitação da Rua Mazzini, era um só coração e uma só alma em torno de Pe. Alberione, e acrescenta: “No parlatório da Casa tinha sido colocado, sobre um modestíssimo pequeno trono, o quadro de São Paulo : foi o primeiríssimo início da Capela de S. Paulo : lá, ajoelhados no chão, recitavam as orações da manhã e da tarde, os “Ângelus”, faziam-se os exames de consciência, dizia-se a Ave-Maria antes de sair, e assim que se chegava, ajoelhados no chão, recitavam-se as orações em Casa. Uma lâmpada elétrica ardia constantemente em casa e na Tipografia. São Paulo vigiava, protegia, abençoava, crescia” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 7b, 20 de julho de 1923, p. 7).

222 Ibid., p. 13.

223 San Paolo [= UCBS], ano VI, n. 11, 22 de novembro de 1923, p. 1.

224 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 1, 15 de janeiro de 1924, p. 12. Particularmente sentida é a apresentação da Sociedade Bíblica: “Seção Sociedade Bíblica. Por que difundir o Evangelho. Retornemos um pouco atrás. Não há a vida cristã em nós se Jesus Cristo não no-la infunde; nem valem as descobertas, mesmo as mais maravilhosas para fazê-la chegar até nós! O jansenismo separou os cristãos da fonte da sua própria vida: da Eucaristia e do Evangelho, e a vida cristã se definhava. Pio X, santo, cuja grandeza aparecerá sempre maior no futuro, ligou de novo os cristãos a estas duas fontes e logo se viu um reflorescimento. mas se muito foi feito para reconduzir à Comunhão, o mesmo não se pode dizer sobre a penetração popular do Evangelho, mesmo que se tenha já trabalhado bastante. De modo que o trabalho, a disciplina, a ordem, a dor, a alegria, a pobreza, as riquezas, a diversão, a autoridade, a força, o direito, a lei, a economia particular e pior ainda a pública, tudo é visto e guiado por princípios e máximas do mundo, racionalisticamente, naturalisticamente; até onde chegam as causas segundas tem-se confiança,daí em diante mais nada. É isso que é preciso gritar forte aos pequenos e aos grandes com propaganda particular e ainda mais com afirmações públicas, referidas ao Evangelho, fazê-lo estimar e criar o ambiente. Por aqui, ó homens, se passa: somente Cristo é o caminho e a vida, é ele que é Deus, somente isto fez e somente isto disse, e não outra coisa. Este é para nós um dever e uma grave responsabilidade: temos a salvação nas mãos; Jesus Cristo no-la confiou e nos impôs aplicá-la; apliquemo-la com toda a paciência, mas também opportune et importune. Jesus Cristo nos pedirá conta do sangue que escorre sob os nossos olhos, das ruínas morais e materiais que se acumulam, e das almas que perecem. Não podemos permanecer como expectadores inertes e deixar correr com um comentário de jornal ou lamentações; somos sacerdotes, outros Jesus Cristo; que faria ele em nosso lugar? Eis o por que desta difusão do Evangelho: religar a inteligência do nosso povo à mente divina, para que harmonize com Ela pensamentos e julgamentos e conseqüentemente as ações. Disso ver-se-á já o espírito que anima a Sociedade Bíblica, completamente distante de uma especulação comercial que também faria bem, mas sobretudo que o reino de Jesus Cristo, pelo Evangelho, desça nas inteligências e nos corações e os recoloque em comunicação com a vida de Jesus Cristo” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 8, 15 de agosto de 1924, p. 11).

225 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 12, 15 de dezembro de 1923, p. 2.

226 Ibid., p. 13.

227 San Paolo [= UCBS], ano VI, n. 11, 22 de novembro de 1923, p. 8.

228 Um caderno inédito que contém 68 páginas manuscritas de Pe. Alberione e 49 páginas manuscritas de Giaccardo. Faltam diversas folhas: por exemplo, as referentes ao quarto, quinto, sétimo, oitavo, nono e vigésimo-terceiro dia.

229 Cf. A. DAMINO, Bibliografia di Don Giacomo Alberione, Roma, 1994, pp. 31-32.

230 Un mese a San Paolo, meditazioni e letture, Pia Società San Paolo, Alba, 1925. Trata-se do texto de Pe. Alberione, completado e reelaborado em algumas partes por obra de Giaccardo.

231 Cf. L'Immacolata e il Natale, in Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VI, n. 12, 15 de dezembro de 1923, pp. 2-3.

232 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 1, 15 de janeiro de 1924, p. 11.

233 Quaderno manoscritto Timoteo Giaccardo, n. 6, p. 125.

234 Cf. Ibid., pp. 125-130.

235 Cf. Ibid., pp. 132-150.

236 Provavelmente esta meditação foi feita durante a missa do domingo: portanto, de manhã.

237 Quaderno manoscritto Timoteo Giaccardo, n. 6, p. 133.

238 Cf. Ibid., pp. 150-155.

239 Cf. Ibid., pp. 150-151.

240 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 2, 15 de fevereiro de 1924, pp. 11-12.

241 “Por isso, para o próximo outono será aberta uma casa anexa à Sociedade de São Paulo para os jovens que aspiram às missões: com a intenção de trabalhar para os infiéis ou cismáticos, de modo particular (não exclusivo) com a imprensa. 14 jovens já fizeram o pedido: parece propício o tempo para isso” (G. ALBERIONE, em Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 2, 15 de fevereiro de 1924, p. 3).

242 “Para que o Evangelho possa ter difusão sempre maior formou-se uma sociedade entre os Cooperadores com estatuto adequado. Esquema do Estatuto:
1 - É instituída junto à Pia Sociedade de São Paulo a seção “Sociedade Bíblica” da União dos Cooperadores da Boa Imprensa. 2 - propõe-se a difusão e penetração da Bíblia, e em particular dos Ss. Evangelhos, no meio do povo.
3 - Compõe-se: de sócios perpétuos que ofertam 1000 liras uma só vez; de sócios beneméritos que ofertam 500 liras uma só vez; de sócios ordinários que ofertam 5 liras cada ano; daqueles que fazem uma Comunhão por semana a favor da obra, ou se comprometem pessoalmente com a propaganda, com os jornais ou outros meios.
4 - Participam durante a vida e após a morte das mil Ss. Missas que a cada ano se celebram na Pia Sociedade de São Paulo , das indulgências concedidas pela Santa Sé a todos os Cooperadores da Boa Imprensa e ao bem da Pia Sociedade de S. Paulo.
5 - Recebem mensalmente o boletim “Unione Cooperatori B. S.” onde se apresentará um relatório do bem realizado.
6 - A soma das ofertas emprega-se na difusão gratuita ou ao mínimo preço da Bíblia e do Evangelho.
7 - A Direção está na Pia Sociedade de São Paulo em Alba.
O presente Estatuto tem a aprovação do Bispo” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 2, 15 de fevereiro de 1924, p. 5).
Deve-se recordar aqui também o influxo da encíclica Spiritus Paraclitus, de Bento XV, publicada a 15 de setembro de 1920, por ocasião do décimo quinto centenário de S. Jerônimo, na qual se recorda a importância do estudo da Sagrada Escritura.

243 Para quem sente sede de almas - como Jesus -. “Senhor, eu vos ofereço em união com todos os Sacerdotes que hoje celebram a Santa missa, a Vítima Divina, Jesus Hóstia, e a mim mesmo, pequena vítima:
1° Em reparação das inumeráveis blasfêmias, erros e obscenidades que se imprimem em tantas tipografias das quais a cada dia sai um rio de papel, que alaga o mundo como torrente pútrida.
2° Para invocar a vossa misericórdia sobre os inumeráveis leitores, pervertidos ou inocentes, que a imprensa escandalosa arranca do vosso Coração de pai, sedento de almas.
3° Pela conversão de tantos escritores e impressores cegos, ministros de satanás, falsos Mestres que levantaram uma cátedra contra o Divino Mestre, envenenando todo o ensinamento, o pensamento humano e as fontes da humana atividade.
4° Para honrar, amar, escutar unicamente Aquele que Vós, ó pai Celeste, no Vosso grande Coração destes ao mundo, proclamando: 'Este é o meu Filho amado: escutai-O';
5° Para conhecer que somente Jesus é Mestre perfeito: isto é, a Verdade que ilumina, o Caminho ou o modelo de toda santidade, a Vida verdadeira da alma, isto é, graça santificante.
6° Para obter que se multipliquem no mundo os Sacerdotes, os Religiosos, as Religiosas, consagrados a difundir a doutrina de Jesus por meio da imprensa.
7° Para que os escritores e os operários desta imprensa sejam santos, plenos de sabedoria e de zelo, para a glória de Deus e pelas almas;
8° Para pedir-vos que a imprensa católica prospere, seja difundida, ajudada, e se multiplique, levantando a sua voz, capaz de cobrir o inebriante e arrastador barulho da imprensa perversa.
9° Para que todos nós conheçamos a nossa ignorância e miséria, e a necessidade de permanecermos sempre com os olhos suplicantes e a cabeça inclinada diante do vosso Santo Tabernáculo, ó Senhor, invocando luz, piedade, misericórdia” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 2, 15 de fevereiro de 1924, p. 4).
Note-se especialmente o quinto ponto que evidencia Jesus como perfeito Mestre: “Verdade que ilumina, Caminho ou modelo de santidade, Vida verdadeira da alma, isto é, graça santificante”. Cf. “Per chi ha sete di anime come Gesù”, Offertorio Paolino, organizado por A. Colacrai, Edizioni Archivio Storico Generale Famiglia paulina, n. 8, Roma 1985.

244As Pias Discípulas. São uma família religiosa de moças, em Alba (Piemonte), a partir de 16 anos. Consagram-se para adorar, continuamente por turno, o Divino Mestre, Jesus Sacramentado, para realizar o 'Venha o teu reino' especialmente por meio da Boa Imprensa.Vivem em comunidade,como irmãs, fazendo privadamente os seus votos. Tem, cada uma, duas horas de adoração cada dia, além das outras práticas de piedade comuns; ocupam-se, depois,também dos trabalhos comuns (costurar,remendar etc.).Vivem em casa própria, sob a guia do Superior da Pia Sociedade de São Paulo . Devem ser escolhidas entre as jovens mais inclinadas à piedade,especialmente eucarística. Sejam sãs de mente e de corpo, e não ultrapassem os 25 anos; entrando não pagam quantia alguma,mas devem ter um enxoval suficiente e,nos primeiros dois anos, assumem as despesas de vestido etc., etc. TEOL. ALBERIONE GIACOMO.
A Casa das Pias Discípulas. Para as Pias Discípulas se estão adaptando de modo conveniente os locais da casa no fundo do jardim: haverá lugar para cinqüenta jovens, e para os seus ambientes de lavanderia, costura etc. A Casa teve um nome divino, chama-se “Divino Mestre”, e para quem quiser saber onde estão as Pias Discípulas, responde-se: estão na “Divino Mestre” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 2, 15 de fevereiro de 1924, p. 28). - para ulteriores aprofundamentos podem-se consultar os esmerados estudos, publicados recentemente pelas Pias Discípulas, especialmente: R. CESARATO, L'albero visto dalle radici, Le Pie Discepole del Divin Maestro tra carisma e storia, Appunti, Fascicolo 1, pro manuscripto, Roma, 1997; R. CESARATO - G. M. J. OBERTO, L'albero visto dalle radici, Le Pie Discepole del Divin Maestro tra carisma e storia, Appunti, Fascicolo 2, pro manuscripto, Roma, março 2000; AA.VV., Eucaristia, Sacerdozio, Liturgia, l'unità come mistica del servizio, Atti del Seminario Internazionale sull'unità delle tre dimensioni apostoliche, Camaldoli, 22 de fevereiro - 5 de março de 1998, Roma, uso manuscrito, outubro 1998.

245 Cf. a presente Introdução, n. 144, nota 218.

246 Cf. R. CESARATO, Dagli inizi al 1944, em R. CESARATO - G. M. J. OBERTO, L'albero visto dalle radici... o. c., Fascículo 2, p. 43.

247 “O Senhor Teólogo Alberione realizou a cerimônia às 6.30, e impôs a todas o nome novo, celebrou para elas a S. missa e disse 'paternas palavras que devem meditar'. Uma pequena função recolhida, simples de sentido e de amor e de alegria e de júbilo, para as jovens que esperavam o dia e a hora com vivíssimo desejo. Foi preparado um pequeno ritual próprio para esta função. Eis também os nomes das oito pias Discípulas que fizeram a primeira vestição: Irmã Escolástica da Divina providência, Irmã Antonietta do Divino Mestre, Irmã Maria de São José, Irmã Teresa da Dolorosa, Irmã Annunziata de Maria, Irmã paolina da Agonia de Jesus, Irmã Giacomina do Anjo da Guarda, Irmã margherita das Almas padecentes” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 4, 15 de abri de 1924, p. 24).

248 Cf. M. RICCI, Madre Maria Scolastica Rivata, fedele Discepola del Divin Maestro, Edição particular, Roma, 10 de fevereiro de 1996. Orsola Rivata nasceu em Guarene, no dia 12 de julho de 1897. É provável que tenha visto e escutado Pe. Alberione por ocasião da sua pregação em Guarene, por exemplo, a 9 de outubro de 1910 (sobre Os Santos Anjos da Guarda) e no dia 10 de abril de 1910 (sobre São Vicente Ferrer e a importância da Palavra de Deus). A 29 de julho de 1922 entrou entre as Filhas de São Paulo , em Alba.

249 Cf. a presente Introdução, n. 113.

250 “As pias Discípulas. São uma família religiosa, ao lado das Filhas de São Paulo . Reúne jovens que queiram consagrar-se ao Senhor com a adoração perpétua da S. Eucaristia, rezando pela dilatação do reino de Nosso Senhor Jesus Cristo; e ocupando o tempo restante em trabalhos comuns em favor dos Sacerdotes e religiosos da Boa Imprensa (costurar, remendar, cozinhar etc.). Fazem os seus votos ao Senhor e de particular têm duas horas de adoração cada dia. Vestem hábito próprio. [...] O nome de 'pias Discípulas' vem da sua missão: essas deveriam realizar para com o Divino Mestre a missão das piedosas mulheres, da primeira entre as piedosas mulheres, isto é, a Santa Virgem Maria: adorar Jesus, consolá-lo na SS.ma Eucaristia, velar diante do S. Tabernáculo por amor, ardendo mais e melhor que as velas de cera; invocar do Divino Mestre o triunfo da Boa Imprensa sobre a má; depois realizar para os Sacerdotes as tarefas e os serviços que Maria realizava para Jesus e os Apóstolos. Eis sintetizada a sua vida humilde, no silêncio, no amor, na oração; recordada também pelo hábito que traz as cores de Maria, o branco e o azul, com um raio eucarístico, brilhante sobre o peito” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 9, 20 de agosto de 1925, pp. 10-11).

251 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 11, 15 de novembro de 1924, p. 20.

252 Ibid., ano VII, n. 5, 15 de maio de 1924, segunda capa.

253 Ibid., ano VII, n. 8, 15 de agosto de 1924, pp. 1-2.

254 “Os novos paulinos assumiram também um nome novo, testemunho e lema do homem novo” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 8, 15 de agosto de 1924, p. 8).

255 “A chegada de uma aluna ou de uma adulta na Casa é acolhida com aquela satisfação, com aquela alegria que se faz ao redor de um recémnascido. Tarefa principal das Filhas é agora especialmente a formação do espírito que as prepare a serem boas apóstolas. Conforme vão chegando as novas, encontram o seu Anjo da Guarda, e são cultivadas como plantinhas. A elas ensina-se o modo de fazer a meditação, de praticar os exercícios de piedade: a Santa missa, a S. Comunhão, a leitura espiritual, o S. Rosário, o trabalho espiritual, os exames de consciência de manhã, ao meio-dia e à tarde; o modo de se confessar bem, de estar unidas ao Senhor; a imitar de perto os exemplos de Jesus, especialmente a sua obediência, humildade, espírito de sacrifício e de amor. As pequenas à Assistente, as adultas à mestra das Noviças, abram com filial confiança o próprio espírito, manifestando as dificuldades encontradas, os defeitos, as virtudes, os santos desejos, para serem guiadas, confortadas e sustentadas no trabalho pessoal e constante que cada uma deve fazer para vencer a si mesma, para progredir na pureza do coração e na prática gradual da virtude” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 8, 15 de agosto de 1924, p. 22). - Neste mesmo período é publicado o manual Metodo di esame particolare, secondo Sant'Ignazio, Alba, Pia Sociedade de São Paulo, sem data, 54 pp. No final do livro, encontram-se as tabelinhas semanais, úteis para marcar faltas e vitórias no trabalho espiritual quotidiano.

256 Entre os compromissos elencados num dos “Ora et labora” encontrase o da difusão do Evangelho nas famílias cristãs e do Giornalino, semanário ilustrado a cores para as crianças, cujas publicações haviam sido iniciadas a 1° de outubro de 1924.O número de outubro do UCBS informava: “A Seção a 'Sociedade Bíblica'. Propõe a difusão e penetração da Bíblia, e de modo particular do SS. Evangelhos, no meio do povo. Em um ano de vida difundiu 200.000 exemplares do S. Evangelho. Estão também em preparação: o Santo Evangelho unificado, o S. Evangelho para as famílias, o S. Evangelho para as crianças, as cartas de S. Paulo e dos outros Apóstolos, os 'Evangelhinhos dominicais', a Bíblia completa” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VII, n. 10, 25 de outubro de 1924, p. 11).

257 G. ALBERIONE, A tutti i cari e buoni Cooperatori della Pia Società San Paolo, Alba, 31 de dezembro de 1924, em Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 1, 20 de janeiro de 1925, p. 1.

258 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 1, 20 de janeiro de 1925, p. 9. O número de fevereiro abre-se com um artigo sobre As Cartas de S. Paulo, no qual se afirma: “pudemos examinar e fazer examinar o manuscrito das Cartas de S. Paulo, que está em Roma para a revisão: foi considerado realmente bom e adequado ao povo, tanto pela tradução clara, simples, como pelas notas abundantes, oportunas e vivas. [...] São Paulo tem uma missão e uma tarefa social, religiosa, que devem ser bem avaliadas; é o ministro do Evangelho para os povos gentios. A humanidade estava separada por uma profunda divisão: o povo de Deus (os judeus) e o povo não de Deus (todas as outras pessoas). Jesus Cristo veio para salvar a todos, o ministério de S. Paulo era este: pregar a universalidade da redenção e unir o povo não de Deus ao povo de Deus, e fazer um só povo, enxertar a oliveira selvagem sobre aquela boa, para que todos fossem salvos. As suas cartas fazem este trabalho: instaurare omnia in Christo, instaurar tudo em Jesus Cristo; e depois, fazer os homens viverem uma vida celeste, para que os membros do corpo, que antes serviram para más ações, fossem agora consagrados ao serviço de Deus como hóstias vivas e templo do Espírito Santo. mais ainda: que toda a natureza deteriorada também ela pelo pecado original fosse associada ao homem num contínuo hino de bênção a Deus. [...] Esperamos que o grande Apóstolo que toma os povos pagãos e os planta sobre Jesus Cristo, para que o seu espírito neles penetre e vivifique toda a vida até fazer do homem um Deus, saiba atrair não somente admiradores, não somente estudiosos críticos, mas almas que o amem, por ele se apaixonem ou busquem com ele a ascensão a Deus até ao vivo iam non ego, vivit vero in me Christus” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 2, 20 de fevereiro de 1925, pp. 1-2).

259 O Templo de São Paulo foi construído entre a Casa São Paulo (à direita de quem observa a fachada do Templo) e a Casa da Divina providência (à esquerda), e paralelo à Casa Rainha dos Apóstolos. O número de UCBS de agosto de 1925 publica a fotografia destas três casas (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 9, 20 de agosto de 1925, pp. 7-8).

260 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, 1° de abril de 1925, pp. 1-2. Neste mesmo número informa-se que “foi adquirida a máquina cinematográfica, para o lazer educativo dos grandes dias. Na noite de páscoa projetou-se: Fabíola, com S. Sebastião, S. Inês, S. Tarcísio e a arte dos mapas geográficos” (Ibid., p. 9). Faz-se também um aceno a outros meios de apostolado: “Trem, telégrafo, telefone, estenografia, linotipo, rotativa, eletricidade etc. Estes elementos que Deus criou para a sua glória, ai de nós se por negligência deixamos que sirvam ao reino de satanás” (Ibid., p. 24).

261 No boletim da UCBS encontram-se freqüentes considerações sobre a necessidade de construir depressa o Templo de São Paulo ,também para fazer frente às necessidades dos numerosos membros da Casa, que chegavam já a 408 pessoas, provenientes de 30 províncias italianas (cf. Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 9, 20 de agosto de 1925, p. 1). Em maio de 1925 publica-se um folheto de quatro páginas como suplemento de UCBS, onde se faz aos Cooperadores e Amigos uma interessante apresentação da Casa: “Esta família compõe-se de dois grandes ramos: os internos, os membros da Pia Sociedade de São Paulo que trabalham na difusão do Evangelho e rezam: são os Religiosos, e as Filhas de S. Paulo; e os externos, os Amigos e Cooperadores, que colaboram em seus trabalhos e ajudam a Casa com as suas ofertas”. As pias Discípulas denominam-se irmãs: “Nasceu também no seio da Casa a família das pias Discípulas. São irmãs que, além de atender às necessidades ordinárias do numeroso Instituto, estão, por turno, dia e noite, sem interrupção, diante do SS. Sacramento, exposto na Capela, para implorar as bênçãos de Deus sobre a Casa e sobre as famílias dos Cooperadores” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, 10 de maio de 1925, p. 1).

262 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 9, 20 de agosto de 1925, pp. 7-8. multiplicam-se as celebrações da Festa do Divino Mestre, para a difusão do Evangelho. É solenizada a entronização do Evangelho, como se apreende da descrição do que se fez em Benevello: “Sobre o pequeno trono, à direita e à esquerda do Raio colocaram-se dois pequenos volumes de 'O Divino Mestre', Evangelho unificado, bem visíveis, para dar também materialmente a idéia de que o Evangelho é a continuação de Jesus Cristo Eucarístico, a sua parábola [palavra?], o seu complemento” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 13, 20 de dezembro de 1925, p. 20). O livro em questão é Il Divino Maestro. Texto concordado dos Quatro Evangelhos, com notas, Società S. Paolo Editrice, Alba-Roma, 1925.

263 Quaderno manoscritto Timoteo Giaccardo, n. 6, p. 125.

264 Ibid., p. 132.

265 Ibid., p. 150.

266 Esta relação entre Verdade-Mestre-Doutrina; Caminho-Exemplo e Vida-Graça não é nova na Casa. Ao contrário, já em 1910, falando aos seminaristas de Alba, Pe. Alberione afirmava: “É sobre o sagrado Coração de Jesus Cristo que nós devemos nos modelar: quos praescivit et praedestinavit conformes fieri imagini Filii sui. Ele nos deu o exemplo das mais altas e perfeitas virtudes. Ele é de tal modo bom Mestre que enquanto ensina nos dá o exemplo e comunica à vontade frágil a graça medicinal” (G. ALBERIONE, Quaderno 8, 1° de junho de 1910, p. 35). Além disso,Timóteo Giaccardo anota num texto do seu Diário de setembro de 1918: “Na noite do ingresso, depois das orações, o Senhor Teólogo me apresentou aos jovens e me deu o nome de Mestre e me convidou para dizer duas palavras: eu não quis falar por não me sentir preparado. Deveria ter falado; se entrasse hoje = depois de mais de um ano... diria: Mestre, eu obedeço; um só porém é o nosso Mestre: Jesus que nos fala e nos cultiva por meio do Senhor Teólogo”. Num outro texto do mesmo período, Giaccardo tem certamente em mente o trinômio Verdade, Caminho, Vida, considerado sob o aspecto de doutrina, exemplo, graça, onde o termo Mestre adquire uma conotação especial com Verdade-Doutrina: “Jesus Mestre: 1. Vos dicitis me magistrum et bene dicitis quia ego sum: com a doutrina, com o exemplo, com a graça. 2. O Teólogo me faz chamar Mestre: devo-o ser com a doutrina, com o exemplo, com a oração. 3. O exame, propósito, oração” (cf. Quaderno manoscritto Timoteo Giaccardo, n. 68, esquema LXX).

267 F. CHIESA, Gesù Cristo Re, Pia Società San Paolo, Alba, 1926.

268 F. CHIESA, Gesù Maestro, Pia Società San Paolo, Alba-Roma, 1926.

269 F. CHIESA, Ego sum Vita, Pia Società San Paolo, Alba-Roma, 1927.

270 F. CHIESA, Gesù Cristo Re, o. c., p. 22.

271 A revista La Civiltà Cattolica publicou, em 11 de setembro de 1926, uma recensão do livro, que aqui citamos integralmente: “Sobre as pautas da Encíclica de pio XI Quas Primas o cônego Chiesa redigiu trinta capítulos, “que distribuídos pelos dias do mês de outubro, poderão servir como ótima preparação para a festa da realeza de Jesus Cristo', que neste ano cai no dia 31 de outubro. A idéia foi oportuníssima, e o Autor teve a boa sorte de realizá-la logo e bem, duas coisas que, habitualmente, não costumam coincidir. O livro que pode resultar de grande vantagem para o clero, também para a pregação, nada deixa a desejar pela exatidão da doutrina, que é proposta de modo claro e digno do nobilíssimo sujeito.Teríamos omitido, num livro desta natureza, a figura no início do capítulo XXIV, e a explicação, que em algum ponto não é clara,por exemplo, à p. 239 onde um erro de impressão (a vontade unida à morte (?) confunde um pouco a análise psicológica do Autor.Os trinta capítulos do côn.Chiesa, sobre a soberania de Jesus Cristo,mostram também quanto importante seja esta prerrogativa, que reúne em torno à sua luz, por assim dizer, todos os esplendores da doutrina católica, como por exemplo se pode ver pelos capítulos XVII-XXI, sobre o Reino de Jesus Cristo, sobre a sua forma geral, a sua constituição orgânica,a forma de governo,a extensão do Reino, que dão uma exata idéia da verdadeira Igreja de Cristo” (La Civiltà Cattolica, ano 77°, vol. III, cad. 1830, 10 de setembro de 1926, pp. 535-536).

272 Cf. La Civiltà Catolica, ano 77°, vol. I, cad. 1814, 8 de janeiro de 1926, pp. 97-126.

273 Em F. CHIESA, Gesù Cristo Re, o. c., p. XI. A importância desta passagem da Quas primas para Pe. Alberione pode-se também deduzir pelo fato que inspirou o retiro mensal da Festa de Cristo Rei, de 31 de outubro de 1926, conforme as anotações tomadas pela mestra Tecla Merlo (cf. Quaderno n. 4, inédito, pp. 5-6).

274 “O Reino de Deus estende-se no universo, na sociedade, nas famílias; mas é certo que o seu último fim somos nós. É em nós, ou seja, na nossa alma, na nossa pessoa, que Jesus Cristo quer reinar. Regnum Dei intra vos est.Todo o universo sensível não vale uma alma.A alma é o espírito e no espírito está a liberdade.No espírito Deus se manifesta a si mesmo.No espírito todo o universo retorna a Deus,porque o espírito é capaz de conhecer que tudo vem de Deus, e que tudo volta a Deus, dando consciente e livremente glória a Ele, como a primeiro princípio e último Fim” (F. CHIESA, Gesù Cristo Re, o. c., p. 234).

275 Chiesa apresenta algumas considerações importantes para a interpretação do DF. Em primeiro lugar, traça o seu quadro das faculdades: “O reino de Jesus Cristo deve, sobretudo, estabelecer-se na nossa alma. Consideramos isso no capítulo precedente. mas a nossa alma tem várias faculdades: faculdades intelectuais, sentimentais, morais. Vejamos agora como este reino deve se estabelecer na nossa mente” (Ibid., p. 245).
Encaminha depois o seu ensinamento falando no primeiro parágrafo da importância da idéia, comparada a uma semente que dá origem a um animal ou a uma planta, a um cedro do Líbano ou a um elefante. E continua: “De que coisa depende tudo isso? Da entelechia, diria Aristóteles; - da forma, diria S. Tomás; ou seja, da alma que a informa. Se aquela matéria é informada pela alma de um grão de trigo, tornar-se-á trigo, se pela alma de um elefante, crescerá elefante. Quem guia a evolução da semente é a alma. De fato, de onde vem a diversidade infinita das espécies e variedade dos seres vivos? Justamente da alma. [...] Ora, é necessário que pensemos que aquilo que é alma, na evolução biológica, é a idéia na história dos homens. Alfredo Fouillée escreveu belos livros sobre a idéia-força. Eymieu, no seu Governo di se stesso, utilizou muito bem essa doutrina com relação à nossa educação. É algo conhecido por todos que, em qualquer século, o pensamento é o germe do progresso. Toda a era cristã veio da idéia cristã que se difundiu, penetrando profundamente a humanidade e produzindo os seus frutos. [...] Em conclusão, repito! A idéia é uma semente; e como para ter uma planta semeia-se a semente, assim para ter homens de caráter formado é necessário iniciar por uma idéia. A educação deve começar pela instrução. Nada pode ser querido ou julgado sem que seja conhecido. Nil volitum quin praecognitum, diz o provérbio. E assim o reino de Cristo deve começar pela mente. Antes de ser vida cristã, deve ser idéia cristã. Sem a idéia, faltaria fundamento à vida” (Ibid., pp. 245-247).
No segundo parágrafo do capítulo, Chiesa afirma que, onde se encontra o ensinamento de Cristo, aí se encontra a idéia cristã, e que “Jesus Cristo é Rei da mente, porque verdade essencial como Deus, e porque nele habita toda a plenitude da sabedoria e ciência divina”. Continua indicando que a idéia cristã encontra-se na Sagrada Escritura e na Tradição cristã e que é interpretada pelo magistério.
No terceiro parágrafo do capítulo, afirma que devemos conhecer a idéia cristã mediante o estudo e a escuta dos ensinamentos e deles nos apropriarmos por meio da fé, que deve ser universal, sólida e constante (Ibid., pp. 247-253).

276 “A vontade de Deus se manifesta em três modos principais: nos mandamentos, nos exemplos e nos acontecimentos. A primeira e a segunda chamam-se vontade de sinal; a terceira, vontade de beneplácito. [...] E quais mandamentos! Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Respeitar a vida, a honra, as coisas, a fama do próximo. Dar alimento ao faminto, vestir o que está nu, perdoar o inimigo, fazer o bem a quem nos ofendeu, e tantos outros dos quais está cheio o Evangelho. Pertencem também à vontade de Jesus, não porém como mandamento, mas como conselho, algumas outras coisas mais perfeitas como são, por exemplo, a pobreza evangélica e a castidade perfeita. Essa vontade vem reinar em nós pela virtude da obediência aos preceitos de Deus.A mesma vontade de Jesus Cristo se manifesta com os exemplos.Antes, os exemplos de Jesus formaram as primeiras expressões da sua vontade. Coepit facere et docere (Act. 1,1). E que abundância de exemplos! O seu nascimento na pobre cabana de Belém, e toda a sua vida oculta de trinta anos são a mais eficaz expressão da sua vontade, que nos pede a humildade e o amor à pobreza e ao escondimento. Que clara expressão da sua vontade no seu jejum de quarenta dias, no exemplo contínuo de oração, de união com o seu Eterno pai, de mansidão, de paciência, de longanimidade. Que podemos dizer, então, da sua paixão, da sua oração pelos inimigos, da sua morte na cruz? O exemplo é muito mais claro e muito mais eficaz que a palavra. Verba movent, exempla trahunt, diz o provérbio. As palavras movem, mas os exemplos arrastam. Quanto nós devemos agradecer o nosso Divino Salvador por ter-se dignado nos dar os seus exemplos! As palavras podiam sempre deixar alguma incerteza sobre o modo de pôr em prática a lei. mas o exemplo tira qualquer sombra de dúvida. A vontade expressa nos exemplos vem a nós por meio da Imitação da vida de Jesus. Finalmente, há a vontade de beneplácito que se manifesta nos acontecimentos. Também aqui, que vasto campo para o Reino de Deus em nós! Todos os acontecimentos da história, da nossa família, da nossa pessoa, expressam a vontade ou, ao menos, a permissão divina. O tempo belo ou feio, a abundância ou a carestia, a saúde ou a doença, a riqueza ou a pobreza, a paz ou a guerra, o êxito ou o fracasso, a vida ou a morte, tudo o que acontece em torno e dentro de nós, tudo podemos considerar vindo de Deus” (Ibid., pp. 259-261).

277 “1. O coração humano. - Fisiologicamente, o coração humano é um músculo tão grande quanto um punho, centro propulsor da circulação do sangue. Assim como pelo sangue mantêm-se todas as partes do corpo, podese dizer que o coração é a causa que alimenta e conserva o corpo humano. Psicologicamente falando, o coração é o centro da vida afetiva. No coração podemos considerar algo como vários planos ou estratos que representam diversos graus da virtude afetiva do homem. Constituem o fundo do coração as tendências,primeira entre todas a tendência à felicidade.Esta traz consigo a outra tendência a odiar tudo o que levaria ao desgosto e à infelicidade. Sobre as tendências estão as inclinações, que são, também essas, tendências, porém mais determinadas. Assim, por exemplo, a mesma tendência à felicidade gera a inclinação à riqueza, à honra, ao trabalho e semelhantes. As inclinações, porém, são disposições de caráter permanente, calmo e igual. A essas, de certo modo, se sobrepõem as paixões que ocupam a parte central e principal do coração, e formam até mesmo um mundo vasto e complexo dentro de nós. Sobre as paixões flutua, variada e mutável, a multidão dos sentimentos e dos afetos. [...] 2. Como se pode estabelecer no coração o Reino de Jesus. - É claro que deve ser coisa de altíssima importância dominar o coração. De certo soberano se disse: se quereis conquistá-lo, procurai, primeiro, conquistar o seu ministro favorito que tem as chaves do seu coração. A vontade é a rainha por direito; mas o coração é o seu favorito. Dominando o coração, domina-se ao homem. Por sorte, porém, a vontade pode ter um domínio de indústria, como o denomina São Francisco de Sales, sobre o mesmo coração. Como, portanto, será possível apoderar-se do coração? Eis: fazendo entrar nele um amor verdadeiro e forte, e este é o amor de Deus. Observamos já acima que os doze generais do exército das paixões estão sob o comando de um generalíssimo que é o amor. Por isso, diz S.Agostinho: Ama et fac quod vis.Ama e faze o que queres. Se num coração domina o amor divino, podemos dizer-lhe sem temor: faze o que queres. Estamos certos de que não fará senão o bem” (Ibid., pp. 267-271).

278 “1. Corpo e membros. - O homem é um composto de alma e corpo. A alma é a parte invisível e espiritual, o corpo é a parte visível e material. Nós pretendemos falar justamente deste corpo que, enquanto unido à alma, é parte essencial do homem vivente e ativo. Esse pode ser robusto ou frágil, sadio ou enfermo, perfeito ou defeituoso. O corpo pode ser usado para o bem ou para o mal, como a alma. Pode ser instrumento de virtude ou de vício. Com relação aos membros, esses são a porta de saída das nossas impressões, como os sentidos são a porta de entrada. Todo conhecimento começa pelo sentido, e toda expressão termina no corpo e nos membros. O nome de membros se dá, antes de tudo, às mãos e aos pés. [...] mas junto com os membros estão também os sentidos, os quais podem servir, sob o império da vontade, para infinitos usos. [F. Chiesa alude aos olhos, aos ouvidos, à língua, à boca, ao olfato, ao paladar e ao tato]. - 2. Para que o Reino de Deus se estenda também ao corpo e aos membros. - mesmo que se considerassem o corpo, membros e coisas, somente em si mesmos, sem relação com a alma, também pertenceriam ao Reino de Deus, porque este se estende a todas as coisas criadas. Domini est terra et plenitudo eius (ps. XXIII, 1). mas nós consideramos aqui corpo e membros enquanto são partes essenciais do homem e, portanto, dependentes da alma espiritual e imortal. Neste sentido, corpo e membros vêm a encontrar-se no reino espiritual de Jesus Cristo, precisamente como pertencem as almas por ele criadas, redimidas e santificadas. - 3. Como se estende o Reino de Deus ao corpo e aos membros.
- É coisa simplicíssima: fazendo servir corpo e membros como instrumentos não para fazer a nossa vontade, os nossos caprichos ou prazeres, mas unicamente para fazer a vontade de Deus. [...] Eis a genuína realização das famosas palavras: Vivo autem iam non ego, vivit vero in me Christus (Gal. II, 20). E vivo, já não vivo eu, mas vive em mim Cristo. E o que é tudo isso? É o Reino de Jesus Cristo que, iniciado na mente e passado pela vontade, desceu no coração para passar a irradiar-se com o corpo nos membros. É a completa realização do Reino de Deus em nós!” (Ibid., pp. 279-286).

279 F. CHIESA, La chiave della vita, pia Società San paolo, Alba-Roma, 1927. Cf. A.F. DA SILVA, Cristo Via, Verità e Vita, centro della vita, dell'opera e del pensiero di Don G.Alberione, em AA.VV., L'eredità cristocentrica di don Alberione, o. c., pp. 253-254.

280 No número de 11 de fevereiro de 1929, La Civiltà Cattolica fez dele uma recensão muito positiva:“Que as cinco lições contidas no belo livro, que o incansável Cônego Chiesa apresenta ao público, encontrassem 'a satisfação dos 62 professores que participaram do curso' de cultura magisterial, organizado, em Alba, pelo Istituto Superiore di Magistero del Piemonte,e que muitos deles pedissem 'com insistência a sua publicação' (p. VII), não nos faz maravilha alguma. Pela solidez e profundidade da doutrina, pela forma clara, próxima e quase familiar, pela ordem admirável e a concisão do raciocínio, não poderia ser diferente. No entanto, o Autor, sem cansar demais os seus ouvintes, conduziu-os a alturas sublimes de pensamento. O que é a vida do homem, e o que nela e por ela deve conseguir? Qual seria o fim natural da vida humana, e qual é agora, de fato, o seu fim sobrenatural? (pp. 1-48). Portanto, a nossa vida aqui na terra é uma preparação; devemos preparar-nos para a vida do céu: preparação da mente com a fé e a instrução religiosa (pp. 49-96); preparação da vontade com a observância da lei divina (pp. 97-145); preparação do coração, cultivando os sentimentos da beleza e da bondade pela virtude e os meios da graça (pp. 146-195); preparação do corpo com a mortificação e o exercício do bem (pp. 196-258). Essa é a estrutura do belo trabalho, sem falar da arte com a qual o diáfano Autor conduz as mentes a conceitos abstratos e subtis para dar um sólido fundamento intelectual à vida. Sirva como exemplo a feliz comparação dos raios X (p. 54). Além de algum erro de impressão (v. Pp. 3, 51, 65, 71, 76 etc.) não nos parece exata alguma expressão, como aquela (p. 58) que se refere à luz; tampouco diríamos que 'o estado de ver as coisas com luz própria e natural' é para a mente 'objeto mais de renúncia que de exercício' (p. 72); porque a vida sobrenatural não pode, no homem, fazer a menos da sua vida natural. mas, de todo modo, o livro pareceu-nos bem conduzido e muito adequado para os nossos tempos, e quereríamos que fosse lido por muitos” (La Civiltà Cattolica, ano 80°, vol. I, cad. 1888, 11 de fevereiro de 1929, pp. 359-360).

281 Cf. La chiave della vita, em Donec formetur Christus in vobis, Pia Società San Paolo, Alba-Roma, 1932, p. 16 (DFst 16). Não sendo possível apresentar aqui, mesmo simplesmente, um resumo dos pontos de contato entre La chiave della vita de Francisco Chiesa e o pensamento de Pe. Alberione, parece interessante citar ao menos este trecho, sobre a preparação da vontade: “Agora eis-nos aqui dispostos a entender em que deva consistir a preparação da vontade. Somos sempre do mesmo princípio: preparar-nos é fazer agora o que então faremos. Quando se falava da visão beatífica, isto significava treinar a nossa mente neste mundo para entender as coisas de Deus, como em Deus as verá na vida futura. E o que pode significar aqui? É claro. Começar, desde esta vida, a viver na vontade de Deus e não no nosso egoísmo.A distinção que se verá clara na vida futura entre bem-aventurados e condenados, se vê também na vida presente. Existem homens que vivem em si mesmos, e homens que vivem em Deus. Vivem em si mesmos aqueles que, em tudo, procuram fazer o que lhe agrada. Não é esse o caminho que nos ensinou o nosso Salvador e modelo Jesus, que é caminho, verdade e vida. Ele nos ensinou com o exemplo antes, e depois com a palavra, que o caminho que devemos seguir é bem outro. Eu desci do céu, diz ele, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou (Jo 6,38)” (F. CHIESA, La chiave della vita, o. c., pp. 128-130).

282 F. CHIESA, Gesù Maestro, pia Società S. Paolo, Alba-Roma, 1926.

283 F. CHIESA, Gesù Maestro, o. c., p. 1. O boletim de UCBS, de 20 de fevereiro de 1927, informa que “o mês de janeiro foi dedicado ao Divino Mestre: em cada dia foi feita uma meditação para toda a Casa sobre o Divino Mestre, seguindo o livro: Gesù Maestro, escrito expressamente para facilitar a matéria da pregação adequada” e apresenta uma síntese do livro (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 2, 20 de fevereiro de 1927, p. 12). No número de 29 de setembro de 1928, a revista La Civiltà Cattolica publicou a seguinte recensão do livro Gesù Maestro: “A Pia Sociedade de São Paulo , que com tão generoso zelo promove o apostolado da Boa Imprensa, publicará com freqüência livros como este do Côn. Chiesa, não é possível que não encontre favor e ajuda. Gesù Maestro é um livro que agradará e fará muito bem às almas; mas quereríamos que fosse lido e meditado especialmente pelos sacerdotes, que, sob a guia de Jesus, são chamados a ser Mestres. O livro certamente o merece: doutrina segura e exposta com muita clareza, bebida no De Magistro de S. Agostinho e mais ainda em S. Tomás; felicidade de límpida apresentação de conceitos, mesmo subtis e sublimes sob a figura de objetos e de relações comuns e quotidianas e sobretudo uma tão notável ordem lógica, que certamente ressaltaria ainda mais, se o Autor ampliasse o índice dos temas com um índice analítico das doutrinas. O Côn. Chiesa, para poder expor com tão precisa clareza a doutrina dos nossos meios de conhecimento (página 46 ss), deve ter intimamente formado uma mente límpida e eficazmente assimiladora nas nítidas visões doutrinais de S. Tomás. Alguma vez, porém, parece-nos que insista demais sobre as analogias, como sobre a do sol e da lua (pp. 46 e 278 ss), e que sobre os Mestres estranhos a Jesus, teria sido melhor contentar-se de simples acenos sem entrar no pélago histórico das suas doutrinas (ver especialmente Zarathustra, p. 57 ss), nesta hora em que sobre a História das religiões se fazem estudos tão minuciosos; tanto mais que nada disse dos Mestres do Antigo Testamento. Certos neologismos os excluiremos mesmo, num livro que quer ser e é de fácil compreensão: exemplo: valorizadas (p. 9), torpética [sic!] (p. 193), plástica pedagógica (página 207)” (La Civiltà Cattolica, ano 79°, vol. IV, cad. 1879, 29 de setembro de 1928, pp. 73-74). Em UCAS, parte desta recensão foi retomada mais de uma vez, por exemplo, no número 12, de 15 de dezembro de 1928, p. 9).

284 É muito interessante o pensamento de Chiesa que considera a natureza e a Sagrada Escritura como dois Mestres dados por Deus à humanidade: “Tertuliano, numa frase felicíssima, que o demonstra verdadeiramente um gênio, sintetiza e esculpe o Mestre divino na humanidade e evidencia a sua finalidade. Ele diz: Praemisit tibi naturam magistram submissurus et prophetiam, quo facilius credas prophetiae, discipulus naturae (De Resur. Carnis, c. 12). Como se dissesse: dois são os Mestres que Deus enviou aos homens: a natureza e a Sagrada Escritura. mas Deus, como insuperável pedagogo que é, quis observar a devida ordem, procedendo do fácil para o difícil. E, portanto, o que fez? Ele mandou por primeiro a natureza, para que na magnificência dos seus espetáculos, fosse como Mestre para os homens; e assim os homens, amestrados na escola da natureza, mais facilmente pudessem aproveitar do magistério da Sagrada Escritura. Enviou-te, são as suas palavras, primeiro a mestra natureza, para enviar-te em seguida a profecia, para que tu mais facilmente cresses na profecia, tendo sido já discípulo da natureza. pois bem, nós, também diante da mesma natureza, temos necessidade de um Mestre que nos guie, e nos ajude a interpretá-la corretamente. E isso especialmente no campo que mais que qualquer outro nos interessa, isto é, no campo das verdades morais e religiosas” (F. CHIESA, Gesù Maestro, o. c., pp. 27-28). São conceitos que Pe. Alberione freqüentemente retomou nos seus escritos.

285 Nas suas anotações da sexta-feira 25 de novembro de 1927, mestra Tecla Merlo escreve a indicação de Pe. Alberione: “Jesus Cristo diz: Eu sou a Verdade (para compreender melhor isso, ler o livro: Gesù Maestro)” (Quaderno n. 4, inédito, p. 102). Por sua parte, mestra Teresa Raballo anota: “Eu sou a Verdade, para considerá-lo quanto merece, precisaria ler o livro impresso em Casa, intitulado: Gesù Maestro. Argumento considerado em tal livro sob vários aspectos: filosófico, teológico, ascético e pastoral” (A. T. RABALLO, Quaderno 19, inédito, sexta-feira 25 de novembro de 1927, p. 56).

286 F. CHIESA, Gesù Maestro, o. c., pp. 138-139.

287 Ibid., pp. 147-148.

288 Ibid., pp. 155-156.

289 Ibid., pp. 165-166.

290 Ibid., p. 179.

291 Ibid., pp. 180-181.

292 Ibid., pp. 193-195.

293 Ibid., pp. 207-208.

294 Cf. G. ALBERIONE, Metodo d'educazione, em Quaderno 40, 17-19 outubro de 1911, pp. 143-157.

295 F. CHIESA, Gesù Maestro, o. c., pp. 213-215.

296 Ibid., p. 220.

297 “Nós tomamos aqui o termo moral em sentido amplo, enquanto se refere à vontade; compreende, portanto, seja a moral propriamente dita, seja a ascética e a mística. Veremos agora como o ensinamento do Divino Mestre se estende a todas estas três partes” (F. CHIESA, Gesù Maestro, o. c., p. 235).

298 “É porém necessário ter presente que, falando da Imprensa, não devemos nos limitar somente ao Evangelho impresso. O Evangelho contém a doutrina de Jesus Mestre, mas não toda. Recordemos as palavras com as quais termina o Evangelho de S. João: 'Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveriam' (Jo 21, 25). Podemos considerar como doutrina de Jesus não somente as Cartas dos Apóstolos e os outros livros do Novo Testamento, mas a Bíblia inteira. Não só. Na sala de entrada da Pia Sociedade de São Paulo em Alba, onde se formam os Apóstolos da Boa Imprensa, num quadro é representada a figura do sol que esparge ao redor a sua luz com muitos raios. No centro está o livro do Evangelho; os raios ao redor representam os outros bons livros, periódicos e folhetos que se imprimem e difundem: Boletins paroquiais, livros, o Jornalzinho etc. E, de fato, cada bom livro que difunde o espírito evangélico pode, com razão, chamar-se raio do Evangelho. Como a luz do sol forma as quinze mil cores do arco-íris, assim a luz do Evangelho irradia em toda a boa imprensa. Ora, se observamos como se realiza na prática esta Boa Imprensa, rapidamente veremos como cooperar. Para a Boa Imprensa são necessárias três coisas fundamentais: 1) formar os homens; 2) imprimir os livros; 3) difundi-los. Eis aberto um campo vastíssimo de cooperação” (F. CHIESA, Gesù Maestro, o. c., pp. 417-419).

299 F. CHIESA, Ego sum Vita, o. c., pp. V-VI.

300 Ibid., p. VI.

301 Nas suas anotações da terça-feira, 29 de novembro de 1927, mestra Tecla merlo escreve: “O que significa: Ego sum Vita (Livro)” (cf. Quaderno n. 4, inédito, p. 107). mestra Teresa Raballo anota: “O último livro impresso da coleção intitula-se: Ego sum Vita” (A. T. RABALLO, Quaderno 19, inédito, terça-feira, 29 de novembro de 1927, p. 60).

302 F. CHIESA, Ego sum Vita, o. c., p. 331.

303 Cf. A. F. DA SILVA, Tavola sinottica dei documenti relativi al testo di Donec formetur Christus in vobis, 35 pp. (inédito).

304 “Os Exercícios são um tempo no qual a noviça se prepara para ser verdadeira religiosa. O noviciado é um tempo no qual a alma orienta-se para o Senhor” (T. MERLO, Quaderno B2.5, inédito, terça-feira 11 de outubro de 1927, p. 3).

305 Cf. Regole, Pia Sociedade de São Paulo , 1927. No mesmo ano de 1927 foi publicada a obra Corso di Esercizi Spirituali per otto giorni secondo il metodo di S. Ignazio, preparado para uso especial dos Religiosos e Sacerdotes pelo Pe. Luigi Pincelli S.J., 2 vol., Pia Sociedade de São Paulo , Alba, 1927. No ano seguinte foi publicado o livro de L. Bellecio, Gli Esercizi Spirituali secondo il metodo di S. Ignazio di Lojola, traduzidos e em alguns lugares compendiados pelo Pe. Antônio Brasciani, Pia Sociedade de São Paulo , Alba, 1928; cf. A. F. DA SILVA, Il cammino degli Esercizi Spirituali nel pensiero di Don Giacomo Alberione, Centro di Spiritualità paolina, Casa Divin Maestro, Ariccia, 1981, pp. 33ss.

306 Não se tem notícia de anotações tomadas por Irmã Escolástica Rivata referentes a este “Curso de Exercícios prolongados”. Num caderno seu inédito de 1928 encontram-se, porém, anotações de temas muito semelhantes aos dados por Pe. Alberione para a formação do ramo feminino da Casa e contidos, de forma lapidária, no DF. Por exemplo, as anotações do “Retiro. mestras. 4-28” contêm acenos ao apostolado da imprensa, semelhantes às afirmações contidas na instrução desenvolvida em 16 de abril de 1928, no Curso de Exercícios prolongados. Pode-se perceber a particular atenção ao que era pertinente à vida das pias Discípulas: “Jesus fez comigo de modo semelhante como fez com os Apóstolos; estes eram pobres pescadores, e eu pobre camponesa! O que sabiam eles da sua missão? Assim eu do Apostolado da Imprensa. [...] Eu devo amar os outros que estão em outros institutos como irmãos e irmãs, mas considerar que nós, com o nosso Apostolado, abraçamos a todos eles também; e como já não são suficientes as outras coisas para fazer aquele bem necessário para a glória de Deus e o benefício do próximo, este nosso apostolado fica sendo um novo modo para completar, compreender ainda mais os outros e juntos fazer tudo. Não é que seja novo no seu gênero porque a sua data vem já desde os tempos de N.S.J.C., mas é novo no seu modo. Poucos compreenderam o verdadeiro sentido do Apostolado da Imprensa, e nós somos as almas venturosas que Deus escolheu para essa delicadíssima missão. Com a oração e com a imprensa; com a oração para obter que a imprensa faça o bem e quem a exerce tenha luz e graça para exercê-la santamente e obter ampla difusão, e muitos frutos de bem. Sou uma ignorante que nada sabe e menos ainda que nada, eu, mais incapaz que qualquer outra pessoa, fui escolhida para fazer este grande bem” (IRMÃ ESCOLASTICA, Quaderno 1928, inédito).

307 Cf. Caderno manuscrito de Irmã Giuseppina Ambrósio, Instruções I-XX + 1 Retiro mensal sobre o Estado Religioso (inédito, atualmente conservado no Centro de Espiritualidade paulina).

308 Particularmente interessante é a Instrução XVIII sobre Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida. Citamos um amplo texto: “Uma grande graça que devemos pedir ao Divino Mestre é esta: que possamos sempre ser fiéis à nossa vocação, fazendo de tal modo que a nossa imprensa seja sempre pastoral, isto é, seja sempre escrita com espírito pastoral, paroquial, com as verdades que salvam. Vós amareis realmente o Divino Mestre quando derdes a imprensa pastoral, não de luxo, mas tudo bem claro e simples, porque disse Jesus: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida', e nós devemos fazer chegar a todos esta imprensa e salvar as almas, fazer chegar a todas as famílias a luz do Evangelho. Esta é a primeira homenagem que vos su-giro fazer a Jesus Mestre. [...] Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida é a nossa estrada; enquanto estivermos, estaremos bem, seremos abençoados, será abençoado o nosso Apostolado. Conservai-vos, portanto, sobre estes trilhos, não fujais deles, não procureis outras vias livres, dizei a Jesus: Jesus Mestre Caminho e Verdade e Vida, tende piedade de nós, sede a nossa estrada, iluminai-nos, guiai-nos a Vós, conservai-nos unidos pela caridade intimamente a Vós. - A nossa homenagem a Jesus Mestre - praticamente a homenagem que vós deveis fazer a Jesus Mestre, em segundo lugar além do Evangelho, é o estudo do Catecismo. Verdade - A primeira parte do Catecismo é o Creio, o dogma, e honrareis Jesus Verdade. Caminho - A segunda parte, isto é, a dos preceitos e dos mandamentos e virtudes, isto é, a moral - vai honrar Jesus Caminho. Vida - A terceira parte compreende os sacramentos, a missa, as orações, ou seja, o culto em honra de Jesus Vida. 'Eu sou a verdadeira Vida'”. Na conclusão da Instrução seguinte, Pe. Alberione afirma: “A vida religiosa é o Caminho, a Verdade e a Vida vivida no modo mais perfeito. É necessário que no tempo de noviciado demonstreis que ascendeis à vida religiosa, aos votos, e os praticais já antes com decisão e fervor” (G. AMBROSIO, Quaderno 1929, inédito).

309 Entre as tantas iniciativas recorde-se o início das escavações para a construção da igreja Jesus Mestre, em dia 14 de março de 1927, em Alba, em Borgo piave.

310Duas notícias... Maiúsculas. São aquelas que comunicou à família paulina o Senhor Teólogo na noite daquele assalto do qual falamos em outro lugar, ou seja, na vigília da sua festa. - mas por que notícias maiúsculas? - Porque todas as outras, em confronto, são... minúsculas. Eis estas duas notícias: 1ª A conclusão do contrato para a construção da Fábrica de papel; 2ª A compra do terreno para a nova sede da Casa de Roma. E também, sem nada acrescentar, é fácil compreender como se trata para a Casa de dois acontecimentos de máxima importância. Como acolheram os rapazes estas duas notícias de tal grandeza, os amigos bem podem imaginar” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 8, 20 de agosto de 1927, p. 12).

311 Ibid., ano X, n. 3, 20 de março de 1927, pp. I-XVI.

312 Ibid., ano X, n. 9, 20 de setembro de 1927, pp. 8-9.

313 “Devidamente aprovado pela Real procuradoria Geral de Turim, um novo jornal veio nestes dias juntar-se à família numerosa dos irmãos que vêem a luz sob a égide de S. Paulo . 'La Famiglia Cristiana' é um grande semanário de 12 páginas, um verdadeiro tesouro para as famílias cristãs, e destina-se especialmente àquelas dioceses que são privadas de um semanário católico ou que têm dificuldade de mantê-lo vivo. Desejamos ao novo pregador do Evangelho de Cristo uma grande difusão e uma copiosa messe de bem” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 9, 20 de setembro de 1927, p. 14). Este periódico cessou as publicações após alguns meses. “La Famiglia Cristiana” renasceu em 1931.

314 “Mestre era o título com o qual Jesus Cristo preferia ser chamado. Satanás, com a imprensa má, destronou Jesus Cristo das mentes, e por essas dos corações, dos desejos e das obras. A festa do Divino Mestre quer recolocar no trono Jesus Cristo mediante o Evangelho nas mentes e por essas, no homem e na vida; atuar o reino de Jesus Cristo nas mentes, conquistando-as com a potente palavra do Evangelho; as outras imprensas têm menos forças sobre o homem” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano IX, n. 1, 20 de janeiro de 1926, p. 11). O artigo continua expondo nove motivos para a promoção da festa.

315 Cf. Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 10, 20 de setembro de 1925, pp. 12-13.

316 Ibid., ano IX, n. 11, 20 de novembro de 1926, pp. 8-9.

317 O Congresso abria-se no dia 30 de junho “com a bênção do papa, com a adesão de uns vinte, entre Cardeais, Arcebispos e Bispos, e com a clara aprovação do clero e do laicato católico das dioceses piemonteses. [...] Lêse o telegrama do papa recebido com uma salva de palmas: 'Santo padre alegrando-se oportuna atividade Pia Sociedade São Paulo Apostolado-Imprensa envia de coração associados e participantes Congresso Evangelho implorada bênção. Card. Gasparri'” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 7, 20 de julho de 1927, pp. 2-5).

318 Ibid., ano X, n. 7, 20 de julho de 1927, pp. 6-7.

319 “Conclui-se o mês de junho com a festa de São Paulo : os que consagraram ao Sagrado Coração o mês de janeiro, dêem todo o mês de junho a São Paulo : os que honram o Coração de Jesus em junho, façam-se introduzir por São Paulo no amor ao Sagrado Coração. São Paulo é o prisioneiro de Jesus; é o Apóstolo do amor de Jesus Cristo; é consumido pelo amor para com Jesus Cristo: é a vida de Jesus Cristo. A devoção a São Paulo é sinal de predileção de Deus; a devoção a São Paulo nos inscreve no livro da vida. Os Santos são tão grandes junto a Deus, e tão potente auxílio para nós, quanto mais se aproximam e imitam o Divino Mestre caminho, verdade e vida. Caminho como modelo; verdade com os ensinamentos; vida com a graça que nos comunicam rezando por nós. São Paulo é caminho: o Espírito Santo o faz escrever três vezes estas palavras: 'imitai a mim como eu imito Jesus Cristo'. São Paulo é verdade: ele é o Mestre e o doutor, assim possui e comunica o Evangelho que ele chama 'meu Evangelho' e 'gera no Evangelho'. São Paulo é vida: porque a sua vida se identificou com a de Jesus Cristo: 'vivo, mas não mais eu, vive em mim Jesus Cristo'” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano VIII, n. 7, 15 de junho de 1925, p. 1).

320 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 8, 20 de agosto de 1927, p. 1.

321 “A Casa de São Paulo tem os seus protetores especiais que inspiram a sua instituição e que com incessante assistência a fazem prosperar; e para com eles nutre e pratica particulares devoções cada dia, e mais solenemente e toda unida no início de cada mês. A primeira semana do mês assumiu, portanto, o nome de Semana das devoções, e constitui sempre um acontecimento de certa singularidade. [...] E eis um breve aceno às várias devoções. A Casa quer se caracterizar com o espírito e a vida de São Paulo : dele tomou nome a Sociedade de São Paulo , a primeira casa, a Capela; e tal será também o nome da Igreja em construção. De modo que a São Paulo dedica-se a primeira segunda-feira do mês. Em segundo lugar, o apostolado da imprensa se distingue, mas nunca se separa do apostolado da oração: propõe salvar as almas e não as deixa senão quando entram no céu. No purgatório há quem sofre por causa da má imprensa, e a Casa não pode não ocupar-se dele. Por isso, a primeira terça-feira se consagra às Almas do purgatório. O apostolado da imprensa necessita de meios materiais, e ninguém é melhor provedor que aquele que foi escolhido para prover à S. Família, São José. O apostolado da imprensa é apostolado universal, e é bem conveniente que se apóie sobre o Padroeiro da Igreja Universal. A imprensa má é que semeou a descrença, o ódio à Igreja, que desvalorizou as práticas religiosas, os sacramentos... etc. e é a causa pela qual muitas pessoas se aproximam da morte despreparadas e indispostas. É dever dos apóstolos da boa imprensa reparar esses males com a meditação do Pro tetor dos agonizantes. Os alunos são todos inscritos na S. Cruzada para os agonizantes, e na primeira quarta-feira do mês honram e rezam para tal fim, em particular, a S. José. A primeira quinta-feira é dedicada ao Anjo da Guarda. Todo bom livro, todo bom Jornal é um Anjo que sai da tipografia, inspirador de bons sentimentos, que favorece bons propósitos, semeador de uma preciosa semente que produz frutos eternos. muitos dos Boletins, de fato, denominam-se 'Anjo' e têm como símbolo um Anjo. E, na verdade, realizam a obra de presença prolongada, silenciosa, docemente insinuante, sem pretensões como o bom anjo da guarda. Depois, quem escreve tem uma comunicação anônima e insensível com quem lê, ao passo que os anjos de quem escreve e de quem lê podem com extrema facilidade pôr-se em comunicação e preparar um terreno adapto de uma parte, e de outra, uma semente apropriada. O apostolado da imprensa não é outro senão a continuação da Evangelização iniciada pelo Divino Mestre: é a execução do mandato: 'Ide pelo mundo inteiro, anunciai o Evangelho a toda criatura...'. O Divino Mestre é o inspirador, é aquele que dá o incremento, que dá a vida à semente e a faz germinar; que sustenta e guia o semeador evangélico. A ele é consagrada a primeira sexta-feira com a Comunhão reparadora, a Comunhão das nove sextas-feiras, e explicação da intenção do apostolado da oração. O sábado é dedicado a Maria. Os Apóstolos foram entregues a esta Mãe e a ela devem a fecundidade do apostolado. Maria é Rainha dos Apóstolos, e é também Rainha da Boa Imprensa, porque todos os escritores sacros consagraram-lhe as mais belas páginas! As mais afáveis expressões, como a literatura, também profana, e as artes afins criaram para Ela as obras-primas mais belas. Explica-se a perfeita devoção conforme o bemaventurado Grignion de Montfort” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 8, 20 de agosto de 1927, pp. 10-11).

322Os vitrais no Templo a S. Paulo - Alba. As janelas devem ser proporcionais pelo estilo, riqueza e piedade com o resto da Igreja. Por isso é que se fez, com particular atenção, um estudo especial, e estão ficando belíssimos, pelo estilo, vitrais, molduras, figuras.As janelas são 22 na parte alta, das quais: 1. Quatro em forma de concha com um vidro de catorze metros quadrados. Estas terão vidros historiados, representando: a carta de São Paulo aos Romanos, a conversão de S. Paulo , o martírio de S. Paulo , a glória de S. Paulo . 2. Quatro em forma de elipses ovais, em cerca de oito metros quadrados; abrem-se ao pé da abóbada central. Estas terão vidros historiados representando os evangelistas com os respectivos símbolos, isto é: S. Mateus com o anjo; S. Marcos com o leão; S. Lucas com o boi; S. João com a águia. 3. Doze janelas de forma retangular-barroca, abertas sobre transeptos da Igreja, de duas dimensões, isto é, uma parte de seis metros quadrados, e outra de quatro metros quadrados. Terão também vidros historiados, com as figuras dos doze apóstolos. 4. Duas outras janelas em forma de concha oval, de oito metros quadrados, abertas sobre o braço de entrada da Igreja. Os vidros historiados representam dois discípulos de S. Paulo: S. Tito e S. Timóteo. S. Timóteo no momento em que é ordenado sacerdote por S. Paulo; S. Tito no momento em que expira a sua alma plenus dierum ac meritorum. Assim, os jovens que deverão ser um dia os apóstolos do Evangelho por meio da Imprensa terão continuamente sob os próprios olhos os exemplos do Apóstolo por excelência, S. Paulo; e dos doze outros Apóstolos, escolhidos pelo Senhor, e dos Evangelistas que nos deixaram este tesouro inexaurível do Evangelho. De S. Paulo recorda-se a conversão do coração; a obra-prima dos seus escritos, a epístola aos Romanos; as suas fadigas pelo Evangelho, de modo especial o martírio; a sua coroa de justiça, isto é, a glória eterna entre aqueles que o seguiram, S. Lucas, S. Tito, S. Timóteo, S. Tecla, etc. etc. E assim as janelas serão como uma contínua história, pregação e estímulo para os Clérigos percorrerem, a exemplo do seu celeste protetor, o caminho ao qual Deus os chama. E para que a vida de apostolado seja sempre considerada no seu princípio de graça e de missão dada pela Igreja, eis S.Timóteo que recebe a sagrada ordenação, de S. Paulo. E para que seja considerado também no seu verdadeiro fim, eis S. Tito que deixa a terra circundado pelos discípulos e já vai ao prêmio do céu. Os exemplos mais ilustres de virtude e zelo deixaram-nos os apóstolos, eleitos diretamente por S. J. C. e por Ele revestidos de autoridade, poder, dons especiais. Por isso, a presença deles será uma escola contínua. Os Evangelistas obtenham-nos a graça de bem compreender, viver e publicar o Evangelho a toda criatura. O trabalho resulta digno pelo que humanamente se pode dizer. O estilo está em sintonia justa com a igreja; as cores estão distribuídas com riqueza e proporção; as figuras são vivas, eloqüentes; a posição de cada um tem um significado próprio” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XI, n. 8, 31 de agosto de 1928, p. II).

323 Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano VIII, n. 8, 20 de julho de 1925, pp. 17-18.

324 Ibid., ano IX, n. 6, 15 de junho de 1926, pp. 2-3.

325 Ibid., ano X, n. 6, 15 de junho de 1927, pp. 1-3.

326 Ao lado do relatório das celebrações da bênção do Templo a São Paulo, um pequeno artigo informa sobre os Exercícios Espirituais aos jovens e, entre outras coisas, refere: “Os Exercícios Espirituais não consistem somente numa boa Confissão, porém muito mais numa boa eleição do estado, e numa conversão a Deus sincera e duradoura por meio da vida cristã. Em 'São Paulo', este ano houve vários cursos de Exercícios Espirituais para a juventude externa, além dos habituais para as pessoas internas. Três cursos para moças, nos quais 210 jovens afervoraram-se na vida cristã e de piedade; e um curso para os jovens, do qual participaram 60 jovens de modo muito edificante. muitos jovens insistiram para terem também eles tal oportunidade; muitas moças esperam a vez delas; agora, também pediram-no homens e mulheres. Espera-se poder satisfazer a todos. mas disso, cada um pode ver, que vantagem seria poder dispor de algo mais adapto e mais estável” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XI, n. 11, novembro de 1928, p. 2). Sensível à pastoral dos Exercícios Espirituais, no início de 1930 Pe.Alberione dá os primeiros passos para a construção de uma Casa de Exercícios. Cf. A. F. DA SILVA, Cristo Via, Verità e Vita centro della vita, dell'opera e del pensiero di don G. Alberione, em AA.VV., L'eredità cristocentrica di don Alberione, o. c., pp. 282-283.

327 Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 1, 20 de janeiro de 1927, pp. 4-6.

328 Regras, Pia Sociedade de São Paulo, 1927, primeira parte, A Pia Sociedade de São Paulo , art. III. Em abril de 1927, o boletim da UCBS dedica diversas páginas às Seções paroquiais. Antes de apresentar o seu Estatuto, Pe. Alberione dirige-se aos Cooperadores: “A Pia Sociedade de São Paulo trabalha no Apostolado da Imprensa; isto é, dedica a sua atividade à difusão das verdades e vida cristãs por meio de folhetos, jornais, livros, bibliotecas, boletins etc. etc. Essa dedica-se à difusão, à popularização, defesa da palavra de Deus com a Imprensa, como os Sacerdotes com a pregação. Por isso tende: a formar sacerdotes-escritores e operários religiosos; a escrever, imprimir, difundir; formar mestras-escritoras e operárias religiosas; a difundir com persuasão que é necessário estar unidos a Jesus Mestre, o qual se manifesta a nós na tradição e pregação como na Sagrada Escritura e Apostolado da Imprensa. Atualmente a Pia Sociedade de São Paulo tem cerca de quinhentos jovens, número que aumenta a cada ano, e educa duzentas jovens que se dedicam ao Apostolado da Imprensa. mas nas paróquias ela tende a formar as Seções dos Cooperadores: estas exercem in loco o Apostolado da Imprensa e fazem viver as obras da Sociedade de São Paulo com o seu espírito e com a sua orientação. Resultam assim eficacíssima ajuda aos Reverendos párocos e às almas; enquanto que com as orações, com o trabalho, com as ofertas sustentam as iniciativas do Centro. [...] O Apostolado da Imprensa é hoje um meio ordinário de instrução para o pároco como para S. Paulo as suas cartas, como a Sagrada Escritura junto com a pregação” (Unione Cooperatori Buona Stampa, ano X, n. 4, 20 de abril de 1927, p. 5).

329 Anuncia-se, por exemplo, a publicação da “Bíblia das Famílias”: A Bíblia reduzida a breviário para o povo, a livro de santa devoção, é endereçada às famílias e às escolas onde poderia ser, para os pais e para os filhos, para os Mestres e para os discípulos, fonte inexaurível de instrução, de educação e obras santas. “Visto que é para o povo, a tradução é da Vulgata, conforme o desejo da Igreja; e as notas são ou dos padres ou dos Doutores, ou dos escritores eclesiásticos já aprovados. Importante: a 'Bíblia das Famílias' sairá também em fascículos semanais ilustrados” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XI, n. 2, 15 de fevereiro de 1928, p. 27).

330 Por exemplo: “Deus quer o Apostolado-da-Imprensa” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XI, n. 6, 30 de junho de 1928, pp. 8-9); “Deus mesmo entrega diretamente a finalidade do Apostolado-da-Imprensa, ou seja, a sua missão magistral” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XI, n. 7, 31 de julho de 1928, pp. 7-9).

331 Cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano X, n. 2, 20 de fevereiro de 1927, pp. 4-5).

332 T. GIACCARDO, Regina degli Apostoli, le ragioni del titolo, i benefici del titolo, il culto del titolo, Pia Sociedade de São Paulo , Roma, Alba, Turim, 1928. Numa carta a Giaccardo, publicada como apresentação do livro, Pe. Alberione escreve: “A doutrina, os pensamentos, os sentimentos, as homenagens aqui expostas não são coisas novas para nós; juntos os meditamos, estudamos e praticamos. mas, vê-los hoje propostos de modo ordenado, fixados sobre páginas destinadas também a outros, é coisa útil, meritória, certamente agradável a Maria” (G. Alberione, Alba, 19 de março de 1928).

333 Cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 4, 16 de abril de 1929, pp. 6-7.

334 Giaccardo dedica um capítulo a “Maria Rainha da Imprensa”, composto por uma introdução e por três pontos: o reino da imprensa, o reino de Maria na imprensa e o apostolado da imprensa sob o governo de Maria. No final do capítulo, segue um exemplo no qual se narra a vocação de Pe. Alberione, a do próprio Giaccardo e o desenvolvimento da Casa. Parece oportuno reproduzir alguns parágrafos do artigo: “...nós, filhos de São Paulo, pequenos ministros do apostolado da imprensa que procedemos da vontade do Santo padre, a quem por vínculo religioso somos ligados para a defesa e a propagação da Igreja por meio da Imprensa. O apostolado da imprensa reveste-se de livros e de jornais, é palavra de Deus vivo e salvador, como é a palavra viva de Deus vivo e salvador a pregação que se reveste de som articulado. O apostolado da imprensa é a defesa, a explicação, a divulgação, a aplicação, a popularização do Evangelho. [...] o REINO DA IMPRENSA. Na potência deste reino resplandece a coroa real de Maria. [...] Cada novo campo da atividade humana e do zelo cristão, destinado a estender o reino do pai celeste, é por dom de Deus sujeito ao império da Santíssima Virgem e reconhece Maria Santíssima sua Rainha. O fenômeno da imprensa é hoje talvez a principal manifestação no campo da atividade humana: um dos principais meios de zelo. Os progressos mais maravilhosos, as mais impressionantes descobertas destes últimos anos foram feitos no campo da imprensa e a serviço da imprensa. A maior parte da atividade intelectual dos homens dedica-se à imprensa. O jornal é a fome de hoje, é a sede de hoje e o respiro de hoje; o jornal suscita as idéias, dirige a vontade, forma as consciências, domina a opinião pública. O jornal, a imprensa, é chamada com uma frase muito verdadeira e muito expressiva, o Rei dos tempos. E deste importantíssimo reino, desta suma potência, desta suprema manifestação de vitalidade, desta nobilíssima e eficacíssima obra de zelo, Maria é e deve ser Rainha; Maria cuida da imprensa, e a imprensa e os homens da imprensa a reconhecem” (T. GIACCARDO, Regina degli Apostoli, o. c., pp. 197-199).

335 Cf. o dossiê “1928. I primi Fratelli Discepoli di Gesù Divin Maestro”, de Frei maggiorino S. Caldellara, entregue pelo autor ao Centro de Espiritualidade paulina.

336 Esta novidade não se reflete ainda no número de dezembro de UCAS, numa notícia sobre o Senhor Giovanni Marengo, assistente dos Operários:“É um bom paulino que agora está fora da Casa para cumprir o seu dever para com a pátria. Esteve por dez dias entre nós e veio unicamente para os exercícios espirituais. Encontramo-lo bem e o vimos com prazer: fizeram-lhe grande festa os seus alunos operários que ele cultivava com muito cuidado e grande coração. Ainda poucos meses e depois estará para sempre entre nós” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XI, n. 12, dezembro de 1928, p. 5). Ao invés, no número de maio de 1929, afirma-se: “Também os Discípulos, no pátio deles, levantaram uma pequena coluna sobre a qual puseram uma bela estátua de Maria Imaculada” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 5, 16 de maio de 1929, p. 6).

337 G. ALBERIONE, Alba 29/05/1929 (cf. Correspondência Pe. Alberione - T. Giaccardo, inédita, conservada no Arquivo Histórico Geral da Família Paulina, na Casa Generalícia SSP).

338 Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 7, 16 de julho de 1929, p. 2.

339 Pio Xi, Carta encíclica da reparação que todos devem ao Sagrado Coração de Jesus, cf. La Civiltà Cattolica, ano 79°, vol. II, cad. 1871, 23 de maio de 1928, pp. 385ss.

340 Cf. Quaderno n. 6, inédito, Sexta-feira 18 de maio de 1928, p. 177.

341 F. CHIESA, Riparazione! Comentário da encíclica Miserentissimus Redemptor num mês de Instruções com exemplos, L.I.C.E., Lega Italiana Cattolica Editrice, Turim, 1930. Note-se que o prefácio do autor traz a data: “Alba, Festa da Epifania, 1929”.

342 “Muitos são os institutos religiosos na Igreja: antigos e recentes, todos veneráveis e ricos de frutos para as almas. Hoje convém de modo especialíssimo um instituto que se dedique ao divino e necessário Apostolado da Imprensa. O Apostolado da Imprensa é, na sua substância, tão antigo quanto a Bíblia; hoje, porém, assumiu uma forma, uma eficácia e uma necessidade nova, dadas as condições sociais atuais e as invenções recentes. Para tal apostolado foram aprovados, como congregações religiosas, conforme a norma dos sagrados cânones, dois institutos. São distintos na sua Direção e Administração, afins entre si por comungarem o mesmo fim, pela igualdade de muitos meios, por ter o mesmo espírito. São: A PIA SOCIETADE DE SÃO PAULO (ramo masculino). A PIA SOCIETADE DAS FILHAS DE SÃO PAULO (ramo feminino). - Fim. Ambos se propõem anunciar com a Imprensa, como são anunciadas com a palavra, as verdades cristãs; com a finalidade de santificar os próprios membros; atrair as almas à escola do Divino Mestre para conduzi-las ao céu. Meios. A vida comum, os votos religiosos, as práticas de piedade, o Apostolado quotidiano, a prática das virtudes etc. são os meios para a santificação própria. Para a difusão da doutrina cristã, os membros se dedicam: a) a escrever jornais, fascículos, livros, folhetos com o espírito de comunicar, comentar, difundir o Santo Evangelho e os seus ensinamentos; b) a imprimir, isto é, realizar o trabalho tipográfico de composição, impressão, brochura, encadernação etc.; c) a espalhar e difundir com várias iniciativas bibliotecas, boletins paroquiais, obra bíblica, semanários etc. Espírito. É mandato do Mestre Divino que o seu ensinamento seja pregado a toda criatura, conforme é conservado e ensinado pela Igreja Católica, mestra infalível da verdade. A pregação deve ser feita com simplicidade e total manifestação de Jesus Cristo Caminho, Verdade, Vida, segundo o exemplo e sob a proteção do Apóstolo S. Paulo, vaso eleito e doutor das Nações. O Senhor, os Escritores Sacros, os Apóstolos, os Santos Padres, os Doutores, a Igreja, são os mestres, os modelos deste Apostolado, exercido unicamente porque esta é a vida eterna, que conheçam a Ti (ó Pai) e Aquele que mandaste” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 8, 16 de agosto de 1929, p. 1).

343 Entre as notícias da Casa de Alba fala-se da volta do Senhor Giovanni do serviço militar e da sua vestição religiosa entre os Discípulos Reparadores: “Nestes dias voltou do serviço militar o nosso jovem Senhor Giovanni, o qual, depois de uma semana de Exercícios Espirituais, vestiu o Hábito Religioso da Família 'Discípulos Reparadores'. Enquanto agradecemos ao Senhor que que o conservou bom também no meio de todos os perigos da vida militar, fazemos-lhe os votos de um apostolado sempre mais fecundo” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 9, 16 de setembro de 1929, p. 12).

344 Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 9, 16 de setembro de 1929, p. 5. Cf. a presente Introdução, n. 166.

345 “Os Discípulos do Divino Mestre são, na Pia Sociedade de S. Paulo , os religiosos leigos que se dedicam ao Apostolado da Imprensa. Dúplice é a sua finalidade: 1) Reparar com a vida piedosa, com o exercício das virtudes cristãs,com a própria santificação, os inumeráveis pecados causados pela má imprensa. 2) O estudo teórico-prático do trabalho tipográfico de composição, de impressão, de encadernação, do papel, das tintas, de propaganda etc. Estes seguem Jesus Mestre, praticando duas importantíssimas devoções: a assistência devota à Santa Missa (duas Santas Missas cada dia) e o exercício da Via-Sacra duas vezes na semana (terça-feira e sexta-feira), além da Visita quotidiana ao SS. Sacramento. Dedicam todas as suas energias, sempre alegres e contentes, aplicando-se nos mais diversos gêneros de trabalho, devem possuir um conjunto completo de conhecimentos teóricos e práticos de tudo o que se refere não só ao trabalho tipográfico, mas de uma Casa na qual não basta compor ou imprimir, mas preparar as tintas para a impressão, fundir os caracteres para a composição, trabalhar o papel etc., etc. Portanto, é belo vê-los passar da sala de composição à sala de impressão, da estereotipia às tintas, da oficina mecânica ao trabalho com o papel, à difusão prática dos livros impressos. E todo este diversificado trabalho o realizam com muito esmero e aplicação, impulsionados por um único pensamento: conquistar méritos para si, e muitos méritos para o Céu; salvar muitas, muitíssimas almas. Os Discípulos do Divino Mestre aumentam sempre mais, especialmente nestes dias: é o Divino Mestre que faz ouvir o seu chamado. Suplicamos-lhe a fim de que sejam muitos a segui-lo, e que nenhum dos chamados desista, mas que todos correspondam generosamente. Recomendamos a todos os nossos caríssimos Cooperadores, e de modo especial aos Reverendíssimos párocos, a obra das vocações ao Apostolado da Imprensa entre os Discípulos do Divino Mestre. Nos Círculos da Juventude Católica Masculina, freqüentemente se encontram adolescentes e também jovens muito inclinados à piedade; seria uma boa caridade encaminhá-los à vida religiosa onde os seus méritos se multiplicariam! Encontram-se meninos inocentes, cândidos; é grande caridade sugerir uma casa religiosa onde facilmente se salvarão de muitos perigos e desenvolverão o germe divino de uma vocação. Às vezes encontram-se jovens que estão sozinhos ou que também na própria família são em muitos: se possuíssem também tal fundo de piedade e docilidade no qual se possa cultivar uma esperança especial de vocação religiosa, eis a ocasião de uma bela obra que Deus nos apresenta” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 10, 16 de outubro de 1929, pp. 2-3).

346 F. CHIESA, Introduzione all'Ascetica, Pia Sociedade de São Paulo , Alba-Roma, 1929.

347 F. CHIESA, Prefazione, em Introduzione all'Ascetica, o. c., p.VII.

348 F. CHIESA, Introduzione all'Ascetica, o. c., p. 166.

349 G. ALBERIONE, Alba 04/11/1928 (cf. Correspondência Pe. Alberione - T. Giaccardo, inédita, conservada no Arquivo Histórico Geral da Família Paulina, na Casa Generalícia SSp).

350 G. ALBERIONE, Alba 10/01/1929 (cf. Correspondência Pe. Alberione - T. Giaccardo, inédita, conservada no Arquivo Histórico Geral da Família Paulina, na Casa Generalícia SSp).

351 G. ALBERIONE, Alba 11/09/1929 (cf. Correspondência Pe. Alberione - T. Giaccardo, inédita, conservada no Arquivo Histórico Geral da Família Paulina, na Casa Generalícia SSp).

352 G. ALBERIONE, [1929?] (cf. Correspondência Pe. Alberione - T. Giaccardo, inédita, conservada no Arquivo Histórico Geral da Família Paulina, na Casa Generalícia SSp).

353 Cf. A.F. DA SILVA, Il cammino degli Esercizi Spirituali nel pensiero di Don Giacomo Alberione, vo.c., pp.72ss; A.F. DA SILVA, Cristo Via,Verità e Vita centro della vita, dell'opera e del pensiero di don G. Alberione, em AA.VV., L'eredità cristocentrica di don Alberione, o. c., pp. 263ss; A. F. DA SILVA, Gv 14,6: L'eredità carismatica per la Famiglia Paolina, em “Spezzate il pane della Parola”, Dossiê para o Ano Bíblico paulino, 1991-1992, Roma, Casa Generalícia SSp, janeiro de 1991, pro manuscripto, pp. 52ss.

354 F. CHIESA, Per l'unità nella formazione del Clero, Pia Sociedade de São Paulo , Alba-Roma, 1932.

355 F. CHIESA, Per l'unità nella formazione del Clero, o. c., pp. 130-131.

356 Considere-se a sintonia de pensamento de Alberione com a seguinte passagem de F. Chiesa: “Ora, o que se diz do Sacerdote? Não é ele outro Cristo? Sacerdos alter Christus. E se assim é, não deverá ser a preparação ao Sacerdócio do Clérigo no Seminário um empenho contínuo de copiar em si mesmo os exemplos de Cristo, donec formetur Christus in vobis? (Gal. IV,19). É certo que a finalidade do Sacerdócio é continuar a missão de Jesus no meio dos homens. Sicut misit me Pater, et ego mitto vos (Jo. XX, 21). mas por isso mesmo o Sacerdote poderá exercer a missão, à medida que estiver unido a Cristo, que o envia e é o seu modelo. Assim como o fio metálico é capaz de trazer até nós a corrente que move um motor, enquanto está ligado à fonte de energia elétrica; - e assim como, segundo a bela comparação do próprio Nosso S.J. Cristo, um ramo poderá dar fruto enquanto permenecer na videira - assim o Sacerdote. Este poderá levar às almas a redenção de Jesus, somente enquanto estiver unido a Jesus, feito uma só coisa com Ele: Sine me, nihil potestis facere (Jo XV, 5). Ora, qual será o Clérigo, que de modo mais eficaz se prepara a ser outro Cristo, e portanto a levar frutos mais abundantes na mística vinha de Cristo? Certamente aquele que, com maior diligência, busca unificar em si mesmo os três elementos da missão de Jesus, que consistem em ser caminho, verdade e vida; ou seja, aquele que se faz, à imitação de Jesus, caminho dos fiéis com os exemplos; verdade com a aprendizagem da verdadeira doutrina de Jesus para poder depois, no devido tempo, ensiná-la; e vida, com a freqüência aos Sacramentos para poder, depois, no devido tempo, administrá-los aos fiéis. mente e coração, ensinamento e vida, estudo e virtude, teologia e conduta, teoria e prática, tudo deve ser uma coisa só nele: Clérigo, como se diz, “tutto di un pezzo” (por inteiro), sem contradições e reservas” (F. CHIESA, Per l'unità nella formazione del Clero, o. c., pp. 52-53.

357 Publica-se, por exemplo, a fotografia dos Discípulos que trabalham na fábrica de papel (cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XIII, 17 de julho de 1930, p. 5). Em agosto de 1931 anuncia-se a nova tradução italiana da Bíblia (cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XIV, n. 8, 17 de agosto de 1931, p. 14). No número de fevereiro de 1932, de UCAS, Pe. Alberione dedica uma página ao anúncio solene do projeto de publicar, cada uma em quatro volumes, diversas edições da Bíblia: Bíblia latina-italiana; latina-francesa; latina-inglesa; latina-espanhola (cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XV, n. 2, fevereiro de 1932, p. 2).

358 O número de dezembro de 1929 de UCAS publica um calendário, para o ano de 1930, 12 fotografias apresentando os vários grupos da Casa, em Alba (cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XII, n. 12, 17 de dezembro de 1929, pp. 4-15). O número de julho de 1930 publica as fotografias da solene procissão de Corpus Domini (cf. Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XIII, n. 14, 17 de julho de 1930, pp. 10-11).

359 Além das fundações já citadas, eis um elenco das novas casas abertas. Em 1929: Brescia (FSP: 8 de agosto), Udine (FSP: 17 de setembro), Gênova (FSP: 10 de maio), palermo (FSP: 28 de novembro). Em 1930: Novara (FSP: 10 de maio), Treviso (FSP: 27 de junho), Ancona (FSP: 10 de julho), Bolonha (FSP: 20 de julho), Sanfré (SSP: 15 de setembro), Nápoles-Capodimonte (FSP: 8 de outubro). Em 1931 as fundações na Itália foram umas dez mais ou menos.

360 A começar de 1931, ocorreram as partidas dos paulinos rumo ao Brasil, Argentina e Estados Unidos, e das Filhas de São Paulo e Pias Discípulas para o Brasil e a Argentina.

361 No número de fevereiro de UCAS, entre as notícias da Casa Mãe, em Alba, afirma-se: “O mês de janeiro. - É dedicado pela Casa a Jesus Mestre, e o primeiro Mestre na hora de adoração feita no dia 3 nos disse que no mês de janeiro devia-se obter a graça de crescer, de caminhar em frente e de progredir, donec formetur Christus in vobis. O mês foi consagrado à juventude de Jesus para procurar imitá-lo na sua vida oculta. O primeiro Mestre nos explicou assim: crescer, para nós, significa ser mais santos, mais sábios, adquirir maior espírito de piedade, e não somente aumentar os dias da vida. Nós somos os discípulos e como tais devemos imitar o Mestre que nos disse: quemadmodum ego feci ita et vos faciatis” (Unione Cooperatori Apostolato Stampa, ano XV, n. 2, fevereiro de 1932, p. 3).